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- 19/07/2015 - Enfermeira que atendeu vítimas do césio deve ser indenizada, em GoiásMulher afirma que teve câncer após socorrer pacientes na tragédia de 1987. Estado terá de pagar R$ 57,5 mil por danos morais e materiais; cabe recurso.
Mulher afirma que teve câncer após socorrer pacientes na tragédia de 1987. Estado terá de pagar R$ 57,5 mil por danos morais e materiais; cabe recurso.
Fonte: G1Paula Resende Do G1 GOO Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) manteve a decisão de que o governo estadual deve indenizar a enfermeira aposentada Celmiriam Corrêa, 52 anos, antiga servidora da Secretaria de Estado da Saúde, que teve câncer após atender pacientes contaminados pelo césio-137, em Goiânia. Ela deve receber quase R$ 57,5 mil por danos morais e materiais. A decisão ainda cabe recurso.
O acidente radiológico aconteceu em setembro 1987, após catadores de papel abrirem um aparelho de radiologia, que continha o material radioativo. A enfermeira revela que não usou equipamentos de proteção durante o atendimento aos pacientes contaminados. "A gente não teve opção. Era uma emergência e tinha que ser feito o atendimento. A gente não usou nada de proteção, quem usava eram os técnicos que tinham contato direto”, disse em entrevista ao G1.
Celmiriam descobriu o câncer de mama dez anos após a tragédia. Ela retirou 40% da mama, passou por quimioterapia e radioterapia. Após esses tratamentos, ela continuou com o uso de medicação, mas a doença retornou cinco anos depois. Foi quando ela teve que se aposentar.
De acordo com a enfermeira, ela entrou com pedido de pensão na Secretaria de Saúde. No entanto, o recurso foi negado. Por isso, ela decidiu entrar com ação indenizatória na Justiça.
Durante o processo, a Junta Médica do TJ-GO concluiu que é impossível "estabelecer o nexo causal” entre o atendimento a pacientes e o surgimento do câncer. No entanto, análise da Superintendência Leide das Neves Ferreira (Suleide), órgão público instituído para monitorar e prestar assistência médica integral aos radioacidentados, concluiu que a enfermeira possui enfermidade crônica e grave devido à radiação.
Para Celmiriam, "não há dúvida” de que o atendimento com vítimas da tragédia provocou o câncer. "Eu nunca tive caso de câncer da família, não tinha idade que justificava, tive três filhos e os amamentei, ou seja, eu não pertencia a nenhum grupo de risco se não fosse o contato com os pacientes”, defende.
Processo
Em primeiro grau, decisão da 2ª Vara da Fazenda Pública Estadual de Goiânia ordenou o pagamento de R$ 50 mil por danos morais. A sentença ainda determinou indenização por danos materiais de R$ 7.445,37, referente ao que a enfermeira gastou no tratamento do câncer. O governo recorreu da decisão.
Ao analisar a apelação, o desembargador Kisleu Dias Maciel Filho não acatou o pedido do estado. O magistrado considerou o laudo da Suleide e o depoimento de testemunhas. O relatou reformou parcialmente a decisão de primeiro grau ao aumentar o valor dos honorários de R$ 1 mil para R$ 4 mil. O estado ainda pode recorrer da sentença.
Acidente radiológico
A tragédia com o césio-137 começou quando os dois catadores de recicláveis abriram o aparelho de radioterapia em um prédio público abandonado, no dia 13 de setembro de 1987, no Centro de Goiânia. Eles pensavam em retirar o chumbo e o metal para vender e ignoraram que dentro do equipamento havia uma cápsula contendo o metal radioativo.
Apesar de o aparelho pesar cerca de 100 kg, a dupla o levou para casa de um deles, no Centro. Já no primeiro dia de contato com o material, ambos começaram a apresentar sintomas de contaminação radioativa, como tonteiras, náuseas e vômitos. Inicialmente, não associaram o mal-estar ao césio-137, e sim à alimentação.
Depois de cinco dias, o equipamento foi vendido para Devair Alves Ferreira, dono de um ferro-velho localizado no Setor Aeroporto, também na região central da cidade. Neste local, a cápsula foi aberta e, à noite, Devair constatou que o material tinha um brilho azul intenso e levou o material para dentro de casa.
Devair, sua esposa Maria Gabriela Ferreira e outros membros de sua família também começaram a apresentar sintomas de contaminação radioativa, sem fazer ideia do que tinham em casa. Ele continuava fascinado pelo brilho do material. Entre os dias 19 e 26 de setembro, a cápsula com o césio foi mostrada para várias pessoas que passaram pelo ferro-velho e também pela casa da família.
A primeira vítima fatal do acidente radiológico foi a garota Leide das Neves Ferreira, de 6 anos. Ela se tornou o símbolo dessa tragédia e morreu depois de se encantar com o pó radioativo que brilhava durante a noite. A menina ainda fez um lanche depois de brincar com a novidade, acabou ingerindo, acidentalmente, partículas do pó misturadas ao alimento.
O acidente fez centenas de vítimas, no entanto, o Governo de Goiás e as autoridades envolvidas só assimiram quatro mortes, ocorridas pouco depois do acidente, incluindo o caso da menina.
No âmbito radioativo, o acidente com césio-137 só não foi maior que o registrado na usina nuclear de Chernobyl, em 1986, na Ucrânia, segundo a Cnen. Cerca de 6 mil toneladas de lixo radioativo foram recolhidas na capital goiana e levada para Abadia de Goiás, onde permanece até os dias atuais.
Passadas mais de duas décadas, os resíduos já perderam metade da radiação. No entanto, o risco completo de radiação só deve desaparecer em pelo menos 275 anos.
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- 18/07/2015 - Israelenses esterilizam moscas com radiação nuclear para salvar plantaçõesFonte: UOLUm pequeno kibutz no norte de Israel se tornou exportador de um curioso produto para o mundo todo: milhões de moscas da fruta esterilizadas com radiação nuclear para combater pragas agrícolas.
Sde Eliyahu, ao norte da Cisjordânia e perto da fronteira com a Jordânia, seria mais uma entre as muitas comunidades de organização comunal dessa região dedicadas aos cultivos agrícolas, se não fosse pelo pequeno reator nuclear de apenas dois metros que fica na BioBee, a empresa sediada no kibutz, que é proprietário de uma parte dela.
O equipamento é utilizado para uma produção peculiar: moscas esterilizadas após segundos de exposição nuclear para salvar plantações de maneira natural e evitar o uso de agrotóxicos.
"Nossa empresa se dedica à produção de insetos benéficos para o controle biológico" como ácaros, pequenas vespas e besouros polinizadores, além da mosca da fruta, explicou à Agência Efe Yesurun Pleser, diretor comercial da BioBee para a América Latina, uma região para a qual a empresa pretende se expandir.
O projeto começou três décadas atrás como resultado das divagações de dois entusiastas dos insetos, moradores dessa pequena comunidade israelense, que buscaram e encontraram uma maneira de obter benefício, tanto econômico como social, de sua paixão.
O que fazer com esses insetos? Como explorar os benefícios quando um "animal bom se alimenta de outro ruim"? Que substâncias químicas usar? Estas perguntas, assim como o fenômeno do controle biológico, foram as bases sobre as quais se articulou o que, pouco a pouco, se perfilou como uma empresa pioneira no setor, que, de um pequeno kibutz, opera hoje em mais de 30 países.
A ideia-chave do controle biológico de pragas como insetos, ácaros e ervas daninhas, entre outros, se sustenta na utilização de organismos vivos que interferem ou atuam sobre a praga como um parasita.
Como o número de "controladores" que existem de maneira natural não são suficientes para limitar a expansão e reduzir a presença da praga, empresas como a BioBee vêm tentando reproduzir o curso da natureza para diminuir o uso dos pesticidas.
Em algumas ocasiões, a BioBee consegue isso através da introdução de algumas remodelações no ciclo vital, como ocorre com seu produto principal, a mosca da fruta esterilizada.
"Ao invés de produzir ou criar o antagonista da praga, criamos a própria praga. A mosca é a praga e nós a criamos. Eliminamos as fêmeas, selecionamos os machos e os esterilizamos com radiação nuclear", contou Pleser, que acrescentou que sua empresa é capaz de produzir entre 50 milhões e 100 milhões de pupas do inseto por semana em suas instalações.
Depois, os machos são transportados para o local em que o cultivo é arrasado por seus congêneres. Eles são libertados maciçamente e, por serem muitos, têm muitas possibilidades de fecundar as fêmeas. Então, o ovo fecundado pela mosca estéril é posto e fica sobre a fruta.
"Assim, a população na plantação diminui e a fruta não sofre danos. E, mais uma vez, conseguimos diminuir o uso de agrotóxicos", sintetizou o diretor da BioBee.
Além de reduzir o uso de pesticidas, os danos ao cultivo, o risco de contaminação no consumidor final e o combate contra a resistência da praga aos pesticidas, o controle biológico também ajuda a poupar o uso de água nas plantações - uma economia estimada em até 75% - o que o transforma em uma alternativa atraente para os agricultores.
A Croácia foi um dos últimos clientes a optar pelos serviços desta empresa, que começou empregando os moradores do kibutz e tem agora mais de 200 trabalhadores apenas em Israel, além de filiais em Rússia, Chile, Colômbia e Índia.
Cerca de 400 milhões de moscas israelenses inférteis foram transferidas até a fronteira entre Sérvia e Croácia após ganhar um concurso promovido pela própria Agência Internacional da Energia Atômica, que financia parte do projeto por seu interesse em "promover o uso da energia nuclear para fins pacíficos", afirmou Pleser.
Seu segredo em relação a outras empresas similares: "controlar com perfeição os fatores climáticos na produção de insetos. Sua vida e seu metabolismo estão muito ligados à temperatura e à umidade", disse Pleser.
"Estamos crescendo, buscamos como oferecer melhores soluções para o manejo de cultivos para o benefício de todos", comentou o diretor, que também revelou, com certo orgulho, que encontrou um concorrente, uma nova companhia israelense que se lançou ao mercado após se inspirar na trajetória da BioBee.
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- 17/07/2015 - Partícula sem massa buscada há 85 anos é criada em laboratórioFérmion de Weyl poderá levar ao desenvolvimento de uma nova geração de eletrônicos mais rápidos e eficientes
Férmion de Weyl poderá levar ao desenvolvimento de uma nova geração de eletrônicos mais rápidos e eficientes
Fonte: O Estado de S. Paulo
Fábio de Castro
Uma fantasmagórica partícula sem massa, cuja existência havia sido prevista teoricamente há mais de 85 anos, foi finalmente produzida em laboratório por um grupo internacional de cientistas. A descoberta não é importante apenas para aprimorar o conhecimento sobre a natureza da matéria: a partícula, chamada férmion de Weyl, poderá ser usada no futuro para o desenvolvimento de uma nova geração de eletrônicos mais rápidos e eficientes, segundo os autores do estudo, publicado nesta quinta-feira, 16, na revista Science.
