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- 06/05/2016 - Panorama completo da energia nuclear no mundo - edição de 2016Fonte: ABENSaiu a mais nova edição do importante documento intitulado "Panorama da Energia Nuclear no Mundo", elaborado pela Eletronuclear. A publicação compila informações de todo o globo sobre geração nuclear; distribuição dos reatores; situação da energia nuclear em alguns países e regiões; alguns acordos comerciais e de cooperação nuclear; algumas aplicações nucleares; ambiente e sociedade; combustível; combustível irradiado, radiação e gestão de rejeitos; proliferação e riscos para a segurança e descomissionamento. O documento está disponível em versão PDF na seção "Publicações Técnicas" do site da Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben), aqui.
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- 06/05/2016 - Capes define a concessão de bolsas aos cursos de pós-graduação em 2016 – Programas DS, PROSUP, Proex e PNPDA Coordenação disponibilizou, nesta quinta-feira (5), 1.622 bolsas no País, nas modalidades de mestrado, doutorado e pós-doutorado para cadastramento de novos bolsistas no Sistema de Acompanhamento e Concessão
A Coordenação disponibilizou, nesta quinta-feira (5), 1.622 bolsas no País, nas modalidades de mestrado, doutorado e pós-doutorado para cadastramento de novos bolsistas no Sistema de Acompanhamento e Concessão
Fonte: Jornal da CiênciaA concessão de bolsas é um instrumento básico de apoio aos programas de pós-graduação stricto sensu em prol da excelência acadêmica. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) disponibilizou nesta quinta-feira (5), 1.622 bolsas no País, nas modalidades de mestrado, doutorado e pós-doutorado para cadastramento de novos bolsistas no Sistema de Acompanhamento e Concessão (SAC). Tais bolsas atendem a 888 PPGs e 55 Pró-Reitorias em todo o Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG).
Assim, em 2016, encontram-se disponíveis para uso dos PPGs e Pró-Reitorias de todo o País 85.093 bolsas nos três níveis no âmbito dos Programas Demanda Social (DS), Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares (PROSUP), Programa de Excelência Acadêmica (Proex) e Programa Nacional de Pós-doutorado (PNPD). A concessão de bolsas para esses programas foi calculada com base na taxa de utilização das bolsas pelos cursos no período de março de 2015 a março de 2016.
Com o objetivo de atender de forma mais adequada o conjunto de programas de pós-graduação de cada instituição e assegurar maior utilização das cotas de bolsas/taxas em 2016, a Capes permitirá, entre 1° de junho e 30 de setembro, o remanejamento de cotas de bolsas entre os programas de pós-graduação de uma mesma Instituição. Esse remanejamento é opcional e pode ser feito independentemente da área do conhecimento, cabendo às instituições avaliar a forma de fazê-lo.
Em adição às bolsas dos programas DS, PROSUP, PROEX e PNPD, a Capes mantem 5.257 bolsas de pós-graduação (ativas em abril de 2016) que são concedidas por meio de acordos com as Fundações Estaduais de Apoio a Pesquisa (FAPs) e de editais associados a áreas e temas estratégicos.
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- 06/05/2016 - Brasileiros disputam competição internacional de comunicação científicaFonte: Agência FAPESPA competição de comunicação científica FameLab, criada no Reino Unido, terá sua primeira final brasileira no dia 11 de maio, em São Paulo. O objetivo é revelar cientistas que, entre outras competências e potencialidades, têm talento para a comunicação em público.
Desafiados a produzir um vídeo de até 3 minutos sobre um tema científico, os finalistas foram avaliados em três critérios: conteúdo, clareza e carisma. As apresentações, em geral produções domésticas, não contaram com recursos de edição ou efeitos especiais. Um comitê formado por especialistas em comunicação e por cientistas selecionou 11 nomes.
Os escolhidos terão a oportunidade de desenvolver suas habilidades em sessões agendadas para 9 e 10 de maio em master classes ministradas pelo especialista britânico Malcolm Love, conhecido por seu trabalho na rede de televisão BBC e pela experiência em capacitações de comunicação científica.
Após aprimoramento de técnicas com Love, os 11 selecionados farão suas apresentações ao público no auditório do Centro Britânico Brasileiro, em São Paulo, em 11 de maio. Dali sairá o vencedor que representará o Brasil na final internacional do FameLab, entre 7 e 12 de junho, em Cheltenham, na Inglaterra, ao lado de cientistas de diversos países.
Sucesso em todas as nações em que está presente, o FameLab no Brasil é fruto de uma parceria entre o British Council, organização internacional britânica para educação e relações culturais, e a FAPESP.
Interessados em assistir à final brasileira no dia 11, a partir das 17h, devem escrever até 10 de maio paracentro.info@britishcouncil.org.br informando nome completo, telefone, e-mail e RG.
O Centro Britânico Brasileiro fica na rua Ferreira de Araújo, 741, 1º andar, Pinheiros, São Paulo.
Mais informações: www.britishcouncil.org.br/famelab
Os finalistas
Bianca Assis Barbosa Martins - concentra sua pesquisa em biologia molecular e fitossanidade; investiga marcadores moleculares de resistência de plantas a herbicidas. Graduada em Engenharia Agronômica na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) em 2005, tem mestrado na área de fitotecnia (2008) e doutorado em Weed Science pela Oregon State University - Crop and Soil Science Department (2014), onde atuou como professora de graduação sobre manejo e controle de plantas daninhas. Com apoio da FAPESP, desenvolve o projeto de pós-doutorado "Elucidando os mecanismos de resistência a herbicidas em populações de capim-arroz (Equinochloa crus-galli L.) do Brasil”.
Camila Sampaio Machado - graduada em Física pela Universidade de São Paulo (USP) em 2010, tem interesse na área de Física de Partículas e de Física Hadrônica. Concluiu mestrado na USP e doutorado no Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e realiza atualmente, com bolsa Estágio de Pesquisa - Doutorado, o projeto "Espalhamento de bóson vetoriais transversos no contexto da teoria de campos efetiva” no European Organization for Nuclear Research (CERN), na Suíça.
Cibele dos Santos Borges - é graduada em Engenharia Biotecnológica, em 2010, e mestre em Biologia Celular Estrutural e Funcional, em 2013, pela Unesp. Atualmente é aluna de doutorado do Programa Biologia Geral e Aplicada no Instituto de Biociências da Unesp, com bolsas da FAPESP, concluiu projetos de iniciação científica (durante a graduação) e mestrado. Atualmente, desenvolve o projeto de doutorado na área de Farmácia/Análise Toxicológica relacionado a fertilidade.
Gisele Antoniazzi Cardoso - tem experiência na área de Genética e Biologia Molecular com ênfase na análise da expressão gênica. Graduada em Ciências Biomédicas pela Metrocamp, em Campinas, contou com bolsas da FAPESP na iniciação científica, mestrado em Genética e Biologia Molecular na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e atualmente é aluna de doutorado em genética, no Instituto de Biociências da USP.
Gustavo Satoru Kajitani - bacharel em Ciências Biológicas pela USP, em 2013, adquiriu na graduação experiência na área de Biologia Geral, com ênfase em Biologia Molecular. Com bolsas da FAPESP, realizou iniciação científica, mestrado e é aluno de doutorado pelo programa Interunidades em Biotecnologia, na USP. Atua sobre o tema Reparo de DNA, com enfoque no efeito específico de fotolesões geradas por irradiação ultravioleta. Tem experiência e interesse sobre extensão universitária, tendo organizado e ministrado cursos.
Ingrid Regina Avanzi - atualmente é doutoranda com bolsa FAPESP no Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental da Universidade de São Paulo (Procam-USP). Está no Canadá com bolsa Estágio de Pesquisa na Universidade de Toronto. Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Santa Cecília (bacharelado e licenciatura) e mestrado em Ciência Ambiental pela USP (2012). Tem experiência na área de Ciências Ambientais e Microbiologia, com ênfase no tratamento de locais contaminados com metais pesados e hidrocarbonetos aromáticos.
