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Seis vítimas do Césio-137 receberão pensão vitalícia, 30 anos depois

Portaria publicada na segunda-feira (4/12), pelo Ministério da Fazenda, indica os nomes dos beneficiados

Fonte: Metropoles

 

O Ministério da Fazenda publicou, no Diário Oficial da União de segunda-feira (4/12), portaria que concede pensão vitalícia a seis vítimas do vazamento de Césio-137, maior acidente radioativo em área urbana do planeta, ocorrido no dia 17 de setembro de 1987, em Goiânia.

Ainda hoje, muitas das pessoas afetadas pela tragédia lutam na Justiça pelo direito de receber indenizações, pensões e assistência médica. Passados 30 anos, algumas sofrem com as sequelas da radiação, como tumores e doenças crônicas.

Os registros oficiais indicam apenas quatro mortes em decorrência da exposição à substância radioativa. Mas a Associação de Vítimas do Césio-137 aponta 60 óbitos e pelo menos 1,6 mil pessoas afetadas diretamente devido ao contato com o material.

Entre idas e vindas na Justiça, com ações propostas contra a União e o estado de Goiás, o Ministério Público goiano (MPGO) conseguiu, em 2000, que o Ministério da Saúde reconhecesse vítimas ainda não contabilizadas. Até julho de 2002, mais de 800 pessoas atingidas, de alguma forma, pelo acidente radioativo foram reconhecidas.

A Lei Estadual nº 14.226, de 2002, determinou o pagamento de pensões especiais "às pessoas irradiadas ou contaminadas que trabalharam na descontaminação da área acidentada com o Césio-137, na vigilância do Depósito Provisório em Abadia de Goiás e no atendimento de saúde às vítimas diretas do acidente”. A norma inclui descendentes até a segunda geração, "nascidos após o acidente de 1987, das vítimas falecidas e ainda não reconhecidas pelo Estado de Goiás como irradiadas ou contaminadas, portadores de moléstia grave ou crônica”. 

Relembre

No dia 13 de setembro de 1987, um equipamento contendo uma cápsula com Césio-137 foi vendido por dois catadores de lixo a um ferro-velho no Setor Central de Goiânia. O dono do estabelecimento, Devair Ferreira, abriu a peça sem saber que havia pertencido ao Instituto Goiano de Radioterapia e era usada em tratamentos médicos. Dentro, Devair achou um pó que emitia uma luz azulada. Eram 19,26 gramas de cloreto de Césio-137.

O material foi exibido por Devair a parentes e amigos, e alguns levaram amostras. Poucos dias depois, as pessoas expostas ao Césio-137 começaram a apresentar sintomas como diarreia, tonturas e vômito. A hipótese de radiação sequer foi cogitada nos hospitais para os quais foram levadas. A contaminação por material radioativo só foi identificada no dia 30 de setembro de 1987, após análise de cientistas e técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). 

As primeiras vítimas foram a mulher de Devair, Maria Gabriela, falecida no dia 23 de outubro de 1987, e a sobrinha dele, a menina Leide, de 6 anos, que ingeriu césio ao brincar com o pó azul. As outras duas mortes confirmadas foram as dos funcionários do ferro-velho, Israel Batista dos Santos, de 20 anos, no dia 27 de outubro, e Admilson Alves de Souza, de 18, que morreu no dia 28.

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