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- 30/07/2015 - Máquina de corrupçãoVoracidade de políticos e partidos que oprime governos tem origem nas grandes empreiteiras - Artigo de Janio de Freitas
Voracidade de políticos e partidos que oprime governos tem origem nas grandes empreiteiras - Artigo de Janio de Freitas
Fonte: Folha de S. Paulo
Janio de FreitasNem tanto pela prisão de alguém eminente como o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, posto sob suspeita de corrupção como presidente da Eletronuclear, mas pela abertura de nova frente de investigações, a Lava Jato dá um passo para a demonstração de que a máquina corruptora movida pelas empreiteiras não tem limites.
Hidrelétricas, estradas, pontes, infraestrutura de comunicações, metrôs, edificações –onde quer que as grandes empreiteiras estiveram ou estejam, é área minada por corrupção. Seja no nível federal, seja no estadual e no municipal. Licitações e contratos corretos por certo houve e há, mas como fatos fora do sistema. Assim é pelo menos desde a abertura da Transamazônica no período do general Médici –ocasião em que foram estabelecidas as fórmulas, hoje uma norma, de compartilhamento da obra e de entendimento entre as empreiteiras para divisão das oportunidades.
Faço eco do já escrito aqui muitas vezes: atacar a corrupção manobrada pelas grandes empreiteiras, para obras públicas e para seus negócios de concessões e privatizações, seria mudar toda a prática política no Brasil. A voracidade de parlamentares e partidos que oprime governos, para entrega de ministérios, secretarias e empresas a políticos e a indicados seus, origina-se nas grandes empreiteiras e seus interesses tentaculares, lançados sobre a administração pública.
Não há um só propósito legítimo para que partidos e seus políticos rebaixem-se até a condição de chantagistas para obter diretorias em estatais, autarquias e ministérios. Manietar as empreiteiras e, portanto, fechar aqueles guichês de corrupção seria, além do mais, dar a tais seções do serviço público a possibilidade de se tornarem mais eficientes. E a custos menores. Um Brasil que o Brasil não conhece.
Petrobras, Eletronuclear –vamos em frente?
ATÔMICA
A Folha não se lembrou, mas "O Globo", por intermédio de José Casado, não esqueceu: "A 'Delta IV' (...) foi revelada pela repórter Tânia Malheiros. Estava em nome do capitão-de-fragata Marcos Honaiser e do seu chefe, Othon. Funcionava como caixa para pagamentos das compras feitas no submundo do comércio de materiais nucleares".
A revelação de Tânia Malheiros foi feita na Folha. Espetacular. Acompanhei-a de perto: trabalho cercado de perigos, inclusive ou sobretudo de morte, mas feito com persistência e perfeição técnica de apuração, até revelar o sistema de "Contas Delta" e prová-las. Fortunas que escorriam em segredo, por contas bancárias mascaradas e manipuladas por militares e uns poucos civis, sem controle algum e sem registro de seus destinos. Era a ditadura em ação para desenvolver a propulsão e a bomba nucleares.
O Othon citado por Casado é o almirante preso agora pela Lava Jato, suspeito de corrupção como presidente na Eletronuclear. O livro que Tânia escreveu a partir de suas reportagens foi editado aqui e no exterior. Na Alemanha, tem várias edições.
A imprensa é um território de pequenas e grandes injustiças, não só para fora. Meses depois do seu trabalho, e não por causa dele, Tânia não pôde continuar no jornal. Decidiu abandonar o jornalismo. Hoje é cantora, e vai abrindo um caminho de reconhecimento, crescente.
NA MOITA
O sucinto noticiário da palestra de Eduardo Cunha para empresários paulistas, anteontem, inovou. Não fez a costumeira citação de notáveis presentes, não colheu as obviedades de praxe. Nem as imagens da plateia permitiam identificações.
Eduardo Cunha é atilado. Percebeu. Xiiiiii.
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- 29/07/2015 - Luz síncrotron aprofunda conhecimento sobre solo brasileiroFonte: Agência FAPESPOs processos químicos, físicos e biológicos que ocorrem em nível atômico e molecular no solo e que controlam a disponibilidade de nutrientes, o transporte de poluentes, a contaminação do ambiente e outros aspectos relacionados estão sendo mais facilmente desvendados com o auxílio da luz síncrotron, radiação eletromagnética produzida por aceleradores de partículas.
Essa e outras aplicações da radiação síncrotron em diversas áreas do conhecimento foram apresentadas durante a São Paulo School of Advanced Sciences on Recent Developments in Synchrotron Radiation - SyncLight 2015, realizada com o apoio da FAPESP no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), de 13 a 24 de julho.
De acordo com Hélio Cesar Nogueira Tolentino, pesquisador do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) e coordenador da Escola que reuniu pesquisadores e estudantes de 17 países, o objetivo foi oferecer um panorama amplo das aplicações da radiação síncrotron para o avanço da ciência.
"A luz síncrotron tem importantes aplicações em áreas como física, química, biologia, geociências, medicina, engenharia e ciência dos materiais, entre outras. O SyncLight pretendeu motivar e ajudar a preparar essa nova geração de usuários dessa importante ferramenta científica para todo o potencial que ela oferece, apresentando técnicas avançadas ligadas à radiação síncrotron e discutindo seus potenciais”, disse à Agência FAPESP.
No caso das geociências, a luz síncrotron tem possibilitado o aprofundamento do conhecimento sobre o solo por facilitar o estudo de camadas e processos que ocorrem em escala molecular e atômica, explicou Dalton Belchior Abdala, pesquisador do LNLS na área de ciências do solo.
"O desenvolvimento da produção agrícola está intimamente associado aos avanços das geociências. As fronteiras do conhecimento científico nas próximas décadas serão os processos químicos, físicos e biológicos que ocorrem em solos em seu nível mais fundamental, o nível atômico, e a radiação síncrotron tem papel fundamental nisso.”
Abdala apresentou na ocasião técnicas de espectrografia de raios X aplicadas à pesquisa em geociências, utilizadas especialmente para determinar a presença de metais no solo.
"As pesquisas nessa área buscam compreender as reações na interface entre solos, uma mistura heterogênea de compostos orgânicos e inorgânicos de diferentes composições. A luz síncrotron facilita essa compreensão por aproximar o olhar dos pesquisadores ao limite dos menores componentes, às reações que ocorrem na escala dos átomos e das moléculas”, explicou.
Dessa forma é possível fazer experimentos in situ com o mínimo de preparação da amostra, observando elementos que estão em uma concentração bastante diluída no solo, e elaborar protocolos para, entre outros objetivos, melhorar a eficiência agronômica de materiais.
Um dos alvos de pesquisa mais importantes na área é o fosfato, componente fertilizante utilizado em diferentes cultivos por ser um macronutriente essencial para o ciclo de vida das plantas. De acordo com Abdala, as reservas de fosfato estão cada vez mais escassas.
"Nas perspectivas mais otimistas essas reservas estarão esgotadas dentro dos próximos 100 anos, uma realidade que precisa ser evitada tanto por questões econômicas como por razões ambientais e ecológicas.”
Algumas dessas reservas estão em colônias pinguineiras na Antártica. A atual fonte de luz síncrotron do LNLS, o UVX, único acelerador de partículas em operação na América Latina, foi utilizada por pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV) para estudar o fosfato no solo antártico.
Para a caracterização química e mineral desses solos foram utilizadas três técnicas experimentais disponíveis em três linhas de luz do LNLS: difração de raios X, espectroscopia de absorção de raios X moles e fluorescência.
"Por meio da absorção, uma das técnicas de maior interesse em experimentos de geocientistas, cientistas do solo e do ambiente, é possível determinar a forma química de um elemento de uma forma muito direta, com acesso ao ambiente local atômico”, explicou Abdala.
Dessa forma é possível saber se o fósforo, em determinada condição ambiental, está presente em sua forma bidentada ou monodentada.
"Se for determinado que o fósforo predomina em sua forma monodentada, ele está mais frouxamente associado à matriz, sendo mais facilmente absorvido pela planta, mas também mais facilmente perdido para o ambiente, contaminando o solo. Se a forma predominante for bidentada, ele está mais associado à matriz, e as chances de sair para nutrir a planta ou contaminar o ambiente será dificultada. Por meio da luz síncrotron é possível discutir a reatividade desses elementos baseando-se na espécie química e no ambiente local atômico numa dada condição ambiental”, explicou.
Sirius
Ryan Tappero, do National Synchrotron Light Source (NSLS) dos Estados Unidos, destacou que a nova fonte de luz síncrotron brasileira, o Sirius, em construção no CNPEM, ampliará ainda mais as possibilidades de pesquisa em solo por combinar absorção, florescência e difração de raios X numa mesma câmara experimental e com precisão sem precedentes.
"No NSLS desenvolvemos diversas pesquisas de ponta, mas nosso acelerador de partículas não é mais o estado da arte em radiação síncrotron. O Sirius, uma fonte de luz síncrotron de quarta geração, vai elevar as pesquisas em diversos campos a um novo patamar por estender o espectro de radiação para raios X mais energéticos e com brilho exponencialmente superior”, disse.
Abdala explicou que a resolução do Sirius ampliará os estudos sobre a rizosfera, região em que solo e raízes entram em contato.
"Trata-se de uma região muito importante porque é uma interface entre solo e planta, em que ocorrem reações de absorção de nutrientes, de liberação de exsudatos radiculares e outras. A resolução do Sirius facilitará, por exemplo, estudos sobre como os micróbios afetam a ciclagem de nutrientes. Entender a dinâmica da rizosfera explicaria muita coisa sobre os mecanismos da planta para recuperar um nutriente no solo, como potássio, cálcio e zinco.”