Jackson Itikawa - participou de dois projetos de iniciação científica e, com apoio da FAPESP, obteve bolsa também para mestrado e doutorado. Atualmente faz pós-doutorado vinculado ao projeto temático "Singularidades de aplicações diferenciáveis: teoria e aplicações”, apoiado pela Fundação, com projeto em Sistemas Dinâmicos. Jackson é bacharel em Matemática e em Engenharia Elétrica, ambos na USP, e tem um PhD em Matemática pela Universitat Autònoma de Barcelona, Espanha.
João Victor Cabral Costa - graduado em Farmácia-Bioquímica pela USP em 2014, foi bolsista do programa Ciência sem Fronteiras (CsF/Capes) na University of Minnesota. Tem experiência em pesquisa científica e extensão universitária e atualmente é mestrando no Laboratório de Neurobiologia Molecular e Funcional do Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, com bolsa FAPESP.
Leonardo Coelho Rabello de Lima - bacharelado em Educação Física (2010) e mestre (2013), tem bolsa FAPESP para desenvolvimento de projeto de doutorado em Desenvolvimento Humano e Tecnologias pela Unesp. Pesquisa nas áreas de fisiologia do exercício, dano muscular induzido pelo exercício, economia de corrida, treinamento, potencialização pós-ativação e handebol.
Manoela Romanó de Orte - é bolsista FAPESP para desenvolvimento de projeto de pós-doutorado sobre Metais pesados, Bioensaios e Ecotoxicologia no Instituto de Saúde e Sociedade da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Graduada em Oceanografia pela Universidade Federal do Paraná (2006), obteve mestrado na Espanha, na Universidad de Santiago de Compostela e na Universidad de Cádiz. Nesta universidade também concluiu o doutorado, em 2013. Tem experiência em oceanografia, com ênfase em interação entre os organismos marinhos e os parâmetros ambientais, ecotoxicologia e biogeoquímica.
Raphael Fernandes Casseb - obteve bolsas da FAPESP para realizar iniciação científica no Instituto de Física da Unicamp, doutorado direto em Neurociências com foco em doenças neurodegenerativas na Faculdade de Ciências Médicas da mesma universidade. Realizou estágio no exterior (doutorado) na Universidade de Calgary, no Canadá. Raphael é graduado em Física Médica pela Unicamp e tem interesse em ensino e pesquisa em Neurociências, Física, Física Médica e Matemática, com foco na união dessas áreas para o estudo do cérebro. Atualmente está em fase de conclusão da graduação de licenciatura em Física e participa de projetos de divulgação das pesquisas do Laboratório de Física Médica, onde trabalha.
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- 05/05/2016 - “O desprezo brasileiro pelas gerações do futuro”Academia de Ciências do Estado de São Paulo divulga carta com seu posicionamento sobre a indicação do bispo Marcos Pereira como Ministro da Ciência e Tecnologia, caso Michel Temer assuma o governo
Academia de Ciências do Estado de São Paulo divulga carta com seu posicionamento sobre a indicação do bispo Marcos Pereira como Ministro da Ciência e Tecnologia, caso Michel Temer assuma o governo
Fonte: Jornal da CiênciaO desprezo brasileiro pelas gerações do futuro
Posição da Academia de Ciências do Estado de São Paulo sobre a indicação de um religioso como Ministro da Ciência e Tecnologia
Qual a probabilidade do sucessor do Papa Francisco ser um cientista? Todos concordam que é nula. A não ser que o Vaticano ficasse no Brasil, onde um deputado que é bispo licenciado de uma igreja evangélica aparece cotado para ser Ministro da Ciência e Tecnologia.
O problema de existir no Brasil uma probabilidade de que algo tão inusitado aconteça não se relaciona com uma disputa histórica entre a ciência e a religião de como interpretar o mundo. Isto porque, no Brasil, a religião e a ciência coexistem pacifica e civilizadamente. Mas as duas formas de ver o mundo são muito diferentes bem como a formação e os métodos. Para gerir o MCTI é preciso ter formação em ciência, ou conhecê-la com profundidade.
O que a simples possibilidade de que um pastor de uma igreja evangélica seja cogitado para Ministro da Ciência e Tecnologia indica? Há duas possibilidades:
A primeira é que a indicação vem de um grupo que não tem a mínima ideia do que é ciência ou tecnologia e, possivelmente, nem mesmo sobre o que é religião. A incompatibilidade entre as visões de mundo das duas alas é histórica e não é preciso sequer ter um curso superior para ter ouvido isto várias vezes durante o ensino médio. Esta possibilidade, portanto pode ser descartada, pois qualquer grupo que esteja aconselhando o vice-presidente para montar uma estrutura de governo já deve saber disto e obviamente não cometeria um erro tão grosseiro.
A segunda é que a importância dada à ciência e à tecnologia pelo grupo que trabalha na montagem de um eventual novo governo para o Brasil considere o setor supérfluo a tal ponto que sequer pensaram em ser um pouquinho mais coerentes ao cogitar a indicação de um ministro para uma pasta tão importante. Será que mais uma vez, em meio a atual crise política, o loteamento de cargos irá prevalecer?
É óbvio o status que a Ciência e a Tecnologia tem nas grandes democracias cujas economias dominam o mundo, como os EUA, Canadá, Comunidade Europeia e Japão. Seria mero acaso que os países cujo desempenho econômico têm sido melhor e cujas democracias têm se solidificado mais são aqueles que cuidam melhor da Ciência e Tecnologia?
Historicamente, o Brasil tem tido períodos de lucidez e investido em Ciência e Tecnologia. Criou o CNPq e instituiu um Ministério de Ciência e Tecnologia. Muitos Estados criaram Fundações de Amparo à Pesquisa (as FAPs) e passaram a fomentar pesquisa localmente. Mas alguns políticos parecem ainda não ter compreendido a importância do setor para a sociedade. Alguns ainda parecem crer que a ciência é inútil, pois não conseguem enxergar o futuro, que é o produto mais importante da ciência.
O sinal dado pelo governo que provavelmente irá se despedir em breve foi absolutamente lamentável, utilizando o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação como uma moeda de barganha política e com isto colocando o futuro do Brasil em risco.
Os políticos brasileiros precisam entender que defender que o Brasil tenha uma ciência forte, capaz de gerar novas tecnologias e manter o País na vanguarda do mundo de forma a torná-lo mais competitivo, não é uma questão corporativa dos cientistas. É uma necessidade da sociedade.
É da segurança e riqueza das futuras gerações que estamos falando. Por isso, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação deveria ter o mesmo nível de importância que o Ministério da Fazenda, se o governo realmente quiser pensar no real futuro do Brasil e não no que vai acontecer nos próximos 2 ou 4 anos.
Este é o motivo pelo qual o MCTI não pode, em hipótese alguma, ser moeda de barganha política, mas sim um ministério estratégico para o Brasil.
Diretoria da Academia de Ciências do Estado de São Paulo
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- 04/05/2016 - Centenário da Academia Brasileira de Ciências é comemorado no RioABC realizou a Reunião Magna celebrando os cem anos de sua criação nesta terça-feira (3), no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Emília Ribeiro Curi, ministra em exercício do MCTI, ressaltou o papel da Academia para o desenvolvimento científico do País e defendeu a parceria entre governo, academia e setor privado. A presidente da SBPC, Helena Nader, participou da solenidade
ABC realizou a Reunião Magna celebrando os cem anos de sua criação nesta terça-feira (3), no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Emília Ribeiro Curi, ministra em exercício do MCTI, ressaltou o papel da Academia para o desenvolvimento científico do País e defendeu a parceria entre governo, academia e setor privado. A presidente da SBPC, Helena Nader, participou da solenidade
Fonte: Jornal da CiênciaUma solenidade no Museu do Amanhã, na noite desta terça-feira (3), marcou a comemoração do centenário da Academia Brasileira de Ciências (ABC), reunindo cientistas nacionais e de outros países, que vieram especialmente para a data. O governo federal foi representado pela ministra em exercício do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Emilia Ribeiro Curi.
Os presentes foram saudados pelo cientista Jacob Palis, atual presidente da ABC. Em seguida, o historiador e cientista político José Murilo de Carvalho lembrou a história da entidade, desde sua fundação, 100 anos atrás.