Os elétrons, os prótons e os nêutrons pertencem à classe de partículas conhecida como férmions - que são os "blocos de construção” da matéria - e todos eles têm massa. Mas, em 1929, o matemático alemão Hermann Weyl teorizou que poderia existir também um férmion sem massa capaz de levar carga elétrica. "Os férmions de Weyl são ‘blocos de construção’ ainda mais básicos. Você pode combinar dois deles para produzir um elétron”, disse o cientista que liderou o estudo, Zahid Hasan, da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.
O fato de o férmion de Weyl não ter massa, segundo os cientistas, sugere que ele poderia transmitir cargas elétricas no interior de equipamentos eletrônicos com muito mais velocidade que os elétrons. Além disso, enquanto os elétrons se espalham para trás ao colidir com obstáculos, diminuindo a eficiência do fluxo e eletricidade e gerando calor, os férmions de Weyl simplesmente os contornam e passam através deles.
"Os férmions de Weyl poderiam ser usados para resolver os congestionamentos que existem na transmissão de elétrons em circuitos eletrônicos. Eles podem se mover de forma muito mais eficiente e ordenada que os elétrons e poderão levar a um novo tipo de eletrônica”, disse Hasan.
Constatação
Enquanto a descobertas de outras partículas (como o bóson de Higgs) são possíveis só a partir da colisão de partículas em grandes aceleradores, o férmion de Weyl foi detectado no interior de um cristal metálico especial fabricado pelos cientistas.
Há 85 anos, pesquisadores buscavam um material cujas propriedades permitissem a criação do férmion de Weyl, sem sucesso. A equipe coordenada por Hasan vasculhou uma base de dados que tinha a descrição de um milhão de tipos de cristais e descobriu que um deles, o arsenieto de tântalo, parecia promissor. Quando esse cristal especial foi bombardeado com raios de fótons de alta energia, o formato, direção e tamanho dos raios indicaram modificação no posicionamento dos elétrons que correspondia ao comportamento esperado pelo férmion de Weyl.
Segundo Hasan, a equipe observou que o férmion de Weyl é eficiente para transmitir carga elétrica porque tem a incomum capacidade de se comportar como matéria e antimatéria. Os cientistas também confirmaram que a partícula pode ser usada para criar elétrons sem massa, que se movem muito rapidamente, "driblando" os obstáculos. "É como se eles tivessem seu próprio GPS e desviassem dos obstáculos. Esses elétrons são muito velozes e se comportam como um raio de luz unidirecional - o que pode ser usado para desenvolver a computação quântica", afirmou.
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- 17/07/2015 - Brasil avança em processos de regulação para uso de nanomateriais em medicina diagnóstica e terapêuticaPesquisador da Universidade de São Paulo, em São Carlos, já registrou 15 patentes na área de nanotecnologia aplicada à melhoria de diagnósticos, terapias e processos regenerativos
Pesquisador da Universidade de São Paulo, em São Carlos, já registrou 15 patentes na área de nanotecnologia aplicada à melhoria de diagnósticos, terapias e processos regenerativos
Fonte: Jornal da Ciência
O Brasil deu um grande passo em direção à regulação do uso de nanomateriais para diagnóstico, terapia e medicina regenerativa. Desde o ano passado, a partir de uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o país passou a fazer parte da NANoREG, uma plataforma de nanorregulação organizada pela comunidade europeia há três anos, com 16 países participantes, a partir de incentivos da academia e da indústria.
Ao fazer parte da NaNoREG, o Brasil incluiu oito grupos de pesquisa que passam a fazer testes com nanomateriais em laboratórios. "Com a entrada do Brasil, a Anvisa poderá usar as recomendações da NaNoREG”, diz Valtencir Zucolotto, membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e professor associado (livre docente) no Instituto de Física de São Carlos – IFSC da Universidade de São Paulo (USP), onde coordena o Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia GNano/IFSC/USP.
No primeiro dia da 67ª Reunião Anual da SBPC, que acontece na UFSCar, em São Carlos (SP), até 18 de julho, Zucolotto prendeu a atenção de uma plateia formada por pesquisadores e estudantes de diversas áreas ao explicar como o uso de nanomateriais está contribuindo para o avanço da medicina diagnóstica e terapêutica.
De acordo com Zucolotto, o avanço das pesquisas na utilização da nanotecnologia para facilitar diagnósticos, terapias e ampliar os resultados da medicina regenerativa já é uma realidade no Brasil. No âmbito dos diagnósticos, Zucolotto destacou a parceria que o Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia GNano/IFSC/USP vem desenvolvendo com o Hemocentro de Ribeirão Preto. Ele explicou que começou a produzir nanomateriais para melhorar a qualidade do sistema para detectar células leucêmicas.
"Recobrimos as nanopartículas com uma proteína natural, extraída da jaca, a jacalina”, destacou.
Ainda na área de diagnósticos, ele citou os trabalhos que seu grupo vem desenvolvendo com nanosensores para detectar baixos índices de adiponectina, um hormônio proteico que modula vários processos metabólicos, incluindo a regulação da glicemia e o catabolismo de ácidos graxos. Quando um paciente começa a apresentar quedas nas taxas desse hormônio, ele pode estar prestes a desenvolver um tipo de diabetes.
"Os testes convencionais para detecção desse hormônio são muito caros. A nanotecnologia reduziu esse custo. Quem apresenta uma redução desse hormônio precisa ficar alerta”, ressaltou Zucolotto, que já tem 15 patentes registradas.Outro trabalho do grupo coordenado por Zucolotto usa sensores com nanoeletrodos para detectar a proteína não-estrutural 1 (NS1), liberada pelo vírus da dengue após a infecção. No âmbito das terapias, o uso de nanomateriais vem contribuindo para o sucesso de smart drug delivery, ou entrega controlada de medicação no corpo do paciente. Zucolotto diz que a técnica vem sendo bem-sucedida, sobretudo, em casos em que é necessário ministrar drogas muito tóxicas, como na quimioterapia.
Suzana Liskauskas/ Jornal da Ciência
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- 17/07/2015 - Brasileiro confia na ciência, mas não conhece cientistasEm pesquisa realizada por órgão do governo, entrevistados dizem se interessar mais por ciência que por esporte, política ou arte
Em pesquisa realizada por órgão do governo, entrevistados dizem se interessar mais por ciência que por esporte, política ou arte
Fonte: Folha de S. Paulo
REINALDO JOSÉ LOPESCOLABORAÇÃO PARA A FOLHAOs brasileiros dizem se interessar mais por ciência do que por esporte, política ou arte, e os cientistas são os profissionais nos quais eles mais confiam como fonte de informações –mas só 6% das pessoas recordam o nome de um pesquisador do país.
Esse paradoxo –juras de amor à ciência e um contato mínimo com o tema– é uma das principais conclusões de uma pesquisa divulgada nesta semana, durante a reunião anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), que acontece na Universidade Federal de São Carlos, no interior paulista.
"O fato é que, infelizmente, não temos celebridades da ciência", resumiu Aldo Rebelo, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, ao apresentar os dados do levantamento. Só 13% dos que responderam à pesquisa conseguiram apontar o nome de um órgão de pesquisa nacional.
Foram ouvidas quase 2.000 pessoas com 16 anos ou mais, espalhadas por todas as regiões do país.
Quase três quartos dos entrevistados disseram que a ciência traz apenas benefícios ou mais benefícios do que malefícios, um nível de otimismo em relação ao tema comparável ao que existe na China e superior ao que existe nos EUA (67%), na Espanha (64%) e na França (43%).
É um otimismo pragmático: a maioria espera que as descobertas melhorem a vida das pessoas e façam com que a indústria se torne mais produtiva, por exemplo.
Faz sentido, por isso mesmo, que 51,9% vejam medicina como prioridade para investimentos, seguida das energias alternativas e das mudanças climáticas.
Quase 80% das pessoas defendem mais verbas para pesquisa. Além disso, o grau de confiança em relação aos cientistas que trabalham em instituições públicas (no Brasil, eles são a maioria absoluta da classe) supera o de jornalistas, médicos e religiosos.
A visitação a espaços como museus de ciência é baixa, mas quase todos os entrevistados citam a dificuldade de acesso como motivo, e não o desinteresse (só 14% disseram não ter interesse em visitar esses lugares).
Para os coordenadores da pesquisa, a falta de acesso ajuda a explicar o abismo entre interesse e familiaridade com o tema. "Alguma distorção na hora da entrevista pode acontecer, mas temos a resposta comparativa com os outros temas, então não é o fator preponderante", diz Mariano Laplane, presidente do CGEE (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos), órgão que coordenou a pesquisa.
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- 16/07/2015 - Legislação brasileira para resíduos radiativos ainda tem lacunasFonte: O Globopor O GloboRIO — Passados 27 anos do acidente do césio 137, a legislação brasileira para o tratamento de resíduos radiativos ainda tem falhas e lacunas, avaliam especialistas ouvidos pelo GLOBO. Entre os problemas, está o destino final do lixo produzido pelas usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2 — que segue indefinido — e o acúmulo de atribuições na Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).
O Ibama deu um prazo até 2018 para construção de depósitos definitivos para os resíduos das usinas de Angra dos Reis. Especialistas dizem que a capacidade das piscinas usadas hoje para guardar o lixo radioativo deve se esgotar até 2020. Segundo a Cnen, no entanto, a Eletronuclear, estatal responsável pela operação das usinas, já solicitou o licenciamento de uma obra para ampliar a capacidade de armazenamento das piscinas, dando-lhes mais alguns anos de uso e tempo para que seja encontrada outra solução. A análise de um local para armazenamento definitivo é feita por um grupo de trabalho da Cnen.
Em 2001, foi sancionada pela Presidência uma lei que dispõe sobre o que fazer com os resíduos. Ela estipula que é responsabilidade da Cnen estabelecer critérios, normas e procedimentos para tratar da seleção e construção dos depósitos destinados a receber resíduos radioativos. A Cnen, que já tinha uma norma em 1990, editou outras três entre 2002 e 2014.
A professora da Universidade de Brasília (UnB), Valéria Gentil Almeida, especialista em desenvolvimento sustentável e resíduos sólidos, defende que outros órgãos participem do debate tema e cita o caso do próprio Ibama, que participa do licenciamento ambiental das usinas, mas não monitora o que é feito com o lixo delas. A lei atribui essa tarefa apenas à Cnen. Thiago Almeira, porta-voz do Greenpeace, aponta um excesso de atribuições da Cnen.
— Falta um maior diálogo entre os diferentes órgãos (Ibama, Conama, Anvisa, etc) que tratam da problemática. Por que no final das contas todas as leis, normas, resoluções remetem a responsabilidade final à CNEN", disse Valéria ao GLOBO por e-mail, referindo-se também Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).De acordo com a Cnen, o Brasil produz anualmente 165 metros cúbicos - o equivalente a 165 caixas d'água - de resíduos radioativos. A maioria - 130 metros cúbicos - são rejeitos das usinas de Angra 1 e Angra 2. Outros 30 são produzidos por atividades industriais e de pesquisa, sendo armazenados em quatro depósitos distribuídos por São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Pernambuco. O restante são rejeitos da Fábrica de Combustível Nuclear localizada em Resende (RJ).
