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- 05/07/2015 - Falta de planejamento provoca prejuízos que afetam conta de luzRepórter Sônia Bridi percorreu usinas de energia em todo o Brasil para mostrar por que a conta de luz anda tão alta.
Repórter Sônia Bridi percorreu usinas de energia em todo o Brasil para mostrar por que a conta de luz anda tão alta.
Fonte: Fantástico
A conta de luz está pesando no bolso do brasileiro. Em comparação com o que a gente pagava em 2013, o preço subiu mais de 58% e, infelizmente, é bom ir se acostumando. A conta vai ficar alta ainda por muito tempo.
Sabe por quê? A repórter Sônia Bridi mostra agora que a culpa não é de São Pedro. Problemas de planejamento e gestão do sistema elétrico provocaram um prejuízo de bilhões de reais. E essa conta quem paga é você.
Nos pampas gaúchos, bem na fronteira com a Argentina, a usina da discórdia. Inaugurada em 2001 pelo então presidente Fernando Henrique e a secretária de Energia do Rio Grande do Sul, Dilma Rousseff. Era para funcionar com gás fornecido pelos vizinhos. Um arranjo para durar 20 anos.
Mas desde 2008 a torneira do gás foi fechada. A Argentina diz que não tem gás para fornecer ao Brasil. Para ligar a usina este ano, veja a operação necessária.
Em fevereiro deste ano a AES, a empresa dona da usina, comprou gás liquefeito na África, descarregou no porto de baía Blanca, onde o gás foi processado e carregado nos dutos argentinos. Tudo isso para produzir por três meses e meio. Contando esse tempo, em sete anos, a usina funcionou apenas sete meses e custou muito caro. A Argentina diz que não tem espaço no gasoduto para atender o Brasil. E o brasileiro mais próximo está a 600 quilômetros.
E qual é a solução proposta pelo governo? Desmontar toda a usina e levar para outro lugar.
"A melhor alternativa pra Uruguaiana é que se desmonte a usina e que ela vá pra um centro metropolitano, como Rio, São Paulo, Minas Gerais, não importa, aonde tenha gás e, é claro, tenha uma carga pra consumir aquela energia”, diz Mauricio Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética.
Fantástico: Essa é a única solução?
Ítalo Freitas, vice-presidente de Operações da Geração da AES: Não. A solução de Uruguaiana ela também passa em ficar aqui. Há a possibilidade de transporte? Há. Tem que levar em conta vários fatores além de ser uma movimentação bastante cara para a usina.
O custo exato não foi calculado, mas será de centenas de milhões de reais. E a operação só será viável se ele for transferido para as contas de luz. O Tribunal de Contas da União investigou o sistema elétrico brasileiro e apontou as causas do preço alto da energia. Uma delas, o descompasso das obras.
Para que a nova energia entre no sistema é preciso ter uma usina gerando, as linhas de transmissão e a distribuição. Só que, segundo o TCU, no Brasil, com frequência, uma parte fica pronta e a outra, não. Aí não adianta porque a energia não chega ao consumidor. Esse descompasso nas obras, segundo o TCU, em apenas dois anos provocou um prejuízo de R$ 8,3 bilhões ao Brasil.
Há dois anos o Fantástico mostrou os parques eólicos do Nordeste. Prontos para gerar, mas parados por falta de linha de transmissão. Só que o contrato dizia: se a obra está pronta, a empresa deve receber pela energia. Quanto?
Elbia Melo, presidente da Abeeólica: Da ordem de R$ 2 bilhões no período de 2012 a 2014.
Fantástico: Dois bilhões?
Elbia Melo: R$ 2 bilhões.
Fantástico: Quem é que paga?
Elbia Melo: O consumidor. Vai para a conta do consumidor.
Agora a regra mudou: a usina só pode ser construída com a transmissão já pronta. Segundo o TCU o atraso nas obras de energia é constante e atinge quase 80% dos projetos.
Angra dos Reis. O engenheiro Costa Mattos foi trabalhar ali em 1976. O jovem engenheiro sonhava construir as três usinas da central nuclear. Angra 1 ficou pronta em 85, a 2 entrou em operação já no século 21, a 3, planejada na Ditadura, atravessou 4 décadas de história. E a aposentadoria está chegando.
Fantástico: Era um sonho ver isso pronto?
José Eduardo da Costa Mattos, superintendente de construção de Angra 3: Era um sonho que deveria ocorrer, mas que eu espero que venha acontecer muito rapidamente.
Planejada para ficar pronta em 83, a obra só começou em 2010. Deveria estar terminando este ano, mas atrasou de novo. Uma das razões é que, para garantir que a usina nuclear está sendo construída com segurança, cada etapa da obra tem que ser licenciada pelo CNEN, a Comissão Nacional de Energia Nuclear. Só que, durante anos, a CNEN tinha apenas um engenheiro para cuidar de uma obra desse tamanho.
"Nós tínhamos um especialista que provavelmente está entre os dez maiores especialistas do país dentro da área. Pessoa reconhecida internacionalmente”, diz Ivan Salati, diretor da CNEN.
Fantástico: Mas era sozinho para trabalhar nessa avaliação?
Ivan Salati, diretor da CNEN: Ela sozinha, mas era bastante rápida e muito dedicada.
A CNEN diz que a proibição de novas contratações no governo federal, em 2011, impediu que engenheiros já concursados assumissem. Para o TCU, essa economia de salários parou a obra.
"Nunca parou. Dentro da nossa avaliação nunca parou esperando uma licença da CNEN”, diz Ivan Salati.
Mas a Eletronuclear contabiliza um prejuízo milionário.
Othon Luiz Pereira da Silva, presidente licenciado da Eletronuclear: São R$ 156 milhões por mês.
Fantástico: De atraso?
Othon Luiz: É o que deixou de faturar.