O novo presidente da ABC, o físico Luiz Davidovich, destacou que o País não pode prescindir de investir pesado em ciência e tecnologia para chegar ao desenvolvimento pleno. Segundo ele, a economia brasileira não deve se basear em matérias-primas extrativas e produção agrícola.
"É indispensável fazer ciência, tecnologia e inovação em um País como o Brasil. Temos um desenvolvimento científico tardio. As primeiras universidades brasileiras apareceram no início do século 20. Precisamos correr mais que os outros. E para isso precisamos de investimento pesado. Não se trata de migalhas, mas de um plano consistente para o futuro do País. Ressentimos a falta de um plano de longo prazo”, disse Davidovich, que toma posse com presidente da ABC nesta quarta-feira (4).
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- 03/05/2016 - Pesquisadores desenvolvem tecido que ajuda no combate ao câncerTecido biodegradável pode ser usado na consolidação pós-cirúrgica. Objetivo seria evitar tratamentos de radioterapia.
Tecido biodegradável pode ser usado na consolidação pós-cirúrgica. Objetivo seria evitar tratamentos de radioterapia.
Fonte: G1Um novo tecido de nanofibras absorvível pelo organismo, que pode ser empregado com remédios contra tumores, permitirá fazer tratamentos locais para combater o câncer, segundo explicou em comunicado a Universidade Politécnica da Catalunha (UPC).
Pesquisadores do Hospital Sant Joan de Déu e da UPC, desenvolveram o tecido, que serve para que os cirurgiões possam cobrir, durante a intervenção para retiradada do tumor, a zona operada para eliminar os restos tumorais que possam ter ficado.
Segundo explicou a UPC na nota, este sistema de administração local do tratamento antitumor é menos tóxico e mais efetivo que o habitual tratamento de consolidação pós-cirúrgico, a radioterapia.
O tratamento consiste na colocação da membrana no leito cirúrgico depois da extração do tumor, para que atue diretamente na região afetada com altas concentrações de fármaco.
Os pesquisadores provaram a eficácia deste novo sistema de administração do tratamento antitumor em animais e iniciaram os trâmites para obter a autorização da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), e assim poder iniciar as fases pré-clínica e clínica de seu primeiro fármaco orientado ao tratamento dos Sarcomas de Tecidos Brandos (STS).
O câncer é a doença que causa mais mortes infantis em toda Europa: anualmente, morrem 3.000 menores de 14 anos na Europa.
Estima-se que no mundo todo sejam diagnosticados 250 mil novos casos por ano, 90 mil deles não aguentam o tratamento e morrem.
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- 03/05/2016 - Método para metástases ósseas pode detetar doença cardiovascularFonte: SIC Notícias
Uma investigação desenvolvida na Universidade de Coimbra (UC) revelou que um radiofármaco utilizado na deteção de metástases ósseas pode ser eficaz também na identificação precoce da doença cardiovascular, foi hoje anunciado.
O radiofármaco fluoreto de sódio marcado com fluor-18, "usado classicamente na deteção de metástases ósseas, parece ser eficaz na identificação precoce da doença cardiovascular", de acordo com um estudo piloto realizado no Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), em Coimbra, afirma a UC numa nota hoje divulgada.
O método, que recorre a imagem não invasiva, foi aplicado a "indivíduos com risco cardiovascular, seguidos na consulta externa de cardiologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), por uma equipa multidisciplinar liderada pela docente e investigadora da Faculdade de Medicina da UC Maria João Ferreira.
Os investigadores verificaram que é possível "identificar placas ateroscleróticas em processo de microcalcificação ativa, mais vulneráveis" e, por isso, "mais sujeitas a rotura, o que parece relacionar-se com o risco de se associarem a quadros agudos, como o enfarte do miocárdio ou o acidente vascular cerebral", adianta a UC.
"O seu reconhecimento pode condicionar tratamentos que visam a sua estabilização e, consequentemente, a diminuição do risco de eventos cardiovasculares", acrescenta.
Os resultados obtidos "são muito promissores e parecem apoiar esta nova aplicação deste 'velho' marcador", sustenta Maria João Ferreira.
"Mas há ainda muito trabalho a ser desenvolvido" e é "indispensável" dar continuidade ao "esforço de uma equipa onde a investigação básica e clínica interagem de forma profícua", sublinha a investigadora.
"A importância deste conhecimento poderá, num futuro que se antevê próximo, relacionar-se com o risco cardiovascular do indivíduo e, por isso, com a sua orientação terapêutica", admite Maria João Ferreira.
Apostar em novos métodos de diagnóstico precoce das doenças do foro cardíaco é muito relevante porque, salienta a docente da Faculdade de Medicina de Coimbra, "a doença cardiovascular, nas suas várias componentes, é uma das principais causas de morte".
De acordo com estatísticas europeias, a doença cardiovascular é responsável por cerca de 42% das mortes nos homens e 51% nas mulheres, salienta a investigadora.
"Trata-se por isso de uma entidade clínica associada a enormes custos, de difícil contabilização, que urge tratar e sobretudo prevenir", salienta Maria João Ferreira.
"O diagnóstico precoce, bem como a estratificação de risco, são dois pilares importantes em qualquer estratégia que vise lidar com esta doença", conclui a especialista.
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- 02/05/2016 - MP recomenda que governo do DF instale tomógrafo comprado em 2013Equipamento custou R$ 3 milhões; Base não tem estrutura para instalação. Crise nos tomógrafos se agravou em 2015; G1 aguarda resposta da Saúde.
Equipamento custou R$ 3 milhões; Base não tem estrutura para instalação. Crise nos tomógrafos se agravou em 2015; G1 aguarda resposta da Saúde.
Fonte: G1O Ministério Público do Distrito Federal emitiu recomendação para que o governo instale, em até 90 dias, um aparelho de tomografia no Hospital de Base. O aparelho foi comprado em 2013 por R$ 3 milhões, mas nunca foi colocado em funcionamento por falta de estrutura. O documento estabelece um prazo de 90 dias.
O G1 entrou em contato com a Secretaria de Saúde para saber os motivos da demora na instalação do tomógrafo e as atitudes a serem tomadas, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem.
Segundo o MP, até o fim de abril as obras de adequação da infraestrutura para receber o tomógrafo ainda não tinham começado. Em janeiro, 6 das 12 máquinas de tomografia estavam quebradas e dívidas de 2014 ainda estavam pendentes.
A recomendação foi expedida nominalmente ao governador Rodrigo Rollemberg, por ser o responsável pelos gestores da saúde. "Passados mais de 1 ano e 4 meses desde o início de vosso mandato, verifica-se que o problema ainda se encontra pendente de solução, com pouca ou nenhuma evolução", diz o texto assinado pela promotora de Defesa da Saúde Marisa Isar.
O exame de tomografia serve para identificar lesões menores ou anomalias que não podem ser vistas em uma radiografia comum. Ele é mais barato e mais rápido que uma ressonância magnética e ajuda a identificar fraturas, derrames, tumores e problemas em "tecidos moles".
Sem licença
O documento do MP também aponta que o Núcleo de Medicina Nuclear do Hospital de Base não tem licença de funcionamento desde 2013. O documento precisa ser obtido junto à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que avalia se a estrutura física e os equipamentos radioativos são seguros.
Em 2015, segundo o Ministério Público, uma vistoria do CNEN no Base identificou uma série de pendências, além da documentação vencida, e determinou que todo o núcleo tivesse as atividades suspensas. A readequação do projeto arquitetônico foi aprovada pela Vigilância Sanitária em novembro, mas ainda não começou a sair do papel.
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- 01/05/2016 - USP desenvolve material que evita danos a células sadias na radioterapiaFonte: Portal AZ
Pesquisadores da USP em Ribeirão Preto (SP) desenvolveram um material capaz de identificar com precisão a intensidade de radiação emitida pelos equipamentos de radioterapia. O estudo, publicado esse mês em uma revista científica inglesa, deve tornar o tratamento contra alguns tipos de câncer mais seguro e eficaz.