Além disso, há resíduos oriundos de clínicas e unidades hospitalares, que costumam ser armazenadas nos próprios locais de uso. Segundo a Cnen, em geral esses produtos têm um rápido decaimento da atividade radioativa, o que permite descartá-los, após algum tempo, junto com os resíduos hospitalares convencionais. A exceção, diz a Cnen, é uma quantidade pequena de fontes radioativas usadas em tratamentos de radioterapia, que precisa ser armazenada em depósitos da Cnen.
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- 16/07/2015 - Acidente com césio 137: Quando viam carro de Goiânia, diziam para jogar pedraEm 1987, no antigo estádio olímpico, pessoas aguardaram horas de pé para medir a radiação
Em 1987, no antigo estádio olímpico, pessoas aguardaram horas de pé para medir a radiação
Fonte: O Globo
Por André de Souza
No dia 13 de setembro de 1987, um grupo de catadores de ferro-velho entrou numa clínica abandonada no Centro de Goiânia, encontrou um velho aparelho de radioterapia e decidiu desmontá-lo para revender suas peças. Começava ali "o maior acidente de contaminação por césio já ocorrido em todo o mundo, maior do que em Chernobyl”, informou, dias depois, o então presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Rex Nazareth.
Numa escala de zero a sete, o acidente com césio 137 foi classificado como de nível 5. Segundo o Greenpeace, matou quatro imediatamente — entre eles uma menina de 6 anos que passou no corpo a substância que brilhava no escuro — e deixou um rastro de contaminação que afetou para sempre a saúde de centenas de pessoas. O GLOBO acompanhou o pânico da cidade, o sofrimento das vítimas e a desinformação das autoridades. O trabalho jornalístico durou quatro meses. Hoje editor do caderno de cultura do jornal "O Popular”, de Goiânia, Luiz Spada era o correspondente na capital goiana. Aos 27 anos, também não sabia o risco que corria.
Como era o trabalho?
Começava cedo, ia pela tarde e pela noite. Tudo era novidade, a começar por nós mesmos. Não passava pela cabeça de nenhum jornalista brasileiro fazer a cobertura de um acidente daquela dimensão.
Temia por sua própria saúde?
Quando veio à tona o acidente, ninguém sabia o tamanho da coisa e não dimensionava o real perigo em termos de exposição. Nos primeiros dias de cobertura, a gente não tinha muitos cuidados, mas nem pensava na hipótese de ser vítima de radiação. O negócio era fazer o trabalho.
Que dificuldades encontrou?
Ter informação de qualidade. As autoridades não sabiam o que informar nem como informar.
Quanto tempo durou a cobertura?
Foram uns quatro meses. Mas o trabalho continuou depois: quando isolaram as pessoas, quando elas morreram e quando as vítimas diretas já estavam sem risco de contaminar quem delas se aproximasse. Depois, quando a área contaminada foi isolada, e o lixo, retirado em tambores. Era entulho de construção, casas demolidas, asfalto recolhido. Até deixar todo o terreno sem risco de contaminação, foram toneladas e toneladas de lixo. Construíram um depósito em um município vizinho (Abadia de Goiás) para isso. E tudo virava notícia.
Como era lidar com as vítimas?
A gente não tinha muito acesso, porque elas foram transferidas para o Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio. Não dava para pegar a história da figura e contar.
Como foi a reação na cidade?
Quando veio a notícia, houve pânico. No antigo estádio olímpico de Goiânia, formaram-se filas quilométricos de pessoas que queriam passar pelo aparelhinho para saber se estavam contaminadas ou não. Teve desinformação demais. Na época, quando alguém via carro com placa de Goiânia, dizia: "Joga pedra!”.
E o acidente mudou o comportamento da população?
Hoje as pessoas nem comentam mais sobre ele. Os mais novos nem sabem.
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- 15/07/2015 - Próteses sob medida - Revista FapespInstituto Biofabris produz implantes de liga de titânio para pacientes que perderam ossos do crânio ou da face após acidente ou doenças
Instituto Biofabris produz implantes de liga de titânio para pacientes que perderam ossos do crânio ou da face após acidente ou doenças
Fonte: Revista Fapesp
DINORAH ERENO | ED. 233 | JULHO 2015
Uma prótese de titânio feita sob medida transformou a vida da estudante Jessica Alves Farias Cussioli, de 23 anos. Após um grave acidente em setembro do ano passado, em Araçatuba, interior de São Paulo, quando caiu da moto e bateu a cabeça em uma caçamba de entulho, Jessica teve afundamento profundo na lateral direita do crânio, em uma região que começa nos olhos e vai até o alto da cabeça. Oito meses depois, no dia 26 de maio, ela se tornou a primeira paciente a receber um implante craniofacial de titânio no Brasil, procedimento feito no Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (HC-Unicamp). A fabricação da prótese feita sob medida pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Biofabricação (INCT-Biofabris), sediado na Unicamp e financiado pela FAPESP e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), faz parte de um longo processo de pesquisa e desenvolvimento multidisciplinar iniciado em 2009.
Além da Unicamp, participam do Biofabris as universidades de São Paulo (USP), as federais de São Paulo (Unifesp) e do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Instituto de Pesquisas Nucleares (Ipen) e o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), entre outras instituições. "Trabalhamos no desenvolvimento de polímeros, biopolímeros, materiais metálicos e cerâmicos, destinados a diversas aplicações”, diz o engenheiro químico Rubens Maciel, professor da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Unicamp e coordenador do Biofabris. Os estudos de desenvolvimento de novos materiais envolvem ainda testes in vitro e in vivo para avaliar se não causarão nenhum problema ao paciente, no caso de uma futura implantação. "Sua atuação no organismo não pode ser nociva às células nem prejudicar o corpo no local onde está implantado.”
A operação de Jessica durou mais de oito horas e teve a participação de uma equipe médica composta por quatro cirurgiões plásticos e um neurocirurgião. O procedimento cirúrgico foi a última etapa de um trabalho colaborativo que envolveu médicos e pesquisadores durante três meses. A parceria entre o instituto e o HC começou logo após a inauguração do Biofabris. "Após uma longa conversa com Rubens Maciel e André Jardini [engenheiro mecânico e pesquisador do instituto Biofabris], percebi que poderíamos ter uma parceria científica”, relata Paulo Kharmandayan, professor e coordenador da área de Cirurgia Plástica do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, integrante do Biofabris. Além da convergência de interesses nas linhas de pesquisa, também havia a proximidade física dos laboratórios. "Foi uma tarde inteira de conversas em que expus as minhas necessidades na área médica e eles se propuseram a encontrar soluções para as demandas apresentadas.” À medida que o tempo passou e o instituto cresceu, apareceram mais perguntas e propostas. "Atualmente fazemos reuniões semanais e a cada discussão surgem novas ideias.”
A tarefa de fabricação dos três implantes personalizados de titânio que compõem a prótese e formam uma superfície de 10 centímetros de comprimento demorou 20 horas. O primeiro passo para a fabricação de uma prótese é fazer, por meio de tomografia, imagens da área do corpo que necessita de reparos. Essas imagens são colocadas no programa InVesalius, um software desenvolvido pelo CTI, responsável pela reconstrução da parte afetada em 3D. A partir da comparação da parte preservada com a afetada por trauma ou acidente, os pesquisadores criam uma prótese com a dimensão e o formato mais apropriado, preservando a aparência e recuperando a função original de proteção ao cérebro. Com base nesse modelo virtual da cabeça do paciente, são feitos então um crânio-modelo e uma prótese em nylon por impressão 3D. "O planejamento virtual é uma etapa demorada, em que o programador e a equipe médica discutem todos os ajustes necessários, antes de chegar à prótese definitiva, em metal”, explica Kharmandayan.
Acabamento e esterilização
Na etapa final, de fabricação da prótese metálica, uma liga com pó de titânio é colocada dentro da máquina de manufatura aditiva, técnica de impressão em que um modelo tridimensional é criado por sucessivas camadas de material. O pó é sinterizado a laser e forma as camadas com 0,4 milímetro. Dependendo da peça, a fabricação pode demorar até um dia para o processo ser finalizado. Depois de retirada da máquina, a peça é submetida a um tratamento térmico ou químico e, no caso de ser usada em aplicações médicas para implantes, ainda passa por um processo de limpeza, acabamento superficial para retirada de resíduos e esterilização.Jessica foi a sexta paciente operada pela equipe de Kharmandayan. Ela é uma das pacientes que integram um projeto aprovado pelo comitê de ética da Unicamp, que prevê a realização de 15 cirurgias. "Foi a primeira cirurgia craniofacial que fizemos com o material. As outras eram apenas de crânio ou face”, contou o cirurgião plástico. O primeiro paciente operado, em 2012, colocou uma prótese para reconstrução do crânio aos 17 anos, três anos depois de um grave acidente de bicicleta. "Ele parou de estudar, ficava trancado em casa, não tinha vida social. Depois que fez a cirurgia, voltou a estudar, começou a tocar violão, ficou noivo, tirou carta de motorista e passou em um concurso público.”
O tratamento mais utilizado atualmente para recompor a região afetada é retirar um segmento do osso do lado sadio da cabeça e colocá-lo no local com o trauma. Mas nem sempre isso é possível. "Quando os defeitos são grandes ou quando ocorre absorção do osso por causa da infecção, é preciso recorrer a um substituto sintético, metálico ou não”, explica. Um dos mais utilizados para essa finalidade é o metilmetacrilato, um tipo de plástico descoberto na década de 1920. "Existem vários relatos de pacientes que tiveram rejeição à prótese porque o material pode liberar substâncias químicas.” Outro detalhe é que a reconstrução com o metilmetacrilato é feita artesanalmente pelo cirurgião. "O plástico em pasta, a uma temperatura de 82 graus Celsius, é modelado diretamente em cima do cérebro do paciente, no caso de uma reconstrução do crânio.” A modelagem a mão deixa muito a desejar. Dentre os pacientes operados no HC da Unicamp como parte do projeto, quatro tinham feito anteriormente próteses a partir do plástico.
A liga de titânio é usada há bastante tempo na medicina e, de uns anos para cá, na odontologia no setor de implantes, por ser um material já bastante testado, seguro e que não libera resíduos depois de pronto. "As miniplacas que utilizamos, além de seguras, permitem a integração com o osso”, diz Kharmandayan. "Sua superfície é fabricada com pequenas ranhuras, de forma que a osteointegração e o crescimento celular ocorram mais rapidamente do que em uma superfície comum”, ressalta Maciel. As placas de titânio para reconstrução craniofacial são produzidas por outros países e vendidas no mercado, mas elas são feitas em tamanho padrão, e não sob medida para o paciente e para as suas necessidades. "Uma placa como a que foi implantada na Jessica custaria no mercado em torno de R$ 130 mil”, estima Maciel. "Os gastos que tivemos com material para construir a placa personalizada e com as utilizadas pelos outros pacientes ficaram em cerca de R$ 3 mil a R$ 5 mil, dependendo do material utilizado.” Isso sem contar os honorários médicos e custos com aquisição de máquinas, projeto e esterilização, por exemplo, que foram absorvidos pelo Biofabris.