No ano passado, foi a construtora Camargo Corrêa que parou tudo, pedindo aumento no contrato. O então presidente da Eletronuclear reagiu assim, na época: "Não é do perfil da gente concordar com faca no pescoço”, afirmou Othon Luiz Pereira da Silva, presidente licenciado da Eletronuclear.
A construtora voltou ao trabalho e continua negociando um aditivo. E o presidente da Eletronuclear se licenciou enquanto é investigada a denúncia, feita em delação premiada pelo ex-presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, de que havia pagado propinas para conseguir a obra.
O novo prazo para terminar Angra 3 agora é agosto de 2018. Só falta um detalhe: dinheiro. É que o custo que começou em R$10 bilhões já chega a R$ 15 bilhões por causa dos atrasos e correções.
O ministro das Minas e Energia garante que vai resolver o impasse.
"Eu gostaria de te convidar para agosto de 2018 a gente poder assistir o início da geração de teste de Angra 3”, afirmou Eduardo Braga.
Isso só será possível, aumentando o preço da energia de Angra quando ela ficar pronta.
Há dois anos, uma medida provisória da presidente Dilma, a MP 579, forçou as usinas a renovar seus contratos de longo prazo com o governo, por valores mais baixos e o preço da energia caiu, em média, 20%. Aí, o consumo aumentou. Já estávamos num período de seca. Mas foi ela que disparou a crise? Ou falta de planejamento?
"É absolutamente equivocado atribuir à natureza ou à São Pedro a culpa pela situação em que se encontra o sistema, como também foi em 2001 e 2002 no governo Fernando Henrique Cardoso. Ambos tentam atribuir à natureza, o que na verdade é pura responsabilidade do governo, que precisa planejar a demanda e planejar a oferta”, afirma o especialista em setor elétrico Ildo Sauer.
Fantástico: Então a culpa não é de São Pedro?
Ildo Sauer, especialista em setor elétrico: A culpa é do governo agora como foi em 2001.
Sem outras fontes de energia, a água dos reservatórios foi usada além da conta. De lá pra cá a seca só piorou. Os reservatórios foram baixando e as hidrelétricas foram obrigadas a produzir menos energia. Aí, todas as termelétricas que produzem energia com gás, óleo ou carvão foram ligadas ao mesmo tempo. Só que essas usinas foram feitas para casos de emergência, porque a energia delas é muito mais cara. Enquanto um megawatt/hora de uma hidrelétrica é em média de R$ 120, a das térmicas pode passar dos R$ 800. As distribuidoras, que entregam a energia nas nossas casas, a indústria, o comércio foram acumulando bilhões de reais em prejuízo. E como é que essa conta está sendo paga?
Durante dois anos, o rombo foi sendo coberto pelo Tesouro Nacional, aquele dinheiro dos impostos para investir nas escolas, saúde, habitação. O que era para ser economia, custou o dobro.
Fantástico: Durante esse tempo que a tarifa de energia ficou mais barata, o consumidor deixou de pagar trinta e poucos bilhões...
Vital do Rêgo Filho, ministro do Tribunal de Contas da União: R$ 32 bilhões.
Fantástico: R$ 32 bilhões. E quanto o governo aportou para segurar esse...
Vital do Rêgo: R$ 64 bilhões. Para segurar esta economia de fonte do tesouro.
"Chegou ao limite. Ao limite da responsabilidade prudencial do país. Que que aconteceu? O governo teve a coragem e ao mesmo tempo a humildade de dizer ‘nós temos que voltar a um realismo tarifário porque nós não vamos ter como suportar isso’”, diz Eduardo Braga.
Cobrando o preço real da energia, o aumento em média foi de 58% em um ano. Outra conta envolve uma disputa entre a Aneel e as três maiores usinas em construção no país.
Santo Antônio, em Rondônia. No fim do ano, deve gerar energia para 45 milhões de pessoas. Hoje, em um lado da barragem, já está produzindo. Do outro, ainda estão sendo instaladas as turbinas. O volumoso Rio Madeira, não tem esse nome à toa. Todos os dias, são retiradas da barragem toneladas de troncos trazidos pelo rio.
Mas foram greves, depredação e destruição do canteiro que, segundo a Santo Antônio Energia, atrasaram a obra. Uma conta complicada, já que de fato, ela começou a gerar antes do prazo inicial.
Essa possibilidade de ir gerando energia na parte da barragem que já está pronta, enquanto continua as obras em outro trecho, fez com que a Santo Antônio Energia propusesse uma mudança no contrato para começar a gerar um ano antes do previsto. Só que de fato essa antecipação foi de nove meses.
A conta da diferença é de R$ 800 milhões.
"Adotou uma estratégia comercial muito agressiva e tomou para si um risco que eu diria talvez não devesse tomar. Agora, o que não é justo é esse risco ser alocado para quem não teve a escolha de tomar o risco, é do consumidor”, diz Romeu Rufino, diretor-geral da Aneel.
"A empresa não está se eximindo desse risco. Ela assumiu o risco. Porém ela não pode abrir mão de um direito”, afirmou Eduardo de Melo Pinto, presidente da Santo Antônio Energia.
O direito seria o chamado excludente de responsabilidade, ou seja, descontar o atraso provocado por greves e vandalismo.
"E nós não estamos com isso tentando repassar pra Aneel. Todo o atraso e toda a consequência pelo atraso. Não. É a parcela do impacto das greves possível de enquadrar como excludente”, disse o presidente da Santo Antônio Energia.
Cem quilômetros acima, no Rio Madeira, outra usina, a de Jirau, também está em disputa com a Aneel com relação aos prazos para geração de energia e sobre quem deve pagar a conta pelo atraso. Em Jirau o estrago das greves foi ainda maior. E o atraso gerou uma conta de R$ 3 bilhões.
"O consumidor contratou energia, e ele deve entregar. Se não conseguiu produzir na usina, ele tem a obrigação contratual de comprar no mercado e entregar essa energia”, ressalta Romeu Rufino, diretor-geral da Aneel.
A usina entrou na Justiça contestando a decisão da Aneel.