O professor e orientador da pesquisa, Osvaldo Baffa Filho, explica que atualmente existem técnicas que ajudam os profissionais de saúde a calcular a quantidade de radiação emitida pelos equipamentos, de acordo com o tipo e a agressividade de câncer a ser combatido.
Apesar disso, muitas vezes os pacientes têm órgãos ou tecidos saudáveis afetados pelas ondas eletromagnéticas durante as sessões, causando queimaduras e destruição de células sadias, justamente porque os técnicos não conseguem "regular” os aparelhos com precisão.
"É diferente de fazer quimioterapia, em que você pega a dose de remédio, o paciente toma ou injeta, e você sabe o quanto está colocando. Na radioterapia você usa uma radiação ionizante que é invisível, e você tem que fazer com que essa radiação chegue até o tumor”, detalha.
O estudo começou há três anos e, nesse período, os pesquisadores desenvolveram um material composto por óxido de magnésio, acrescido dos elementos químicos lítio, cério e samário, capaz de acumular a radiação emitida pelos aparelhos de radioterapia.
"Essa tecnologia permite que a gente faça um filme, como se fosse uma chapa de raio-x, que vai mostrar qual a dose em cada ponto atingido pela radição. A gente vai conseguir fazer como se fosse uma fotografia em tempo bastante rápido, praticamente imediato”, diz.
Autor do estudo, o físico Luiz Carlos Oliveira afirma que o material já foi patenteado. O próximo passo é o desenvolvimento tecnológico, ou seja, buscar empresas que tenham interesse em transformar a substância em um produto comercial.
"Desenvolvemos a parte mais difícil, que é o elemento detector. Agora, cabe à indústria dar sequência. Com esse material faremos um controle de qualidade das máquinas. Então, verificar se o que foi planejado pelo médico realmente foi ou será entregue ao paciente”, afirma.
Para o radioterapeuta Harley Francisco de Oliveira, professor da Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão, a descoberta deve promover mais segurança ao tratamento radioterápico e qualidade de vida aos pacientes com câncer.
"O grande objetivo da medicina é levar a cura, sem os trantornos, os efeitos colaterais das toxicidades dos tratamentos e, principalmente, da radioterapia, que geralmente são reações sérias. Evidentemente, estamos promovendo benefícios a esses pacientes", afirma. -
- 29/04/2016 - Presidente da Nuclep nega processo de militarização da empresaFonte: Agência Brasil
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
O presidente da Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), Jaime Wallwitz Cardoso, negou hoje (29), em entrevista à Agência Brasil, que esteja em curso um processo de militarização na empresa, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e subordinada à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Denúncia nesse sentido foi feita ontem (28), durante manifestação em frente à companhia, organizada pela Associação dos Empregados da Nuclep (AEP).
Cardoso assegurou que a paralisação de 24 horas, convocada pela AEP, não ocorreu de fato. "Grande número de funcionários parou durante o dia, mas ninguém parou no segundo turno, à noite”, informou, acrescentando que, no período diurno, entre 30% e 50% dos empregados trabalharam.
Segundo o presidente da Nuclep, a manifestação de ontem foi utilizada com fins eleitorais por pré-candidatos a vereador na cidade de Itaguaí, região metropolitana do Rio de Janeiro, onde fica a fábrica da companhia. Cardoso acrescentou que uma manifestação desse tipo não tem representatividade porque, para isso, teria de ser convocada pelo Sindicato dos Metalúrgicos, "que é quem tem prerrogativa legal para fazer uma paralisação”.
Conforme o presidente da companhia, o sindicato foi contra o ato. Esse fato, de acordo com o presidente, diminui ainda mais a importância desse movimento, que teria sido "superdimensionado". Sobre aacusação de militarização da Nuclep, Jaime Cardoso esclareceu que, desde a fundação da empresa, em 1975, a Marinha tem representação no Conselho de Administração e ,desde 2008, ela ocupa a Diretoria Industrial da companhia.
"Nasceu com a Nuclep uma representação da Marinha”. Admitiu que um almirante da reserva cuida atualmente da segurança patrimonial, mas não foi indicado pela Marinha. "Foi nomeado porque tem um currículo de segurança excepcional”. Para Jaime Cardoso, não procede a denúncia de que haveria um esforço para transferir a Nuclep do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para o Ministério da Defesa. "Não tenho esse poder todo.”
À frente da empresa desde a primeira gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Jaime Cardoso assegurou que a Nuclep é uma empresa estratégica para o país, que trabalha em regime concorrencial, "como qualquer empresa privada, sem nenhum privilégio”. Defendeu que a discussão a respeito da Nuclep é no sentido de como a empresa, que tem a seu cargo obras estratégicas, poderia ter o melhor apoio possível.
Obras em curso
As obras mais importantes da Nuclep incluem a construção de quatro submarinos convencionais e o casco do submarinho nuclear, que integram o projeto do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), do qual a Nuclep vai participar até o fim. "Não dá para ninguém concorrer com a gente em matéria de importância de obra, porque o submarino nuclear só os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) fabricam. Diria que é a obra estratégica mais importante do país e do século.”
O diretor da Área Industrial da Nuclep, almirante Liberal Zanelatto, esclareceu que a companhia já entregou o primeiro dos quatro cascos dos submarinos convencionais. O segundo será entregue até o fim deste ano. Os demais serão concluídos, respectivamente, até dezembro de 2017 e de 2018. Para a planta do projeto de propulsão do submarinho nuclear, a Nuclep já tem 80% da engenharia concluídos. A fabricação dos componentes deve começar ainda em 2016, com término previsto até 2018.
O contrato para o casco do submarino nuclear é continuidade do contrato para construção dos submarinos convencionais e ainda não foi assinado. Como a Nuclep detém a tecnologia para fabricação de casco resistente, não terá dificuldade para construir o casco do submarino nuclear, devendo somente mudar algumas dimensões do convencional, afirmou o diretor.
Edição: Armando Cardoso
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- 29/04/2016 - Carregamento de material radioativo é exportado de MG para a ChinaAreia monazítica, de baixa radioatividade, saiu da INB, em Caldas (MG). Cerca de 225 toneladas seguirão por navio a partir do Porto de Santos.
Areia monazítica, de baixa radioatividade, saiu da INB, em Caldas (MG). Cerca de 225 toneladas seguirão por navio a partir do Porto de Santos.
Fonte: Portal G1 de Notícias (Sul de Minas)
Dez contêineres com carregamento de areia monazítica saiu nesta quinta-feira (28) de Caldas (MG), da unidade desativada da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), com destino ao Porto de Santos (SP), de onde devem seguir para a China.
Segundo a assessoria de imprensa da INB, a areia monazítica é um material de baixa radioatividade e 225 toneladas foram vendidas para o continente asiático. Elas foram transportadas em 10 carretas. Por meio de nota, a assessoria informou também que o material não exige cuidados especiais de radioproteção no transporte, mas, mesmo assim, o carregamento foi acompanhado por representantes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).
"A areia monazítica é um produto natural, que foi retirado da praia de Buena (RJ), com baixa radioatividade, mas, precisamos de uma autorização do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) e de uma autorização de transporte durante o carregamento, justamente para ter os cuidados de proteção radiológica. Nós acompanhamos todo o processo que se deu no dia de ontem [quinta-feira]”, disse a coordenadora da Cnen, Maria Helena Taddei.
Segundo um representante da diretoria da INB, a areia monazítica foi trazida a Caldas no início dos anos 2000 para a realização de testes para a produção de terras raras, material usado no desenvolvimento de produtos eletroeletrônicos de alta tecnologia, mas o projeto foi interrompido e o material inutilizado.
Segundo o geólogo Hélio Scalvi, que fui funcionário da INB por mais de 20 anos, a areia monazítica é de fato usada em materiais de alta tecnologia. "Ela é proveniente do fosfato das terras raras e composta principalmente de urânio e tório. Quando aberta, ela produz minerais das terras raras, usados em ímãs e produtos de alta tecnologia, que não são comprados por toneladas, mas por quilos, de tão caros que são", disse.
