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- 04/04/2016 - MPF denuncia hospital por expor pacientes a mais tempo de radiaçãoInstituto de tratamento de câncer fica situado em Campos, no RJ. Hospital manteve equipamento funcionando abaixo dos níveis, diz MPF.
Instituto de tratamento de câncer fica situado em Campos, no RJ. Hospital manteve equipamento funcionando abaixo dos níveis, diz MPF.
Fonte: G1Do G1 Norte Fluminense
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Justiça quatro médicos e o Instituto de Medicina Nuclear e Endocrinologia (IMNE) em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, por expor pacientes a radiação por tempo de indevida. Segundo o MPF, os pacientes que eram submetidos a radioterapia ficavam cerca de 30 minutos expostos à radiação, enquanto o tempo normal seria no máximo dois minutos. As sessões, de acordo com o MPF, aconteceram entre junho e agosto de 2010. A situação foi exibida durante uma reportagem do Fantástico nesse domingo (3).O órgão ressaltou que em vez de curar o câncer, as sessões inadequadas geraram graves queimaduras e células sadias danificadas. Diante do grave crime contra a saúde pública e contra o consumidor, o Ministério Público Federal (MPF) em Campos denunciou o hospital Dr. Beda, os diretores, o médico e o técnico responsáveis pelo tratamento indevido.
O MPF afirmou que o estabelecimento foi notificado, em maio de 2010, pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) a suspender imediatamente o uso do aparelho de radioterapia, que se apresentava com a fonte de cobalto-60 abaixo dos níveis mínimos necessários. Porém, ainda segundo o Ministério Público, o aparelho continuou a ser usado por três meses.
Relatos de pacientes aos MPF revelaram as sequelas desse tratamento inadequado. "A paciente J.S.S.G teve o seio direito muito queimado durantes as sessões de radioterapia, tendo levado aproximadamente quatro anos para se recuperar das queimaduras". Já a mãe de L.G.T.S. relata que a filha "faleceu em 2012, após sofrer sequelas graves nos rins, passando por hemodiálise, após ter se submetido as sessões indevidas no IMNE para tratar câncer no cólon de útero", relatou o MPF.
"O referido mau uso do aparelho aumenta significativamente tanto a probabilidade de não se matar as células neoplásicas, como a de matar células sadias, que, sobretudo em tratamento oncológico, são de vital importância para a recuperação do paciente ou para uma sobrevida com mais qualidade", alerta o procurador da República Eduardo Santos de Oliveira, autor da denúncia.
Médicos sabiam do problema
De acordo com a denúncia do MPF, os diretores do IMNE e os responsáveis diretos pelo tratamento de radioterapia sabiam que o equipamento do hospital estava em situação inadequada para ser operado no tratamento de pacientes com câncer. A CNEN determinou a suspensão imediata em maio de 2010, depois de dectar que a fonte de cobalto-60 irradiava abaixo dos níveis mínimos necessários (50gGy/min Anvisa).
Porém, de acordo com o MPF, em vez de providenciar a troca da pastilha de cobalto, o hospital continuou a realizar durante três meses (junho, julho e agosto de 2010) as sessões de radioterapia normalmente. Dados do MPF afirmam que de acordo com o SUS, foram pagos no período o valor de R$ 41.058,94 à unidade hospitalar pelo tratamento de pacientes em procedimento de cobaltoterapia.
"A entrega de produto deficiente em suas características para uso na medicina se deu sem comunicação aos pacientes, que não foram informados de que o procedimento de radioterapia a que seriam submetidos estava proibido pela Anvisa, assim como não foram informados de que havia ordem de suspensão imediata do serviço pela CNEN", esclareceu o procurador.
O MPF explica que a sessão média de radioterapia varia entre 45 segundos (em pacientes menos graves) a dois minutos (em pacientes com a doença mais grave), pois o paciente necessita permanecer totalmente imóvel durante o procedimento. E após este tempo aumenta a probabilidade de movimento do paciente, fazendo com que a radiação atinja as células sadias, causando graves danos ao paciente. O nível de radiação deve ser ideal para que o contato seja mínimo ao paciente, atingindo apenas as células cancerígenas, de acordo com o MPF.
"Sem o nível adequado de radiação, o hospital mantinha o paciente exposto por mais tempo à radiação, chegando a 30 minutos, provocando danos e sequelas irreparáveis", ressalta o procurador.
O G1 tentou contato com a direção do hospital por telefone, mas nenhuma ligação foi atendida. A reportagem também entrou em contato por e-mail, mas até apublicação desta matéria nenhuma resposta foi encaminhada.
Em nota enviada a Inter TV, o Hospital Geral Dr. Beda informou que não recebeu qualquer notificação sobre a alegada denúncia do Ministério Público Federal, o que lhe impossibilita, até o presente momento, o exercício de seus direitos constitucionais à ampla defesa e ao contraditório”.
O hospital também informou que foi o primeiro da região a adquirir em 2012 um acelerador linear - que não utiliza equipamentos radioativos - e encerrou as atividades com o telecobalto.
"Em relação ao rendimento da pastilha de cobalto, o serviço era monitorado pelo órgão regulador, a CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), sendo enviados a esta, periodicamente, relatórios com as aferições pertinentes, para análise. Somente em maio de 2010, foi endereçado ao hospital um ofício do CNEN determinando a paralisação da atividade até que fosse substituída a fonte de cobalto - ou seja, não havia qualquer impedimento, até aquele momento, da utilização do equipamento -, tendo sido procedida a substituição em julho de 2011, quando o serviço foi autorizado a retornar às suas atividades pelo mesmo órgão regulador”, disse a nota.
Sobre as queimaduras, a nota esclareceu que o hospital não recebeu nenhuma reclamação de pacientes tratados no ano de 2010 e que alguns dos efeitos colaterais agudos possíveis em tratamentos radioterápicos, seja por cobaltoterapia, seja por aceleradores lineares, são as toxidades da pele (radiodermite), entendidas por leigos como queimaduras, e que são complicações ou intercorrências inerentes à própria radioterapia, não sendo completamente evitáveis e não podendo ser caracterizadas exclusivamente como falha na condução da terapia. Tais complicações são dependentes de múltiplas variáreis”.
Recomendação ao Ministério da Saúde
Nesta segunda-feira (4), o Ministério Público Federal informou que no dia 26 de fevereiro expediu recomendação ao Ministério da Saúde para que seja adotada, em todo o Brasil, nova tecnologia no tratamento radioterápico em pacientes com câncer, substituindo a fonte de cobalto por aceleradores lineares. Segundo o MPF, o Ministério da Saúde tinha 15 dias para se pronunciar.
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- 03/04/2016 - Hospitais fazem radioterapia usando máquinas com elementos vencidosMinistério Público descobre que nível de radioatividade está bem abaixo do mínimo, o que torna tratamento mais sofrido e perigoso para pacientes.
Ministério Público descobre que nível de radioatividade está bem abaixo do mínimo, o que torna tratamento mais sofrido e perigoso para pacientes.
Fonte: Fantático
Máquinas de radioterapia são essenciais no combate a muitos tipos de câncer. Mas o Ministério Público Federal descobriu que há hospitais que estão esticando a vida útil desses aparelhos além dos limites. Eles usam componentes radioativos vencidos, tornando o tratamento mais sofrido e perigoso para os pacientes.
A reportagem do Fantástico mostra para você mais essa história de descaso na Saúde do Brasil.
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- 01/04/2016 - 7 perguntas e respostas sobre a contaminação radioativa dos alimentos no JapãoFonte: Jornal FloripaSão Paulo - Preocupados com a contaminação de alimentos pela radiação nuclear, muitos países estão reforçando suas medidas de segurança verduras , como espinafre, brócolis e salsinha, e até no leite, em regiões próximas à usina de Fukushima.para produtos importados do Japão. Não é por menos. O governo japonês já anunciou ter detectado altos níveis de radioatividade em A água que corre nas torneiras de Tóquio, a 200 km da usina, também apresenta níveis de iodo radioativo superiores aos recomendados para a saúde. Nem os peixes saem ilesos do acidente nuclear. Temerosos, os japoneses estão deixando de lado o seu alimento mais básico e principal fonte de proteína. Mas de que forma a radiação se propaga no meio ambiente, afeta a produção de alimentos e prejudica a saúde?
Para responder a essa questão, EXAME.com
consultou os especialistas Virgílio Franco, professor titular do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da USP (CENA) e a pesquisadora Sandra Bellintani, da área de Radioproteção do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). Confira.1 - Como a emissão de partículas radioativas pelas usinas japonesas ameaça a produção de alimentos?