"Hoje, Jirau é a terceira maior usina em produção no Brasil, ficando atrás de Itaipu e Tucuruí. E aí é o que o próprio diretor-relator disse: ‘Jirau é muito grande para quebrar’. E nós vamos quebrar se a Aneel continuar insistindo de nos cobrar R$ 3 bilhões”, disse Victor Paranhos, presidente energia sustentável de Jirau.
Belo Monte. A quarta maior hidrelétrica do planeta vai barrar o Rio Xingu, no Pará, e desviar parte da água para um impressionante sistema de diques e canais com até 300 metros de largura. Tudo vai para um reservatório, onde está a barragem principal, que vai produzir mais energia que Santo Antônio e Jirau juntas. Na outra barragem, aquela que desvia as águas, uma outra usina, bem menor, já deveria estar gerando desde fevereiro, mas só deve começar no fim do ano.
"Nós não concordamos com a postergação do cronograma e nem com a exclusão da sua responsabilidade por não ter entrado na data contratada”, disse Romeu Rufino, diretor-geral da Aneel.
A Norte Energia entrou na Justiça para não pagar essa conta. Diz que ocupações do canteiro de obras por indígenas, manifestações de desapropriados e greves provocaram um atraso que a usina não pôde evitar.
"Entendemos que nem nós nem a sociedade podem ser penalizados por ações que são excludentes de responsabilidade do empreendedor”, afirmou Duílio Diniz de Figueiredo, presidente da Norte Energia.
Por causa da obra a população de Altamira cresceu 50% e as medidas socioambientais que eram compromisso da empresa, não estão prontas. O hospital da cidade, sempre lotado, enquanto o novo, feito pela usina, ainda não foi aberto. Estações de tratamento de água e esgoto modernas. A rede pronta. Mas as ligações com as casas não foram feitas.
Encontramos Seu Otávio e a família de mudança. Ele morava numa ilha que vai ser inundada. Recebeu R$ 12 mil de indenização. O dinheiro se foi rápido. Por dois anos morou de aluguel, com a mulher, os filhos e netos, todos analfabetos. Na cidade, o ribeirinho que vivia de pesca não encontrou trabalho.
"Emprego aqui é só pra quem é sabido. Se não for sabido, não tem emprego”, lamenta Otávio.
Com ajuda da Defensoria Pública da União, a família foi reassentada pela usina num conjunto habitacional. Outras mil famílias cadastradas pela Defensoria não são reconhecidas pela empresa como desalojadas. Os índios que terão suas terras atingidas reclamam que as obras que deveriam ser feitas mal começaram, a empresa diz que investiu R$ 3,5 bilhões nessas obras. Mas sem resolver essas pendências, a licença de operação pode atrasar.
Assim, chegamos a esse ponto. Pelo menos o risco de apagão é pequeno.
"O risco de apagão diminuiu não porque aumentou a produção de energia, mas porque a demanda reduziu de uma maneira brutal devido aos problemas da economia”, explica Mario Veiga, consultor em setor elétrico.
É que o consumo, em vez de crescer 3% em um ano, por causa da crise econômica, caiu 3%. Está 6% menor do que o previsto.
"Então, na prática, nós reduzimos a demanda, mas pela pior razão possível que é a queda da atividade econômica”, informa Mario Veiga.
Mas a conta de luz ainda não parou de subir. Para poupar água das hidrelétricas, todas as térmicas continuam funcionando. Vão ser desligadas aos poucos, até 2018, conforme a energia das novas usinas for entrando no sistema.
Fantástico: Ou seja, daqui até lá vai continuar subindo menos, mas vai continuar subindo?
Eduardo Braga, ministro de Minas e Energia: Não tem como. Nós não temos como dizer que nós vamos fazer a mágica de invertermos a lógica da gravidade.
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- 03/07/2015 - Jovem brasileira é única semifinalista da América em olimpíada de engenharia nuclearFonte: Info AbrilAs áreas de engenharia e tecnologia ainda contam com pouca presença feminina, mas isso não impede que estas mulheres façam a diferença e e se destaquem em suas carreiras.
É o caso de Alice Cunha da Silva, a jovem estudante de 25 anos que se tornou a única semifinalista do Brasil e das Américas na Nuclear Olympiad, competição internacional de engenharia nuclear promovida pela World Nuclear University (WNU) para premiar alunos de graduação e pós-graduação que apresentem formas de aplicação nuclear que vão além da geração de energia ou combustível.
E o desafio foi grande para a estudante do último ano de engenharia nuclear na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Alice conta a INFO que ficou sabendo do concurso pelo Facebook e pelo site da WNU, e apesar de focar seus estudos justamente na área de geração de energia e usinas, ela teve a ideia de participar da olimpíada falando sobre medicina nuclear - utilizada em tratamentos contra o câncer, mesma doença de sua avó. "É uma área grande e interessante que tem salvado vidas e muita gente não sabe disso", diz.
Para participar da competição, a estudante teve que criar um vídeo de no máximo 60 segundos sobre o tema escolhido. Segundo Alice, os chamados radiofármacos são remédios que podem ser ingeridos ou inalados pelo paciente e têm a característica de se concentrar em regiões isoladas do corpo. "Então, com uma câmera especial que detecta radiação, os médicos podem ter uma imagem melhor de alguns órgãos permitindo fornecer um diagnóstico mais preciso da doença”, diz.
Para chegar até a penúltima fase do concurso, o vídeo de Alice passou por uma triagem com os juízes da World Nuclear University – que analisavam conteúdo, criatividade e relevância do tema – e, depois, foi avaliado pelo número de curtidas no YouTube, plataforma utilizada como base para o concurso.
Agora, a estudante está entre 10 semifinalistas do mundo inteiro e, caso tenha o maior número de curtidas em seu vídeo, passará junto a mais quatro finalistas para a etapa final, que será realizada em 17 de setembro na Agência Internacional de Energia Atômica em Viena, na Áustria.