Novos materiais
Além das próteses customizadas com ligas de titânio, outras linhas de pesquisa envolvendo a busca de novos materiais são desenvolvidas com instituições parceiras. Uma delas, em colaboração com a UFRGS, tem como foco as biocerâmicas de fosfato de cálcio, como a hidroxiapatita, material semelhante à parte mineral do osso, e outras similares. "Fazemos a síntese e a caracterização de cerâmicas e moldamos as peças no equipamento de prototipagem rápida”, diz Cecília Zavaglia, professora do Departamento de Engenharia de Materiais da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) e vice-coordenadora do instituto. Essas cerâmicas desenvolvidas, chamadas de beta fosfato tricálcico, podem ser utilizadas como substituto de ossos e dentes, em pequenos reparos. Já foram realizados testes in vitro e in vivo para avaliar a biocompatibilidade do material e sua toxicidade. A próxima etapa serão os testes clínicos.
Outros materiais usados na biofabricação são os biopolímeros. O melaço da cana-de-açúcar, a semente do açaí e o óleo de mamona são matérias-primas de fontes renováveis utilizadas para a fabricação desses materiais. A partir do melaço, por exemplo, os pesquisadores obtiveram o poliácido láctico, um polímero absorvido pelo organismo em taxas controláveis. "Fazemos a polimerização do ácido láctico para usar como base em uma série de aplicações, como regeneração de tecidos, pele artificial, formação de cartilagem e de ossos”, diz Jardini. "Esse material pode ser utilizado como se fosse o arcabouço para semear células que precisam ser desenvolvidas em um determinado local.” Em uma impressora 3D o polímero é processado para adquirir o formato a ser implantado no paciente. Esse biopolímero é então semeado com células do próprio paciente e, após o crescimento, a prótese pode ser implantada no local desejado.
Da semente do açaí, foi desenvolvido um poliuretano para ser usado como prótese óssea, principalmente nas regiões do crânio e da face (ver Pesquisa FAPESP nº196). E o óleo de mamona associado ao ácido cítrico resultou em um novo polímero, objeto de um depósito de patente. "O óleo de mamona obtido foi submetido a uma reação com o ácido cítrico, o que resultou em um poliéster reticulado obtido a partir de um processo de polimerização que não envolveu agentes tóxicos para conduzir a reação química”, diz Maria Ingrid Rocha Barbosa Schiavon. Ela iniciou a pesquisa durante o pós-doutorado que resultou em um depósito de patente em conjunto com outros pesquisadores do Biofabris.
A partir do poliácido láctico obtido da cana-de-açúcar, em associação com o poli 2-hidroximetilmetacrilato (pHEMA), foi formado um polímero híbrido como resultado da pesquisa de doutorado de Marcele Fonseca Passos, sob orientação de Maciel e de Carmen Gilda, do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Pará (UFPA). A pesquisa levou a um depósito de patente, o processo não necessita de agentes químicos, e o produto obtido tem uso potencial em odontologia, regeneração parcial de cartilagem, de menisco e orelha. Testes de citotoxicidade mostraram biocompatibilidade do polímero e atualmente estão sendo feitos testes com animais na Faculdade de Biologia da UFPA em colaboração com o Instituto Evandro Chagas, também no Pará.
Projetos
1. Biofabris – Instituto de Biofabricação (nº 2008/57860-3); Modalidade Projeto Temático – INCT; Pesquisador responsável Rubens Maciel Filho (Unicamp); Investimento R$ 2.691.894,52 (FAPESP) e R$ 2.239.094,33 (CNPq).
2. Síntese de biopolímeros epoxídicos a partir de fontes renováveis para construção de dispositivos biomédicos utilizando técnicas de prototipagem rápida e biofabricação (nº 2009/16480-6); Modalidade Bolsa de Pós-doutorado; Pesquisador responsável Rubens Maciel Filho (Unicamp); Bolsista Maria Ingrid Rocha Barbosa Schiavon; Investimento R$ 215.732,36 (FAPESP).
3. Redes IPNs de pHema-PLA para aplicação em engenharia tecidual (nº 2011/18525-7); Modalidade Bolsa de doutorado; Pesquisador responsável Rubens Maciel Filho (Unicamp); Bolsista Marcele Fonseca Passos; Investimento R$ 177.978, 84 (FAPESP).Artigos científicos
CALDERONI, D. R. et al. Paired evaluation of calvarial reconstruction with prototyped titanium implants with and without ceramic coating. Acta Cirúrgica Brasileira. v. 29, p. 579-87. 2014.
JARDINI, A. L. et al. Cranial reconstruction: 3D biomodel and custom-built implant created using additive manufacturing. Journal of Cranio-Maxillo-Facial Surgery. v. 42, p. 1877-84. 2014.
LAROSA, M. A. et al. Microstructural and mechanical characterization of a custom-builtimplant manufactured in titanium alloy by direct metal laser sintering. Advances in Mechanical Engineering. v. 2014. p. 1-8. 2014.
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- 15/07/2015 - SBPC debate a instalação de usinas nuclearesConferência analisou o aumento da demanda energética, a necessidade de substituição dos combustíveis fósseis e a segurança da energia atômica
Conferência analisou o aumento da demanda energética, a necessidade de substituição dos combustíveis fósseis e a segurança da energia atômica
Fonte: Jornal da CiênciaDiante do aumento de demanda de energia elétrica e da importância das questões ambientais, a discussão acerca da implantação de novas matrizes energéticas no Brasil ganha cada vez mais espaço. O tema foi debatido ontem (13/7) na 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre entre os dias 12 e 18 de julho no Campus São Carlos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
A conferência "Instalações Nucleares: Riscos e desenvolvimento no cenário atual do Brasil” foi ministrada pelo Capitão da Marinha do Brasil Leonardo Amorim do Amaral e contou com a presença de estudantes dos ensinos Médio e Superior, professores, pesquisadores e outros interessados.
Segundo Amaral, é importante o Brasil planejar novas estratégicas energéticas para atender a demanda e possibilitar preços mais acessíveis. Atualmente, cerca de 73,5% da energia elétrica é proveniente das usinas hidroelétricas. "Até 2060 teremos mais de 250 milhões de habitantes e o esgotamento do potencial hídrico. Com o aumento da demanda e a necessidade de crescimento do País, é necessário aumentar significativamente a oferta de energia elétrica”, defendeu. Além disso, também é importante diversificar as fontes energéticas e pensar em opções que diminuem a utilização dos combustíveis fósseis e a emissão de gás carbônico.
Amaral acredita que o investimento em energia nuclear pode ampliar a participação do Brasil no cenário internacional, pois o País está comprometido com o uso pacifico da energia nuclear e conta com a terceira maior reserva mundial de urânio. Na opinião de Amaral, o aumento da utilização de energia nuclear pode também incentivar o desenvolvimento de outras áreas que utilizam materiais radioativos, como as ciências médicas e a indústria.
Durante a palestra, também foi abordada a execução do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), que envolve a construção de um submarino movido a energia nuclear, além de outros quatro convencionais, movidos a diesel e eletricidade. "Uma das maiores dificuldades é aplicar alta tecnologia em um espaço restrito”, salientou Amaral.
Apesar das vantagens, Amaral explicou que ainda existe um conjunto de percepções por parte da população que prejudicam o desenvolvimento de políticas de instalação de novas usinas nucleares, como a relação direta aos riscos de acidentes e vazamentos de radiação, que se intensificaram após o acidente na usina japonesa de Fukushima, ocorrido em 2011.
Durante a apresentação, Amaral explicou que a instalação de uma usina nuclear segue um conjunto de protocolos, estabelecidos pela Agência Internacional de Energia Atômica, para garantir que o risco de acidente não ultrapasse a proporção de um por um bilhão. Para isso, são necessárias garantias contra o vazamento de radiação do urânio enriquecido, um sistema selado de refrigeração, estruturas resistentes de suporte ao reator e contenção. Além disso, a usina nuclear deve ser instalada em local estratégico, pouco populoso e que permita a rápida evacuação.
Para finalizar, Amaral defendeu que, diante dos protocolos de minimização de acidentes e da preparação de profissionais qualificados para aplicar os protocolos de segurança, a energia nuclear pode complementar a oferta energética e atender a demanda diante das perspectivas de aumento no consumo e da importância da energia elétrica em projetos de desenvolvimento do País.
A programação completa da 67ª Reunião Anual da SBPC pode ser conferida em www.sbpc.ufscar.br.
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- 15/07/2015 - Luiz Antônio Araujo: até Brasil e Argentina têm mais autonomiaFonte: Zero Horas
Para se ter uma ideia da extensão do acordo entre o Irã e as seis potências, é útil uma comparação com o regime de controle e inspeção nuclear ao qual Brasil e Argentina se submeteram, de comum acordo, em 1991. Em nenhum dos dois países sul-americanos — que mantêm há mais de 30 anos programas nucleares sobre cuja natureza pacífica nem sempre houve 100% de certeza — vigora um sistema de controle tão minucioso e intrusivo como o que foi aceito pelo Irã.
– No caso do Brasil e da Argentina, a fiscalização está baseada na declaração das partes. Se o Brasil declara que está desenvolvendo um submarino nuclear, essa é a base da relação. No caso do Irã, o fundamental é a possibilidade de verificação — afirma o secretário da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (Abacc), Odilon Marcuzzo do Canto.
No caso brasileiro e argentino, não há limites ao estoque de urânio enriquecido, nem cota de centrífugas em funcionamento, nem sistema de inspeção 24/7 (24 horas por dias, sete dias por semana). Diferentemente do Irã, os dois países não assinaram o Protocolo Adicional do Tratado de Não-Proliferação (TNP), que dá à Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) poderes excepcionais de fiscalização e acesso a instalações. Mais do que isso: são críticos desse protocolo, que consideram discriminatório.
É verdade que os organismos internacionais reconhecem o caráter pacífico dos programas nucleares brasileiro e argentino. Mas nem sempre foi assim. É conhecida a colaboração brasileira no programa nuclear iraquiano, e documentos indicam venda de yellow cake (urânio usado em bombas atômicas) pelos argentinos a Israel nos anos 1960.
Se os dois países sul-americanos tentaram obter armas nucleares no passado, "é algo que talvez jamais saibamos”, nas palavras do ex-secretário da Abacc Carlos Feu Alvim.
No Acordo de Viena, a transparência foi o tributo que a desconfiança pagou à confiança. Além do Irã, nenhum país do Oriente Médio e poucos no mundo aceitaram essa obrigação de forma tão completa.
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- 14/07/2015 - Pesquisa aponta que brasileiro se interessa por ciência e tecnologiaMinistro quer aumentar interação da ciência com a sociedade. Presidente da SBPC diz ser necessário romper barreiras para aumentar o conhecimento.
Ministro quer aumentar interação da ciência com a sociedade. Presidente da SBPC diz ser necessário romper barreiras para aumentar o conhecimento.
Fonte: Jornal da Ciência
A maioria dos brasileiros (61%) tem interesse em temas da área de ciência e tecnologia, embora o acesso à informação seja restrito principalmente na população de baixa escolaridade. A constatação é da edição de 2015 da pesquisa sobre percepção pública da C&T, realizado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), vinculado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).O estudo foi divulgado nesta segunda-feira, 13/7, pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, em coletiva à imprensa na 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), principal evento científico da America Latina que neste ano se realiza na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), interior paulista.