A coordenadora da Cnen explicou ainda que a parte da areia misturada a outros materiais para os testes continuam na empresa. "Esse material foi obtido pela empresa e o rejeito está armazenado contíguo, seguramente contido”, explicou.
Ainda conforme a INB, o produto foi vendido para uma empresa chinesa, com a qual a INB firmou um contrato de exportação em 2014. A exportação começou no ano passado e o volume total previsto no contrato é de 6,5 mil toneladas.
Lixo nuclear seria exportado
Em agosto de 2013, a INB informou que cerca de 16 mil toneladas do lixo nuclear e radioativo, conhecido como Torta II, que estão no depósito desativado da empresa em Caldas, seriam enviados para a China por meio de um acordo entre a empresa e a Global Green Energy Science Technology.
Ainda para o geólogo Hélio Scalvi, é bom que a areia foi retirada. "É bom que ela foi levada, embora haja pouca radioatividade. Mas o interessante seria que os chineses levassem a torta II, que é um material muito mais radioativo, muito mais interessante para se deixar o planalto de Poços de Caldas (MG)", completou.A exportação havia sido autorizada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). No entanto, segundo a INB, o contrato anunciado em 2013 foi cancelado porque o comprador não conseguiu licença do governo chinês para sua importação.
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- 29/04/2016 - Fapesp responde criticas de Alckmin sobre pesquisas 'sem utilidade prática'Fonte: Luis Nassif (online)
Jornal GGN -Por meio de nota, o Conselho Superior da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) responde às críticas do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que recentemente afirmou que o órgão estaria dentro de uma "bolha acadêmica" e que financiaria pesquisa sem "nenhum serventia prática".
A Fapesp afirma que determinados estudos são realizados não para chegar a resultados práticos, "mas sim para tornar as pessoas e sociedades mais sábias", explicando que, pela própria natureza da ciência, os resultados podem ser obtidos em diferentes prazos, de maior ou menro extensão. A fundação também afirma que as pesquisas com aplicabilidade prática tem recebido mais da metade dos recursos destinados à atividades-fim do órgão. Leia mais abaixo:
Da Fapesp
O Conselho Superior da FAPESP divulgou, em 28 de abril de 2016, a seguinte nota:A FAPESP considera importante o debate na sociedade sobre o papel da pesquisa no Estado de São Paulo. Por determinação constitucional, esta Fundação deve apoiar o "desenvolvimento científico e tecnológico” no Estado de São Paulo (artigo 271, caput da Constituição Estadual) em todas as áreas do conhecimento (artigo 16, parágrafo primeiro da Lei 5918 de 1960).Pela natureza intrínseca da ciência, resultados práticos de diferentes pesquisas podem se verificar em diferentes prazos, de maior ou menor extensão. Algumas pesquisas não se realizam para chegar a resultados práticos, mas sim para tornar as pessoas e as sociedades mais sábias e, assim, entenderem melhor o mundo em que vivemos, o que é uma das missões da ciência.O Conselho Superior da FAPESP destaca que o apoio à pesquisa com vistas a aplicações tem recebido mais da metade (52% nos últimos três anos) dos recursos totais destinados às atividades-fim da Fundação. Por determinação legal, 95% do orçamento anual da FAPESP são destinados ao financiamento de pesquisas e é vedado à Fundação assumir encargos externos permanentes de qualquer natureza, inclusive salários.Desde a sua criação, e por determinação legal, a FAPESP constituiu um patrimônio rentável que lhe permite, em situações de crise, não deixar de cumprir seus compromissos assumidos. Tal patrimônio tem sido administrado com rigor e eficácia ao longo de sua história e impedido que pesquisas importantes sejam interrompidas abruptamente por falta de recursos em tempos de arrecadação em baixa, como o atual.O Conselho Superior afirma que a FAPESP, com a autonomia de que desfruta constitucionalmente, continuará obedecendo aos preceitos legais, atendendo às demandas de financiamento da pesquisa em todas as áreas do conhecimento científico e tecnológico.A FAPESP está sempre atenta às demandas da sociedade, em busca do contínuo aperfeiçoamento do seu funcionamento, e continuará contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico do Estado de São Paulo e do Brasil, como vem fazendo diligentemente em seus mais de 53 anos de existência. -
- 28/04/2016 - Fundação Getúlio Vargas lança caderno de energia nuclearFonte: ABENA FGV Energia acaba de lançar o Caderno de Energia Nuclear, que analisa oportunidades para a implementação e expansão desta fonte de geração na matriz elétrica brasileira. A publicação contou com a colaboração de profissionais da Eletronuclear e de outras instituições do setor. O prólogo é assinado pelo diretor de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente, Leonam dos Santos Guimarães.
O caderno foi lançado ontem (27) na sede da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro. Além de Leonam, o evento contou com a presença do presidente da Eletronuclear, Pedro Figueiredo, e do secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Luiz Eduardo Barata.
A publicação tem capítulos sobre tecnologia nuclear, segurança e confiabilidade, energia nuclear no mundo, perspectivas para o Brasil e um modelo de negócio para a geração de energia nuclear no Brasil. O documento integra os Cadernos FGV Energia, que versam sobre diversos temas do setor energético com o objetivo de disseminar conhecimento, informações e análises de mercado atualizadas.
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- 28/04/2016 - Empregados da Nuclep denunciam militarização da empresa pela MarinhaFonte: Agência Brasil
Alana GandraEmpregados da Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep) denunciaram hoje (28) que estão passando por um processo de "militarização”. A denúncia foi feita em ato efetuado fora das instalações da empresa de economia mista, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e subordinada à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
"Nós temos as comprovações que a parte territorial marinha, a Marinha está tomando e, agora, a Nuclep está passando algumas diretorias para a Marinha”, disse à Agência Brasil o diretor da Associação dos Empregados da Nuclep (AEP), David Neves. Segundo ele, o atual presidente da Nuclep, Jaime Cardoso, não conseguiu ainda mudar a empresa para o Ministério da Defesa.
David Neves afirmou que a companhia, que durante as décadas de 1970 e 1980 desenvolveu equipamentos de grande importância para a nação, continua desenvolvendo até hoje obras estratégicas para o país, não só na área nuclear. Acrescentou, porém, que o presidente não dá o devido valor aos funcionários da casa: "Ele está fazendo acordo com o Ministério da Defesa para poder se manter no cargo, e está passando tudo para o militarismo”.
O diretor da AEP informou que Jaime Cardoso demitiu há pouco todo o quadro comissionado do diretor administrativo, Saulo Farias, e colocou para assumir a segurança patrimonial da Nuclep um almirante da reserva. "Toda a parte de controle que liga a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (Ufem), empresa da Marinha, com a Nuclep está de porteira aberta. É tudo da Marinha”. A Ufem integra o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), da Marinha. O funcionário lembrou ainda que a diretoria industrial da Nuclep já é exercida também pelo almirante Liberal Zanelatto, desde 2011, que sempre assume a presidência da companhia, na ausência do titular.
A AEP solicita apoio da sociedade para impedir que a Nuclep passe efetivamente para a Marinha e saia do âmbito do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. As irregularidades apontadas foram encaminhadas à direção da CNEN. Os empregados denunciaram também que, pela primeira vez, foram impedidos pelos dois almirantes de se manifestar no pátio da empresa. "Às 5h, os guardas já estavam em fileira. Eles expulsaram os funcionários”. Daí, a mobilização foi feita na rua e resultou em 100% de apoio para a proposta de não militarização da empresa. Do total de 1.068 funcionários, mais de 970 são associados à AEP.
A intenção dos servidores é que a Nuclep continue como empresa para fins estratégicos, "não para fins da Marinha”, indicou David Neves. Os funcionários receiam que possa ocorrer demissões na companhia, devido à falta de obras no pátio, como foi registrado na Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron), estatal da Marinha do Brasil, de onde 400 empregados foram dispensados, em fevereiro deste ano. "Será que eles vão ter pena da gente?”, indagou o diretor da associação.