Esta não é a primeira vez que a jovem se destaca na engenharia. Em entrevista para INFO, Alice conta que já teve a oportunidade de apresentar seu trabalho em um congresso organizado pelo MIT, já estudou por um ano nos Estados Unidos pelo Programa Ciência sem Fronteiras e chegou a co-fundar e presidir a Seção Estudantil de Engenharia Nuclear da UFRJ. Em 2012, ela teve o seu trabalho eleito como o melhor projeto do Centro de Tecnologia durante a Jornada de Iniciação Científica em sua universidade.
Mesmo morando longe da faculdade, na região de Santíssimo, a estudante também ajudou a organizar durante três anos a Semana de Engenharia Nuclear da UFRJ e hoje concilia sua rotina de estudos com um estágio. "Apesar das dificuldades para estudar, a universidade me possibilitou oportunidades que nem meus pais imaginavam pra mim”, afirma.
Para ajudar Alice a chegar em Viena e vencer a olimpíada, basta clicar no botão "Gostar" em seu vídeo no YouTube até quinta-feira, 9 de julho, data em que os juízes farão a contagem no número de curtidas.
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- 02/07/2015 - Finep aposta na retomada do programa nuclear com o físico Rex Nazaré na equipeFonte: Agência BrasilCom a posse hoje (2) do físico Rex Nazaré na diretoria de Projetos Estratégicos Nacionais da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o presidente da entidade, Luís Fernandes, acredita que ocorrerá a retomada do programa nuclear brasileiro. Ele ressaltou que o programa nuclear foi definido pela Constituição e pela vontade soberana dos governantes do Brasil para ser usado com "fins pacíficos”.
Embora tenha papel importante na geração de energia, o programa nuclear tem vários desdobramentos, como aplicações na área da saúde, "com retorno social bastante amplo”, diz o presidente da Finep, entidade ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. É com esse perfil de programa nuclear que ele esperar retomar essa agenda de forma mais intensa, com a vinda de Nazaré, que foi o formulador e executor de um programa de autonomia tecnológica nuclear que levou o Brasil a dominar o setor como um todo.
"Mas esse domínio tecnológico não foi materializado por completo no ciclo de desenvolvimento de energia nuclear no Brasil. É isso que nós pretendemos fazer: materializar essa autonomia de tecnologia nuclear, agora na efetiva produção do ciclo completo. Essa é uma das prioridades da nossa gestão”, explica Fernandes.
Durante a solenidade de posse, no Rio de Janeiro, foi apresentado também o novo diretor da área de Inovação, Elias Ramos. As diretorias foram recompostas com base em três eixos estratégicos de atuação da Finep e do ministério. Um deles consiste em expandir e consolidar o sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação – responsabilidade do diretor de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Fernando Ribeiro, da própria Finep.
O segundo eixo é voltado para a promoção da inovação nas empresas, enquanto o de projetos estratégicos nacionais vai cuidar de projetos que envolvam, de alguma forma, a defesa e a preservação da soberania do Brasil e a projeção de sua liderança no mundo. A diretoria de Rex Nazaré tratará dos programas nuclear e espacial, segurança cibernética e da própria área de defesa, informa Fernandes. "A mensagem que nós tentamos passar e a concepção que nos anima e orienta é que a Finep tem que colaborar em toda a cadeia de geração do conhecimento e da aplicação do conhecimento da inovação, porque ela é uma instituição singular.”
A Finep opera instrumentos variados, que englobam convênios para apoiar projetos de infraestrutura em universidades e projetos de cooperação entre institutos científicos e tecnológicos e empresas, subvenção econômica para atividades de inovação nas empresas, investimento para constituição de startups (empresas recém-criadas, em fase de desenvolvimento e pesquisa de mercados) ou novas empresas de base tecnológica, além de crédito. "São poucas as instituições no mundo que operam esse leque tão abrangente de investimentos”. A ideia do presidente da Finep é integrar todos esses instrumentos para a promoção do desenvolvimento do país, por meio da inovação.
Devido ao ajuste fiscal, o orçamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, cuja secretaria-executiva é exercida pela Finep, sofreu um corte este ano de 30%. O orçamento previsto para o fundo em 2015 alcançava cerca de R$ 3,7 bilhões e, com o corte, deverá ficar em torno de R$ 2,8 bilhões. Luís Fernandes considera, entretanto, que essa medida é transitória.
"Este é um ano marcado pelo esforço de ajuste das contas públicas e nós somos solidários com esse ajuste. Achamos que ele é necessário para reequilibrar as contas públicas no país e criar as condições para a retomada do crescimento econômico e do investimento público, como promotor desse desenvolvimento”, diz o presidente da Finep.
Ele acrescenta que a Finep pode superar as restrições impostas pelo ajuste, tendo mais foco estratégico nas ações. Em vez de dispersar iniciativas, a ideia é ter foco em ações estruturantes na cadeia de inovação e na cadeia da geração do conhecimento. "Essa é a alternativa da agência, enquanto não é viabilizada a recomposição do fundo. Estamos otimistas com a perspectiva de poder recompor a capacidade de financiamento do fundo.”
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- 02/07/2015 - Brasil terá primeira fábrica de equipamentos para radioterapia da América LatinaFábrica é resultado de acordo do Ministério da Saúde para maior independência do mercado externo e expansão do tratamento de câncer no País. Indústria será construída em Jundiaí (SP)
Fábrica é resultado de acordo do Ministério da Saúde para maior independência do mercado externo e expansão do tratamento de câncer no País. Indústria será construída em Jundiaí (SP)
Fonte: Portal Brasil
Um acordo assinado nesta quinta-feira (2) entre Ministério da Saúde e a empresa Varian Medical Systems garantirá ao Brasil a primeira fábrica para soluções de radioterapia da América Latina. A indústria, que será construída em Jundiaí (SP), será a terceira unidade da empresa no mundo a produzir aceleradores lineares, utilizados para a realização de radioterapia no tratamento do câncer. O acordo assinado na 9ª edição da reunião do Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde (GECIS) faz parte da compensação tecnológica prevista no Plano de Expansão da Radioterapia no SUS, lançado em 2012. A previsão é que a unidade inicie suas atividades em dezembro de 2018.