Dessa forma, será possível avançar em processos de biofortificação, o enriquecimento de alimentos, citou Abdala.
"O feijão, por exemplo, tem muito ferro, mas muito dele está associado ao fitato. Isso reduz a biodisponibilidade do ferro, do zinco e de outros metais. Com o Sirius será possível localizar esses metais em regiões que não estão associadas ao fitato, possibilitando o desenvolvimento de um feijão enriquecido, com baixo fitato.”
O Sirius, que deve começar a operar em 2018, terá o maior brilho entre todos os equipamentos na sua classe de energia em operação ou em construção no mundo. Sua infraestrutura será aberta e poderá ser usada por pesquisadores de diversas procedências.
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- 29/07/2015 - Presidente licenciado da Eletronuclear fez carreira na MarinhaFonte: Valor Econômico
Por André Guilherme Vieira
São Paulo - Preso hoje no Rio durante a 16ª fase da Operação Lava-Jato, a "Radioatividade", o presidente licenciado da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva é oficial de carreira da Marinha. Chegou ao posto de vice-almirante no corpo de engenheiros e técnicos navais.
Ele também atuou no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) de 1982 a 1994.
O nome de Othon foi envolvido nas investigações pelo ex-presidente da Camargo Corrêa Construções e Participações Dalton Avancini, que fez delação premiada. Segundo Avancini, haveria uma "promessa de propina" para Othon na obra Usina de Angra 3.
O empreendimento está paralisado desde o fim do ano passado, porque as empresas responsáveis alegam ter havido redução de repasses pelo governo. A construção da Usina de Angra 3 foi reiniciada em 2009 durante a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A vencedora das obras de construção da usina foi a Andrade Gutierrez em concorrência realizada em 1983 durante o governo do general João Batista Figueiredo (1979-1985). A construção foi interrompida em abril 1986.
A retomada da obra em 2009 foi realizada sem uma nova licitação. Houve atualização dos valores com os prestadores de serviço.
Os dois consórcios vencedores da obra de Angra 3 são integrados por empresas suspeitas de formação de cartel e de corrupção na Petrobras. Um deles é o Angra 3 formado por Queiroz Galvão, EBE e Technit Engenharia S.A. - responsáveis por serviços de montagens eletromecânicas. O outro consórcio é o UNA 3, responsável pela execução de montagens dos sistemas convencionais da usina e composto por Andrade Gutierrez, Construtora Norberto Odebrecht, Camargo Corrêa e UTC.
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- 28/07/2015 - PF prende presidente licenciado da Eletronuclear, investigado pela Lava-JatoOthon Luiz Pinheiro da Silva se afastou do cargo em 29 de abril, após ser citado na Lava-Jato por possíveis irregularidades em contratos para a construção da usina nuclear Angra 3
Othon Luiz Pinheiro da Silva se afastou do cargo em 29 de abril, após ser citado na Lava-Jato por possíveis irregularidades em contratos para a construção da usina nuclear Angra 3
Fonte: O Estado de Minas
A Polícia federal prendeu na manhã desta terça-feira o presidente licenciado da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva. Ele foi em casa, segundo informou a assessoria de imprensa da estatal, que é subsidiária da Eletrobras.
Cerca de 180 Policiais Federais cumprem 30 mandados judiciais desde o início da manhã, como parte da 16ª fase da Operação Lava-Jato, chamada Radioatividade. São 23 mandados de busca e apreensão, dois de prisão temporária e cinco de condução coercitiva. As ações ocorrem em Brasília, no Rio de Janeiro, em Niterói, São Paulo e Barueri.
O dirigente da empresa se afastou do cargo em 29 de abril, após ser citado na Lava-Jato por possíveis irregularidades em contratos para a construção da usina nuclear Angra 3. Desde então, o diretor de operação da empresa, Pedro Figueiredo, assumiu interinamente a presidência.
A Polícia Federal está hoje na sede da empresa, no Rio de Janeiro, cumprindo mandados de busca e operação. A Eletronuclear afirmou que vai se pronunciar por meio de nota.
O foco das investigações são contratos firmados por empresas já mencionadas na Operação Lava-Jato com a Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras.
Com Agência Brasil
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- 28/07/2015 - Pesquisadores do Instituto de Física da USP criam software que integra técnicas de análise de espalhamento nuclearO software de análise MultiSIMNRA foi destaque na 22ª International Conference on Ion Beam Analysis, na Croácia; já há proposta para uso comercial do software
O software de análise MultiSIMNRA foi destaque na 22ª International Conference on Ion Beam Analysis, na Croácia; já há proposta para uso comercial do software
Fonte: Maxpress
O uso de feixes iônicos para analisar amostras materiais é um procedimento que serve a diversas áreas do conhecimento - da paleontologia às ciências de materiais, entre outras. No Brasil, o Laboratório de Análise de Materiais com Feixes Iônicos (LAMFI), do Instituto de Física da USP (IF/USP), é referência nesse tipo de procedimento. Ali, amostras variadas são expostas a diversos tipos de detectores, gerando dados que têm de ser analisados depois.
Existem muitas técnicas de análise desses dados. "Elas nos dão informações complementares sobre a amostra, e essa complementaridade é um desejo de toda a comunidade científica. Só que executar isso manualmente é muito difícil. É aí que entra o nosso software", explica Dr. Cleber Lima Rodrigues, um dos pesquisadores que trabalhou na criação do programa. Esse processo de análise simultânea e complementar é chamado, pela comunidade científica, de análise auto consistente.
O programa criado no IF/USP junta os dados de diferentes técnicas de análise e determina qual é o melhor modelo para a amostra que é capaz de explicar todos os dados experimentais ao mesmo tempo. "Cada uma das técnicas fornece uma informação diferente sobre a amostra. O software que criamos dá a composição da amostra que explica todos os dados experimentais simultaneamente. Baseamos nossos cálculos em um programa que já é muito conhecido pela comunidade acadêmica, que é o SIMNRA", explica Dr. Tiago Silva, autor do trabalho que resultou no software. O MultiSIMNRA, como foi chamado o software brasileiro, executa múltiplas instâncias do SIMNRA.
"É uma plataforma que gerencia e otimiza múltiplas instâncias de um programa largamente utilizado pela comunidade", resume o Prof. Manfredo Harri Tabacniks, coordenador do LAMFI.
Segundo ele, a análise auto consistente é uma abordagem relativamente recente, sugerida na década de 90 e agora disponível na forma de um software com uma interface conhecida e amigável.
"O único competidor do MultiSIMNRA é o IBA DataFurnace lançado em 1997, um software pago e não muito fácil de usar. Já o SIMNRA, criado por M. Mayer do Instituto Max Planck na Alemanha, com quem estamos colaborando, é amplamente utilizado em diversos laboratórios, inclusive na USP. O MultiSIMNRA, criado aqui, introduziu a análise auto consistente no SIMNRA, um significativo avanço analítico", ressalta Tabacniks. O MultiSIMNRA está disponível na web, sem custos para uso acadêmico, desde que seja citado o crédito.
"Com o MultiSIMNRA é possível realizar uma completa análise, do Hidrogênio ao Urânio, de filmes finos com estrutura em camadas, obtendo informações mais consistentes e inequívocas. Conseguimos uma precisão em torno de 1%, ou menos, dependendo do elemento caracterizado", diz Silva. Segundo ele, o MultiSIMNRA unifica técnicas de espalhamento nuclear como o RBS (Rutherford Backscattering Spectroscopy), o ERDA (Elastic Recoil Spectrometry) e o NRA (Nuclear Reaction Analysis). "Falta integrar o método PIXE (Proton Induced X-Ray Emission), assunto que estamos trabalhando".
"O atual paradigma da área é unificar os resultados obtidos por RBS e por PIXE. Em um, estamos medindo átomos espalhados, e no outro, fótons", explica Silva. Resolver este problema é o próximo passo do MultiSIMNRA. "Esperamos ter algum resultado até o final do ano."
A novidade repercutiu tão bem na 22ª International Conference on Ion Beam Analysis, na Croácia, em junho, que Thiago Silva foi abordado pelo representante de uma empresa norte-americana interessada em usar comercialmente o novo produto assim que terminou sua exposição. Na sequência, o LAMFI foi convidado a participar, pela primeira vez, do Round Robin Exercise, atividade promovida pela Agência Internacional de Energia Atômica, em que amostras de um mesmo teor são enviadas a diferentes laboratórios no mundo para caracterização, e posterior comparação de dados.
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- 28/07/2015 - Executivo da Eletronuclear preso tem perfil técnico e fez carreira na MarinhaFonte: Bem ParanáLuiza Franco, Rio de Janeiro, RJ (Folhapress)
Diretor-presidente licenciado da Eletronuclear preso nesta terça (28) na 16ª fase da Operação Lava Jato, Othon Luiz Pinheiro da Silva fez sua carreira na Marinha, onde se formou como oficial em 1960. Segundo um dos procuradores integrantes da força-tarefa da Lava Jato, Silva recebeu R$ 4,5 milhões em propina. Os pagamentos, diz a investigação, foram efetuados entre 2009 e 2014. O executivo - afastado do comando da estatal desde abril - foi preso na manhã desta terça-feira (28) no Rio em nova fase da Lava Jato, que investiga contratos firmados com a Eletronuclear, as obras da usina nuclear Angra 3 e pagamentos de propina a funcionários da estatal, uma subsidiária da Eletrobras.