Posicionamento
Controladora da Nuclep, a CNEN informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não tem ingerência real sobre a empresa, ou seja, não exerce um controle efetivo. Acrescentou que questões internas têm que ser respondidas pelo próprio presidente da Nuclep.
Procurada pela Agência Brasil, a direção da Nuclep não respondeu às ligações, nem apresentou nenhum posicionamento. Segundo a assessoria de imprensa, a manifestação foi um fato isolado, efetuado fora das instalações da empresa, devido à discordância com a demissão de um diretor e funcionários.
Edição: Jorge Wamburg
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- 27/04/2016 - FGV Lança caderno de Energia Nuclear e defende novos modelos de negócio para o setorFonte: Petro NotíciasParalisada hoje em meio à dificuldade de concretizar projetos no mercado brasileiro, a indústria nuclear segue viva como promessa para as próximas décadas no país. A estabilidade de seu ciclo produtivo, a produção em larga escala e as operações pouco nocivas ao meio ambiente impulsionam o interesse de investimentos em usinas, mas o momento ainda é de superar obstáculos e firmar as bases do setor para uma expansão na matriz energética. Com esse foco, a FGV lança nesta quarta-feira (27) seu novo Caderno de Energia Nuclear, que congrega estudos do segmento e análises de mercado para traçar o caminho a ser seguido pela indústria nacional, abordando questões como regulamentação e a participação de investidores privados em projetos do setor.
De acordo com o coordenador de P&D do Centro de Estudos de Energia da FGV, Felipe Gonçalves, existe hoje a necessidade de serem desenvolvidos novos modelos de negócio que abarquem o financiamento de empresas privadas, sem que o governo abra mão, no entanto, da operação das usinas. Com a alteração do monopólio previsto na Constituição para projetos nucleares, uma nova regulação pode vir a destravar investimentos que concretizem os planos de expandir a carteira nacional de plantas até 2030. A chegada de novas companhias, no entanto, não deve abranger as obras de Angra 3, segundo Gonçalves, apesar de especulações recentes quanto à participação de investidores internacionais em um novo modelo de licitação. "Isso só poderia ser alterado por meio de uma nova interrupção para fazer a revisão do projeto, o que traria um prejuízo econômico muito grande pelo atraso de obras e de fluxo financeiro. Seriam mais perdas do que benefícios.”
Qual é o foco do novo caderno de energia nuclear?Neste trabalho, a FGV busca investigar todas as oportunidades de expansão energética da matriz, e nós entendemos que a energia nuclear é uma fonte que deve ser avaliada de uma forma mais técnica. É preciso investigar tanto pelo viés da sustentabilidade ambiental quanto da econômica. No caderno, buscamos avaliar as oportunidades e os desafios para a inserção da energia nuclear na matriz energética brasileira.
Como são avaliadas as oportunidades do setor hoje?A energia nuclear tem uma série de características técnicas que permitem trazer segurança à matriz, e é uma energia que pode ser trabalhada de forma contínua, sem depender de ciclos mundiais, como é o caso do gás natural. Com ela, podemos trazer uma complementaridade à matriz, que hoje é dependente de hidrelétricas e tem planejamento focado em renováveis. Ela seria uma das opções para avaliarmos isso, porque dominamos o ciclo e temos uma reserva muito grande de urânio. Além disso, a questão das emissões também é importante, e a energia nuclear é considerada uma fonte limpa, desde que tratada de forma adequada. Por todos esses aspectos, incluindo o fato da energia nuclear ficar mais próxima do centro de carga, demandando menos logística, ela deve ser avaliada como uma opção para o país.
E quais são hoje os principais desafios para o desenvolvimento dessa indústria?O primeiro deles é que os projetos nucleares dependem de um grande nível de investimento, na casa dos R$ 7 bilhões aos R$ 10 bilhões, e dependem de um cronograma muito bem controlado. A cada atraso que se tem, você onera o projeto com custo de financiamento. Sem uma regulação bem definida, você fica sujeito a intervenções no âmbito regulatório, traz um risco muito elevado aos projetos e tem dificuldade de financiar. Isso fez com que o setor tenha sido desenvolvido com investimento estatal. Hoje, porém, o governo está sobrecarregado, e a tendência é que isso abra para a iniciativa privada auxiliar. No caso do setor nuclear, a Constituição bloqueia a participação de empresas privadas em usinas, então um dos desafios que trazemos são modelos de negócios capazes de fazer com que projetos possam ser financiados pela iniciativa privada. Mas sem abrir mão da operação, que deve ser mantida como monopólio da União.
Que outras mudanças podem ser feitas?Nós precisamos de uma agência de regulação mais específica. Hoje, todo fomento à pesquisa é feito pela CNEN, mas internacionalmente essas atividades estão separadas das funções de operação e regulação. Os principais desafios hoje são fazer uma revisão regulatória para criar estabilidade e um modelo institucional que permita a participação da iniciativa privada. Também é preciso que tenhamos um normativo brasileiro para trazermos as tecnologias mais recentes com normas específicas de construção, porque é preciso revisar alguns pontos de segurança nas usinas de Angra 1, 2 e 3. São todas questões que precisam ser encaradas antes de darmos início a uma retomada do setor.
O senhor avalia que existe hoje um posicionamento favorável do governo nesse sentido?O que observamos em relação ao governo é que há uma nova visão sobre a expansão da energia nuclear, com a previsão do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) de trazer novas usinas nos próximos 30 anos. Existe essa sinalização pela retomada, mas não adianta nos atermos a ideia de que será financiado pelo Estado. Precisamos de um ambiente que favoreça a entrada da iniciativa privada, estabelecendo o papel dela como fomentadora e permitindo que se mantenha a segurança na operação. Temos uma das usinas mais bem operadas do mundo, que é Angra 2, então acho que não podemos abrir mão dessa nossa capacidade.
Acha que essas mudanças podem ser aplicadas à usina de Angra 3?A usina de Angra 3 é um projeto em andamento que está sendo gerido pela Eletronuclear, e uma mudança ainda envolveria o desafio regulatório do monopólio na Constituição. Isso só poderia ser alterado por meio de uma nova interrupção para fazer a revisão do projeto, o que traria um prejuízo econômico muito grande pelo atraso de obras e de fluxo financeiro. Seriam mais perdas do que benefícios.
Recentemente houve especulações sobre uma possível entrada de investidores estrangeiros no projeto. Como avalia que isso seria feito?É possível, mas seria necessário definir o papel desses investidores e como seria garantida a remuneração deles, sem que estivessem envolvidos na operação das usinas. A não ser que se promova uma mudança na Constituição, mas esses prazos não podem nos trazer mais prejuízos. É preciso ver quais são os impactos financeiros para fazer esses arranjos, isso tem que estar na conta. Se fizer a ponderação, acho que vai ser uma solução sem visão abrangente.
Então avalia que não é viável a entrada da iniciativa privada em Angra 3?Não posso dizer se é viável ou não, mas é necessário levar em consideração qual modelo institucional será adotado para garantir essa participação, e em qual prazo isso pode ser feito. Dependendo do prazo, posso estar onerando sobremaneira o projeto, e isso vai entrar na conta. Temos que entender quem arcaria com esse possível prejuízo.
Que mudanças podem ser emplacadas no médio prazo para o setor nuclear?Eu acho que, no médio prazo, temos que discutir a questão do monopólio, considerando um papel que viabilize o financiamento da energia nuclear pela iniciativa privada, sem que isso traga prejuízo para a segurança operacional. Isso é o principal. Também é necessário debater emendas constitucionais para o setor, que estão paradas no Senado, com o objetivo de avaliar isso. Outro ponto importante é termos uma agência reguladora focada em regulação.
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- 27/04/2016 - Fusão nuclear é promissora para produção de energia no futuro, afirma presidente da CnenBrasil e a Comunidade Europeia de Energia Atômica assinaram acordo de cooperação em energia de fusão.
Brasil e a Comunidade Europeia de Energia Atômica assinaram acordo de cooperação em energia de fusão.