Durante o vazamento ou explosão de um reator, elementos radioativos, frutos da fissão do urânio, são liberados na atmosfera na forma de gás e partículas microscópicas. Entre os principais estão o Iodo-131, o Césio-137 e o Estrôncio-90, que contaminam o ar e consequentemente a água e o solo. Vegetais produzidos numa área afetada também serão contaminados. No caso do leite, o que ocorre é a contaminação das gramíneas dos pastos que servem de alimento para o gado. A vaca se contamina e os radioisótopos podem aparecer rapidamente no leite e se acumular na carne. Em todo o caso, garantem os especailistas, é possível controlar o nível de contaminação dos alimentos por meio de análises radiométricas.2 - O Japão alertou os moradores de Tóquio a evitarem o consumo de água da torneira. Que elementos radioativos presentes na água ameaçam a saúde humana?
O iodo radioativo é a principal ameaça na água. Mas comparado aos outro elementos, ele apresenta vida média curta. Sua radioatividade decai à metade em apenas 8 dias, contra 30 anos do Césio e 30 do Estrôncio. Ele também pode ser combatido ingerindo-se comprimidos de iodo não ionizante. O corpo concentra, naturalmente, iodo na tireóide, mas essa absorção tem uma cota. No Japão, o governo está distribuindo pílulas de iodo pra suprir essa dose e impedir o corpo de absorver o iodo radioativo.3 - Quais os riscos à saúde humana da ingestão de um alimento contaminado?
De acordo com Sandra Bellintani, o que determina se há ou não um risco para a saúde humana é a quantidade de material radioativo encontrado nos alimentos. "O organismo humano está acostumado a receber pequenas doses de radiação ionizante. Grandes quantidades de material radioativo, entretanto, podem levar até a morte", alerta. Segundo a pesquisadora, no longo prazo, a população exposta pode apresentar maiores índices de incidência de câncer.4 - O nível de iodo-131 foi considerado alto no mar próximo à Fukushima. É prudente que os japoneses suspendam, por um tempo, o consumo de pescados?
De acordo com o professor da USP, o iodo-131 é altamente solúvel e há bastante chance de ter sido transportado diretamente da usina nuclear para o mar, não só via ar, mas pelas águas aspergidas na tentativa de se refrigerar os reatores e piscinas dos materiais combustíveis nas usinas. "Os peixes e moluscos podem, sim, concentrar o iodo-131 e, através da ingestão desses alimentos, o ser humano pode reter esse radioisótopo na tireóide e, no futuro, vir a apresentar câncer", afirma. 5 - Qual os efeitos da contaminação na agricultura e no desenvolvimento de plantios?
O perigo maior está na exposição às radiações ionizantes que podem ocasionar danos biológicos nas células de novas sementes e cultivos. Segundo Virgílio Franco, até o momento, os níveis encontrados nas proximidades do acidente e mesmo em regiões distantes, como Tóquio, não são alarmantes, como aconteceu em Chernobyl.
"O iodo-131deverá desaparecer rapidamente do solo. O césio-137, com 30 anos de meia-vida, deverá permanecer por mais tempo na camada arável (zona das raízes), mas a sua transferência para as plantas poderá ser reduzida pela adição de fertilizante potássio ao solo", explica Franco.6 - Alguns países suspenderam as importações de produtos alimentícios japoneses. É prudente agir assim ou trata-se de uma decisão exagerada?
Para a pesquisadora do IPEN, a suspensão de todos os produtos vindos do Japão é uma decisão radical. Ela ressalta que o Japão tem realizado um acompanhamento rigoroso por meio do monitoramento constante e restringindo exportações de províncias afetadas.
O professor da USP, por seu turno, critica a falta de informações sobre os níveis de radiação dos alimentos, ou seja, a quantidade de material radioativo por unidade de massa traduzida em becquerel/kg. "Isso faz com que os países importadores tenham uma percepção de risco aumentada, e com isso tomem a suspensão de importação como medida preventiva, passando a importar de outros fornecedores produtos seguramente não contaminados", pondera.7 - Há riscos para o Brasil? Tanto pela distância da usina japonesa quanto pela baixa intensidade dos níveis de radiação, os especialistas concordam que Brasil não corre risco de contaminação. "Mas caso haja dúvida quanto à procedência de algum produto japonês existem no Brasil laboratórios que podem realizar uma análise desses alimentos e avaliar uma possível contaminação radioativa", garante Sandra.
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- 01/04/2016 - Energia nuclear ajudará Brasil a frear mudança do clima, diz embaixadorFonte: UOLOs acordos globais para reduzir as emissões de carbono e frear as mudanças climáticas devem impulsionar a construção de usinas nucleares mundo afora e inclusive no Brasil, diz o embaixador brasileiro na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Laércio Antônio Vinhas.
Apesar do risco de acidentes - como o ocorrido na usina japonesa de Fukushima em 2011 -, a energia nuclear não emite gases causadores do efeito estufa (resíduos tóxicos da atividade costumam ser armazenados indefinidamente).
No ano passado, o governo brasileiro se comprometeu a reduzir em 43% as emissões desses gases até 2030 em comparação com níveis de 2005. Segundo o embaixador, além de investir nas fontes solar e eólica, o Brasil precisará recorrer a reatores nucleares para substituir usinas térmicas a carvão. Hoje a fonte nuclear responde por 2,4% da geração de energia do país.
Vinhas foi um dos principais negociadores brasileiros da Cúpula de Segurança Nuclear, que se encerra nesta sexta-feira em Washington e reuniu líderes de 53 países. A presidente Dilma Rousseff representaria a delegação brasileira, mas cancelou a presença após o agravamento da crise política no país. Físico nuclear, Vinhas trabalhou na Comissão Nacional de Energia Nuclear por 47 anos e se tornou figura frequente em reuniões internacionais sobre o tema. A experiência no setor lhe rendeu em 2011 um convite do governo para assumir a missão brasileira na AIEA, em Viena, mesmo não sendo um diplomata de carreira.
Em setembro, foi eleito presidente da junta de governadores da agência por um ano. Confira abaixo sua entrevista à BBC Brasil.
BBC Brasil - Os acordos para a redução de emissões de carbono tendem a estimular energia nuclear?
Laércio Antônio Vinhas - Não só a nuclear como qualquer uma das chamadas energias limpas. Todos os países, para ter uma matriz energética mais limpa, terão de reduzir usinas a óleo ou carvão, e as principais alternativas são as fontes eólica, solar e nuclear. Principalmente a China tem investido muito nessas três para cumprir os compromissos assumidos na Conferência de Paris em 2015.
BBC Brasil - O Brasil também investirá mais em energia nuclear?
Vinhas - Grande quantidade de nossa energia é gerada por hidrelétricas. É uma energia limpa em termos de geração de carbono, mas hoje ambientalistas não são tão favoráveis a ela, porque alaga áreas férteis e pode causar mudanças no microclima.
BBC Brasil - O acidente de Fukushima, no Japão, não freou a construção de usinas nucleares?
Vinhas - Ele impactou mais do que os países (defensores da) energia nuclear gostariam, mas muito menos do que quem é contra a energia nuclear gostaria. Houve certa redução na expectativa do número de reatores a serem construídos no futuro, mas lentamente isso já está sendo recuperado.
BBC Brasil - A ausência da presidente Dilma na cúpula gerou algum comentário ou constrangimento para a delegação brasileira?
Vinhas - Não. Vários países estão representados por seus ministros de Estado ou vice-presidentes. Isso é normal. Em todas as cúpulas alguns vão e outros não. Depende muito da situação do país naquele momento.
BBC Brasil - O Brasil articulou na cúpula a elaboração de um comunicado paralelo em prol do desarmamento nuclear. Qual a viabilidade da proposta?
Vinhas - Não somos naïfs (ingênuos) para achar que seria aprovada, mas é para manter vivo o tema. Muitos países acham que a segurança nuclear não tem a ver com desarmamento. Nossa opinião é o contrário. Se fosse possível roubar material nuclear ou roubar uma bomba pronta, o que o terrorista roubaria? O material nuclear em todas as instalações com fins civis representa 17%, enquanto 87% do material nuclear está sendo empregado para fins militares. Essa parte do material nuclear é tratada com muito sigilo. Em nome da transparência, uma série de informações poderiam ser fornecidas sem revelar os pontos fracos para os bandidos. O que queremos no horizonte é um mundo livre de armas nucleares. Deve ser um objetivo de caráter permanente.
BBC Brasil - Como as potências reagiram às propostas brasileiras?