Quando se aposentou em 1994 da Marinha, Silva era vice-almirante do Corpo de Engenheiros e Técnicos Navais, o mais alto posto da carreira naval para oficiais engenheiros. Segundo a Academia Nacional de Engenharia, Silva estudou engenharia naval na Escola Politécnica da USP, onde se formou em 1966, e fez mestrado em engenharia mecânica no MIT ( Massachussetts Institute of Technology), com especialização em engenharia nuclear. De 1982 a 1984 foi diretor de pesquisas de reatores do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares). Em 2005, Silva assumiu como diretor-presidente da Eletrobras Eletronuclear. Procurada pela reportagem, a Marinha informou que Silva é reformado e foi licenciado do serviço ativo em 1994. -
- 28/07/2015 - Executivo da Eletronuclear preso tem perfil técnicoOthon Luiz Pinheiro da Silva fez sua carreira na Marinha, onde se formou como oficial em 1960
Othon Luiz Pinheiro da Silva fez sua carreira na Marinha, onde se formou como oficial em 1960
Fonte: O Tempo - Minas Gerais
FOLHAPRESSDiretor-presidente licenciado da Eletronuclear preso nesta terça (28) na 16ª fase da Operação Lava Jato, Othon Luiz Pinheiro da Silva fez sua carreira na Marinha, onde se formou como oficial em 1960.
Propina
Os pagamentos, diz a investigação, foram efetuados entre 2009 e 2014.
O executivo -afastado do comando da estatal desde abril- foi preso na manhã desta terça-feira (28) no Rio em nova fase da Lava Jato, que investiga contratos firmados com a Eletronuclear, as obras da usina nuclear Angra 3 e pagamentos de propina a funcionários da estatal, uma subsidiária da Eletrobras.
Quando se aposentou em 1994 da Marinha, Silva era vice-almirante do Corpo de Engenheiros e Técnicos Navais, o mais alto posto da carreira naval para oficiais engenheiros.
Segundo a Academia Nacional de Engenharia, Silva estudou engenharia naval na Escola Politécnica da USP, onde se formou em 1966, e fez mestrado em engenharia mecânica no MIT (Massachussetts Institute of Technology), com especialização em engenharia nuclear.
De 1982 a 1984 foi diretor de pesquisas de reatores do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares). Em 2005, Silva assumiu como diretor-presidente da Eletrobras Eletronuclear.
Procurada pela reportagem, a Marinha informou que Silva é reformado e foi licenciado do serviço ativo em 1994.
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- 28/07/2015 - Startups do Cietec investem em impressão 3DThink & Make, 3D Criar e Petit 3D visam popularizar objetos tridimensionais nas áreas de decoração, educação e saúde
Think & Make, 3D Criar e Petit 3D visam popularizar objetos tridimensionais nas áreas de decoração, educação e saúde
Fonte: Site Maxpress
A impressão de objetos 3D é uma das maiores tendências entre as empresas associadas ao Cietec (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia), gestor da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica IPEN/USP. Atualmente, são três empresas dedicadas a inovarem no segmento: Think & Make, 3D Criar e Petit 3D, todas elas buscando aproximar a tecnologia de vários perfis de usuários, desde estudantes até grávidas e apreciadores de peças de design.A Think & Make, criada pelos empreendedores franceses Fabrice Mermet e Aurore Mourette, pretende mostrar a consumidores do mercado de luxo as possibilidades da impressão em 3D. A inovação da startup é permitir a realização de qualquer projeto de criação personalizada. É possível, por exemplo, ter peças feitas com base em fotografias de pessoas da família ou animais de estimação.
Por sua vez, a 3D Criar tem a missão de contribuir com o desenvolvimento da educação. A empresa fornece material didático para ensino básico, técnico, superior e educação assistiva para deficientes visuais. Uma de suas parcerias mais bem-sucedidas é com o Senai-SP, para a disponibilização de duas impressoras para a modalidade de CAD do World Skills Competition. O evento é a maior competição internacional entre estudantes de cursos profissionalizantes, que esse ano será realizado em São Paulo, no mês de agosto.
Já a Petit 3D é um braço da startup 3DUX, especializada na impressão para fins médicos, como na materialização de órgãos humanos para planejamento de cirurgias. O novo serviço atende a demandas de mulheres em gestação, com a possibilidade de imprimir imagens do feto capturadas no exame de ultrassonografia.
Sergio Risola, diretor-executivo do Cietec, analisa a tendência. "A impressão de objetos em 3D é uma tecnologia relativamente nova e, como tal, ainda não consegue alcançar grande número de pessoas, por causa do alto custo. Uma empresa dessa área, para se mostrar inovadora, deve ter como preocupação popularizar a impressão, pesquisando as demandas da sociedade".
Sobre o Cietec
O Cietec, Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia, inaugurado em abril de 1998, tem como missão incentivar o empreendedorismo e a inovação tecnológica, apoiando a criação, fortalecimento e a consolidação de empresas e empreendimentos inovadores de base tecnológica. Em suas unidades de negócio, São Paulo e Mogi das Cruzes, são conduzidos processos de incubação de empresas inovadoras, em diferentes níveis de maturidade. Nesses processos o Cietec oferece serviços de apoio para demandas nas áreas de gestão tecnológica, empresarial e mercadológica, além de infraestrutura física para a instalação e operação dessas empresas. O Cietec possibilita a ampliação d o índice de sobrevivência e competitividade das micro e pequenas empresas, oferecendo a excelência de sua infra-estrutura, a capacitação do seu recurso humano e a comer cialização e busca por inve stimento, como o investimento-anjo, capital semente e venture capital (capital de risco).Siga o perfil exclusivo da Trama sobre Inovação: @tramainova
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- 28/07/2015 - Preso na 16ª fase da Lava-Jato, presidente de estatal liderou Programa Nuclear ParaleloOthon Luiz Pinheiro da Silva pediu licença do comando da Eletronuclear em abril por Juliana Castro
Othon Luiz Pinheiro da Silva pediu licença do comando da Eletronuclear em abril por Juliana Castro
Fonte: O Globo
Preso nesta terça-feira durante a 16ª fase da Operação Lava-Jato, o presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, recebeu em 1978 a incumbência de iniciar os primeiros estudos para um submarino nuclear brasileiro e liderou o Programa Nuclear Paralelo entre 1979 e 1994. Executado sigilosamente pela Marinha, o projeto resultou no desenvolvimento da tecnologia 100% nacional de enriquecimento do urânio pelo método de ultracentrifugação. Engenheiro e vice-almirante reformado, Othon disse em entrevista ao GLOBO, em março do ano passado, que o objetivo inicial do projeto foi desenvolver a tecnologia de propulsão nuclear e admitiu que o governo militar da época tinham interesse bélico no programa.
O nome de Othon Luiz Pinheiro da Silva já havia aparecido na Lava-Jato. O ex-presidente da Camargo Corrêa Dalton Avancini afirmou que coube à UTC, com participação do empreiteiro Ricardo Pessoa, convocar uma reunião para acertar propina ao PMDB e a dirigentes da Eletronuclear, entre eles Othon Luiz Pinheiro da Silva. O depoimento de Pessoa, da UTC, reforçou o teor da delação de Avancini. A construção de Angra 3, alvo das investigações da Lava-Jato porque teria havido ajuste prévio de licitações nas obras, e a operação de Angra 1 e 2 ficam a cargo da Eletronuclear.
Othon pediu licença do cargo de presidente da Eletronuclear em abril, após notícias veiculadas na imprensa de que teriam sido feitas negociações para pagamento de supostas propinas a Silva nas obras da usina nuclear de Angra 3. Enquanto isso, a presidência interina é exercida por Pedro José Diniz de Figueiredo, que estava na Diretoria de Operações da estatal. Othon estava à frente da Eletronuclear desde outubro de 2005.
Nascido em 25 de fevereiro de 1939 em Sumidouro, no interior do Rio, Othon é engenheiro naval formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, com mestrado na área nuclear no Massachusetts Institute of Technology (MIT). De 1982 a 1984, acumulou com suas funções na Marinha do Brasil o cargo de diretor de Pesquisas de Reatores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), ocasião em que foi construído o Reator IPEN-MB-01 (único reator de pesquisas projetado e construído com equipamentos nacionais).
Em 1994, foi para reserva na Marinha do Brasil no posto de Vice-Almirante do Corpo de Engenheiros e Técnicos Navais, o mais alto posto da carreira naval para oficiais engenheiros. Foi gerente do Programa de Desenvolvimento das Ultracentrífugas Brasileiras para Enriquecimento de Urânio e do Programa de Desenvolvimento da Propulsão Nuclear da Marinha do Brasil. Por seu trabalho, Othon recebeu em 2011 da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) o título de cidadão benemérito do Estado do Rio.
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- 28/07/2015 - PF deflagra a 16ª fase da Operação Lava Jato e cumpre 30 mandadosOperação ocorre em Brasília, Rio de Janeiro, Niterói, SP e Barueri. Dois mandados são de prisão temporária; presos serão levados para o PR.
Operação ocorre em Brasília, Rio de Janeiro, Niterói, SP e Barueri. Dois mandados são de prisão temporária; presos serão levados para o PR.
Fonte: G1 Portal de NotíciasAdriana Justi
Do G1 PR
A 16ª fase da Operação Lava Jato foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) na madrugada desta terça-feira (28) em Brasília, Rio de Janeiro, Niterói (RJ), São Paulo e Barueri (SP). São cumpridos dois mandados de prisão temporária, além de 23 mandados de busca e apreensão e cinco de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento. A operação foi batizada de "Radioatividade".Um dos presos é o diretor-presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, que foi detido no Rio de Janeiro. Ele foi afastado do cargo em abril deste ano, quando surgiram denúncias de pagamento de propina a dirigentes da empresa, que é uma subsidiária da Eletrobras.
A prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, que é quando o investigado fica preso à disposição da Justiça sem prazo pré-determinado. Os presos serão levados para a Superintendência da PF em Curitiba.