Fonte: MCTIBrasil e Comunidade Europeia de Energia Atômica (Euratom) assinaram acordo de cooperação para o desenvolvimento da energia de fusão. O acordo, publicado no Diário Oficial da União (DOU), tem o objetivo de transformar a energia de fusão em fonte aceitável do ponto de vista ambiental, economicamente competitiva e virtualmente ilimitada. Por meio do acordo, Brasil e a Euratom pretendem intensificar a parceria em seus programas de fusão nuclear, desenvolvendo os conhecimentos científicos e a capacidade tecnológica no setor.
"No Brasil, as ações deste acordo vêm sendo desenvolvidas tanto no plano das pesquisas quanto nos aspectos administrativos e burocráticos por diferentes entidades nacionais. Entendo que o processo de fusão nuclear seja um dos mais promissores para a produção de grandes quantidades de energia no futuro", avalia o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Renato Cotta. "Em consonância com essa visão, dentro do empreendimento do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que está sendo desenvolvido pela Cnen, está previsto um laboratório de fusão", acrescentou.
Parceria
A cooperação inclui o intercâmbio e fornecimento de informações sobre atividades científicas e tecnológicas, eventos, práticas e resultados, além de políticas e planos de programas, com troca de informações reservadas. Também é previsto o intercâmbio de cientistas, engenheiros e outros especialistas, por períodos a definir, para participarem em experiências, análises, concepção e outras atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D).
A parceria prevê ainda a organização de seminários e outras reuniões para discussão e troca de informações sobre os temas que envolvem a energia de fusão, além do fornecimento de amostras, materiais, equipamentos (instrumentos e componentes) para experiências, testes e avaliações.
Brasil e Euratom instituirão um comitê encarregado de coordenar e supervisionar a realização das atividades previstas no acordo para avaliar o progresso dos planos. O comitê será integrado por Cnen, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Ministério das Relações Exteriores. Cada parte designará um número igual de especialistas para o comitê e nomeará como chefe de sua delegação um de seus membros designados. O colegiado se reunirá anualmente, no Brasil e na União Europeia, alternadamente, em datas a definir.
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- 27/04/2016 - Plano de energia até 2050 incluirá novas usinas nucleares, diz MMEFonte: Valor Econômico
O governo está em fase de conclusão do Plano Nacional de Energia (PNE) 2050, estudo com diretrizes de longo prazo para cada fonte de energia no país, informou o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Luiz Eduardo Barata. Segundo ele, o documento vai prever a construção de novas usinas nucleares no Brasil. "Estamos agora na fase de conclusão do PNE 2050, que seguramente vai contemplar construção de usinas nucleares”, disse Barata, durante cerimônia de lançamento do Caderno de Energia Nuclear da FGV, no Rio de Janeiro.
Segundo ele, falta apenas definir a localização e o número de usinas nucleares com que o governo pretende contar até 2050. Barata lembrou que o estudo atual, com horizonte até 2030, prevê a construção de quatro usinas nucleares no período. O PNE 2030, porém, é considerado defasado pelo mercado.
"Entendemos, e os números mostram, que a energia nuclear hoje é de fato competitiva. Não há razão alguma para que não continuemos investindo na tecnologia. [A tecnologia] é competitiva e de baixo [emissão] carbono”, completou Barata.
O Brasil possui atualmente duas usinas nucleares em operação, totalizando cerca de 2 mil megawatts (MW) de capacidade instalada. Além disso, está em construção a usina nuclear de Angra 3, de 1.405 MW.
Angra
O presidente da Eletronuclear, braço do grupo Eletrobras responsável pela geração de energia nuclear, Pedro Figueiredo, disse que ainda é possível iniciar a operação comercial da usina nuclear de Angra 3 até o fim de 2020. As obras do empreendimento estão paralisadas desde setembro de 2015, por falta de pagamento a fornecedores.
"A obra está parada por uma série de coisas: ‘Lava Jato’ [investigação da Polícia Federal sobre suposto esquema de corrupção envolvendo contratos de Angra 3], falta de financiamento, que não se resolve etc.”, disse. "Ainda miramos 2020 como perspectiva real. O final de 2020 ainda é uma data razoável [para iniciar a operação da usina]”, completou.
Segundo ele, para retomar a construção da terceira usina nuclear brasileira, é preciso solucionar três pontos. O primeiro é terminar a investigação interna feita pela companhia sobre suposto esquema de corrupção envolvendo contratos de Angra 3. Segundo Figueiredo, a investigação deve ser concluída "brevemente”.
O segundo ponto é definir um novo orçamento para a montagem eletromecânica da usina. Figueiredo contou que a empresa contratou a Deloitte para auxiliar na elaboração do orçamento.
O último ponto, disse o executivo, é cancelar os contratos que geraram suspeita de fraude e realizar novos processos licitatórios. "Estamos cancelando esses contratos”, afirmou. "A partir daí, voltaremos aos bancos [para discutir o financiamento do projeto]”, completou.
Angra 3 tem capacidade instalada prevista de 1.405 megawatts (MW). Os dois principais contratos da usina – o de obras civis, que estava a cargo da Andrade Gutierrez, e o de montagem eletromecânica, firmado com um pool de construtoras – estão sendo investigados pela própria companhia e pela Polícia Federal, por indícios de fraude e corrupção.
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- 27/04/2016 - Investigações sobre irregularidades em Angra 3 devem ser concluídas até julhoFonte: Agência Brasil
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
As investigações sobre irregularidades em empreendimentos na construção da Usina Nuclear Angra 3 deverão estar concluídas até o final do primeiro semestre deste ano, disse hoje (27), no Rio de Janeiro, o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Luiz Eduardo Barata. Ele participou, na Fundação Getulio Vargas, do lançamento da edição sobre energia nuclear da publicação Cadernos FGV Energia.
A auditoria investiga as condições de todos os contratos das obras de Angra 3, que foram suspensos, bem como as fontes de financiamento, para apurar esquema de corrupção entre funcionários da Eletronuclear e fornecedores. De acordo com a Polícia Federal, o ex-presidente da Eletronuclear, almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, é suspeito de ter recebido R$ 4,5 milhões de propina em contratos da Andrade Gutierrez e da Engevix.
Decisões corretas
A expectativa é que todo o processo envolvendo a usina, com estabelecimento de novo preço para a energia gerada e novo cronograma da obra, esteja encerrado até o segundo semestre. "Nós vamos estabelecer um novo preço para a energia e a obra vai ser retomada. Serão necessários três anos para a conclusão da obra. Eu acredito que é possível [concluir em] 2020”.
O presidente da Eletronuclear, Pedro Figueiredo, esclareceu que se a montagem da usina, englobando tubulações, geradores de vapor, válvulas, não for feita em 48 meses, a usina não entrará em funcionamento em 2020. "Se nós tomarmos decisões corretas aqui, no mês de agosto, dá tempo para entrar com essa linha”. Por outro lado, Figueiredo disse que a primeira coisa necessária é o resultado da auditoria externa, patrocinada pela Eletrobras, que vem sendo feita por advogados americanos, para apurar irregularidades sobre Angra 3. A segunda condição é a análise do orçamento da montagem, "que gerou essa confusão toda”, feita por uma empresa independente, a Deloitte.
O orçamento de R$ 2,9 bilhões referentes à montagem eletromecânica de Angra 3 foi considerado razoável por Figueiredo. "Não teve superfaturamento”, disse, indicando que as próprias delações feitas na Operação Lava Jato confirmam esse fato. Porém, ele disse que se chegar agosto deste ano e essas condições não estiverem resolvidas, Angra 3 dificilmente entrará em operação em 2020.
Novas usinas
O presidente da Eletronuclear diz que a decisão sobre a construção de novas usinas nucleares no Brasil compete ao Ministério de Minas e Energia. "É ele que tem o poder, a caneta e a autonomia para dizer o que a gente vai fazer”. Locais em Pernambuco, Sergipe e Espírito foram estudados para a construção de novas usinas.