Foram consultadas quase duas mil pessoas com 16 anos ou mais, de todas as regiões brasileiras, no período de 22 de dezembro de 2004 a 16 de março deste ano.
Embora seja elevado o interesse dos brasileiros (61%) pela ciência e tecnologia, o interesse diminuiu se comparado aos 65% registrados na última pesquisa, de 2006. Mesmo assim, o percentual supera o da União Europeia, onde os interessados pela ciência e tecnologia representam 53% da amostragem. Países desenvolvidos como Estados Unidos e alguns da Europa são pioneiros nesse tipo de pesquisa, conforme o CGEE.
O objetivo da pesquisa, segundo o ministro Aldo Rebelo, é orientar as ações, as iniciativas e as políticas públicas na área de ciência e tecnologia. A intenção é também aperfeiçoar formas de popularizar e ensinar ciências, além entender os motivos que levam os jovens a escolher ou não carreiras científicas.
O ministro chamou a atenção para a importância da divulgação científica e citou o fato de a pesquisa sinalizar uma interação modesta da ciência com a sociedade. A pesquisa apontou que apenas seis pessoas em cada grupo de 100 lembram o nome de algum cientista brasileiro, enquanto que somente 12% lembram-se de alguma instituição que faça pesquisa no País.
Para o ministro, é necessário que o governo, as universidades e instituições como a SBPC e a Academia Brasileira de Ciências reforcem as ações de divulgação da ciência no País.
Desinteresse da mídia
A presidente da SBPC, Helena Nader, que também participou da entrevista coletiva, vê necessidade de se aumentar o espaço da ciência no que ela chama de grande mídia. A intenção é atingir um público maior e aumentar o conhecimento da população sobre os benefícios da ciência, além de despertar mais o interesse de jovens pela área científica.
Nesse caso, a presidente da SBPC fez uma alusão ao futebol que, segundo avalia, é divulgado com intensidade pela mídia, despertando o interesse de crianças em se tornar jogador profissional de futebol quando adulto. "Precisamos romper com essa barreira”, recomendou.
Também presente ao evento, o presidente do CGEE, Mariano Laplane, concorda que o curto espaço que a ciência tem na mídia interfere no desconhecimento da população sobre os benefícios da área científica."É preciso que haja esforço do governo, de instituições de pesquisa e ensino e da mídia para que a sociedade realmente reconheça e se aproprie da ciência e tecnologia como um recurso estratégico para o desenvolvimento sustentável do País”, conclamou.
Já o presidente da ABC, Jacob Pallis, também presente ao evento, vê necessidade de o Brasil investir em mais "heróis da ciência”. Citou o exemplo do jovem matemático Artur Ávila Cordeiro de Melo, nascido no Rio de Janeiro, que é o primeiro latino-americano e lusófono a receber a Medalha Fields. Trata-se de uma premiação oferecida a matemáticos equivalente ao Prêmio Nobel. Para Palis, Artur Ávila é um modelo a ser seguido por outros jovens brasileiros.
De olho nos benefícios da ciência
O presidente do CGEE disse que a percepção do brasileiro é positiva sobre os benefícios que a ciência e tecnologia produzem para a sociedade. A pesquisa apontou que 73% dos entrevistados acreditam que a ciência e a tecnologia trazem mais benefícios do que malefícios para a humanidade.
O estudo constatou, ainda, que a população é capaz de entender o conhecimento científico e deve ser ouvida nas grandes decisões sobre ciência e tecnologia. Revela, também, que a maioria dos entrevistados (78,1%) considera importante os investimentos em ciência e tecnologia, sobretudo nas áreas de medicina e saúde, energias alternativas, mudanças climáticas, agricultura e em recursos da Amazônia.
O vice-presidente da SBPC, o físico Ildeu de Castro Moreira, especialista em divulgação científica, disse ser necessário aumentar também a difusão da ciência em sala de aula e as visitas a museus de ciência. Para ele, o interesse da população pela ciência está relacionado também às condições econômicas. Nesse caso, acredita que a redução do interesse dos brasileiros pela ciência e tecnologia entre 2006 e 2015 – de 65% para 61%, conforme apontou a pesquisa – deve ser reflexo da piora da conjuntura econômica.Viviane Monteiro/ Jornal da Ciência
Veja mais:
(Agência Brasil) –Brasileiro se interessa por ciência e tecnologia e apoia financiamento no setor
(Portal Brasil) –Brasileiro se interessa por ciência e tecnologia e apoia financiamento no setor
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- 14/07/2015 - SBPC celebra 30 anos do Ministério da Ciência, Tecnologia e InovaçãoPara presidente da SBPC, criação do MCTI é uma decisão acertada para a ciência brasileira, mesmo que seja entre altos e baixos
Para presidente da SBPC, criação do MCTI é uma decisão acertada para a ciência brasileira, mesmo que seja entre altos e baixos
Fonte: Jornal da Ciência
A comunidade científica celebrou na noite de ontem, 13, os 30 anos de existência do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), durante a 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) ,que este ano se realiza nos campus da Universidade Federal de São Carlos (UFScar), no município de São Carlos, interior paulista. A palavra inovação no órgão foi adicionada a partir de 2011.A presidente da SBPC, Helena Nader, que coordenou a cerimônia, fez uma apresentação sobre a passagem de todos os 18 ministros na pasta de CT&I no decorrer de três décadas. Discorreu ainda sobre o impacto positivo das medidas de C&T adotadas desde 1985, quando foi criado o Ministério. Na ocasião, Helena recordou que a SBPC teve papel de destaque para criação da pasta dedicada à CT&I, quando a entidade era presidida pelo professor Crodowaldo Pavan. Segundo avaliou, essa foi uma decisão acertada para o avanço da ciência no Brasil.
Todos os ex-ministros foram convidados à cerimônia, e todos eles receberam uma placa alusiva aos 30 anos do Ministério concedida pela SBPC. O responsável pela fundação do MCTI, José Sarney, que era presidente do Brasil em 1985, também foi homenageado e convidado. Sarney não compareceu à cerimônia por motivos pessoais. Ele encaminhou uma carta de agradecimento à SBPC, pelo esforço da instituição na criação do Ministério.
Na carta, lida por Helena na cerimônia, Sarney parafraseou um provérbio chinês. "Toda vez que for beber água num poço, lembre-se de quem abriu o poço.”
Sarney destacou, ainda, que a 67ª Reunião Anual da SBPC mostra que o evento precedeu o Estado brasileiro na consciência de que o trabalho científico exige, além do trabalho de laboratório, uma interlocução constante entre pares e entre a comunidade científica e a sociedade. "O que a Nova República fez foi incorporar o Estado a este diálogo”, complementou.
Também foram convidados Fernando Henrique Cardoso (FHC) e Luiz Inácio Lula da Silva que, não puderam comparecer ao evento. Eles ligaram parabenizando a todos aqueles que passaram pelo comando do Ministério.
Ministros presentes
Além do atual ministro da pasta, Aldo Rebelo, estiveram presentes Roberto Amaral, que comandou o órgão de janeiro de 2003 a dezembro de 2004; Ronaldo Sardenberg, titular da pasta de julho de 1999 a dezembro de 2003; e Marco Antonio Raupp, de janeiro de 2012 a março de 2014 – que também presidiu a SBPC. Aqueles que não conseguiram participar do evento, seja por motivos profissionais, pessoais e de saúde, encaminharam cartas que também foram lidas na cerimônia pela diretoria da SBPC.
No evento, a presidente da SBPC mencionou a melhoria do impacto médio da produção científica no Brasil nas últimas três décadas. Acrescentou que a criação do Ministério veio acompanhada com a pós-graduação de qualidade, o que surtiu impacto positivo sobre o número de citações no mundo.
Para Helena, é necessário ter orgulho do que a ciência brasileira já produziu. "Temos que reverberar melhor tudo que já conseguimos. São trinta anos de acerto, mesmo que entre altos e baixos e crises. Mas às vezes nas crises encontramos novas soluções”, analisou.
O ministro Aldo Rebelo aproveitou o momento para elogiar medidas criadas no passado como os fundos setoriais que ajudaram a institucionalizar políticas públicas para ciência e tecnologia; a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii); as plataformas do conhecimento; e a valorização dos parques tecnológicos.
"Isso pesa sobre os meus ombros como uma imensa responsabilidade. Porque embora esteja apoiado sobre os ombros de gigantes há sempre o risco de não se equilibrar”, parafraseou arrancando risos da plateia. "Espero ter sempre o equilíbrio para avistar longe e prosseguir a marcha e o rumo do que eles fizeram”, disse o ministro, reconhecendo a atuação de cada um que passou pelo comando do MCTI.
Viviane Monteiro/ Jornal da Ciência
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- 14/07/2015 - Aldo Rebelo se reúne com representantes de entidades vinculadas ao MCTIEncontro acontece durante a 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)
Encontro acontece durante a 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)
Fonte: MCTI
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) promove, nesta terça (14) e quinta-feira (15), uma reunião de trabalho com a entidades vinculadas à Pasta. O ministro Aldo Rebelo participou da abertura do encontro, que acontece na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), durante a 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Aldo Rebelo declarou que pretende, institucionalmente, ter uma vivência muito próxima com cada uma das entidades que compõe as ações do Ministério. "Transformar os convênios e acordos de cooperação feitos pelo MCTI em pesquisas, produtos e serviços é responsabilidade das instituições, são elas que constituem o núcleo do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia", disse o ministro. "É natural que, no âmbito da minha responsabilidade, eu deseje acompanhar de perto os desafios enfrentados para poder ajudar e apoiar os institutos a se desvencilhar das adversidades e problemas de qualquer ordem", disse, citando com exemplo a recomposição do quadro de profissionais e o plano de carreira dos pesquisadores.
A reunião contou com a presença de diretores, presidentes e representantes de 17 entidades vinculadas ao MCTI e das secretarias de Política de Informática (Sepin), de Programas e Políticas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped), de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, (Setec) e de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis).
A secretária executiva da Pasta, Emília Ribeiro, agradeceu a presença dos representantes das entidades de pesquisa e desenvolvimento e reforçou que o encontro é um espaço de diálogo e estreitamento de relações. "Temos a oportunidade de discutir as missões dos institutos e planejar as demandas necessárias para as ações futuras", ressaltou. O subsecretário de Coordenação das Unidades de Pesquisa, Adalberto Fazzio, que também participa do encontro, ressaltou que o objetivo é criar mecanismos para que institutos, organizações sociais e empresas públicas ligadas ao MCTI "sejam excelência e referência de pesquisa e desenvolvimento do País".
Estavam representados na reunião o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer, Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), Instituto Mamirauá, Instituto Nacional da Mata Atlântica (Inma), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Instituto Nacional do Semiárido (Insa), Instituto Nacional de Tecnologia (INT), Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Observatório Nacional (ON) e Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), autarquia vinculada ao Governo do Estado de São Paulo e gerida técnica e administrativamente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen/MCTI).