O foco das investigações desta fase, segundo a PF, são contratos firmados por empresas já mencionadas na Operação Lava Jato com a Eletronuclear, cujo controle acionário é da União. A empresa foi criada em 1997 para operar e construir usinas termonucleares e responde hoje pela geração de cerca de 3% da energia elétrica consumida no país.
Ainda de acordo com a PF, a formação de cartel, o prévio ajustamento de licitações nas obras de Angra 3 e o pagamento indevido de vantagens financeiras a empregados da estatal são os objetos de apuração da atual fase.Angra 3 será a terceira usina nuclear do país e está em construção na praia de Itaorna, em Angra dos Reis (RJ). Ela terá potência de 1.405 megawatts (MW) e gerará energia suficiente para abastecer Brasília e Belo Horizonte por um ano.
Delações
Em abril deste ano, o ex-presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, afirmou em depoimento de delação premiada que houve "promessa" de pagamento de propina ao PMDB e a dirigentes da Eletronuclear nas obras da usina nuclear Angra 3. As informações foram obtidas pelo Jornal Nacional.
Avancini deixou a prisão em 30 de março para cumprir prisão domiciliar, após firmar acordo de delação premiada com a Justiça, homologado pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato na primeira instância.
Segundo Avancini, a Camargo Corrêa foi informada em agosto de 2014 de que havia "compromissos" de pagamento de propina equivalente a 1% dos contratos das obras da usina ao PMDB e aos diretores da Eletronuclear. Somados, os contratos de Angra 3 chegam a R$ 3 bilhões, de acordo com o executivo. À época, o PMDB negou as acusações de recebimento de propina.
A Eletronuclear e o então presidente da empresa, Othon Luiz Pinheiro, disseram em abril que as acusações eram infundadas, que a empresa age sempre em total transparência e que o Tribunal de Contas da União aprovou a preparação das propostas de preços em Angra 3.
15ª fase
A 15ª etapa da operação foi batizada de Conexão Mônaco e prendeu ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada. Ele está detido na carceragem da Superintendência da PF, em Curitiba. Quatro mandados de busca e apreensão também foram cumpridos.
A fase teve como foco o recebimento de vantagens ilícitas na diretoria da Petrobras. De acordo com a PF e o Ministério Público Federal (MPF), Zelada fez transferências bancárias para a China e para Mônaco. Foram € 11 milhões para Mônaco e outro US$ 1 milhão para a China. O dinheiro em Mônaco já estava bloqueado desde março deste ano.
O ex-diretor é suspeito de envolvimento no esquema bilionário de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras. Segundo o MPF, ele atuou no esquema desde quando atuava na gerência da empresa, quando na diretoria da área internacional.
Zelada foi sucessor de Nestor Cerveró – já condenado a cinco anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro – no cargo e atuou entre 2008 e 2012 na estatal.
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- 27/07/2015 - Margaridas mutantes de Fukushima são uma farsaEntenda por que a radiação da usina nuclear não pode ter causado a mutação
Entenda por que a radiação da usina nuclear não pode ter causado a mutação
Fonte: Revista Galileu
Você deve ter visto pela internet, durante a semana passada, uma história (com fotos) de margaridas deformadas pela radiação de Fukushima. A foto que iniciou o bafafá, tirada pelo usuário do twitter @san_kaido, mostra várias margaridas que possuem o miolo alongado, como se duas margaridas fossem juntadas em uma só flor. A culpada seria a radiação de Fukushima, já que a foto foi feita na cidade de Nasushiobara, a 128 km da usina nuclear.
Mas, muito provavelmente, a deformidade não foi causada pela radiação. Isso porque já vimos outras margaridas terem a mesma aparência - e botânicos 'culpam' danos causados por insetos ou vírus.
As plantas crescem pois novas células são adicionadas às pontas de seus caules em uma região chamada meristema. O meristema possui um reservatório de células não diferenciadas que podem produzir mais caule, folhas ou flores. Mas se algumas dessas células morre, o pico pode ficar curvado ou achatado - e isso tem um efeito gigante na maneira com que as plantas crescem. Quando isso acontece na formação de flores, a simetria delas se perde. Será que isso lembra nossas margaridas mutantes?
Esse fenômeno é chamado deFasciação - aliás, no verbete da Wikipedia sobre fasciação temos fotos de margaridas mutantes (embora não da região de Fukushima). Elas são bastante comuns.
A radiação não poderia causar a fasciação?
De acordo com o tweet que iniciou toda a história, os níveis de radiaçaõ da região são de0.5 μSieverts/hora, acima de outras regiões do Japão. Mas aí entra um pouco de matemática. Os Sieverts são unidades usadas para medir o dano causado pela radiação absorvida por tecidos vivos. 1 Sv representa o efeito em 1 kg de tecido humano depois que ele absorve 1 joule de energia. 1 Sv faria você passar mal, caso você fosse exposto a ele de uma vez. Mas somos expostos a pequenas quantidades de radiação todos os dias. Raios cósmicos, monitores, radônio, etc. E essas pequenas quantidades são medidas em microSieverts:1μSievert, que é igual a 0,000001 Sv.
Bacana. Se as plantas recebem 0,5μSv a cada hora, elas acumulam 12μSv por dia. Durante um ano todo, 4380μSv. Aí converta - isso é o equivalente a 4,38 mSv por ano.
Um americano comum, de acordo com a Comissão Regulatória Nuclear do país, recebe uma dose anual de radiação de 6,2 mSv. Ou seja, a radiação supostamente acumulada pelas margaridas de Fukushima seria menor do que alguém vivendo em uma região urbana, próximo a eletrônicos, acumula. E está bem abaixo do máximo permitido pela segurança dos Estados Unidos.
E se as plantas forem mais sensíveis à radiação?Voltamos à fasciação. Sabe-se que é possível que a radiação tenha esse efeito sobre as plantas. Mas um estudo feito em 2004 quantificou quanta radiação é necessária para isso: 100μSv/hora - bem mais do que as medições no lugar denunciam atualmente.
É possível que as plantas estivessem por lá desde o acidente nuclear em 2011, causado pelo terremoto e tsunami que atingiu Fukushima. Mas medições da radiação de Nasushiobara estão disponíveis para consulta e indicam0,74 μSv/ hora. Maior do que a medição de hoje, mas mesmo assim menor do que a quantidade necessária para causar a mutação em plantas.
Então o veredicto é que a mutação das margaridas não foi causada pela radiação de Fukushima. Mas isso não significa que não precisamos nos preocupar com a situação atual da usina, sua administração e outros efeitos. Estudos mostram, por exemplo, efeitos na população de insetos. Continuaremos de olho.
Via Gizmodo
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- 26/07/2015 - Manutenção de Angra 3 já custou R$ 1 biRecursos foram usados apenas para preservar equipamentos comprados na década de 80; usina nuclear só deve gerar energia em 2019
Recursos foram usados apenas para preservar equipamentos comprados na década de 80; usina nuclear só deve gerar energia em 2019
Fonte: O Estado de S. Paulo
ANDRÉ BORGES
BRASÍLIA -Longe do dia em que começará a produzir energia, a usina nuclear de Angra 3, em construção no Rio de Janeiro, já consumiu dos cofres públicos nada menos que R$ 1 bilhão – ou US$ 300 milhões – para bancar a manutenção e a preservação de parafernálias nucleares adquiridas ainda na década de 1980, quando a obra foi iniciada. Esse rombo financeiro, que há 30 anos é alimentado pela máquina pública, só tende a aumentar, conforme informações obtidas pelo ‘Estado’ com a Eletronuclear, por meio da Lei de Acesso à Informação.
Depois de ser paralisada em 1986, apenas dois anos depois de sua construção ter começado, Angra 3 viu seus canteiros de obra serem retomados em 2009 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O plano era concluir a usina, que já possuía grande parte de seus equipamentos e vinha dragando US$ 10 milhões por ano para manter as traquitanas nucleares em condições de uso. Lula prometeu colocar Angra 3 para funcionar até maio de 2014. Esse prazo, no entanto, logo voltaria a cair na vala comum dos adiamentos.
Apesar de todas as dificuldades do projeto, a Eletronuclear decidiu que era hora de vender às distribuidoras de energia os megawatts que seriam gerados a partir da fissão nuclear do urânio de Angra 3. Em um leilão realizado na semana do Natal de 2010, a estatal do grupo Eletrobrás fechou contrato com as empresas e se comprometeu a entregar energia a partir de janeiro de 2016, daqui a cinco meses.
Hoje, o cenário mais otimista prevê que a usina nuclear só vai começar a distribuir energia em janeiro de 2019, três anos depois do prazo que foi assumido com o setor elétrico. A data já está nas previsões do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsável por administrar o abastecimento energético do País. Por mais três anos, portanto, os equipamentos seguirão em manutenção constante.
A bomba financeira montada em Angra 3 não para por aí: a Eletronuclear está praticamente sem caixa para tocar as obras. Até o ano passado, a estatal conseguiu garantir um ritmo crescente de investimento, saltando de R$ 254 milhões aplicados em 2010 para R$ 1,447 bilhão em 2014. Neste ano, porém, os recursos escassearam. Para honrar o novo cronograma, está prevista a injeção de R$ 2,717 bilhões nas obras em 2015. Entre janeiro e maio, porém, segundo a Eletronuclear, o desembolso chegou a apenas R$ 322,7 milhões, 12% do esperado para o ano. Trata-se de uma bagatela, se comparado a todo dinheiro que ainda terá de ser despejado em Angra 3 para que a usina fique pronta.
Até maio deste ano, o empreendimento já tinha sugado R$ 4,782 bilhões em investimentos. Até dezembro de 2018, porém, a Eletronuclear prevê que essa cifra alcance cerca de R$ 16,1 bilhões, ou aproximadamente US$ 5,1 bilhões.