"Por enquanto, é tudo superficial”, disse Figueiredo. Segundo o presidente, esses lugares atendem aos critérios básicos, como linhas de transmissão e logística, mas é preciso que apresentem também infraestrutura industrial, para que não seja preciso repetir o que foi feito na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense, onde estão situadas as usinas Angra 1 e 2, onde não havia sequer telefone e a Eletronuclear teve que construir tudo. "Hoje em dia, não dá para fazer isso, porque o preço vai lá para a estratosfera”.
Consenso
Autoridades, acadêmicos e entidades do setor nuclear presentes ao lançamento do caderno da FGV Energia foram unânimes em analisar que para a retomada do Programa Nuclear Brasileiro, o Brasil tem que vencer alguns desafios. O principal é a regulação, ou seja, o estabelecimento de um ambiente jurídico e institucional seguro e estável. "A legislação sobre o setor nuclear precisa ser revista com urgência”, disse o presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), João Carlos Tupinambá.
Outros desafios indicados pelos especialistas são a manutenção do conhecimento adquirido e o acompanhamento de desenvolvimentos tecnológicos que ocorrem na área, além do financiamento e definição do modelo de negócios, que admite a participação do capital privado. O presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), Antonio Muller, diz que para que novas usinas nucleares possam entrar em funcionamento em 2025, "a decisão tem de ser tomada agora”, porque as obras demoram, em média, cinco anos para serem construidas.
O presidente da Eletronuclear, Pedro Figueiredo, analisou que a geração nuclear não é a solução para todos os problemas do setor elétrico brasileiro, entretanto, ele diz que a combinação entre as fontes eólica (dos ventos), solar, biomassa e nuclear "é imbatível e o Brasil tem todos esses componentes”.
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- 26/04/2016 - Eletronuclear inicia transporte de combustível para recarga de Angra 1Fonte: ABENHoje (26), teve início o transporte de 40 elementos combustíveis que compõem a 22ª recarga da usina nuclear Angra 1, prevista para começar no dia 18 de junho. Foram fabricadas 16,5 toneladas de pastilhas de dióxido de urânio (UO2) na Fábrica de Combustível Nuclear das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Resende (RJ). Parte do urânio utilizado foi enriquecido no Brasil.
O deslocamento para Angra dos Reis é realizado em cinco etapas, sendo transportados oito elementos combustíveis em cada uma. Cabe aos técnicos da INB a embalagem do material, sob supervisão da Gerência de Combustível Nuclear da Eletronuclear, responsável pela inspeção, aceitação e logística do transporte.
Em cada viagem, comboios de caminhões carregam os elementos combustíveis, escoltados pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e pela Polícia Rodoviária Federal. A operação também é acompanhada por uma equipe da Eletronuclear que inclui profissionais das divisões de segurança empresarial e proteção radiológica (DIPRO) e da área de infraestrutura de serviços.
Eventualmente, também fazem parte dos comboios representantes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e das defesas civis do estado do Rio e dos municípios por onde passa o carregamento. Além disso, a operação é informada ao Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron), à Polícia Federal, à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e ao Comando Militar do Leste, que fica de sobreaviso.
Garantia de segurança
Todo o planejamento é feito para assegurar que a atividade não implique em risco à população ou ao pessoal envolvido e que o combustível chegue em segurança à central nuclear de Angra. Por esse motivo, as datas e os horários do transporte são sigilosos. O mesmo vale para as rotas utilizadas, sendo que, no total, existem três opções de trajeto. Além disso, os caminhões que carregam os elementos combustíveis trafegam com velocidade controlada para evitar danos ao material.
Ao chegar ao seu destino, o carregamento é verificado por técnicos da INB e por uma equipe especializada de Angra 1. O material é armazenado, primeiramente, num depósito seco e, depois, na piscina de combustíveis, onde fica até a hora do reabastecimento. Este procedimento todo leva cerca de doze horas. "É um longo processo, que exige empenho máximo de todos os atores envolvidos para garantir a qualidade e a segurança do combustível usado pela Eletronuclear”, explica Renata Wolter dos Reis Nery, gerente de Combustível Nuclear da empresa.
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- 26/04/2016 - Novo material amplia controle de máquina em radioterapiaMaterial é resultado de pesquisa inédita e funciona como um dispositivo de memória
Material é resultado de pesquisa inédita e funciona como um dispositivo de memória
Fonte: Planeta OsascoEm busca de maior eficiência para os detectores de radiação usados em máquinas de radioterapia, pesquisadores do Departamento de Física da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP desenvolveram novo material, a base de óxido de magnésio, com adição de Lítio, Cério e Samário e que adquire propriedades luminescentes e dosimétricas, capaz de registrar com precisão, e quantas vezes for necessário, a quantidade de radiação recebida. A ideia dos pesquisadores é que, no futuro, esse possa ser um importante instrumento no controle de qualidade das máquinas de radioterapia.
A radioterapia de intensidade modulada e a próton terapia são técnicas modernas utilizadas no tratamento de tumores. Essas técnicas permitem alcançar alvos específicos com altas doses de radiação, poupando o máximo possível os tecidos saudáveis. Esses tratamentos são sofisticados e exigem planejamento e programa de controle de qualidade complexos. Segundo especialistas, faltam detectores eficientes para isso, que consigam medir as doses de radiação emitidas pelas máquinas de radioterapia, capazes de reproduzir sozinhos a distribuição de dose planejada de radiação e que identifiquem e meçam alvos.
Segundo o físico Luiz Carlos Oliveira, esse é o resultado de pesquisa inédita e o material funciona como se fosse um dispositivo de memória. Quando submetido à radiação ionizante (radiação com altas concentrações de energia), o material sofre um processo de "gravação”, ou seja, informações são armazenadas no seu interior. Se desejamos saber a quanto de radiação o material foi exposto basta ‘ler’ a informação registrada. A leitura da informação armazenada no material é feita por meio da sua iluminação. "Quanto maior for a luz emitida de volta pelo material, maior terá sido a dose a que ele foi exposto”.
Para deixar mais claro o funcionamento do material, Oliveira faz uma analogia com uma fotografia. "Seria como produzir a imagem medindo a intensidade de luz de cada um dos seus milhões de pontos (pixels). ”
Dosimetria da radiação
Com características únicas, diz o pesquisador, esse novo material é adequado para a dosimetria da radiação ionizante, como o RX, por exemplo, em duas dimensões, a chamada dosimetria bidimensional, que faz a leitura de uma extensa área a ser medida. Outro importante resultado apresentado pelo material desenvolvido no laboratório é a rapidez com que é possível fazer a leitura da quantidade dessa radiação. "Esse material é altamente sensível a radiação, pode medir desde doses muito pequenas até muito grandes, além de manter a estabilidade do sinal e também ser capaz de distinguir e medir alvos”.
Oliveira lembra que, atualmente, a determinação da distribuição de dose é uma dificuldade tecnológica. Outros laboratórios também trabalham para solucionar o problema e diversos tipos de materiais têm sido usados ou testados na dosimetria bidimensional em radioterapia. "É difícil medidas de precisão melhor que 5%, devido à combinação de fatores como, por exemplo, dependência com a energia de fóton, alcance dinâmico limitado, que é o trecho entre o valor mais escuro e o mais claro de uma imagem, instabilidade do sinal, condições de processamento”.
E o pesquisador comemora o feito do laboratório onde atua "o material que descobrimos supera esses fatores limitantes devido as suas propriedades intrínsecas. Trata-se de um material que reúne várias das características que os outros materiais apresentam separadamente, num único pacote”. Oliveira lembra, ainda, que o óxido de magnésio acrescido de Lítio, Cério e Samário não se encontra disponível para comercialização, pois ainda é fabricado em escala laboratorial. "No momento somente nosso laboratório é capaz de reproduzi-lo”, diz Oliveira.
A pesquisa deu origem ao trabalho MgO: Li, Ce, Sma as a high sensitive material for Optically Stimulated Luminescense dosimetry que foi publicado no dia 14 de abril, na revista Scientific Reports do Grupo Nature. O trabalho é resultado do pós-doutorado de Oliveira e foi supervisionado pelo professor Oswaldo Baffa Filho, da FFCLRP e contou com a colaboração do professor Eduardo Yukihara, da Universidade do Estado de Oklahoma, Estados Unidos.