Vinhas - Elas preferem isolar a parte militar da segurança nuclear como um todo. Por isso não se chegou a consenso para incluir elementos sobre o desarmamento no comunicado final. Frente a essa impossibilidade, fizemos um comunicado conjunto e países com opiniões parecidas se associaram a nós.
BBC Brasil - O mundo está mais seguro hoje do que quando foi realizada a primeira cúpula nuclear, em 2010?
Vinhas - Quanto ao material nuclear, houve uma melhoria muito grande. O principal objetivo atingido pela cúpula foi levar esse assunto até os altos níveis dos países. Gerou uma conscientização das autoridades quanto à "nuclear security" (segurança das instalações nucleares). Todos os países adotaram medidas para fortalecer e difundir a cultura de "nuclear security".
BBC Brasil - Qual o risco de grupos extremistas se apossarem de material nuclear hoje?
Vinhas - Não é muito fácil de adquirir nem de roubar material nuclear, e daí até chegar a uma bomba vai um caminho muito grande. Quem advoga o risco argumenta que não se faria uma bomba como aquelas para soltar de avião ou foguete, mas uma bomba rudimentar que pode causar comoção social muito grande.Outro risco é a bomba suja, em que você pega uma granada, coloca material radioativo em volta e joga em algum lugar. Provavelmente não vai morrer quase ninguém, mas vai haver uma contaminação razoável e gerar uma ruptura social, com consequências econômicas e psicológicas muito grandes.Quanto mais se melhorar o controle sobre fontes e materiais radioativos, sobre o uso médico-hospitalar, na indústria, mais você reduz a probabilidade de acidente. Quando começaram a pôr grades na frente dos prédios, quem não pôs ficou enfraquecido, porque o ladrão vai escolher aquele que não tem a grade.
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- 30/03/2016 - "Como a energia nuclear pode ajudar o planeta?" é o mote da nova campanha de engajamento da WNAFonte: ABENA Associação Nuclear Mundial (WNA, sigla em inglês) - organização internacional que promove o uso da energia nuclear de forma pacífica - acaba de lançar a campanha Nuclear Footprints, com objetivo de ampliar o conhecimento sobre a área nuclear e ajudar as pessoas a descobrirem como a tecnologia nuclear pode ajudar o planeta.
Além de simplesmente fornecer informações factuais sobre o uso desse tipo de fonte, a campanha traz novidades de forma bastante dinâmica, visando engajar as pessoas em um nível emocional e visual.
Para isso, foi criado um hotsite especificamente para o projeto (veja aqui), onde serão divulgadas várias animações gráficas ao longo do ano; cada uma delas com uma abordagem diferente para manter ativo o interesse do público em geral. São mensagens no estilo de curiosidades ("Você sabia que…?") que correlacionam a energia nuclear às preocupações do dia a dia das pessoas.
A primeira delas, por exemplo, aponta a fonte nuclear como importante parte da solução para o combate ao aquecimento global, já que emite pouco gases de efeito estufa, assim como a energia eólica. Sua mensagem final é: "Nós precisamos usar todas as fontes de baixo carbono disponíveis se quisermos resolver o quebra-cabeça da questão climática".
No site da campanha, a WNA também está lançando uma espécie de abaixo-assinado virtual. O objetivo é obter o maior número de assinaturas possível para fazer uma declaração pública positiva em favor da energia nuclear.
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- 28/03/2016 - Brasil levará a cúpula em Washington proposta para redução de arsenal nuclearFonte: Extra
Por Lisandra Paraguassu
O Brasil e outros 15 países apresentarão uma declaração alternativa à Cúpula de Segurança Nuclear, que acontece esta semana em Washington, cobrando a diminuição dos arsenais nucleares e que os países detentores de arsenais prestem contas das medidas que estão sendo tomadas para protegê-los, informou um dos negociadores brasileiros na cúpula.
A cúpula, convocada pelo presidente norte-americano, Barack Obama, pela primeira vez em 2010, terá seu quarto e último encontro esta semana, em Washington. A meta é chegar a acordos para tentar diminuir os riscos de que armas nucleares caiam nas mãos de grupos terroristas.
A declaração final do encontro, que deve ser subscrita por pouco mais de 40 países participantes, reconhece a necessidade de aumentar a segurança dos arsenais existentes, tratado da não proliferação das armas e do uso pacífico da energia nuclear.
Desde o encontro de 2014, no entanto, um grupo de países, entre eles o Brasil, apresenta uma declaração alternativa ao documento central.
"A declaração final não reconhece a relação entre os arsenais e a segurança físsil. Ao falar isso expõe indiretamente o pouco progresso feito no desarmamento e na não-proliferação e a pouca boa vontade que existe nessas questões”, disse a fonte à Reuters.
O documento negociado pelo governo brasileiro tem três pontos centrais. Além de cobrar que os países detentores de arsenais nucleares ofereçam um alto nível de segurança a seus arsenais, pede a redução drástica no número de ogivas.
"Quanto menores forem os arsenais, mais fácil será prover a segurança. É uma obrigação dos Estados se desarmarem, mas isso nunca foi feito desde 1970, quando entrou em vigor o acordo de não proliferação de armas nucleares. Jamais os países chegaram nem a um cronograma de desarmamento”, afirmou o negociador.
Oficialmente, cinco países detém arsenais –além de Estados Unidos e Rússia, França, Inglaterra e China. No entanto, suspeita-se, com base em investigações feitas pela Organização das Nações Unidas (ONU), que pelo menos outros cinco países também tenham desenvolvido armas nucleares: Israel, Índia, Paquistão, Irã e Coreia do Norte.
O terceiro ponto da declaração alternativa é a exigência de que os países detentores de arsenais prestem contas à comunidade internacional sobre a segurança que está sendo oferecida às armas nucleares.
"Apesar da responsabilidade primária ser desses países, é uma preocupação de toda a comunidade internacional”, disse a fonte.
Entre os 15 países signatários da declaração alternativa, nenhum possui arsenais nucleares e nem faz parte de alianças militares internacionais. Estão na lista, além do Brasil, Argentina, Nigéria, Nova Zelândia, Chile, México, Cingapura, entre outros.
"Lógico que o Brasil e diversos países dão as boas vindas ao discurso de maior segurança, mas o fato é que não houve grandes avanços na redução dos arsenais. A última cúpula do Tratado de Não-Proliferação foi um fracasso, nem teve declaração final. Não conseguem nem mesmo acertar um cronograma”, disse a fonte.
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- 28/03/2016 - Acelerador de partículas do Cern é religado após três mesesFonte: Jornal do Brasil
Foi religado neste final de semana o Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) do
Conselho Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern) após uma "pausa técnica" de 11 semanas. "O ano de 2016 será muito entusiasmante", afirmou a diretora-geral daentidade , a italiana Fabiola Gianotti, após o equipamento voltar a funcionar.Os pesquisadores disseram que a parada foi necessária para intervenções técnicas e de manutenção do aparelho seguida por três semanas de testes "frenéticos e intensos" para verificar o funcionamento da máquina e de seus
aparelhos .De acordo com um dos líderes do projeto LHC, o físico Mirko Pojer, agora o equipamento enviará um número crescente de partículas até o fim de abril, quando voltarão a ocorrer as colisões e os experimentos de fato.
"Obviamente, não podemos dizer se teremos boas descobertas, mas estou convicta de que teremos muito resultados interessantes para a física", disse Gianotti ressaltando que o número de colisões no equipamento será "de cinco a sete vezes superior" ao que foi realizado no ano passado.
O LHC é o maior acelerador de partículas do
mundo e tenta abrir capítulos da "nova física" moderna. O equipamento realiza colisões a 13 trilhões de elétron-volts (13 TeV) para tentar entender como o universo foi formado e para explicar fenômenos que a atual teoria da física não consegue responder -- como a composição da matéria obscura, a substância invisível e misteriosa que ocupa cerca de 25% do universo. -
- 28/03/2016 - FAPESP Week 2016 estimula cooperação entre cientistas do Brasil e Estados UnidosFonte: Agência Fapesp
Pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos participam entre 28 de março e 1º de abril de dois simpósios organizados pela FAPESP na University of Michigan (UM) e na Ohio State University (OSU). As conferências fazem parte da FAPESP Week 2016, organizada pela Fundação em parceria com as duas universidades norte-americanas, com apoio do Woodrow Wilson International Center for Scholars, sediado em Washington, DC, nos Estados Unidos.
O objetivo é ampliar a cooperação científica entre os dois países em projetos de pesquisa sobre Genômica, Ambiente e Sustentabilidade, Saúde Humana, Engenharia, Agricultura e Água, Bioinformática, Novos Materiais, Direito e Justiça Social.