Receita. Como se já não bastasse esse atoleiro financeiro agravado pelo atraso crônico nas obras, há ainda a frustração de receita que esse mesmo atraso vai produzir. Caso Angra 3 entrasse em operação a partir de janeiro de 2016, como tinha se comprometido, a Eletronuclear passaria a receber uma receita mensal de aproximadamente R$ 156 milhões por mês com a venda de sua energia, uma carga suficiente para abastecer as cidades de Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG). O atraso de três anos nessa geração, portanto, vai custar à estatal uma frustração de receita de pelo menos R$ 5,6 bilhões.
No fim do mês passado, a empresa francesa de energia nuclear Areva, uma das principais fornecedoras de Angra 3, publicou um comunicado internacional para dizer que "reduziu temporariamente as atividades” na usina brasileira, por conta de atrasos da Eletronuclear em obter novos financiamentos para a obra. Quando a estatal garantir que encontrou "uma solução financeira sustentável”, declarou a Areva, a fornecedora retomará todas as atividades do projeto.
Pela lei de acesso, a Eletronuclear declarou que "está trabalhando na busca da recuperação dos atrasos e na antecipação do início da geração de energia elétrica para agosto de 2018, mantendo o início de operação comercial em dezembro de 2018.”
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- 26/07/2015 - Começa greve dos servidores federais em todo o paísColuna do Servidor
Coluna do Servidor
Fonte: O Dia
Os servidores federais da base da Condsef, que representam 80% do Executivo Federal, iniciam uma greve geral a partir de hoje. Muitas categorias já começaram a paralisação, como a do INSS, a da Fiocruz, do Judiciário, além dos professores e técnico-administrativos das universidades. Amanhã, sindicatos e o Ministério do Planejamento se reúnem em Brasília e tentam o acordo mais uma vez.O encontro vai dar continuidade às negociações com o governo envolvendo demandas de cerca de 500 mil servidores, entre ativos, aposentados e pensionistas. A mobilização se deu com a estagnação na negociação, considerada insuficiente para a aceitação de um índice de reposição inflacionária de 21,3% dividido em 4 anos. Mas os servidores querem reajuste salarial de 27,3% já para o ano que vem.
Secretário-geral da Condsef, Sérgio Ronaldo da Silva espera que o governo seja mais preciso nas propostas. "Queremos negociar perdas reais, mas o governo quer impor um discurso de uma economia retraída”, disse. Para o dirigente sindical, o governo precisa rever a proposta dos 21,3%, já rejeitada. "Os servidores não vão aceitar esse percentual em quatro anos”, enfatizou.
O secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, propôs reajustar os três principais benefícios dos servidores com base na inflação dos últimos anos. São eles auxílios alimentação, pré-escolar e creche, além do plano de saúde. Os valores entrariam em vigor em janeiro de 2016.
O Planejamento informou que procura acelerar as negociações para evitar greves, e que Sérgio Mendonça vê com preocupação as paralisações que atingem a população usuária dos serviços públicos. "Vamos tentar acelerar para enfrentar este cenário de greve”, informou.Enquanto não há decisão, os trabalhadores da Fiocruz decidiram pela continuidade da greve. Uma assembleia para decidir o rumo do movimento será convocada 24 horas após a reunião com o Planejamento. A categoria também reivindica o direito de negociação coletiva e paridade salarial entre servidores ativos e aposentados.
Contudo, a ampliação do contingenciamento de despesas do governo federal pode emperrar a negociação. "Essa medida do governo vai tornar o nosso processo de negociação ainda mais difícil. Já está tudo contaminado e o discurso de que não há dinheiro vai aumentar ainda mais”, disse Sérgio Ronaldo. "A conta dessa crise só chega para o servidor”.NOVAS NEGOCIAÇÕES
Foram retomadas as negociações entre STF, Planejamento e Orçamento Federal para construir uma solução que permita recompor a remuneração dos servidores do Poder Judiciário da União. Até o dia 31 de agosto, o governo federal deve encaminhar ao Congresso Nacional o Projeto da Lei do Orçamento Anual (Ploa) com a previsão de despesas de pessoal.12 ANOS DE PERDAS
Presidente da Federação dos Policiais Federais (Fenapef), Jones Leal afirma que a oferta do governo não contempla o pleito da categoria. "Nós integramos a classe dos servidores federais que teve o menor reajuste salarial nos últimos 12 anos. Estou seguro de que dificilmente nossos companheiros irão concordar em aceitar algo nesses termos”, disse. -
- 24/07/2015 - Modelo que avalia a segurança de reatores nucleares é premiado nos Estados UnidosFonte: Agência FAPESPO vaso de pressão, que aloja o núcleo do reator, é o componente estrutural mais crítico do sistema PWR (pressurized water reactor ou reator de água pressurizada), utilizado nas usinas nucleares de Angra dos Reis e no futuro submarino de propulsão nuclear da Marinha do Brasil.
Nesse sistema, a água empregada para moderar a reação de fissão nuclear do urânio, contida no circuito primário, aquece a água presente no circuito secundário, para gerar o vapor que aciona a turbina elétrica. E o vaso de pressão constitui a principal barreira de contenção metálica da água que flui sob alta pressão no circuito primário.
Um novo modelo, que aprimora o sistema de avaliação da integridade estrutural do vaso de pressão, foi premiado como o melhor trabalho apresentado no congresso da American Society of Mechanical Engineers realizado na Califórnia em 2014.
De autoria de Claudio Ruggieri, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EPUSP), e Robert H. Dodds, da University of Illinois, o trabalho - "A Weibull Stress Approach Incorporating the Coupling Effect of Constraint and Plastic Strain in Cleavage Fracture Toughness Predictions” - é resultado de projeto de pesquisa "Desenvolvimentos Adicionais de um Modelo Micromecânico de Fratura Frágil e Aplicações à Integridade Estrutural de Reatores Nucleares”, apoiado pela FAPESP e concluído recentemente.
"O principal fator de degradação do vaso de pressão é sua exposição à irradiação de nêutrons emitidos pela reação nuclear. A incidência desses nêutrons afeta significativamente as características do material em escala nanométrica, com a formação de defeitos e a consequente fragilização”, disse Ruggieri à Agência FAPESP.
Vale lembrar que a liberação da energia nuclear que é convertida em energia elétrica inicia-se mediante a colisão de um nêutron com um núcleo atômico de urânio físsil 235.
Instabilizado pelo nêutron adicional, o núcleo de U235 se divide em dois núcleos menores estáveis, emitindo, no processo, novos nêutrons rápidos, que, por sua vez, colidem com outros núcleos de U235. Deflagra-se, assim, uma reação em cadeia, com formidável liberação de energia.
Para avaliar o efeito dos nêutrons livres sobre os componentes estruturais do reator, diversos corpos de prova, de tamanho reduzido, são encapsulados e alojados em seu interior. Recebem altas doses de irradiação para serem posteriormente submetidos a ensaios de fratura.
Ocorre, porém, que há uma grande diferença de escala entre os corpos de prova encapsulados, de 10 milímetros de espessura, e a parede do reator, que tem cerca de 200 milímetros de espessura.
"Nosso novo modelo permite corrigir as imprecisões inerentes às medições experimentais e obter avaliações mais acuradas e adequadas da degradação neutrônica do material”, disse Ruggieri.
Os pesquisadores constataram que o mecanismo de fratura é um processo de degradação que acontece em diversas escalas, desde a escala atômica até a escala do próprio vaso de pressão. Com base nisso, construíram seu modelo, correlacionando a distribuição estatística de microfissuras com a deformação plástica local do componente estrutural macroscópico.
"O objetivo central foi compreender o papel da deformação plástica no processo de fratura por clivagem mediante um parâmetro probabilístico de fratura e como ele contribui para a avaliação de uma potencial falha catastrófica do vaso de pressão”, explicou o pesquisador.
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- 23/07/2015 - França reduz participação nuclear de sua matriz energéticaFonte: O Estado de Minas
A cinco meses de uma grande conferência internacional sobre o clima em Paris, o parlamento francês adotou definitivamente nesta quarta-feira uma lei de "transição energética" visando reduzir o uso da matriz nuclear na produção de eletricidade.
O projeto de lei traduz a promessa feita pelo presidente François Hollande, durante a campanha eleitoral de 2012, de reduzir até 2025 de 75% a 50% a participação da matriz nuclear na produção de eletricidade na França.
"A era da energia nuclear terminou", comemorou o deputado ecologista Denis Baupin.
"É uma evolução histórica, já que em nenhum momento, nenhum dos grupos, inclusive na oposição, negou a necessidade de não sermos mais totalmente dependentes da energia nuclear", acrescentou o deputado socialista François Brottes (PS).
Com 19 centrais, a França detém o segundo maior setor nuclear do mundo. Sua economia depende a energia nuclear como nenhuma outra para seu consumo de eletricidade, suprindo quase 75% das necessidades.
Outros pontos importantes do novo texto: a redução do consumo energético final de 50% em 2050 (com relação a 2012) e uma diminuição do consumo das energias fósseis de 30% em 2030 (com relação a 2012), o que permitiria reduzir as emissões de gás de efeito estufa em até 40%.
Para conseguir chegar lá, o projeto de lei prevê o reforço nas energias renováveis para atingir 32% do consumo de energia em 2030 contra 13,7% em 2012.
Entre as outras medidas previstas, um vale-energia para as famílias de baixa renda, a substituição das sacolas plásticas não-ecológicas, o desenvolvimento de veículos menos poluentes ou a instalação de contadores elétricos inteligentes.