A compensação será realizada por meio da prática do offset, que alia a aquisição do produto à geração de benefícios industriais, tecnológicos ou comerciais. A iniciativa pioneira na área civil e liderada pelo Ministério da Saúde foi adotada por ser capaz de criar alternativas comerciais que possibilitem maior inserção internacional e também como forma de buscar o fortalecimento tecnológico e o desenvolvimento industrial. Além da fábrica para produção de aceleradores lineares, estão previstas outras ações de desenvolvimento e qualificação de fornecedores locais, desenvolvimento de softwares e a criação de um centro de treinamento e capacitação no Brasil.
"A expansão da radioterapia é um processo fundamental e estruturante, tanto para as pessoas que tem câncer quanto para o complexo industrial da saúde. Trata-se de um conjunto de iniciativas que vão transformar o Brasil em uma plataforma de negócios para toda a América Latina. Se antes o tempo entre a decisão de se comprar equipamentos e o início de seu funcionamento demorava cerca de dez anos, agora a expansão levará cinco anos”, garantiu o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Autonomia frente ao mercado externoAtualmente, tanto os aparelhos, aceleradores lineares, como suas peças e softwares utilizados na programação das sessões de radioterapia e organização da assistência são importados, de forma que seus custos e preços sofrem constantemente com flutuações cambiais e tornam o Brasil totalmente dependente do mercado externo. O acordo dará ao Brasil maior autonomia nesta área estratégica para a saúde em relação ao mercado internacional.
"Este é um projeto absolutamente inovador. Na área civil, é a primeira vez que o modelo offset é usado e o que queremos é que esta seja a porta de entrada para projetos deste tipo no governo brasileiro”, disse o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), Jarbas Barbosa.
Capacitação de fornecedores e profissionais"Com a fábrica e o centro de educação instalados no Brasil, vamos capacitar todos os profissionais da América Latina. Serão mais de 50 treinamentos por ano e mais de 1.000 profissionais capacitados”, informou o presidente da Varian no Brasil, Humberto Izidoro.
O processo de produção nacional pela empresa Varian e qualificação de fornecedores brasileiros deverá ocorrer em um prazo de cinco anos a contar da assinatura do contrato comercial de aquisição das soluções de radioterapia, assinado em dezembro de 2013. No acordo está previsto que a Varian capacite fornecedores para a linha de produção e profissionais brasileiros para garantir que o produto final tenha ao menos 40% de partes, peças, acessórios e softwares produzidos no Brasil.
A fábrica ocupará uma área 17.500 m² e garantirá a criação de empregos. A escolha por uma cidade do interior de São Paulo, Jundiaí, deve-se à infraestrutura local, com acesso a aeroportos internacionais e de carga, rodovias e porto, bem como a proximidade de centros de ensino e de centros de tratamento de câncer.
Este acordo de compensação tecnológica é um dos desdobramentos do Plano de Expansão da Radioterapia no Sistema Único de Saúde (SUS) em que o Ministério da Saúde realizou a maior compra pública mundial de aceleradores lineares. Foram adquiridos um total de 80 equipamentos para ampliação da rede pública de atendimento radioterápico. A iniciativa conta com um investimento previsto de cerca de R$ 500 milhões para a compra dos aceleradores, as obras de ampliação e a criação de serviços em estados e regiões que não disponibilizam desses equipamentos. O valor da compra dos equipamentos, elaboração de projetos e acompanhamento de obras, licitados em R$ 119,9 milhões, foram 60% menor que o inicialmente estimado, gerando uma economia de R$ 176 milhões aos cofres públicos até o momento. -
- 02/07/2015 - Energia Nuclear nos BRICSFonte: Ambiente EnergiaÉ inequívoca a importância estratégica do Brasil se manter ativo na exploração dos usos pacíficos da energia nuclear, expandindo seu domínio tecnológico e capacidade industrial instalada nos diversos setores associados, como produção de radioisótopos para medicina e indústria, produção de combustível nuclear, propulsão nuclear naval e geração elétrica nuclear. Para isso, a cooperação dentro dos BRICS desponta como uma excelente oportunidade.
Um aspecto pouco discutido sobre os BRICS é o fato de todos os cinco países terem uma indústria nuclear desenvolvida. Esse aspecto comum é pouco explorado nas discussões sobre as relações internas do grupo e externas, do grupo com o resto do mundo.
A geração elétrica nuclear faz parte da matriz energética de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul com diferentes graus de contribuição. Somado, o parque de geração nuclear do BRICS monta a 86 usinas em operação (2 no Brasil, 34 na Rússia, 27 na China, 21 na Índia e 2 na África do Sul), o que representa 20% do parque mundial. O grupo também tem 40 usinas em construção (1 no Brasil, 24 na China, 6 na Índia e 9 na Rússia), o que representa 60% das futuras usinas a entrarem em operação ao longo dessa década. Em termos de geração líquida em 2014, o Brasil produziu 15.385 GW.h de eletricidade nuclear (2,86% do total de geração nacional), a Rússia 169.049 GW.h (18,57%), a Índia 33.232 GW.h (3,53%), a China 130.580 GW.h (2,39%) e a África do Sul 14.749 GW.h (6,20%)[1].
O projeto e construção das usinas russas são totalmente autóctones. O parque nuclear chinês se iniciou também de forma autóctone, porém a China passou a adotar na década de 1990 a política de adquirir usinas de outros países, incluindo a Rússia, mas também dos EUA e França, e promover transferência de tecnologia que lhe permitisse desenvolvê-las localmente. A política teve sucesso e hoje seu parque já inclui usinas de projeto e construção local. A grande maioria das usinas indianas também é de projeto e construção nacional, mas se derivam de uma transferência de tecnologia inicial do Canadá. Só recentemente a Índia adquiriu usinas no exterior, no caso da Rússia, e tem negociado a compra de outras com outros países fora do grupo.