"A FAPESP valoriza a colaboração de pesquisa entre cientistas do Estado de São Paulo, Brasil, e colegas da University of Michigan e da Ohio State University. As colaborações científicas cobrem uma ampla gama de áreas da ciência e os simpósios FAPESP Week 2016 criam mais visibilidade e oportunidades para essa cooperação", diz Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.
A programação do simpósio realizado na University of Michigan, em 28/3 e 29/3, será aberta com uma exposição sobre a estratégia internacional da FAPESP para cooperação científica, por Brito Cruz.
Na sessão sobre Ambiente, Governança e Sustentabilidade, as pesquisadoras Maria Carmen Lemos, da UM, e Gabriela Di Giulio, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), apresentarão conclusões de projeto desenvolvido em cooperação sobre a percepção de riscos e adaptação a mudanças climáticas em nível local, sob a influência de fatores como o aumento da vulnerabilidade de comunidades, mudanças do uso da terra, urbanização e poluição. A pesquisa tem apoio da FAPESP e da UM no âmbito do Acordo de Cooperação assinado em 2012 pelas duas instituições.
Outra conferência na mesma sessão irá abordar a pesquisa em cooperação entre Vitor Li, da UM, e Holmer Savastano Júnior, da USP, sobre materiais compósitos sustentáveis para a construção civil, com uso de fibras agrícolas e resíduos de mineração.
No mesmo dia, na sessão de Genética e Genômica com foco na identificação de genes causadores de doenças, Brian Byrd, da UM, aborda a hipertensão resistente a tratamento e a medicina personalizada; e Nils Walter, também da UM, trata do papel de moléculas de RNA nos processos celulares e na prevenção de doenças. Nessa mesmas áreas farão conferência pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Instituto do Coração (Incor) e do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina, ambos ligados à USP.
Os tópicos em Saúde Humana incluem a apresentação Desenvolvimento infantil em áreas urbanas pobres, por Alexandra Brentani, da Faculdade de Medicina da USP, e Michele Heisler, da UM. Especializadas em medicina preventiva, as pesquisadoras irão mostrar os resultados de sua colaboração para melhorar o atendimento e os resultados de saúde na Região Oeste de São Paulo.
Outras conferências em Saúde abordarão resultados de pesquisa para cura da ataxia (transtorno neurológico caracterizado pela falta de coordenação de movimentos) e avanços da pesquisa médica sobre reabilitação e lesões na medula espinal. Na mesma sessão, a professora Iscia Lopes Cendes, idealizadora da Brazilian Initiative on Precision Medicine (BIPMed), o primeiro banco de dados genômicos da América Latina, falará sobre esse projeto (Para mais informações sobre o BIPMed leia http://agencia.fapesp.br/22255/)
O simpósio na University of Michigan ainda terá conferências sobre pesquisa científica e tecnológica em Engenharia voltada para a indústria aeroespacial e em Direito e Justiça Social relativos a escravidão, tráfico de seres humanos, genética e direitos humanos.
Simpósio na Ohio State University
A série de conferências da FAPESP Week 2016 na Ohio State University, nos dias 31 de março e 1º de abril, vai tratar de processos para tomada de decisão na área política com base em informações científicas; Agricultura e Água; Bioinformática; Novos Materiais; e Medicina e Saúde.
A conferência de José Marengo, pesquisador do Centro de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apresentará resultados de um estudo internacional sobre a elevação do nível do mar causada pelas mudanças climáticas em Santos, litoral sul do Estado de São Paulo. A pesquisa incluiu o condado de Broward, na Flórida, Estados Unidos, e Selsey, na Inglaterra, Reino Unido.
O projeto teve a participação de pesquisadores da University of South Florida, dos Estados Unidos, e do King’s College London, da Inglaterra, e apoio da FAPESP no Acordo com o Belmont Forum – grupo formado por algumas das principais agências financiadoras de projetos de pesquisa sobre mudanças ambientais no mundo (Para mais informações sobre o estudo leia http://agencia.fapesp.br/21997/)
Na área de Agricultura e Água, o foco dos debates será o uso de ultrassom como tecnologia de controle da poluição; agricultura de precisão; o papel das universidades na avaliação de sustentabilidade; desafios para a pesquisa sobre a variabilidade natural da oferta de água, além do crescimento da demanda e sustentabilidade em seu uso.
Outros temas de conferências serão a modelagem de sistemas de informações geoespaciais, integração de dados genéticos para investigação de biomarcadores de doenças, descoberta de produtos naturais bioativos e materiais sustentáveis para a construção civil.
A sessão sobre Medicina e Saúde inclui temas em genética molecular e câncer, avanços da pesquisa médica para o desenvolvimento de produtos voltados para a neurorreabilitação de pacientes e marcadores para prognóstico de doenças linfoproliferativas. Participam pesquisadores brasileiros ligados ao Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP e da Universidade Federal (Unifesp) e norte-americanos do Spine Research Institute, do Molecular Virology, Immunology and Medical Genetics, e da OSU.
Na mesma sessão, haverá uma conferência de Sudha Agarwal, da mesma universidade. A pesquisadora tem apoio da OSU para desenvolver um projeto sobre Resposta de biomarcadores de osteoartrite após um programa de reabilitação, desenvolvido em colaboração com Mario Ferretti Filho, do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, em São Paulo, um dos sete projetos selecionados em 2015 pelas duas instituições no âmbito de Acordo de Cooperaçãoassinado em 2013.
Para mais informações sobre a FAPESP Week 2016 Michigan e Ohio e para inscrição nos simpósios acesse o site http://www.fapesp.br/week2016/michigan-ohio/category/news/.
Cooperação científica com os Estados Unidos
Além de apoiar projetos em colaboração espontânea entre pesquisadores brasileiros e norte-americanos, a FAPESP mantém acordos de cooperação científica e tecnológica com instituições dos Estados Unidos para garantir mecanismos e ampliar esse intercâmbio.
A FAPESP mantém acordos com nove agências de fomento, 22 universidades e instituições de ensino e pesquisa e três empresas dos Estados Unidos. Desde o início dos anos 2000, 224 projetos foram apoiados por meio desses acordos.
Atualmente, cerca de R$ 31,6 milhões estão destinados – e R$ 16,4 milhões já foram desembolsados pela Fundação – para apoio a 59 projetos atualmente vigentes, desenvolvidos em conjunto entre pesquisadores brasileiros e norte-americanos apoiados pela National Science Foundation (NSF), National Institutes of Health (NIH), US Department of Energy (na iniciativa Green Ocean Amazon, GOAmazon), instituições de fomento multinacionais com participação dos Estados Unidos, como Belmont Forum e International Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC); empresas Microsoft e Agilent Technologies; Universidades de Michigan, Vanderbilt, do Texas, da Carolina do Norte, além do Massachusetts Institute of Technology (MIT).
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- 24/03/2016 - Hospital do Câncer do Centro-Oeste de MG reestrutura serviçosObjetivo é ampliar assistência aos pacientes oncológicos da região. Foram contratados médicos e clínica da unidade será reestruturada.
Objetivo é ampliar assistência aos pacientes oncológicos da região. Foram contratados médicos e clínica da unidade será reestruturada.
Fonte: G1 Portal de NotíciasDo G1 Centro-Oeste de Minas
Unidade Oncológica do Hospital São João de Deus (HSJD) em Divinópolis, também conhecida como Hospital do Câncer, passa por uma reestruturação e readequação de serviços. O objetivo é ampliar a assistência aos pacientes oncológicos das mais de 85 cidades que dependem do serviço.
Segundo o HSJD, em março foram contratados novos profissionais para o atendimento aos pacientes de radioterapia e de hematologia, além disso, também está sendo promovida uma reestruturação na clínica da unidade e o USJD aguarda a autorização da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), órgão de fiscalização, para colocar em funcionamento o novo aparelho de acelerador linear, que atende cerca de 150 pacientes oncológicos por dia.
O hospital é referência na região Centro-Oeste de Minas Gerais no combate ao câncer. A unidade é responsável por mais de 1600 sessões de quimioterapia e 1400 sessões de radioterapia por mês, além de realizar uma média de 1200 consultas mensais.
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- 23/03/2016 - Retomada da produção de urânio em Caetité é prioridade, diz presidente da INBObras para implantação da nova mina do Engenho devem ser concluídas em um ano.
Obras para implantação da nova mina do Engenho devem ser concluídas em um ano.