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- 14/07/2015 - Estudante brasileira chega à final de Olimpíada Mundial de Engenharia NuclearFonte: Site InfoCom o vídeo mais votado entre seus concorrentes, a estudante de engenharia nuclear da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Alice Cunha da Silva está na fase final da Olimpíada de Engenharia Nuclear promovida pela WNU (World Nuclear University). Ela é a única brasileira classificada de toda a América na competição.
Para conquistar uma posição entre os cinco finalistas mundiais, a aluna de 25 anos teve de publicar um vídeo em seu perfil no YouTube falando sobre uma forma diferente de usar a tecnologia nuclear – além de geração de energia ou combustível.
Com o tema "Nuclear Saves Lives”, o vídeo de Alice teve quase 16 mil curtidas e foi escolhido com outros quatro candidatos para última etapa. Tudo isso graças ao apoio de internautas de todo o país que visitaram sua página e clicaram no botão "Gostar” em seu vídeo no YouTube. "O meu vídeo teve o maior número de curtidas. Além de me deixar feliz, isso me fez ganhar mais pontos na última fase”, diz a estudante a INFO.
O grande número de acessos e ‘likes’ no vídeo de Alice rendeu a ela 5 pontos na competição. Para vencer a olimpíada, ela precisará produzir uma dissertação sobre produção de radioisótopos e apresentá-la a uma banca de jurados para alcançar a maior pontuação entre seus concorrentes. O texto e a apresentação oral também valem 5 pontos. A final da competição e apresentação das dissertações será realizada em 17 de setembro na cidade de Viena, na Áustria.
O vencedor da olimpíada terá seu vídeo promovido internacionalmente na WNU Radiation Technologies School – feira destinada a futuros líderes no segmento de radiação e radioisótopos que será realizada em 2016.
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- 14/07/2015 - Irã e potências mundiais chegam a acordo nuclear'Hoje é um dia histórico', disse a chefe da diplomacia europeia Acordo prevê o fim das sanções internacionais contra o Irã
'Hoje é um dia histórico', disse a chefe da diplomacia europeia Acordo prevê o fim das sanções internacionais contra o Irã
O Irã e as grandes potências conseguiram concluir nesta terça-feira (14) um acordo histórico em Viena, na Áustria, para limitar o programa nuclear iraniano. O objetivo é evitar que o Irã obtenha uma arma nuclear e garantir que o programa nuclear seja usado apenas para fins pacíficos. Em troca, serão retiradas as sanções internacionais contra o país.
"Hoje é um dia histórico. É com grande honra que anunciamos ter alcançado um acordo nuclear com o Irã", disse a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, durante o anúncio oficial. "As decisões que tomamos hoje não tratam apenas do programa nuclear iraniano, mas também podem abrir um novo capítulo nas relações internacionais".
Os chefes da diplomacia do Irã, do grupo 5+1 (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia, China e Alemanha) e da União Europeia negociavam há 17 dias no palácio de Coburg da capital austríaca.
As discussões deveriam ter acabado em 30 de junho, mas a data limite foi prorrogada em várias ocasiões em função das divergências em "questões difíceis", que terminaram solucionadas.
O acordo foi celebrado principalmente pelo presidente americano, Barack Obama, e iraniano, Hassan Rohani. Mas apesar dos avanços, ele não encerra a controvérsia sobre uma das questões diplomáticas mais críticas no momento: a União Europeia o definiu como um "sinal de esperança para o mundo inteiro", enquanto o governo de Israel o chamou de "rendição histórica".
De acordo com a diplomata italiana, o texto é complexo, detalhado e técnico, mas respeita os interesses dos envolvidos. O acordo completo deve ser tornado público ainda nesta terça.
"É um bom acordo, para todos os lados. Estamos comprometidos que ele seja plenamente implementado. Pedimos que a comunidade internacional apoie a implementação desse acordo", afirmou Federica Mogherini. "É o fim destas negociações, mas não é o fim de nosso trabalho conjunto."
Esperança
"Hoje poderia ter sido o final da esperança, mas estamos perante um novo capítulo", disse o chanceler iraniano, Mohammed Javad Zarif, sobre o fim das negociações na capital austríaca para se fechar o histórico acordo. "Acho que esse é um momento histórico. Estamos fechando um acordo que não é perfeito, mas sim o que pudemos conseguir. É uma conquista importante", destacou.
Ao mesmo tempo, o Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) assinaram um "mapa do caminho" que autoriza uma investigação sobre o passado do programa nuclear de Teerã, em função da suspeita de uma possível dimensão militar, anunciou o diretor geral do órgão da ONU.
"Acabo de assinar o mapa do caminho entre a República Islâmica do Irã e AIEA para o esclarecimento das questões em suspenso do passado e do presente relativas ao programa nuclear iraniano", declarou Yukiya Amano à imprensa, antes de celebrar o "avanço significativo" que o acordo representa.
"Confio em nossa capacidade de cumprir com este importante trabalho", afirma o diretor geral da AIEA em um comunicado publicado na sede do organismo da ONU, em Viena.
Acordo
O objetivo do acordo é assegurar que o programa nuclear iraniano tenha um caráter não militar, em troca da retirada das sanções internacionais que asfixiam a economia do país. O texto, que autoriza Teerã a prosseguir com o programa nuclear civil, abre o caminho para uma normalização da presença do Irã no cenário internacional.
O documento final entre Teerã e as grandes potências, de cerca de 100 páginas, prevê a eliminação de todas as sanções internacionais contra o Irã, que também sairá da lista de países sancionados pela ONU.
O pacto final tem como base os grandes princípios estabelecidos em Lausanne em abril: Teerã se compromete a reduzir a capacidade nuclear (redução de dois terços do número de centrífugas de urânio em 10 anos, de 19.000 a 6.104, diminuição das reservas de urânio enriquecido) durante vários anos e a permitir que os inspetores da AIEA realizem inspeções profundas em suas instalações.
O Irã aceitou conceder um acesso limitado a locais militares, com base no protocolo adicional que permite um controle reforçado do programa nuclear de Teerã, afirmou uma fonte iraniana.
"Nossos locais militares não estão abertos aos visitantes porque cada país tem o direito de proteger seus segredos. O Irã não é uma exceção. No entanto, o Irã vai aplicar e protocolo adicional (ao Tratado de Não Proliferação Nuclear) e com esta base dará um acesso programado a certas instalações militares definidas no texto", declarou a fonte.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores russo, o Irã será autorizado a conduzir pesquisa e desenvolvimento com urânio para centrífugas avançadas durante os primeiros 10 anos do acordo, de uma maneira que não acumule urânio enriquecido.
Sanções
As agências de notícias informam que o país vai continuar submetido a um embargo no comércio de armas por pelo menos cinco anos, e sanções contra mísseis por oito anos.
As sanções voltam a entrar em vigor caso alguma parte do acordo não seja cumprida pelos iranianos. A aplicação das medidas do pacto será dividida em três etapas: uma preliminar, uma operacional e outra executiva.
Segundo a agência estatal iraniana IRNA, "bilhões de dólares em ativos iranianos congelados serão liberados, as proibições referentes à aviação do país serão canceladas após três décadas", assim como as restrições contra o Banco Central iraniano, o Exército do país e outras empresas estatais.
As sanções poderão ser levantadas progressivamente a partir do início de 2016, mas o acordo também prevê seu restabelecimento em caso de violação dos compromissos por parte da República Islâmica, informou um diplomata francês, segundo a France Presse. Elas voltariam em 65 dias caso o acordo seja violado, disse à Reuters.
O levantamento das sanções deverá esperar uma reunião da AIEA prevista para o meio de dezembro, na qual será confirmado que o Irã respeita seus compromissos, disse a fonte.
Comemoração
Como um sinal de que o fim das discussões estaria próximo, o ministro iraniano do Interior pediu que as autoridades locais preparem um cenário de comemoração nas ruas. A população, que elegeu o presidente Hassan Rohani em 2013 com a promessa de conseguir a suspensão das sanções, espera uma melhora de suas condições de vida.
Em discurso televisionado, o presidente disse "uma nova era começou". "Após 23 meses de negociações com potências mundiais, alcançamos um acordo. As potências mundiais demonstraram respeito em relação ao Irã durante as negociações. Nós não pedimos caridade. Pedimos negociações justas, em que todos ganhassem", disse Rohani em discurso após o anúncio oficial do acordo. Segundo ele, o povo corajoso do Irã permitiu que o acordo fosse alcançado.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o acordo pode "contribuir de maneira essencial à manutenção da paz e à estabilidade na região e fora dela".
Em um comunicado da ONU, Ban felicita os negociadores por sua determinação e "admira a coragem dos líderes que aprovaram este acordo". "Espero e de fato acredito que este acordo conduza a uma maior compreensão e cooperação mútua sobre muitos e graves desafios que a segurança no Oriente Médio enfrenta", afirma o chefe das Nações Unidas.
A ONU "está disposta a cooperar plenamente com as partes envolvidas para aplicar este acordo importante e histórico", conclui o texto.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que as seis potências fizeram uma escolha firme em favor da estabilidade e cooperação.
"O mundo agora pode respirar um pouco de alívio", disse Putin em nota no site do Kremlin. "Apesar de tentativas de justificar cenários com base na força, os negociadores fizeram uma escolha firme em favor da estabilidade e cooperação", afirmou.
Putin acrescentou que o acordo ajudará a cooperação civil nuclear entre a Rússia e o Irã e contribuirá para combater o terrorismo no Oriente Médio.
O presidente da Síria, Bashar al-Assad, disse que o acordo é um grande marco na história do Irã, da região e do mundo, segundo a agência estatal síria.
Assad qualificou o pacto de "grande vitória e conquista histórico" do Irã, e opinou que representa "um reconhecimento inequívoco dos países do mundo ao pacifismo do programa nuclear do Irã, que garante a conservação de seus direitos nacionais".
Segundo sua opinião, o acordo é "a culminação da constância do povo iraniano na hora de enfrentar as sanções injustas impostas contra a República Islâmica".
O Vaticano, por meio de seu porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, avaliou "positivamente" o acordo e afirmou que a decisão "exige continuar com os esforços e o compromisso de todos para que possa dar seus frutos".
"A Santa Sé considera positivo o acordo sobre o programa nuclear iraniano", indicou em comunicado o porta-voz vaticano. "Trata-se de um resultado importante das negociações realizadas até o momento, mas que requer a continuação do esforço e do compromisso de todos para que dê frutos", estimou Lombardi.
Frutos que o Vaticano espera que "não se limitem só ao âmbito do programa nuclear, mas se estendam a outros setores".
Críticas
Mesmo sem anúncio oficial sobre o acordo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o acordo nuclear do Irã é um "erro de proporções históricas".
"O Irã terá um caminho livre para desenvolver armas nucleares e muitas das restrições que o impediam serão suspensas. Esse é o resultado quando se deseja um acordo a todo custo", disse Netanyahu através de comunicado divulgado antes do início de uma reunião com o ministro de Relações Exteriores da Holanda, Bert Koenders.
"Fizeram grandes concessões em todos os temas que deviam impedir que o Irã consiga armas nucleares. Adicionalmente, o Irã receberá bilhões de dólares para alimentar sua máquina terrorista e sua agressividade e expansão pelo Oriente Médio", completou.