A lei também compreende medidas contra o desperdício alimentar, destinadas a impedir que se jogue comida fora. O texto pretende então favorecer o "crescimento verde" e, através disso, gerar 100 mil novos postos de emprego.
-'Irrealizável'-
Nesta quarta-feira, durante os últimos debates, os deputados fixaram um último objetivo: quadruplicar, entre 2016 e 2030, a contribuição clima-energia - uma taxa de carbono revisada, integrada nos impostos pagos sobre o combustível ou o óleo combustível.
Esta contribuição passará de 22 euros por tonelada de CO2 em 2016 para 100 euros em 2030, passando por um objetivo intermediário de 56 euros em 2022.
Estes números correspondem, segundo especialistas, ao "valor do carbono necessário para mudar os comportamentos", defenderam os autores da emenda. Contudo, tratam-se apenas de objetivos, já que o montante anual da contribuição deve ser fixado anualmente pelo orçamento estatal.
Tirando a extrema-esquerda, que se absteve, todos os grupos de esquerda da Assembleia Nacional votaram a favor do texto apresentado como "um dos mais importantes do mandato" de Hollande.
O partido de direita Republicanos (LR) foi quase unanimemente contra as disposições. "Nós estávamos de acordo com uma redução da energia nuclear, mas não em dez anos. É irrealizável", avaliou o deputado Julien Aubert.
A oposição se preocupa com as consequências para o setor nuclear francês, já em dificuldades. Seu carro-chefe industrial, o grupo Areva, que relatou uma perda de quase 5 milhões de euros em 2014, deve fechar entre 5 a 6 mil postos de trabalho e será desmantelado.
A ministra do Meio Ambiente, Ségolène Royal, que apresentou o texto, comemorou "uma lei ambiciosa e mobilizadora, que será a mais avançada da Europa" e "visa fazer da França o país ambientalista por excelência" e exemplo ao sediar a Conferência Mundial sobre o Clima.
E para tornar todas estas medidas operacionais rapidamente, os primeiros decretos de aplicação serão publicados a partir de setembro de 2015, prometeu a ministra.
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- 22/07/2015 - Acordo iraniano pode ter consequências para o Brasil e Argentina?Fonte: Planeta Osascopor Leonam Guimarães
Dia 14 de julho de 2015, o grupo de potências mundiais "E3/UE+3” (China, EUA e Rússia, juntamente com três membros da União Europeia, Reino Unido, França e Alemanha) e o Irã concluíram em Viena, após meses de intensas negociações, um Acordo final sobre o Programa Nuclear Iraniano, destinado a garantir a natureza estritamente pacífica desse programa, em troca da suspensão das sanções internacionais contra o Irã, estabelecidas por diversas Resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
O próximo passo será o Conselho de Segurança da ONU aprovar o Acordo na forma de Resolução, que também suspenderá as sanções estabelecidas pelas Resoluçõesanteriores. Isto está previsto para ocorrer hoje, dia 21 de julho de 2015. Algumas medidas serão, no entanto, mantidas como exceção.
As sanções americanas e europeias relacionadas com o Programa Nuclear Iraniano visando os setores das finanças, energia e transporte, serão levantadas "assim que o Irã implemente” os compromissos assumidos pelo Acordo. Essa implementação deverá ser atestada por um relatório da AIEA, o que não deve acontecer antes de 2016. As sanções sobre aquisição de armas convencionais no exterior vão ser mantidas por cinco anos, mas exceções poderão ser concedidas pelo Conselho de Segurança. Toda aquisição pelo Irã de componentes para mísseis balísticos com capacidade de transportar ogivas nucleares permanece banida por um período indeterminado.
Não deixa de ser irônico o fato de dois dias depois da finalização do acordo, em 16 de julho de 2015, estar se completando 70 anos da primeira explosão de uma bomba nuclear, o teste "Trinity” de um dispositivo de plutônio, modelo básico da arma lançada sobreNagasaki em 10 de agosto de 1945. Note-se que mesmo naqueles primórdios, havia tal confiança dos projetistas americanos nas armas nucleares desenvolvidas pelo chamado "Manhattan Project”, que não foi julgado necessário testar o dispositivo de urânio, lançado sobre Hiroxima quatro dias antes, em 6 de agosto.
O texto integral do Acordo é altamente técnico, mas, surpreendentemente, é bastante legível para um documento internacional de controle de armas tão polêmico. A Casa Branca publicou uma página na internet que explica o Acordo em termos bastante didáticos.
Ele visa bloquear o acesso do Irã ao material necessário à construção de um explosivo nuclear, ou seja, urânio altamente enriquecido (alto teor do isótopo 235) ou plutônio "grau de arma” (alto teor do isótopo 239 e baixo conteúdo de isótopos mais pesados). Esse acesso poderia ser viabilizado por quatro caminhos distintos, os quais o Acordo busca bloquear: produzir urânio altamente enriquecido na instalação de Natanz; ou na instalação subterrânea de Fordow (protegida contra ataques aéreos); produzir plutônio "grau de arma” no reator de pesquisa de Arak e, por último, produzir esses materiais em locais secretos. Vejamos então os principais parâmetros do Acordo.
O parâmetro crucial para acesso aos materiais físseis é o chamado "Breakout time”, avaliação técnica do tempo necessário para o Irã produzir urânio altamente enriquecido suficiente para a fabricação de uma arma. Quanto mais longo esse tempo, mais viável se torna para a comunidade internacional detectar essa tentativa em tempo para atuar no sentido de bloqueá-la. Este tempo é atualmente de 2 a 3 meses, considerando o inventário de urânio de baixo enriquecimento existente e a capacidade separativa, ou seja, de enriquecimento, instalada em Natanz e Fordow, da ordem de 19.000 centrífugas. Natanz é a principal instalação de enriquecimento iraniano, com cerca de 17.000 centrífugas IR–1 de primeira geração, 1.000 de IR–2M, mais eficientes, e tem capacidade de acomodar um total de 50.000 máquinas.
Note-se que enriquecimento de urânio por centrifugação abre caminho para diferentes utilizações, segundo o grau de enriquecimento (taxa de concentração de isótopoU–235): 3,5 a 5% para combustível de usinas nucleoelétricas, 20% para combustível de reatores de pesquisa e produção de radioisótopos para usos médicos e industriais, e 80-90% para uma arma. Esta última etapa, que vai dos 20% aos 90% é, tecnicamente, a de produção mais rápida. O Irã terá, portanto, que reduzir seu estoque de urânio de baixo enriquecimento, que hoje é de 10.000 kg, para 300 kg, por um período de 15 anos.
O Acordo, portanto, prevê o aumento desse "Breakout time”, com a redução do número de máquinas para 6.104 num prazo de dez anos. Todas as centrífugas autorizadas pelo Acordo ficarão em Natanz e serão aquelas cujos modelos são mais antigos e menos eficientes. Essa instalação, porém, não poderá produzir urânio com enriquecimento superior a 3,67%, o que é compatível com o grau exigido para fabricação do combustível da usina nucleoelétrica de Bushehr, durante 15 anos. Essa instalação passará a ser a única usina de enriquecimento iraniana, mantendo apenas 5.060 centrífugas, todas IR–1. As centrífugas IR–2M serão retiradas e colocadas sob controle da AIEA.
A instalação de Fordow, construída sob um maciço montanhoso e, portanto, praticamente impossível de ser destruída por ataque aéreo, permanecerá aberta, mas não será permitida nenhuma atividade de enriquecimento nela nos próximos 15 anos. Todo o urânio enriquecido existente em Fordow será de lá retirado. Cerca de dois terços de suas máquinas serão também removidas do local.
O Irã se compromete também a não construir nenhuma nova instalação de enriquecimento de urânio nesse período de 15 anos. Contudo, poderá prosseguir com suas atividades de pesquisa com centrífugas mais modernas e começar a fabricação, após oito anos, dos IR–6, dez vezes mais eficazes que as máquinas atuais, e a IR–8, com desempenho 20 vezes superior.
O Acordo visa também impedir que o Irã produza plutônio "grau de arma”, outro material físsil que pode compor o explosivo de uma nuclear. Esse material é produzido pela irradiação do combustível de reatores de pesquisa e produção de radioisótopos. O reator de água pesada em construção pelo Irã em Arak será modificado de modo a torná-lo incapaz de produzir esse tipo de plutônio. Todo combustível nele irradiado será enviado ao exterior durante toda a vida do reator. O Irã também não poderá construir um novo reator desse tipo durante 15 anos.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), já presente no Irã, será responsável por controlar regularmente todas as instalações nucleares iranianas, e terá suas prerrogativas consideravelmente reforçadas. Suas ações de salvaguardas se estenderão a todo Programa Nuclear Iraniano, desde a mineração e beneficiamento de urânio à Pesquisa & Desenvolvimento, passando pela conversão e o enriquecimento. Os inspetores da AIEA poderão ter acesso às minas de urânio e aos locais onde o Irã produz o "yellow cake” (concentrado de urânio) durante 25 anos.
O Irã também concedeu um acesso limitado dos inspetores da AIEA a suas instalações não nucleares, principalmente as militares, em caso de suspeita de atividade nuclear ilegal. Esse acesso é previsto pelo Protocolo Adicional (PA) ao Acordo de Salvaguardas decorrente das obrigações assumidas pelo Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), que o Irã se comprometeu a ratificar e efetivamente implementar. Note-se que Irã assinou o PA com a AIEA em 2003, mas nunca o ratificou. Apesar disso, aplicou-o de 2003 a 2006, quando então anunciou que deixaria de implementá-lo.
É justamente nesses pontos finais, ou seja, na implementação do Protocolo Adicional, que residem possibilidades de consequências do acordo nuclear do Irã para Brasil e Argentina. Conforme discutido em outro artigo, Brasil e Argentina constituem um caso especial na aplicação de salvaguardas da AIEA de acordo com o TNP.