Fonte: MCTI
As Indústrias Nucleares do Brasil (INB/MCTI) deram início a mais uma etapa para retomada da mineração e produção do concentrado de urânio em Caetité (BA). Após reunião nesta quarta-feira (23), a expectativa é que sejam concluídas em um ano as obras para abertura da nova mina do Engenho.
Segundo a INB, esta mina tem capacidade para produzir 3,5 mil toneladas de concentrado de urânio durante 14 anos. Dois contratos para realização dos serviços de infraestrutura foram assinados, e a primeira reunião com a empresa contratada foi realizada na quarta-feira.
"A retomada da produção de urânio em Caetité é nossa prioridade e por isso estamos tomando uma série de providências para que sejam reiniciadas as atividades de mineração e beneficiamento do urânio, do qual tanto precisamos para cumprir nossa missão de garantir o fornecimento do combustível nuclear para a geração de energia elétrica nas usinas nucleares", afirmou o presidente da INB, João Carlos Tupinambá.
Além da abertura da mina do Engenho, a INB também está trabalhando no licenciamento da lavra subterrânea da mina Cachoeira e na ampliação da capacidade de produção da planta industrial de 400 para 800 toneladas por ano de concentrado de urânio.
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- 22/03/2016 - FAPESP aumenta valores de bolsasFonte: Agência FAPESP
O Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP aprovou proposta da Diretoria Científica de reajustar em 11% os valores de bolsas oferecidas pela Fundação a partir de 1º de abril de 2016.
Os reajustes, para pagamentos a serem efetuados a partir de 5 de abril, serão feitos nas bolsas de Iniciação Científica (IC), Mestrado (MS), Doutorado (DR), Doutorado Direto (DD) e Pós-Doutorado (PD-BR).
Os novos valores são: R$ 643,20 (IC), R$ 1.889,40 (MS 1 e DD 1), R$ 2.005,50 (MS 2 e DD2), R$ 2.784,60 (DR1 e DD3), R$ 3.446,40 (DR2 e DD4) e R$ 6.819,30 (PD-BR).
Também serão reajustadas as bolsas dos programas de Capacitação de Recursos Humanos de Apoio à Pesquisa, Jovem Pesquisador, Ensino Público, Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) e Jornalismo Científico, em seus diversos níveis.
A tabela de bolsas com os novos valores e os vigentes até 31 de março de 2016 está disponível emwww.fapesp.br/valores/bolsasnopais.
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- 18/03/2016 - Instalação brasileira é capaz de identificar sinais de explosões nuclearesIRD, instituto ligado à Cnen/MCTI, faz parte de rede mundial de detecção de radionuclídeos. Especialidade é no monitoramento de partículas radiativas e gases nobres.
IRD, instituto ligado à Cnen/MCTI, faz parte de rede mundial de detecção de radionuclídeos. Especialidade é no monitoramento de partículas radiativas e gases nobres.
O Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD) é uma instituição de pesquisa, desenvolvimento e ensino na área de radioproteção, dosimetria e metrologia das radiações ionizantes, ligado à Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen/MCTI). A atuação do instituto, porém, vai além da cooperação em âmbito nacional.
O IRD sedia uma estação de monitoramento global, que serve para identificar sinais de partículas radioativas e gases nobres liberados na atmosfera provenientes de explosões nucleares. Ela é parte de um sistema mundial integrado à Organização das Nações Unidas (ONU). Ao todo, são cerca de 80 estações de radionuclídeos espalhadas pelo mundo, apoiadas por 16 laboratórios internacionais – um deles é o situado no IRD.
Para aumentar a eficiência do monitoramento dessas partículas radiativas, a estação do IRD está equipada com tecnologia de detecção de gases nobres radiativos gerados por explosões nucleares. Metade das estações possuem este tipo de equipamento.Outros tipos de estações, como infrassom, hidroacústica e de abalos sísmicos também integram o sistema.
A unidade está equipada ainda com amostrador de ar, instrumento de detecção e computadores. Amostras de ar são coletadas por meio de um filtro, substituído diariamente, que retém mais de 85% das partículas.
"Uma medição criteriosa é feita em um dispositivo de detecção. O resultado é obtido por meio de espectro de raios gama, enviado para o Centro Internacional de Dados", explicou um dos membros que opera a estação, Rócio Reis.
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- 18/03/2016 - Nota oficial: Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear manifesta indignação frente ao descaso com a medicina nuclear no paísFonte: Jornal Dia a DiaA Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) vem por meio desta nota manifestar sua indignação frente ao descaso com a medicina nuclear brasileira, materializado no abandono de equipamentos de PET (tomografia por emissão de pósitrons), que estão inoperantes nas instituições, aguardando por sua instalação. Enquanto isso, os pacientes da rede pública perecem pela falta de acesso à tecnologia.
Atualmente, a Sociedade foi notificada de que há no País três aparelhos inativos, sendo um no Hospital de Base do Distrito Federal; um no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e o outro no Rio de Janeiro, o Rio Imagem.
O PET foi incorporada no arsenal de tecnologias oferecidas pelo sistema público de saúde à população – por meio das portarias Nº 07ǀ Nº 08 ǀ Nº 09, publicadas em abril de 2014. Atualmente é direcionado a estratificar a extensão de dos seguintes tipos de câncer em pacientes da rede pública: (1) câncer de pulmão de células não-pequenas, (2) câncer colorretal com metástase exclusivamente hepática com potencial ressecável e (3) linfomas de Hodgkin e não Hodgkin. Neste último caso, também há avaliação da resposta do tratamento.
Segundo o presidente da Sociedade, Claudio Tinoco Mesquita, a entidade avalia que nestes dois anos a situação do acesso à ferramenta no que cabe ao potencial diagnóstico e terapêutico de pacientes usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) é deficitária no País – tanto em termos de acesso tanto ao ressarcimento do procedimento aplicado aos serviços – o qual encontra-se extremamente defasado.
O Brasil possui hoje aproximadamente 135 equipamentos – entre a esfera pública e privada, o que corresponde a cerca de 23% do número de todos os serviços de medicina nuclear no Brasil (433). Existe distribuição heterogênea dos equipamentos e cobertura ainda não plena no cenário nacional. Esta assimetria distribuição dificulta o acesso a essa tecnologia. A maior concentração está na região Sudeste (51 serviços = 50,3%). Na região Nordeste, estima-se 15%; seguido do Sul, com 16%; Nordeste com 15%; Centro Oeste, com 9% e Norte com apenas 5%.
Para se ter uma ideia, há cinco estados brasileiros que não têm PET-CT, principalmente na região da Amazônia. "Pacientes nessas áreas precisam atravessar mais de 1.000 km para ter acesso ao PET”, relata o presidente da Sociedade, Claudio Tinoco Mesquita.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a densidade de PET-CT no Brasil é de 0,5 por milhão de habitantes, entre a esfera pública e privada. Sendo a população brasileira estimada em 203.894.000 habitantes, há então 2 milhões de habitantes por equipamento. No início de 2015 foram pagos pelo SUS 296 exames/mês. A perspectiva de realização de exames/ano é de 100 mil exames. Dados da Organizações das Nações Unidas apontam que a densidade adequada de equipamentos de PET-CT seria de pelo menos o dobro (1 equipamento para cada 1 milhão de habitantes). Precisamos dobrar o número de equipamentos de PET CT e o número de médicos nucleares no Brasil para atender às demandas da população. Outra medida importante é o aumento de indicações de PET CT cobertas pelo SUS.
No Brasil, existem pouco mais de 650 especialistas de medicina nuclear, sendo a maioria localizada no Sudeste (55%), o que representa apenas 0,25% do total de médicos no Brasil. Há apenas 23 centros de formação de médicos de medicina nuclear maior parte do Sudeste. A especialidade está empreendendo esforços para crescer e atender a demanda crescente na sociedade.
PET-CT é um método diagnóstico por imagem funcional que, ao mesmo tempo, permite ao médico obter excelente resolução anatômica dos órgãos. No caso da oncologia, campo da medicina ao qual pode ser aplicada via SUS, um dos benefícios é o estadiamento (classificação do nível de impacto) da doença no organismo, o que ajuda no direcionamento do tratamento e, consequentemente, no alcance de melhores resultados e aumento da sobrevida. "O PET-CT funde a imagem anatômica com a funcional e temos o local exato onde o tumor está o que possibilita a escolha do melhor tratamento – quimioterapia, radioterapia ou cirurgia”, relata Mesquita.