As usinas brasileiras e sul-africanas foram adquiridas de países fora do grupo: EUA e Alemanha, no caso do Brasil, França, no caso da África do Sul. Esses países tentaram uma política de transferência de tecnologia com, respectivamente, Alemanha e França, similar àquela adotada pela China, porém sem sucesso, dependendo hoje da importação de tecnologia para expansão de seus parques.
A Rússia é hoje o maior exportador de usinas nucleares no mundo, com 11 projetos em andamento no exterior[2]. A China deverá em breve tornar-se também importante ator nesse mercado, no passado dominado pelos EUA e Europa, já tendo concluído uma venda de um projeto autóctone para o Paquistão.
Em termos recursos razoavelmente assegurados (Reasonably Assured Ressources – RAR) e inferidos de urânio, os BRICS somam 22,72% dos recursos globais (Brasil 3,62%, Rússia 9,03%, Índia 1,57%, China 2,61% e África do Sul 5,9%)[3]. Entretanto, o Brasil teve apenas 1/3 de seu território prospectado até o momento. As características geológicas do País, cujas áreas de formação pré-cambriana, propícias à ocorrência de urânio, terem extensão quase idêntica às mesmas áreas na Austrália, país que detêm a maior reserva (24% dos recursos RAR e inferidos globais), fazem crer que um esforço de pesquisa nacional poderia alterar em muito o quadro atual[4]. A China também tem significativa parte de seu território ainda sem prospecção adequada e está fazendo esforços nesse sentido.
A Rússia também atua no mercado internacional como fornecedor de serviços de conversão, enriquecimento e fabricação de elementos combustíveis. A China depende de importações de urânio para produzir o combustível para seus reatores, mas a conversão, enriquecimento e fabricação de elementos combustíveis são feitas localmente. A Índia também depende de importações de urânio e enriquecimento, mas faz a conversão e fabrica os elementos combustíveis localmente. Note-se que a maior parte do parque indiano de usinas usa urânio natural, não requerendo enriquecimento. A África do Sul produz o urânio, faz a conversão e fabrica elementos combustíveis para suas usinas localmente, mas o enriquecimento é feito no exterior. O Brasil também produz o urânio e fabrica os elementos combustíveis localmente, mas importa os serviços de conversão e enriquecimento, este último parcialmente, na medida em que tem uma capacidade de produção nacional insuficiente.
Todos os cinco países operam reatores de pesquisa e de produção de radioisótopos para usos médicos e industriais, também produzindo o combustível para esses reatores, e fazem amplo uso das diversas aplicações nucleares não energéticas. Rússia e África do Sul são também exportadores de radioisótopos.
As Marinhas de Rússia, China e Índia projetam, constroem e operam submarinos de propulsão nuclear. A Índia se iniciou alugando unidades de origem russa, mas recentemente lançou ao mar sua primeira unidade de projeto e construção nacional. O Brasil desenvolve de forma autóctone um programa para obtenção desses navios, que se encontra em estágio avançado.
Rússia e China são estados nuclearmente armados "de juris”, isto é, de acordo com o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). A Índia também possui armas nucleares, mas não é membro do TNP, sendo um estado nuclearmente armado "de facto”. A África do Sul já foi também um estado nuclearmente armado "de facto”, porém abandonou-as com a mudança de regime e assunção de Nelson Mandela à presidência do país. O Brasil renunciou às armas nucleares pela Constituição de 1988 e posteriormente, em 1999, aderiu ao TNP como estado não nuclearmente armado.
Os BRICS, portanto, são um grupo de países nuclearmente desenvolvidos. Inclui a Rússia, que comparte com os EUA a liderança mundial no setor e a China, que muito em breve se ombreará e esses dois países. A Índia tem um alto grau de avanço no setor, pouco inferior à Rússia e China. Brasil e África do Sul, por sua vez, fazem parte também da vanguarda do setor no mundo, ainda que num patamar inferior aos outros três parceiros.
O fato de todos os BRICS terem uma indústria nuclear desenvolvida, ainda que em diferentes graus, abre todo um amplo leque de possibilidades de cooperação e sinergias que explorem as complementaridades entre os países e que possam reforçar a competitividade do grupo com um todo.
Note-se aqui que o Brasil é o único país do grupo que não possui nem nunca possuiu armas nucleares. Interessa muito a nosso País manter sua opção constitucional pelo uso exclusivamente pacífico da energia nuclear. Isso lhe dá um caráter único junto aos parceiros do BRICS, que se reflete numa autoridade moral e ética que pode ser explorada politicamente em diversas situações como, por exemplo, na necessária reforma do Conselho de Segurança da ONU e na arbitragem de crises nucleares internacionais. Essa "vantagem competitiva” é muito mais valiosa do que a posse de armas nucleares que, ao final das contas, são feitas para nunca serem usadas.
Entretanto, uma análise equilibrada[5] mostra de forma inequívoca a importância estratégica do Brasil se manter ativo na exploração dos usos pacíficos da energia nuclear, expandindo seu domínio tecnológico e capacidade industrial instalada nos diversos setores associados, como produção de radioisótopos para medicina e indústria, produção de combustível nuclear, propulsão nuclear naval e geração elétrica nuclear. Para isso, a cooperação dentro dos BRICS desponta como uma excelente oportunidade.