O primeiro-ministro reiterou que um acordo não pode ser evitado quando os negociadores estão "dispostos a fazer concessões a quem, inclusive durante as conversas, gritava 'morte aos EUA'", disse Netanyahu, em referência a uma manifestação realizada em Teerã no último fim de semana e na qual foram queimadas bandeiras americanas e israelenses.
Sobre os próximos passos de seu governo, Netanyahu disse que seu "compromisso" de impedir que o Irã tenha capacidade de fabricar armas nucleares "segue em vigor".
O ex-ministro das Relações Exteriores de Israel Avigdor Lieberman classificou a jornada de hoje como "um dia negro para todo mundo livre". Já o ministro de Ciência e Tecnologia, Dani Danon, afirmou que o pacto entre o Grupo 5+1 e o Irã é como "dar um fósforo a um piromaníaco".
A vice-ministra de Relações Exteriores, Tzipi Hotovely, afirmou que o acordo significa "uma capitulação de proporções históricas perante o eixo do mal dirigido pelo Irã".
"As consequências deste acordo no futuro próximo são muito graves. Irã recebeu um respaldo para continuar expandindo (a influência) de seus aliados terroristas pela região", acrescentou Tzipi em comunicado.
Acordo Nuclear
Objetivos- impedir que o Irã tenha bomba nuclear- garantir que o programa nuclear tenha fins pacíficos
Compromissos assumidos pelo Irã- reduzir a capacidade nuclear- permitir que a Agência Internacional de Energia Atômica inspecione suas instalações- fazer pesquisa e desenvolvimento com urânio para centrífugas avançadas, de forma a não acumular urânio enriquecido
Compromissos assumidos pelas potências- liberar ativos iranianos congelados- reduzir sanções econômicas a partir de 2016- cancelar, após 3 décadas, restrições contra a aviação do país, o Banco Central iraniano, o Exército e estatais- tirar o Irã da lista de países sancionados pela ONU
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- 14/07/2015 - Brasileiro tem interesse, mas baixo nível de informação sobre ciênciaFonte: Agência FAPESP
Os brasileiros apresentam atitudes positivas em relação à ciência e tecnologia (C&T) e manifestam ter grande interesse por esses temas.
O acesso à informação científica e tecnológica, contudo, especialmente nas camadas sociais de menor escolaridade e renda no Brasil, ainda é bastante limitado.
As constatações são da quarta edição da pesquisa "Percepção pública da ciência, tecnologia e inovação no Brasil, 2015”, realizada pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Os principais resultados da pesquisa foram apresentados nesta segunda-feira (13/07) durante a 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Aberta no dia 12, a reunião ocorre até o próximo sábado (18/07) no campus da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
"A pesquisa apresenta um panorama estatisticamente robusto da percepção que a sociedade brasileira tem sobre ciência e tecnologia”, disse Mariano Laplane, presidente do CGEE.
"Os brasileiros manifestam ter curiosidade, respeito e uma enorme expectativa de que a ciência e a tecnologia possam melhorar suas condições de vida. É importante, entretanto, que, além dessa curiosidade, a sociedade brasileira também tome mais conhecimento do avanço e dos êxitos da ciência brasileira”, apontou.
A pesquisa ouviu 1.962 brasileiros de todas as regiões do país, com 16 anos ou mais, estratificados por gênero, faixa etária, escolaridade e renda.
De acordo com o estudo, 61% dos entrevistados demonstraram interesse ou muito interesse por C&T. O índice é comparável ao de países que realizaram pesquisas de percepção pública semelhantes, comparam os autores do estudo.
Na União Europeia, por exemplo, 53% dos participantes de uma pesquisa realizada em 2013 afirmaram ter interesse por assuntos relacionados à C&T.
No Brasil, o tema é o quinto que mais atrai a atenção da população, atrás de Medicina e Saúde (78%), Meio Ambiente (78%), Religião (75%) e Economia (68%), e maior do que em Arte e Cultura (57%), Esportes (56%), Moda (34%) e Política (27%).
Embora a atitude dos brasileiros seja positiva e o interesse por C&T seja alto, o acesso à informação é baixo, indica a pesquisa.
A TV é o principal meio de comunicação usado por 21% dos entrevistados para adquirir informações sobre C&T. Por outro lado, a maioria declarou informar-se nunca ou quase nunca sobre esse tema em outros meios de comunicação, como jornais, revistas, livros, rádio e conversas com amigos.
No entanto, mais que dobrou o uso da internet e das redes sociais como fonte de informação sobre C&T especialmente por jovens, saltando de 23% em 2006 para 48%, e se aproximando da TV, apontou a pesquisa.
Os entrevistados declararam utilizar sites de instituições de pesquisa, seguidos de sites de jornais e revistas, além do Facebook, Wikipedia e blogs, como fonte de informação sobre C&T.
"O baixo nível de informação sobre C&T da sociedade brasileira representa um desafio para a comunidade científica, para o governo e também para a mídia”, avaliou Laplane.
"Estamos constatando com preocupação que, nos últimos anos, o espaço dos cadernos de ciência e tecnologia dos principais jornais do país estão encolhendo e, em alguns casos, desaparecendo. Além disso, o pouco conteúdo que está sendo transmitido para a sociedade sobre grandes conquistas da ciência, na grande maioria das vezes, faz referência a avanços em outros lugares do mundo e, raramente, de exemplos brasileiros”, afirmou.
A pesquisa apontou que uma parcela muito pequena da população consegue lembrar o nome de algum cientista brasileiro importante ou de alguma instituição de pesquisa nacional.
O desconhecimento entre os jovens é particularmente significativo, mas mesmo entre pessoas com título superior a porcentagem de entrevistados que souberam mencionar um cientista brasileiro foi muito baixa.
Apesar da visão otimista, a postura dos brasileiros é crítica, aponta a pesquisa. A maioria dos participantes expressou preocupação em relação a aspectos éticos, políticos e ao controle social da C&T.
"Temos que valorizar os prêmios e as conquistas dos cientistas brasileiros sem pudor e ter mais ‘celebridades’ da ciência, a exemplo do Artur Ávila [o primeiro matemático formado no Hemisfério Sul que recebeu a medalha Fields, considerada a distinção máxima na área]”, disse Jacob Palis, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC).A grande maioria dos entrevistados (78%) também apoia a ideia de que devem ser feitos maiores investimentos públicos em C&T no país e só 3% defendem que deveriam diminuir.
"Isso é importante para a difusão da ciência brasileira e para atrair a atenção de crianças e jovens para a ciência”, avaliou.
Atitudes positivas
A pesquisa também indicou que os brasileiros veem a ciência como geradora de resultados aplicáveis às suas vidas e capaz de solucionar problemas relacionados à saúde e às mudanças climáticas, por exemplo.
A grande maioria dos entrevistados (73%) declarou acreditar que a C&T traz mais benefícios que malefícios para a população, sendo essencial para a indústria e ajudando a diminuir as desigualdades sociais.
Comparados os resultados com outras enquetes internacionais, o Brasil se destaca como um dos países mais otimistas quanto aos benefícios das atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D), afirmam os autores da pesquisa.
A China possui um índice igual ao brasileiro (73%). Já nos Estados Unidos esse índice atinge 67%, na Espanha 64%, seguida pela Itália com 46% e a França com 43%.
A maioria dos entrevistados considera que é necessário estabelecer padrões éticos sobre o trabalho dos cientistas, que esses profissionais devem expor publicamente os riscos decorrentes de suas pesquisas e que deveria haver maior participação da população nas grandes decisões sobre os rumos da C&T no país.
"A pesquisa mostra que o brasileiro não é ignorante em relação à ciência e tecnologia. Ele não tem informação, mas tem um posicionamento crítico e percebe que a ciência, por si só, não resolve todos os problemas”, disse Ildeu Moreira, consultor do estudo e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), à Agência FAPESP.
Na Argentina, a porcentagem dos que defendem mais recursos para a C&T alcança 63%. Já na Suécia, Espanha e França esse índice atinge 40%, e 25% na Alemanha e no Reino Unido, comparam os autores do estudo.
"A pesquisa revela as virtudes e deficiências das ações de divulgação científica no Brasil”, avaliou José Aldo Rebelo, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação. "Precisamos ter uma política de popularização da ciência no país que ajude a formar uma mentalidade científica da população como condição para o exercício da vida democrática”, avaliou.
Segundo os autores, a pesquisa foi realizada em conformidade com os padrões adotados em estudos semelhantes feitos não só em países desenvolvidos, como os Estados Unidos e nações da União Europeia, como também na América Latina.
No Brasil, além do MCTI, a FAPESP e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) financiaram estudos semelhantes recentemente.
"Essas pesquisas possibilitam obtermos um universo de informações extremamente ricas para avaliarmos o posicionamento do Brasil em comparação com outros países em relação à ciência e tecnologia e também verificarmos as transformações de atitudes da população em relação a esses temas ao longo do tempo”, disse Laplane. -
- 13/07/2015 - Aldo Rebelo diz que crise não afeta investimentos em pesquisa no BrasilO ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, afirmou nesta segunda-feira (13) que, apesar da crise econômica que o Brasil enfrenta, os investimentos feitos na área da pesquisa não serão afetados.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, afirmou nesta segunda-feira (13) que, apesar da crise econômica que o Brasil enfrenta, os investimentos feitos na área da pesquisa não serão afetados.
Fonte: Portal G1 de notícias
O minitro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, afirmou nesta segunda-feira (13) que, apesar da crise econômica que o Brasil enfrenta, os investimentos feitos na área da pesquisa não serão afetados.
Rebelo está em São Carlos (SP), onde participa da 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que começou no domingo (12) e segue até sábado (18) no campus da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Para o ministro, em tempos de crise é fundamental investir em inovação. "Como passamos por um momento de austeridade de ajuste, é preciso escolher onde fazer o ajuste. E a área de ciência e pesquisa é poupada porque é uma aposta para o futuro, ou seja, tudo o se que investe em pesquisa e inovação lhe dá resultado no futuro. O Brasil tem feito esses investimentos e não vai sacrificar nem a pesquisa, nem a inovação, mesmo em um momento de dificuldade”, afirmou ele em entrevista à EPTV.
O responsável pelo MCTI ressaltou que, embora o Brasil ocupe o 13º lugar no ranking mundial de produção científica, o que não chega a 2% da produção mundial, o volume geral de pesquisas feitas no país a partir das publicações do mundo aumentou. "Nos últimos anos, o Brasil dobrou praticamente o seu próprio índice, indicando que tem conhecido uma evolução bastante importante na classificação mundial como um país produtor de pesquisa”.
Energia elétrica
Com o tema ‘Luz, Ciência e Ação’, a reunião da SPBC em São Carlos é um dos maiores encontros de ciência e tecnologia do Brasil e traz uma grande programação de palestras, conferências, mesas redondas e workshops. Ao todo, serão realizadas 212 atrações com a participação de pesquisadores. A programação completa está no site da universidade.
Questionado de que forma a reunião pode ajudar a encontrar soluções para tentar resolver problemas na área de energia do país, Aldo Rebelo destacou que a ciência brasileira já tem apontado há muito tempo resultados importantes não só na geração, como na conservação e distribuição de energia elétrica.