Acesso desigual – público x privado
Apesar da conquista, a SBMN alerta para o fato de ainda haver procedimentos a serem incorporados no âmbito da saúde pública. Enquanto no SUS o PET-CT é indicado para apenas três tipos de câncer, na saúde suplementar, o rol de abrangência é maior, conforme a Resolução Normativa – RN nº. 338, publicada no D.O.U., há dois anos, em 22 de outubro de 2013.
O rol de procedimentos referente à saúde suplementar (ANS) constitui a referência básica para cobertura assistencial mínima nos planos privados de assistência à saúde. Entre os 44 procedimentos que tiveram ampliação na oferta de indicações para 2014 está o exame PET, que passou de três para oito – que são: avaliação de nódulo pulmonar solitário, câncer de mama metastático, câncer de cabeça e pescoço, melanoma e câncer de esôfago. Antes eram contemplados apenas câncer pulmonar para células não pequenas, linfoma e câncer colorretal.
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- 18/03/2016 - Roubo em Angra dos Reis não afetou segurança da usina nuclearFonte: Agência Brasil
Douglas Correa - Repórter da Agência Brasil
Um grupo de cinco homens roubou quatro revólveres de cinco vigilantes de uma empresa terceirizada de vigilância, que faz a segurança da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, de propriedade da Eletronuclear, em Angra dos Reis (RJ). Apesar de ter ocorrido na noite de segunda-feira, somente hoje (17) a companhia comunicou o assalto.Os ladrões atacaram o posto de segurança da Marina Piraquara, onde renderam o vigilante e a guarnição que fazia ronda, composta por mais dois guardas. Roubaram dois revólveres, colocaram os vigilantes amarrados no carro da empresa terceirizada e se dirigiram a outro posto de observação. Lá, renderam dois guardas, roubaram seus armamentos e fugiram abandonando o carro com os sentinelas amarrados.
De acordo com a Eletronuclear, não houve vítimas e os dois assaltos, apesar de terem ocorrido na área de propriedade da empresa, aconteceram longe dos prédios onde operam as usinas nucleares. Não houve risco à segurança da Central Nuclear Álvaro Alberto. A polícia investiga o caso.
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- 17/03/2016 - Nota de Esclarecimento INBFonte: Caetité NotíciasAs Indústrias Nucleares do Brasil reiteram seu compromisso com a transparência e com o bom relacionamento com a população de Caetité, e por esta razão refutam as declarações publicadas pelo vereador Mário Rebouças, que acusa a empresa de falta de diálogo com a sociedade desta região. O vereador, que, como integrante da comissão de representantes dos proprietários de terras próximas à futura mina do Engenho já participou de encontros com a INB para discutir a questão dessas terras, não compareceu ao encontro realizado no último dia 10 na sede da Prefeitura para tratar do assunto.
Nesta reunião, da qual participaram o prefeito José Barreira, a vice-prefeita, Dra. Fátima, Élcio Dourado, procurador do município, Heraldo Rangel, superintendente de recursos minerais da INB, Luiz Alberto Gomiero, gerente de produção da INB Caetité, e Adriano Quadros, gerente de Geotecnia e Lavra, também foram debatidas outras questões que envolvem a abertura de uma nova área de mineração e a população residente no entorno.
Em relação à questão das terras, no dia 4 de março o presidente da INB, João Carlos Tupinambá, enviou correspondência a todos os representantes da comissão de representantes dos proprietários de terras, (inclusive ao vereador Rebouças), comunicando que no prazo máximo de 40 dias a empresa terá respostas ao conjunto de pontos que foram discutidos em reunião realizada no em agosto de 2015 no Rio de Janeiro, tendo em vista a submissão de todos os documentos à Consultoria Jurídica desta empresa.
Remanejamento de empregados
No que diz respeito às mudanças de funções e de locais de trabalho de empregados em Caetité, a empresa informa que pode proceder a remanejamentos de seus quadros, conforme previsto nos contratos de trabalho, e de mudanças no organograma da empresa, e que isto está sendo feito em todas as áreas e em todas as suas unidades.
Essas mudanças já haviam sido anunciadas no discurso de posse do presidente João Carlos Tupinambá quando ele ressaltou a necessidade de um realinhamento estratégico para que a empresa possa obter os melhores resultados em sua atuação.
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- 17/03/2016 - Filtragem atômica: Metamaterial pode separar átomosDe mantos da invisibilidade à proteção contra terremotos, os metamateriais sempre têm segredos a revelar.
De mantos da invisibilidade à proteção contra terremotos, os metamateriais sempre têm segredos a revelar.
Fonte: Site Inovação Tecnológica
Separação atômica
As propriedades únicas dos metamateriais têm sido usadas paracamuflar objetos, escondê-los de vibrações,ondas de pressão e calore até de terremotos.
Agora, Juan Restrepo-Flórez e Martin Maldovan, do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos EUA, querem adicionar um outro uso para esses materiais projetados artificialmente: uma técnica de separação química direcional que permite esconder um composto enquanto se concentra outro.
Os pesquisadores acreditam que manipular a transferência de massa usando metamateriais pode reduzir a energia necessária para determinadas reações químicas e biomoleculares.
A proposta é usar materiais plásticos especialmente projetados para dirigir o fluxo de átomos tirando partido das suas propriedades físicas específicas.
Eles já fizeram os cálculos detalhados de como usar a técnica para separar uma mistura de nitrogênio e oxigênio - camuflando o nitrogênio e concentrando o oxigênio.
"Vamos controlar a forma como os átomos atravessam o metamaterial, em que direção eles vão. Ao projetar a difusividade dos metamateriais, podemos fazer os átomos de um composto irem por um caminho, e os átomos de um outro composto seguirem de forma diferente. Nós estamos manipulando as propriedades físicas para controlar a direção que os átomos tomam através do revestimento de metamaterial," explicou Maldovan.
Filtragem atômica
A técnica terá aplicações em áreas como a síntese de produtos químicos, o crescimento de cristais de semicondutores, a recuperação de resíduos de solutos biológicos ou químicos e até na produção de rins artificiais, já que a técnica é essencialmente uma nova forma de filtragem- eventualmente a filtragem mais eficiente que se possa fazer, já que operará em nível atômico.
Além de separar os átomos, a capacidade dos metamateriais para concentrá-los permitirá a construção de sensores para detectar quantidades-traço de qualquer elemento, essencialmente amplificando o sinal químico disponível.
Embora a ideia ainda precise ser comprovada experimentalmente, praticamente todas as propostas teóricas feitas até agora com os metamateriais se mostraram factíveis, por mais estranhas que parecessem à primeira vista.
O plano da dupla para demonstrar sua proposta na prática é construir os metamateriaisusando quatro tipos diferentes de polímeros, dois com alta difusividade e dois com baixa difusividade. O tamanho e os padrões dos blocos feitos na superfície de cada material serão determinados por algoritmos matemáticos para interagir com as propriedades específicas dos átomos dos compostos a serem trabalhados.
Bibliografia:
Mass Separation by Metamaterials
Juan Manuel Restrepo-Flórez, Martin Maldovan
Nature Scientific Reports
Vol.: 6: 21971
DOI: 10.1038/srep21971
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- 16/03/2016 - Energia nuclear entra na pauta dos alunos de escolas estaduaisFonte: Site Goiás Agora
O Programa de Conscientização Ambiental e Cidadania, da Secretaria do Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima) realiza mais uma atividade nesta quarta-feira, dia 16. Desta vez, alunos de escolas estaduais terão um dia de atividades no Parque Telma Ortegal, área no município de Abadiânia onde estão os rejeitos do Césio 137.
O programa, lançado no início deste mês pelo governador Marconi Perillo, consiste em levar para as escolas palestras, debates, oficinas e promover visita guiada aos parques estaduais e estações de tratamento de água e esgoto, em uma verdadeira imersão nas questões de preservação e conservação da natureza. Dentro das escolas, haverá exibição de filmes com temática ambiental, levantando a discussão do tema entre os alunos.
A partir das 8 horas, os alunos vão percorrer uma trilha e conhecer mais do Cerrado goiano e do meio ambiente através de intervenções artísticas e teatrais. Em seguida, vão conferir a exposição fotográfica da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), responsável pelo armazenamento e monitoramento do material radioativo presente no parque. A exposição será seguida da apresentação de filmes e palestras sobre as principais questões que envolvem a energia nuclear no Brasil e no mundo.
A Saneago também vai apresentar um material educacional com objetivo de mostrar aos alunos os riscos da contaminação dos mananciais e lençóis freáticos. Com uma unidade fixa no Parque Telmar Ortegal, o Batalhão Ambiental abre uma exposição sobre a fauna do Cerrado, com animais taxidermizados apreendidos ao longo de operações, além de frutos e materiais apreendidos de caça e pesca.