[1] IAEA Power Reactor Information System, http://www.iaea.org/pris/, consultado em 08/05/2015
[2] Atomstroyexport, http://www.atomstroyexport.ru/wps/wcm/connect/ase/eng/ , consultado em 08/05/2015
[3] URANIUM 2014: RESOURCES, PRODUCTION AND DEMAND, NEA No. 7209, © OECD 2014, disponível em http://www.oecd-nea.org/ndd/pubs/2014/7209-uranium-2014.pdf, consultado em 08/05/2015
[4] Pires, Fernando Roberto Mendes, Urânio no Brasil : geologia, jazidas e ocorrências – Rio de Janeiro : Vitrina, 2012, disponível em https://www.academia.edu/7828249/Ur%C3%A2nio_no_Brasil_Geologia_Jazidas_e_Ocorr%C3%AAncias, consultado em 08/05/2015
[5] Silva, Carlos Augusto Feu Alvim da e Guimarães, Leonam dos Santos, As dez maiores economias e a energia nuclear: reflexões para o futuro do Brasil, Revista Brasileira de Planejamento e Orçamento RBPO, Brasília, Vol 1, no 2, 2011, págs 85-94, disponível em http://www.assecor.org.br/index.php/rbpo/vol-1-numero-2-2011/, consultado em 08/05/2015 .
(*) Diretor de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente Eletrobrás/Eletronuclear
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- 02/07/2015 - MCTI assina sete acordos de cooperação com EUA durante visita da presidenta Dilma ao paísFonte: Jornal da Ciência
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e suas instituições assinaram sete acordos de cooperação bilateral por ocasião da visita oficial da presidente Dilma Rousseff ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Um deles, assinado pelo ministro Aldo Rebelo e pelo diretor do Escritório de Política de Ciência e Tecnologia dos EUA (OSTP, na sigla em inglês), John Holdren, é o Plano de Ação 2015-2017, definido pela Comissão Mista Brasil-Estados Unidos de Cooperação Científica e Tecnológica (Comista).
A assinatura ocorreu no Departamento de Estado norte-americano, nesta terça-feira (30), durante almoço oferecido pelo vice-presidente Joe Biden em homenagem à presidenta Dilma. O Plano de Ação assinado por Aldo e Holdren é a parte integral da 4ª Reunião da Comista, que abrangeu as áreas de desastres naturais, ecossistemas, energias limpas e renováveis, saúde, física de altas energias, luz síncrotron, segurança cibernética, popularização da ciência e inovação. Ligado à Casa Branca, o OSTP é o órgão do governo dos EUA correspondente ao MCTI.
Em maio, Aldo e delegação estiveram em Washington para as discussões da Comista e outros compromissos preparatórios à visita presidencial. Os trabalhos da Comissão permitiram o encaminhamento dos consensos oficializados hoje.
Área aeroespacial
A instalação, no Brasil, de uma estação terrestre ligada ao Programa da Constelação do Sistema de Observação para Meteorologia, Ionosfera e Clima (Cosmic-2) é o objetivo de anexo assinado pelo titular do MCTI e pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa, na sigla em inglês). Trata-se de um complemento a um memorando já em vigor.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI) se compromete a adquirir, construir, instalar, operar e manter a estação em local a ser definido com a instituição parceira. A ideia é que a infraestrutura entre em operação pelo menos seis meses antes do primeiro lançamento do programa, previsto para setembro de 2016. Parceria entre EUA e Taiwan, o Cosmic-2 visa desenvolver, lançar e operar uma missão de satélites que suceda a primeira edição do Cosmic, no intuito de coletar dados troposféricos e ionosféricos como insumos para previsões de tempo diárias, estudos climáticos e pesquisa espacial.
A Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI) e a National Aeronautics and Space Administration (Nasa, a agência espacial norte-americana) assinaram acordos para ampliar os estudos sobre o clima espacial e global e os da área de heliofísica, ciência que estuda o Sol.
Com o primeiro acordo, o Brasil passa a integrar o Programa de Aprendizagem e Observações Globais em Benefício do Meio Ambiente (Globe, na sigla em inglês), ação de ciência e educação ambiental que reúne estudantes, professores e cientistas. A parceria tem duração mínima de cinco anos.
Na área de heliofísica, as agências espaciais acertaram que o Brasil participará de missões que estudam o Sol e os arredores da Terra, tais como a Magnetospheric Multiscale Satellites (MMS) e a Van Allen Probes. O compartilhamento de dados deve melhorar os resultados e aumentar a produtividade científica dentro dessa especialidade.
As agências anunciaram, ainda, parceria firmada no dia 18 para aumentar as oportunidades para estudantes brasileiros de graduação e pós-graduação participarem do Programa de Estágio Internacional Nasa. O projeto permitirá a troca de experiência entre alunos dos dois países.
Luz síncrotron e competitividade
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) firmaram memorando de entendimento com o Laboratório Nacional Argonne e o Advanced Photon Source (APS), para desenvolver mecanismos e processos para aprofundar a colaboração relacionada a pesquisa e desenvolvimento (P&D) com fontes de luz síncrotron.
O texto menciona, como formas de cooperação, o intercâmbio de dados científicos e técnicos, a organização de encontros para discutir tópicos específicos voltados às atividades, o planejamento de projetos e a mobilidade acadêmica de cientistas, engenheiros e outros especialistas.
Outro memorando envolve a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI) e o Council on Competitiveness (CoC), no campo de inovação e competitividade. O objetivo é estabelecer um quadro de cooperação que contribua para a melhoria das políticas públicas brasileiras e norte-americanas na área.
O entendimento inclui a mobilização de empresas, capacitando-as e contribuindo para a melhoria das políticas. Além disso, tem a finalidade de promover a inovação empresarial, influenciando a criação de um ambiente favorável aos negócios e incentivando o desenvolvimento humano e tecnológico, por meio da organização e disseminação do conhecimento.
Neutrinos
Por fim, uma declaração de intenções prevê a promoção de esforços de pesquisa e desenvolvimento colaborativos em física de neutrinos. Ela envolve o MCTI e o Departamento de Energia dos Estados Unidos (equivalente à pasta da área).
As duas partes manifestam o objetivo de celebrar acordos para realizar P&D em qualquer tópico mutuamente acertado. Há possibilidade, ainda, de adicionar áreas de interesse comum, à medida que surgirem prioridades. O documento destaca a compreensão relativamente baixa da humanidade acerca de aspectos da física de neutrinos, especialmente aqueles associados à massa da partícula subatômica – desprovida de carga elétrica e conhecida por sua leveza e abundância no universo.