Inicialmente, os dois países não aderiram ao TNP (1968). Bilateralmente, ambos instituíram um sistema de salvaguardas regional (1991) baseado na Agência Brasil Argentina de Contabilidade e Controle (ABACC). Em seguida, firmaram um Acordo de Salvaguardas Abrangentes com a AIEA (1994). Somente depois de estabelecido este sistema regional, reconhecido pela AIEA e do qual ela é parte ativa, os países aderiram ao TNP (Argentina em 1998, Brasil em 1999).
Uma demonstração clara da importância do regime de salvaguardas regional adotado pelo Brasil e Argentina vem das negociações ocorridas para revisão das diretrizes doNuclear Suppliers Group (NSG). Cabe ressaltar que o NSG não é um órgão da AIEA. Logo, suas diretrizes não têm o respaldo direto nos tratados internacionais de salvaguardas em vigor. O NSG é constituído em base voluntária e suas Diretrizes não são legalmente obrigatórias. Cabe a cada Estado membro, em sua exclusiva soberania nacional, decidir se autoriza ou não exportações de itens controlados.
Nas negociações no NSG para a revisão das Diretrizes relativas ao controle de transferências de tecnologias de enriquecimento de urânio e reprocessamento de combustível irradiado, o Brasil empenhou-se em evitar que a adoção de PA viesse a ser considerado critério imprescindível para a transferência dessas tecnologias.
Após consistente esforço diplomático, o Brasil conseguiu que fossem estabelecidos dois critérios objetivos alternativos para que um país se qualifique a receber tais tecnologias: (a) ter um PA em vigor ou (b) fazer parte de um Acordo Regional para aplicação de salvaguardas aprovado pela Junta de Governadores da AIEA, antes da adoção do modelo de Protocolo Adicional (1997), condição que é atendida apenas pelo Brasil e pela Argentina (por meio do Acordo Quadripartite) e pelos Estados–Parte da Agência Nuclear Europeia (EURATOM). Isto configurou um importante êxito da diplomacia brasileira.
É fato que a adoção de um PA como "critério imprescindível” para a transferência dessas tecnologias não afeta diretamente de forma significativa os interesses do Brasil no âmbito restrito do NSG. Entretanto, entende-se que a adoção de um PA elevada a um "critério imprescindível”, ainda que em âmbito restrito ao NSG, seria um precedente que viola a firme posição do Brasil no sentido do caráter voluntário da adoção do PA em quaisquer âmbitos.
A Estratégia Nacional de Defesa (END), aprovada pelo Decreto nº 6.703, de 18 de dezembro de 2008, estabelece que o Brasil "não aderirá a acréscimos ao Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares destinados a ampliar as restrições do Tratado sem que as potências nucleares tenham avançado na premissa central do Tratado: seu próprio desarmamento nuclear”. A condicionante para acréscimos ao TNP, que seria avanços reais no desarmamento das potências nucleares, certamente não foi atendida nem o será no curto prazo.
A adoção de um Acordo Regional para aplicação de salvaguardas aprovado pela Junta de Governadores da AIEA antes da adoção do modelo de PA como alternativa é uma postura coerente com a END e com o princípio da voluntariedade na adoção de PA por Brasil e Argentina, que vem sendo defendida com êxito pela diplomacia de ambos os países há mais de uma década, sendo um tema razoavelmente "pacificado”, mas nunca esquecido.
A efetiva aplicação do Acordo Nuclear do Irã, entretanto, poderá mudar essa situação "pacífica”. Ainda que pareça pouco provável, dadas as condições políticas internacionais, o E3/UE+3 pode, "animado” pelo sucesso da aplicação do PA no Irã, se voltar para os países que ainda não adotaram um PA, exercendo pressões políticas e até mesmo econômicas para universalizar sua implementação. Se verificarmos na lista dos países que ainda não o adotaram, Brasil e Argentina surgem como dos únicos que tem uma indústria nuclear desenvolvida e, portanto, seriam alvos preferenciais, caso tal "investida” realmente venha a ocorrer.
Cabe à diplomacia dos dois países ficarem muito atentas aos desdobramentos do Acordo Nuclear do Irã e identificarem indícios de que tal possibilidade possa vir a se concretizar para poder reagir em tempo de forma coordenada e eficaz na defesa do regime de salvaguardas regional implantado pelos dois países que é hoje um modelo de sucesso reconhecido internacionalmente e que tem sido citado como procedimento que poderia ser aplicado em outras regiões do mundo, até mesmo no Oriente Médio.
Leonam dos Santos Guimarães é Doutor em Engenharia, Diretor de Planejamento,Gestão e Meio Ambiente da Eletrobrás Eletronuclear e membro do Grupo Permanente de Assessoria do Diretor-Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
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- 22/07/2015 - Próteses sob medidaAlém da Unicamp, participam do Biofabris as universidades de São Paulo (USP), as federais de São Paulo (Unifesp) e do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Instituto de Pesquisas Energética e Nucleares (Ipen) e o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), entre outras instituições
Além da Unicamp, participam do Biofabris as universidades de São Paulo (USP), as federais de São Paulo (Unifesp) e do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Instituto de Pesquisas Energética e Nucleares (Ipen) e o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), entre outras instituições
Fonte: Agência FAPESP
Dinorah Ereno | Revista Pesquisa FAPESP
Uma prótese de titânio feita sob medida transformou a vida da estudante Jessica Alves Farias Cussioli, de 23 anos. Após um grave acidente em setembro do ano passado, em Araçatuba, interior de São Paulo, quando caiu da moto e bateu a cabeça em uma caçamba de entulho, Jessica teve afundamento profundo na lateral direita do crânio, em uma região que começa nos olhos e vai até o alto da cabeça.
Oito meses depois, no dia 26 de maio, ela se tornou a primeira paciente a receber um implante craniofacial de titânio no Brasil, procedimento feito no Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (HC-Unicamp).
A fabricação da prótese feita sob medida pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Biofabricação (INCT-Biofabris), sediado na Unicamp e financiado pela FAPESP e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), faz parte de um longo processo de pesquisa e desenvolvimento multidisciplinar iniciado em 2009.
Além da Unicamp, participam do Biofabris as universidades de São Paulo (USP), as federais de São Paulo (Unifesp) e do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Instituto de Pesquisas Energética e Nucleares (Ipen) e o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), entre outras instituições. "Trabalhamos no desenvolvimento de polímeros, biopolímeros, materiais metálicos e cerâmicos, destinados a diversas aplicações”, diz o engenheiro químico Rubens Maciel, professor da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Unicamp e coordenador do Biofabris.
Os estudos de desenvolvimento de novos materiais envolvem ainda testes in vitro e in vivo para avaliar se não causarão nenhum problema ao paciente, no caso de uma futura implantação. "Sua atuação no organismo não pode ser nociva às células nem prejudicar o corpo no local onde está implantado.”
A operação de Jessica durou mais de oito horas e teve a participação de uma equipe médica composta por quatro cirurgiões plásticos e um neurocirurgião. O procedimento cirúrgico foi a última etapa de um trabalho colaborativo que envolveu médicos e pesquisadores durante três meses. A parceria entre o instituto e o HC começou logo após a inauguração do Biofabris.
"Após uma longa conversa com Rubens Maciel e André Jardini [engenheiro mecânico e pesquisador do instituto Biofabris], percebi que poderíamos ter uma parceria científica”, relata Paulo Kharmandayan, professor e coordenador da área de Cirurgia Plástica do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, integrante do Biofabris.
Além da convergência de interesses nas linhas de pesquisa, também havia a proximidade física dos laboratórios. "Foi uma tarde inteira de conversas em que expus as minhas necessidades na área médica e eles se propuseram a encontrar soluções para as demandas apresentadas.” À medida que o tempo passou e o instituto cresceu, apareceram mais perguntas e propostas. "Atualmente fazemos reuniões semanais e a cada discussão surgem novas ideias.”
A tarefa de fabricação dos três implantes personalizados de titânio que compõem a prótese e formam uma superfície de 10 centímetros de comprimento demorou 20 horas. O primeiro passo para a fabricação de uma prótese é fazer, por meio de tomografia, imagens da área do corpo que necessita de reparos. Essas imagens são colocadas no programa InVesalius, um software desenvolvido pelo CTI, responsável pela reconstrução da parte afetada em 3D.
A partir da comparação da parte preservada com a afetada por trauma ou acidente, os pesquisadores criam uma prótese com a dimensão e o formato mais apropriado, preservando a aparência e recuperando a função original de proteção ao cérebro.
Com base nesse modelo virtual da cabeça do paciente, são feitos então um crânio-modelo e uma prótese em nylon por impressão 3D. "O planejamento virtual é uma etapa demorada, em que o programador e a equipe médica discutem todos os ajustes necessários, antes de chegar à prótese definitiva, em metal”, explica Kharmandayan.
Acabamento e esterilização
Na etapa final, de fabricação da prótese metálica, uma liga com pó de titânio é colocada dentro da máquina de manufatura aditiva, técnica de impressão em que um modelo tridimensional é criado por sucessivas camadas de material. O pó é sinterizado a laser e forma as camadas com 0,4 milímetro.
Dependendo da peça, a fabricação pode demorar até um dia para o processo ser finalizado. Depois de retirada da máquina, a peça é submetida a um tratamento térmico ou químico e, no caso de ser usada em aplicações médicas para implantes, ainda passa por um processo de limpeza, acabamento superficial para retirada de resíduos e esterilização.
Leia a reportagem completa revistapesquisa.fapesp.br/2015/07/15/proteses-sob-medida/.