O Programa de Conscientização Ambiental e Cidadania é realizado pela Secima, em parceria com a Seduce (Gustav Ritter), Saneago, OVG e Comando Ambiental da Polícia Militar, e deve atingir mais de 60 mil alunos, nas 18 maiores cidades de Goiás. Mais informações: (62) 3201-5253 -
- 15/03/2016 - Feira de ciências e engenharia mostrará 340 projetosA 14ª Edição da Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia) começará no dia 15 de março, na Escola Politécnica (Poli) da USP, em São Paulo.
A 14ª Edição da Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia) começará no dia 15 de março, na Escola Politécnica (Poli) da USP, em São Paulo.
Fonte: Site Inovação TecnológicaNeste ano serão apresentados 341 projetos de 752 estudantes dos ensinos fundamental, médio e técnico de escolas públicas e particulares de todo o Brasil, orientados por 476 professores. Os estudantes estarão na Poli expondo os projetos até 17 de março.
Os 341 projetos finalistas foram selecionados entre um grupo de mais de 2,2 mil, submetidos diretamente pelos estudantes ou por meio das 125 escolas afiliadas. Os projetos abrangem diversas áreas do conhecimento e se destacam por oferecer soluções criativas para problemas reais, a exemplo de novos mecanismos de controle do mosquitoAedes aegyptiou de tecnologias para reduzir acidentes por embriaguez ao volante ou monitorar e resgatar crianças esquecidas em automóveis.
"O mais importante não são os resultados, como chegar a um protótipo ou produto, por exemplo, mas todo o processo, as diversas etapas de investigação, reflexão, construção e observação necessárias para a execução dos projetos", destaca a coordenadora da Febrace, Roseli de Deus Lopes.
Projeto mais popular
Na mostra, os trabalhos serão avaliados por pesquisadores e especialistas de diversas áreas do conhecimento. O público visitante também poderá eleger o projeto mais popular, postando seu voto no site da Febrace.
Os autores dos melhores trabalhos ganharão troféus, medalhas, bolsas e estágios, num total aproximado de 200 prêmios. Também concorrerão a uma das nove vagas para representar o Brasil na Feira Internacional de Ciências e Engenharia da Intel (Intel ISEF), que será realizada em maio, na cidade de Phoenix, Arizona, EUA.
Promovida anualmente pela Poli, por meio do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI), a Febrace é a maior feira brasileira pré-universitária de ciências e engenharia em abrangência e visibilidade.
A mostra pública de projetos será realizada entre 15 e 17 de março, ficando aberta das 14h às 19h, em uma tenda instalada no estacionamento da Escola Politécnica (Poli) da USP (Av. Prof. Luciano Gualberto, nº 3, travessa 3, Cidade Universitária). A entrada é franca.
Mais informações no site www.febrace.org.br.
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- 11/03/2016 - INB é multada pelo Ibama por omitir contaminação de urânio na BahiaFonte: UOL Notícias
Brasília - A estatal federal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), responsável pela exploração de uma mina de urânio no município de Caetité, na Bahia, foi multada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em R$ 50,5 mil, por ter omitido do órgão de fiscalização laudos técnicos que comprovavam a contaminação de um poço em área próxima da usina.Segundo o Ibama, o valor estipulado para a multa se baseia em uma equação que considera a motivação da infração, seu impacto sobre o meio ambiente, a consequência para a saúde pública e o porte da empresa. A área técnica do órgão conclui que a empresa é culpada pela infração, já que omitiu dados, mas atestou que não foi possível comprovar uma ligação direta entre a contaminação da água e a operação da empresa na extração do urânio. As possíveis consequências sobre a saúde pública da família que vive na propriedade também foram desconsideradas, apesar de a reportagem ter confirmado, à época, que o poço era utilizado no consumo diário de água.
A autuação oficializada no dia 3 de março soma-se a outras oito multas que o Ibama já aplicou sobre a INB, por causa de irregularidades envolvendo omissão de informações e acidentes com material químico. A estatal ligada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação opera a única mina de urânio em atividade na América Latina. A infração baseou-se em uma série de reportagens publicada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" a partir de agosto do ano passado.
Em outubro de 2014, a INB realizou uma primeira inspeção no poço de uma propriedade privada e identificou uma quantidade do minério tóxico mais de quatro vezes acima do limite permitido para consumo humano. O achado, porém, não foi comunicado aos órgãos estaduais e federais responsáveis, tampouco à prefeitura do município. Uma segunda checagem só seria foi feita pela INB em março de 2015, sete meses depois, quando a empresa encontrou um índice de urânio mais de três vezes acima do limite determinado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Novamente, porém, não houve comunicação sobre o caso. Em vez disso, a estatal divulgou um informe público para garantir que não havia encontrado nenhuma irregularidade em todas as inspeções de água feitas ao longo do ano.
Os dois laudos só foram chegar à prefeitura de Lagoa Real no fim de maio de 2015, conforme revelou o jornal. Foi quando a gestão municipal tratou de ir até o proprietário do poço contaminado e comunicá-lo que este não deveria consumir aquela água. Ainda assim, nada chegou a ser informado aos governos federal e ao Estado da Bahia.
Por causa da denúncia, o governo da Bahia prometeu instalar um programa de monitoramento permanente de água na região. Em janeiro deste ano, 19 poços passaram por testes de água realizados pelo Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (Ceped), a pedido do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema). Os dados revelaram que pelo menos mais três poços da região estão com nível de urânio acima do limite, portanto são impróprios para o consumo humano. O secretário de Meio Ambiente do governo da Bahia, Eugenio Spengler, disse ao jornal que os novos pontos de contaminação serão fechados.
O governo baiano anunciou ainda a construção de uma unidade de tratamento de câncer na região. No ano passado, em entrevista ao jornal, a diretora da atenção especializada da Secretária de Saúde, Alcina Romero, afirmou que, ainda em 2012, dados já apontavam que havia um volume de pessoas com a doença superior à média de toda Bahia. "Essa região apresenta um número de novos casos de câncer superior ao número de casos de todo o Estado", disse Alcina, que é responsável pela gestão de todas as unidades de tratamento de câncer em operação na Bahia. "Há uma prevalência. O câncer tem um comportamento diferente nesta região."
A INB sempre negou haver qualquer tipo de contaminação na região, seja por meio natural ou em decorrência de suas atividades. A empresa sempre garantiu que, apesar de haver presença de material radioativo na água da região, esta sempre ficou abaixo do limite aceito pelos órgãos de controle. Das nove multas que recebeu do Ibama, a estatal pagou até hoje apenas duas infrações, que totalizam R$ 52 mil. Cinco punições - que incluem casos de vazamento e somam cerca de R$ 2 milhões - ainda estão em fase de recurso e julgamento. Outras duas multas, a preços atuais chegam a cerca de R$ 3,2 milhões, já transitaram em julgado, mas não foram pagas pela empresa.
Em razão disso, o Ibama enviou os dados da INB para o Cadastro Informativo de créditos não quitados do setor público federal (Cadin), o que impede a estatal de tomar financiamentos.
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- 11/03/2016 - Efeitos de Fukushima chamam atenção da ciênciaO impacto do desastre nuclear de Fukushima, ocorrido há cinco anos, pode ser visualizado de maneira assustadora através de graves deformidades detectadas em borboletas. A descoberta foi feita pela pesquisadora japonesa Chiyo Nohara, falecida há alguns meses. A redação japonesa da swissinfo.ch encontrou-a durante uma conferência realizada na Suíça.
O impacto do desastre nuclear de Fukushima, ocorrido há cinco anos, pode ser visualizado de maneira assustadora através de graves deformidades detectadas em borboletas. A descoberta foi feita pela pesquisadora japonesa Chiyo Nohara, falecida há alguns meses. A redação japonesa da swissinfo.ch encontrou-a durante uma conferência realizada na Suíça.
Fontes: Site SWISSINFO
O impacto do desastre nuclear de Fukushima, ocorrido há cinco anos, pode ser visualizado de maneira assustadora através de graves deformidades detectadas em borboletas. A descoberta foi feita pela pesquisadora japonesa Chiyo Nohara, falecida há alguns meses. A redação japonesa da swissinfo.ch encontrou-a durante uma conferência realizada na Suíça.