"Nós somos um país que tem um elevado nível de aproveitamento de uma energia muito sustentável, que é a energia hidrelétrica. Temos também o biocombustível como a matriz importante da produção energia no Brasil. O mundo todo observa, acompanha e partilha esse esforço do Brasil e nós temos acordos com muitos países, como Estados Unidos e China, em pesquisa para uma matriz energética renovável e sustentável”, disse.
Por fim, Rebelo disse que um dos objetivos da SPBC é tentar aproximar famílias da produção científica brasileira. "Na minha última visita aos EUA, procuramos apoio em programas para a popularização da ciência. É importante para o país e para as pessoas compreenderem os seus direitos e suas obrigações coletivas. É um momento importante para aproximar crianças e jovens de uma atitude científica”, declarou.
Evento
Durante a SBPC, serão realizadas 64 conferências, 62 mesas redondas, 52 minicursos, 13 sessões especiais, 11 simpósios, cinco assembleias e quatro encontros. O programa foi preparado com o objetivo de divulgar aos participantes o atual desenvolvimento científico brasileiro. Além disso, o evento visa popularizar e valorizar a produção científica nacional e inseri-la no cotidiano dos cidadãos.
O evento também conta com o SBPC Cultural, que oferece aos participantes do evento mais de 40 atrações artísticas como espetáculos musicais, dança, teatro, cinema, literatura e outros.
As atividades serão realizadas ao longo de todos os dias da reunião, na Praça da Cultura, montada no próprio campus da UFSCar durante o evento. Além disso, outros espaços da cidade de São Carlos serão utilizados pelo SBPC Cultural. -
- 12/07/2015 - MEC: 90% da verba da Capes para pós-graduação estão garantidosComunicado ocorre após universidades federais criticarem cortes de recursos
Comunicado ocorre após universidades federais criticarem cortes de recursos
Fonte: O GloboO Ministério da Educação (MEC) afirmou, em comunicado divulgado na noite de sábado, que a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) garantirá 90% da verba prevista para os programas de pós-graduação em 2015, o equivalente a R$ 1,65 bilhão. E acrescentou que nenhuma bolsa de estudo será afetada pela medida.
O anúncio ocorre um dia após a Capes orientar as universidade federais a realizarem uma "readequação”, na ordem de 75%, dos valores de custeio do Programa de Apoio à Pós-Graduação (Proap). A notícia foi rapidamente bastante criticada por instituições públicas, que alertavam sobre o possível comprometimento no desenvolvimento da pesquisa no país. As universidades federais da Bahia (UFBA) e do Rio de Janeiro (UFRJ) estão entre as que rebateram o anúncio da Capes ainda na sexta-feira.
A UFBA afirmou, em seu site, que a medida levaria à paralisação da atividade de pós-graduação da instituição, algo inédito na história da universidade, já que ela fora informada de que o valor de repasse seria reduzido de R$ 4,2 milhões para R$ 1 milhão, quantia insuficiente para pagar as dívidas já assumidas pela instituição (na casa dos R$ 2 milhões).
Já a UFRJ considerou os cortes "inaceitáveis” e aprovou uma moção em defesa dos programas de pós-graduação, por meio de seu conselho universitário. Assim como outras universidades públicas, a UFRJ já vinha enfrentando uma crise devido à falta de verbas. Há cerca de dois meses, sua reitoria chegou a ser ocupada por estudantes, que permaneceram um mês no local. Além disso, o atraso no pagamento de empresas de segurança e limpeza acabou forçando algumas unidades a fecharem as portas por um período. Mais de 30 universidades enfrentaram greves de seus professores este ano, nas quais eles pediam melhores condições de trabalho.
Ministro rebate críticas
Diante da repercussão negativa do anúncio, além do comunicado oficial do MEC divulgado sábado, o próprio ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, publicou um texto em seu Facebook no qual garante que a Capes "continua, sim, financiando a pós-graduação”. Ele reafirmou que todas as bolsas seriam mantidas e lembrou que elas representam "de longe” o custo mais alto na formação de mestres e doutores.
"Ninguém perderá sua bolsa e, mais importante, o número de bolsas será mantido! Ou seja, os programas continuarão a poder atender novos alunos e a dar-lhes bolsas. Onde está ocorrendo uma redução é no custeio”, explicou o ministro.
Janine frisou ainda que as universidades têm outras fontes de recursos para além da Capes. Ele também não descartou "possíveis acréscimos” de verbas à medida que a economia melhore. E ponderou: "Se a situação não é ideal, nem por isso se justifica pânico ou alarme”. -
- 10/07/2015 - Eletronuclear deve dar assistência à comunidade quilombolaFonte: A Voz da Cidade
ANGRA DOS REIS/RIO CLARO
O Ministério Público Federal (MPF) em Volta Redonda expediu recomendação à empresa Eletrobrás Eletronuclear para que cumpra, no prazo de 90 dias, a inserção de programas ou ações direcionadas aos contingentes indígenas e quilombolas das áreas de influência do empreendimento (item 2.57 da Licença Prévia 270/08). Além disso, a empresa deve construir um centro comunitário em favor da comunidade quilombola Alto da Serra, como forma de compensação socioambiental decorrente da implantação da unidade 3 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (Angra III), em Angra dos Reis.
A recomendação também foi expedida ao município de Rio Claro para que deixe de oferecer qualquer resistência à construção do centro comunitário para a comunidade quilombola Alto da Serra, devendo incluí-lo novamente no programa de medidas compensatórias pela construção do empreendimento Angra III.
À Fundação Palmares e ao Ibama, o MPF recomenda que acompanhem o cumprimento por parte da Eletrobrás das obras do centro comunitário, bem como determinem, no prazo de 90 dias, outras medidas compensatórias em favor da comunidade.Segundo o documento, para a construção da unidade 3 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto - Angra 3, a empresa Eletrobrás Eletronuclear foi obrigada a atender às condicionantes da Licença Prévia nº 279/08 expedida pelo Ibama, tendo assinado convênios com as Prefeituras de Angra dos Reis, Paraty e Rio Claro com a finalidade de atuar com responsabilidade socioambiental junto à população circunvizinha ao empreendimento.
No compromisso firmado com o município de Rio Claro, foi prevista a construção de um centro comunitário na comunidade quilombola do Alto da Serra, com o oferecer atendimento médico, odontológico, bem como espaço para exposição de seus produtos agrícolas, artesanatos e divulgação de sua cultura àquele grupo. Após a elaboração de projeto básico de arquitetura, a prefeitura cancelou o projeto sem qualquer justificativa.
Para o MPF, a falta de atendimento a essa medida compensatória, que já estava prevista e foi cancelada sem fundamentação pelo município, torna incompleto o programa de compensações programados em razão dos impactos do empreendimento acima citado. "Por essa razão, deve ser restabelecida a medida, podendo ser analisadas outras a serem adotadas, em conjunto com a Fundação Palmares e o Ibama”, destaca o procurador Julio José Araujo Junior, autor da recomendação.
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- 10/07/2015 - Câmara aprova projeto que cria Código Nacional de Ciência, Tecnologia e InovaçãoFonte: Informe ABPTI
Gustavo Lima/Câmara dos Deputados
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (9) o Projeto de Lei 2177/11, do deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), que institui o Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação para estimular a participação de pesquisadores de instituições públicas em projetos de pesquisa realizados em parceria com o setor privado. A matéria precisa ser votada ainda pelo Senado.
De acordo com osubstitutivo do relator pela comissão especial, deputado Sibá Machado (PT-AC), o poder público apoiará a criação de ambientes promotores da inovação, como incubadoras de empresas e parques e polos tecnológicos, que terão suas próprias regras para selecionar as empresas ingressantes.
Tanto os governos (federal, estaduais e municipais) quanto as instituições científicas e tecnológicas (ICTs) públicas e as agências de fomento poderão ceder o uso de imóveis para a instalação desses ambientes. Embora o relator tenha retirado o prazo de 20 anos da concessão, constante do texto aprovado na comissão especial, foi incluída a contrapartida obrigatória, financeira ou não, na forma de um regulamento.
Além dos imóveis, a incubação será facilitada por meio do compartilhamento de laboratórios e equipamentos com ICTs privadas e empresas voltadas à inovação tecnológica. Atualmente, isso é permitido às pequenas e micro empresas.
Atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação poderão ocorrer nos laboratórios das ICTs públicas por meio de parcerias com ICT privada, pessoas físicas ou quaisquer empresas.
O projeto faz mudanças na Lei 10.973/04, que regulamenta o funcionamento das instituições de pesquisa.
Participação ampla
Sibá Machado ressaltou que o texto foi formulado com a participação de várias comunidades científicas. "O Brasil terá um marco regulatório mais objetivo para melhorar o ambiente de trabalho e de cooperação da pesquisa científica e tecnológica das universidades brasileiras com as empresas”, afirmou.
A deputada Margarida Salomão (PT-MG) comemorou a aprovação do texto. Ela é autora da proposta que resultou na Emenda Constitucional 85, de 2015, que prevê incentivos à ciência e tecnologia e abriu caminho para a tramitação do código. "A aprovação desse projeto era uma grande aspiração dos pesquisadores e cientistas brasileiros”, disse.
Horas de pesquisa
Uma reivindicação antiga das entidades envolvidas com pesquisa no Brasil foi atendida pelo projeto, que aumentou de 240 horas/ano para 416 horas/ano a quantidade de tempo remunerado dedicado a pesquisas pelo professor das instituições federais de ensino superior.
O novo limite se aplica inclusive aos professores vinculados aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios. Os professores federais poderão receber ainda bolsa de fundações de apoio credenciadas.
Grande parte da pesquisa realizada no Brasil tem origem em ICTs públicas vinculadas a universidades, contando com a participação de professores que exercem atividades de ensino e pesquisa.
Se o órgão de origem concordar, o pesquisador público sob regime de dedicação exclusiva poderá exercer atividades remuneradas de pesquisa, desenvolvimento e inovação em ICT ou empresa aos quais sua ICT de origem esteja associada ou vinculada.
No âmbito de parcerias entre ICTs públicas e empresas ou outras instituições de pesquisa, o projeto estende a possibilidade de bolsa a alunos de curso técnico, graduação ou pós-graduação. (Fonte: Agência Câmara)Projetopermite uso do RDC para licitações de órgãos de ciência e tecnologia
O projeto que cria o Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (PL 2177/11) prevê um novo caso de dispensa de licitação para a administração pública, que beneficia as micro, pequenas e médias empresas na prestação de serviços ou fornecimento de bens elaborados com a aplicação sistemática de conhecimentos científicos e tecnológicos.
Para isso, sua receita operacional bruta deve ter sido inferior a R$ 90 milhões no ano anterior. Os bens devem ter sido oriundos de cooperação celebrada com a contratante para atividades de pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico ou para desenvolver uma alternativa do produto feita no Brasil.
De acordo com o texto aprovado, as licitações para ações em órgãos e entidades dedicados à ciência, à tecnologia e à inovação poderão ocorrer por meio do Regime Diferenciado de Contratações (RDC). Esse regime estipula procedimentos mais céleres para as licitações.