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- 21/07/2015 - Espuma de metal bloqueia radiação gama, nêutrons e raios XEspuma metálica antirradiação
Espuma metálica antirradiação
Fonte: Inovação TecnológicaAlém de serem leves e capazes de absorver impactos, o que as torna muito interessantes para aplicações estruturais, as espumas metálicas mostraram agora uma nova capacidade.
Adequadamente projetados, esses materiais porosos podem bloquear raios X, raios gama e radiação de nêutrons.
Isto torna as espumas metálicas adequadas para melhorar a segurança nas usinas nucleares e no transporte de rejeitos radioativos, melhores escudos para profissionais de saúde, em exames de tomografia computadorizada, por exemplo, e até para a proteção de astronautas em missões no espaço profundo.
O material mais eficiente disponível hoje para bloquear todos esses tipos de radiação é o chamado "aço-aço de alto Z", uma liga de aço inoxidável e tungstênio.
A "espuma metálica de alto Z" superou todos os concorrentes na proteção contra os raios gama e a radiação de nêutrons, perdendo apenas para o chumbo na proteção contra os raios X.
"Contudo, nós estamos trabalhando para modificar a composição da espuma metálica para que ela seja mais eficaz que o chumbo no bloqueio de raios X - e nossos resultados preliminares são promissores," disse a professora Afsaneh Rabiei, da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.
"E as nossas espumas têm a vantagem de não serem tóxicas, o que significa que elas são muito mais simples de fabricar e reciclar. Além disso, as extraordinárias propriedades mecânica e térmica dos compósitos de espumas metálicas e a sua capacidade de absorção de energia tornam o material um bom candidato para várias aplicações estruturais nucleares," complementou.
Bibliografia:
Attenuation efficiency of X-ray and comparison to gamma ray and neutrons in composite metal foams
Shuo Chen, Mohamed Bourham, Afsaneh Rabiei
Radiation Physics and Chemistry
Vol.: Accepted Manuscript
DOI: 10.1016/j.radphyschem.2015.07.003
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- 20/07/2015 - SBPC em São Carlos supera expectativasEncontro anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência teve mais de seis mil inscritos, oriundos de todos os estados do País
Encontro anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência teve mais de seis mil inscritos, oriundos de todos os estados do País
Fonte: Jornal da CiênciaDiante de uma previsão de até quatro mil inscrições, a 67ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada de 12 a 18 deste mês, na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), surpreendeu seus organizadores.
No total, foram 6.378 inscritos, público constituído por cientistas, professores e estudantes, além de gestores de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de empresas e profissionais de órgãos governamentais de apoio à pesquisa científica e tecnológica.
Os números do encontro – o maior evento científico da América Latina – foram anunciados na noite desta sexta-feira pela secretária geral da SBPC, Claudia Levy, na sessão de encerramento da Reunião, realizada no Auditório Florestan Fernandes, da UFSCar.
Mais uma vez, reafirmando o caráter nacional do evento, houve participantes de todos os estados do País, incluindo o Distrito Federal. Os 6.378 inscritos se deslocaram de 649 cidades, o que representa 12% dos municípios brasileiros. São Carlos teve o maior número de inscrições (1.432); em seguida vieram São Paulo (286), Rio de Janeiro (153), São Luís (129), Manaus (120) e Belém (114). De Rio Branco, no Acre, onde foi realizada a 66ª. Reunião Anual, em julho de 2014, veio uma caravana de 98 pessoas.
A presidente da SBPC observou, porém, que o número de pessoas que frequentaram as atividades da Reunião foi bem superior ao de inscrições. "Inscreveram-se somente as pessoas que quiseram fazer os minicursos ou receber o material impresso de apoio ao evento”, informou Helena Nader. Na sua previsão, o público que passou pelo campus da UFSCar durante a semana foi de dez mil pessoas por dia.
Para a presidente Helena a semana de encontros foi rica de eventos, debates e atrações, com vários aspectos que merecem ser destacados. "Mas, para mim, o maior destaque foram as salas cheias e a qualidade da participação do público nos debates”, pontuou.
Qualidade dos dois lados
A programação científica sênior da 67ª Reunião da SBPC contou com 186 atividades, distribuídas em 60 conferências, 74 mesas-redondas e 52 minicursos, que contemplaram diversas áreas da ciência. Muitas atividades tiveram como foco o tema central da Reunião: "Luz, Ciência, Ação!”, em comemoração ao Ano Internacional da Luz, estabelecido pela Unesco.
A presidente SBPC colocou em relevo a qualidade das discussões. "Para nossos encontros, sempre convidamos como palestrantes os melhores especialistas do País. Aqui em São Carlos o público participante esteve no mesmo nível dos palestrantes, o que proporcionou debates profundos e da melhor qualidade”, disse Helena Nader.
Inovação – novo paradigma
A reunião em São Carlos incluirá um novo paradigma nos encontros anuais da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência: a "SBPC Inovação”. Isso se deve ao sucesso obtido pelas palestras e mesas-redondas que integraram a programação da SBPC Inovação, realizada neste ano pela primeira vez.
"Em nossos encontros anteriores, o tema inovação sempre esteve presente, mas de maneira diluída na programação geral. Em São Carlos, ele ganhou formato próprio, foi tratado de maneira particular, organizada e com atividades todos os dias”, descreveu a presidente. Helena Nader adiantou que "daqui pra frente a SBPC Inovação estará presente em nossas reuniões anuais, com base no formato que aconteceu aqui na UFSCar”.
Com isso, a SBPC Inovação ganha o mesmo status obtido pela SBPC Indígena, inaugurada na Reunião Anual de 2014, que foi realizada em Rio Branco, na Universidade Federal do Acre. Neste ano, a SBPC Indígena se repetiu em São Carlos e também deverá ganhar perenidade.
Popularização da ciência
Outra atividade destacada pela presidente da SBPC foi o "Dia da Família na Ciência”, que também foi realizado pela primeira fez em Rio Branco e ganhou uma segunda edição em São Carlos – com o mesmo sucesso.
No sábado, 18 de julho, centenas de famílias são-carlenses visitaram as instalações da Expotec e da SBPC Jovem, voltadas para a divulgação científica para estudantes e a população em geral.
A Expotec abrigou, em uma tenda de seis mil metros quadrados, estandes de instituições de pesquisa de todo o Brasil. Elas mostraram produtos e processos inovadores, resultado de seus projetos de pesquisa. O Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação ocupou boa parte da área da Expotec com uma exposição interativa sobre a luz.
Já a SBPC Jovem, instalada em 2.800 metros quadrados, reuniu experimentos científicos, jogos e oficinas, apresentados por universidades e institutos de pesquisa de vários locais do país.
"A SBPC não é somente para cientistas, mas sim para toda a população. É emocionante ver as famílias interagirem com a ciência de uma forma lúdica, que atinge desde os adultos com idade mais avançada até as crianças em idade pré-escolar”, comentou Helena Nader.
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- 20/07/2015 - Diretor da Eletronuclear assume a vice-presidência da Seção Latino-Americana da Sociedade Nuclear AmericanaFonte: ABENDurante a 40ª edição do simpósio anual realizado pela Seção Latino-Americana da Sociedade Nuclear Americana (LAS-ANS), de 13 a 16 de julho, no Chile, o diretor de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, assumiu a vice-presidência da entidade, para a qual foi eleito esse ano. No encontro de 2016, automaticamente ele assumirá a presidência do Comitê Executivo da LAS-ANS, que, neste momento, fica sob o comando de Julio Vergara, professor da Universidade Católica do Chile, substituindo Alfredo Tranjan Filho, ex-presidente das Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
No evento, Leonam apresentou um panorama sobre a transição hidrotérmica pelo qual o Brasil vem passando, mostrando as perspectivas para o aproveitamento ainda maior da fonte nuclear no sistema energético nacional. "As novas usinas hidrelétricas que estão sendo construídas não armazenarão grande quantidade de água e a perspectiva é que essa fonte perca sua capacidade de autorregulação a partir de 2025. Assim, o papel da energia nuclear torna-se imprescindível neste cenário”, ponderou Leonam.
Foram destacadas, durante o simpósio, algumas atividades empreendedoras da LAS no último ano e alguns personagens e veículos de comunicação que contribuíram para o fortalecimento da discussão em torno da energia nuclear na América Latina. Neste contexto, foi ressaltada a criação da Divisão Estudantil da LAS, que tem o objetivo de reunir os jovens estudantes da área nuclear do continente. Os prêmios de "Personalidade do Ano” e "Imprensa Latino-Americana” foram concedidos, respectivamente, ao ministro de Minas e Energia do Brasil, Eduardo Braga, pelo seu posicionamento favorável à implantação de novas centrais nucleares no país; e ao Jornal O Globo, pela informação de destaque à área nuclear em sua página editorial.
Anualmente, a LAS reúne especialistas do setor nuclear de diferentes países, apresentando estudos e aplicações da energia nuclear ao redor do mundo e promovendo, também, um debate sobre os mais recentes avanços na utilização dessa fonte energética.
Sobre a Eletronuclear
Subsidiária da Eletrobras, a Eletronuclear é a responsável por operar e construir as usinas termonucleares do país. Conta com duas unidades em operação na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), com potência total de 1.990 MW. Hoje, a geração nuclear corresponde a aproximadamente 3% da eletricidade produzida no país e o equivalente a um terço do consumo do Estado do Rio de Janeiro. Angra 3, que está em construção, será a terceira usina da central. Quando entrar em operação comercial, em 2018, a unidade (1.405 MW) será capaz de gerar mais de 10 milhões de MWh por ano - energia limpa, segura e suficiente para abastecer as cidades de Brasília e Belo Horizonte durante o mesmo período.