"Até então não tinha nada a ver com Fukushima", lembrou-se Chiyo Nohara ao longo da entrevista realizada em 2014, durante um simpósio sobre o tema "Efeitos da radioatividade sobre os genes" em Genebra. Nesse momento ela já se encontrava gravemente enferma. "Depois do acidente nuclear me preocupava tanto como se a minha filha vivesse por lá. Eu quis ir logo depois para Fukushima e ver com os meus próprios olhos o que havia ocorrido". Essa ideia foi o verdadeiro impulso para a pesquisa de borboletas.
Inicialmente Nohara não tinha nada a ver com ciências exatas. Na Universidade de Aichi, algumas centenas de quilômetros ao sul de Tóquio, ela trabalhava como professora e ensinava como estruturar sistemas de controle para a administração público. Posteriormente se voltou à área ambiental e mudou-se para a ilha de Okinawa, onde assumiu uma cadeira na Universidade de Ryukyu.
Em 11 de março de 2011 ocorreu a catástrofe tríplice: terremoto, tsunami e acidente nuclear na central de Fukushima. Imediatamente Nohara solicitou à universidade autorização para pesquisar possíveis mudanças nas borboletas. Como seu colega Joji Otaki já trabalhava com a família das Lycaenidaes, uma espécie de borboleta azul, ela escolheu as Zizeeria mahas, um subtipo das Lycaenidaes, muito comum no Japão.
Em maio de 2011, pesquisadores recolheram machos da borboleta afetadas pelas radiações nas cidades de Fukushima e Motomiya (aproximadamente 60 quilômetros ao noroeste, respectivamente oeste da central nuclear). Já no local, descobriram que suas asas eram menores do que de borboletas da mesma família, mas originárias de um lugar remoto.
De volta à Okinawa, eles criaram com as borboletas irradiadas a primeira geração de laboratório. Nesses insetos perceberam um atraso no desenvolvimento na fase da pupa e na incubação, assim como uma maior incidência de malformações. Quanto mais próximo à central nuclear os machos foram recolhidos, mais frequentes eram as malformações na prole.
A progenitura da segunda geração apresentava finalmente não apenas malformações semelhantes como a dos seus progenitores, mas também outras formações anormais como, por exemplo, antenas tortas.
Além disso, o grupo pesquisou os efeitos da radiação ao irradiar artificialmente borboletas saudáveis da ilha de Okinawa e depois alimentá-las com erva-azeda para irradiá-las também internamente. Também nesse caso verificou-se uma queda da taxa de sobrevivência, uma redução do tamanho das asas e malformações nos corpos. "Dessa forma confirmamos as descobertas feitas com as borboletas recolhidas no laboratório", disse Nohara. Sua pesquisa foi publicada em 2012 na revista científica Nature.
A entrevista foi realizada em 29 de novembro de 2014
swissinfo.ch: Por que você decidiu viajar apenas dois meses após catástrofe nuclear para Fukushima e recolhe provas?
Chiyo Nohara: De fato, no momento havia o risco de ocorrer outros acidentes na central nuclear através de tremores secundários. Mas eu queria de qualquer maneira recolher borboletas irradiadas, que ainda estava no estágio de larva em Fukushima. Em Chernobyl essa pesquisa com organismos só foi realizada cinco anos após o acidente. Eu queria evitar que isso acontecesse mais uma vez.
Com o professor Otaki e dois outros pesquisadores visitei no final de maio diferentes locais. Nossa intenção era comparar as provas com as de Tóquio e outras cidades.
swissinfo.ch: Antes você realizava auditorias em administrações públicas. Depois começou a procurar borboletas mortas e procurar nelas deformidades físicas. Era um mundo completamente diferente, não?
C.N.: Eu não tinha condições de refletir sobre a mudança na minha situação. O cotidiano era antes extremamente estressante e o tempo, escasso. Eu visitava todos os dez dias a prefeitura de Fukushima e recolhia mostras de erva-azeda irradiadas. Eu alimentava com elas as borboletas para que seus órgãos internos também fossem contaminados.
Eu voava de Okinawa para Tóquio e, de carro, até Fukushima. Depois procurava amostras de erva-azeda e, ao mesmo tempo, um serviço de correio para enviar as plantas ainda frescas três, ou até quatro vezes por dia, à Okinawa.
Eu passava a cada vez três noites no local. De volta à Okinawa, ia à noite diretamente para o laboratório e alimentava durante toda a noite as borboletas. Minha intenção era aliviar um pouco o pesquisador responsável por esse trabalho durante as minhas ausências. Durante um ano e meio trabalhamos assim.
swissinfo.ch: Quais foram os experimentos que lhe impressionaram mais?
C.N.: O experimento com a irradiação dos órgãos internos. Alguns insetos alimentávamos com ervas contaminadas. Já o grupo de controle recebia ervas não contaminadas do Japão ocidental. Assim observamos, que todas as borboletas alimentadas ainda como larvas com a erva-azeda retirada da região de Fukushima eram visivelmente mais lentas do que aquelas do grupo de controle.
Foi um grande choque para mim. Eu achava que isso estava relacionado à doença que as pessoas chamavam popularmente, após a explosão da bomba nuclear em Hiroshima, de "Genbaku Bura-Bura" (benbaku = explosão da bomba nuclear, bura-bura = de longa duração).
swissinfo.ch: Quais são as suas mais recentes descobertas?
C.N.: Os resultados das observações sobre as contaminações internas por radioatividade são muito interessantes. Eles foram publicados há pouco. Essas observações são para mim como uma luz na escuridão.
Nós dividimos as larvas da primeira geração gerada em laboratório, todas descendentes das borboletas irradiadas em Fukushima, em dois grupos. Uma alimentava-se da erva-azeda contaminada e as outras, com a erva de Okinawa. Como esperávamos, as taxas de mortalidade e anomalias eram no primeiro grupo muito mais elevadas do que no grupo de Okinawa.
Mas com a segunda geração a situação já era diferente: as taxas de sobrevivência da progenitura alimentada com a erva-azeda de Okinawa do grupo de borboletas contaminadas era tão elevadas como as do grupo de Okinawa, cuja alimentação desde a primeira geração era feita com a erva-azeda não contaminada.
Aqui há uma forte probabilidade de que esse fenômeno também se aplique em seres humanos. Isso significa que as taxas de sobrevivência podem aumentar nas gerações seguintes se a alimentação não for mais contaminada. Nesse sentido os resultados me dão esperanças.
swissinfo.ch: Esse experimento chamou bastante a atenção dos participantes desse importante simpósio em Genebra, não?
C.N.: De fato. O interesse era bem grande, pois as taxas de sobrevivência e normalidade na segunda geração de insetos nascidos em laboratório voltaram a melhorar. Porém gostaria de ressaltar dois pontos: em primeiro lugar, as taxas de mortalidade e anomalias nas borboletas da primeira geração, que receberam erva-azeda contaminada, são ainda muito elevadas. E, em segundo, não é possível descartar na segunda geração danos nos genomas, mesmo se as taxas de sobrevivência e normalidade se elevaram graças à alimentação saudável originárias de Okinawa.
No simpósio, um dos presentes se manifestou. Ele projetou os nossos resultados sobre os seres humanos e disse que era problemático que os filhos de pais contaminados por radioatividade em Chernobyl permanecessem na região, alimentando-se até hoje de produtos irradiados.
De fato, escuta-se muito que algumas crianças de Chernobyl sofrem de diversos problemas físicos e psicológicos. Muitas cometem suicídio. Ou que os pais não aguentam a pressão das crianças e terminam abandonando as famílias.
Também as pessoas de Fukushima que foram para Okinawa sofrem de diferentes sintomas. Essas vítimas da radioatividade precisam ser bem acolhidas na sociedade. Elas necessitam de pontos de apoio para ter acesso às terapias e aconselhamentos necessários.
Nós precisamos aprender com as experiências de Chernobyl e, necessariamente, estabelecer pontos de contato para a troca de informações para que as pessoas não sejam abandonadas a si próprio. Além da minha pesquisa, procuro também, juntamente com algumas pessoas transferidas de Fukushima para Okinawa, possibilidades para a realização desses pontos de apoio.
Chiyo Nohara (1955 – 2015)
A pesquisadores fundou sob a supervisão do professor Joji Otaki, da Universidade de Ryukyu, um grupo de pesquisa sobre as consequências da catástrofe nuclear de Fukushima sobre borboletas.
Antes trabalhava na Universidade de Aichi como professora de auditoria para a administração pública.
Na Escola Graduada de Engenharia e Ciência na Universidade de Ryukyu, ela concluiu a primeira metade do programa de doutorado na área de ciências marítimas e do meio ambiente.
Ela faleceu em 28 de outubro de 2015, na ilha de Okinawa, depois de uma longa doença.