Visita
Nesta quarta-feira (1º), a presidenta Dilma e sua delegação visitam centros de alta tecnologia, instituições de ensino e empresas na Califórnia. A agenda inclui a Universidade da Califórnia, a sede do Google, a Universidade de Stanford, o SRI International e o Centro de Pesquisas Ames, da Nasa.
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- 30/06/2015 - Governo autoriza financiamento da Caixa para Angra 3Fonte: Exame.comDa Reuters
O Ministério da Fazenda autorizou a contratação de garantias entre a União e a Termonuclear, empresa da Eletrobras, para financiamento da Caixa Econômica Federal de 3,8 bilhões de reais para aquisição de equipamentos importados e pagamento de serviços internacionais para a usina nuclear de Angra 3.
A autorização consta no Diário Oficial da União desta terça-feira.
No fim da semana passada, a empresa francesa de energia nuclear Areva disse que reduziu o ritmo dos trabalhos na usina devido a atrasos nos financiamentos.
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- 27/06/2015 - Canhão de laser vai medir qualidade do ar em Cubatão e na Ponta da PraiaPesquisa tem a participação da Fatec de Praia Grande e é conduzida pela USP, com apoio da Petrobras e Cetesb
Pesquisa tem a participação da Fatec de Praia Grande e é conduzida pela USP, com apoio da Petrobras e Cetesb
Fonte: A Tribuna de Santos
Alunos, formandos e professores da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Praia Grande iniciam em agosto estudos para medir a quantidade de material particulado e outros poluentes gasosos no ar de Cubatão e Santos.
Vão utilizar um canhão de feixes de raioslaser, como parte de um projeto solicitado pela Cetesb à Universidade de São Paulo (USP) para avaliar a qualidade do ar na região.
O laser, que fica estacionado na unidade do Centro de Pesquisas em Meio Ambiente (Cepema) da USP, instalado em Cubatão, tem três comprimentos de onda que serão direcionados para a antiga Vila Parisi e para a região central da cidade e, em Santos, para o estuário, o Porto e a Ponta da Praia. O equipamento lê o tipo de poluente solicitado, que é identificado e quantificado.
O canhão tem alcance de até 30 quilômetros. Segundo a professora Fernanda de Mendonça Macedo, coordenadora de Tecnologia em Processos Químicos da Fatec-PG, o projeto está sendo desenvolvido em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e a e departamento de Engenharia Química da USP (Politécnica). O estudo envolverá alunos e ex-alunos do curso de Processos Químicos da Fatec em Praia Grande, que começou em 2011 e já tem três turmas formadas.Domênico Rangoni e a região da antiga Vila Parisi: feixes de raio laser ajudarão a reforçar programas antipoluição
O trabalho acadêmico faz parte de um convênio que o Ipen e a Poli tem com a Petrobras e a Cetesb. A condução dos estudos é dos professores Roberto Guardani, da Poli- USP e Eduardo Landufo, do Ipen.A participação dos alunos decorre de um convite feito depois de um workshop, no Ipen, na Cidade Universitária da USP, em São Paulo, sobre a aplicação de laser, em novembro de 2014.
"O professor Eduardo Landufo nos convidou a fazer uma parceria com a Fatec. A partir desse convite, duas alunas de iniciação cientifica, que estão no quinto ciclo de Processos Químicos, (Elaine Cristina Araújo e Izabel da Silva Andrade) vão aprender e operar os equipamentos a laser do Projeto Lidar. E ex-alunos já formados que vão desenvolver mestrados com Eduardo Landufo, integraram-se ao projeto”, conta.
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- 26/06/2015 - Governo federal vai dar 21,3% de aumento para 1,3 milhão de servidores do ExecutivoFonte: O Dia
O governo federal apresentou ontem proposta de reajuste salarial de 21,3% para 1,3 milhão de servidores ativos, aposentados e pensionistas do Poder Executivo. O índice será parcelado entre 2016 e 2019. Segundo o Ministério do Planejamento, o gasto da folha permanecerá estável em 4,1% do PIB até 2019. O reajuste foi proposto com base na inflação esperada para os próximos quatro anos. É o primeiro anúncio oficial do governo na rodada de negociação deste ano com o funcionalismo.O índice foi apresentado ontem pelo secretário de Relações de Trabalho do ministério, Sérgio Mendonça, aos representantes sindicais que integram a mesa (foto). Segundo a pasta, a proposta será enviada ao Congresso após o acordo coletivo com as mais de 30 categorias. Ainda não há prazo definido, pois cada sindicato vai apreciar o documento, mas o governo federal tem até o dia 21 de agosto para enviar o projeto de lei. Conforme a União, a proposta "representa um aprimoramento das negociações salariais”.
‘PROPOSTA INDECENTE’
Diretor da Condsef, Josemilton Costa classificou a oferta do governo como "proposta indecente”. A plenária nacional do funcionalismo que estava marcada para 11 de julho foi antecipada para o próximo sábado. Não está descartada uma greve nacional a partir da primeira quinzena de julho. A paralisação será votada também no próximo sábado.27% EM JANEIRO DE 2016
O presidente do Andes-SN,Paulo Rizzo, participou da reunião e lembrou que os servidores federais querem reajuste de 27% em parcela única no mês de janeiro de 2016. Rizzo destaca que os dirigentes também querem discutir todos os pontos da pauta de reivindicações, não apenas o aumento salarial, o que não estaria nos planos do governo.‘CONVERGÊNCIA’
Sérgio Mendonça pediu que os servidores se posicionem sobre a proposta para que o governo continuasse a conversar. Ele destacou que os sindicatos reclamaram da falta de uma proposta completa, mas defendeu que a União não tem como avançar sem "ter um mínimo de convergência sobre a questão principal”, o reajuste.PRATADA CASA
O Estado do Rio lançou ontem o programa Prata da Casa, que consiste na valorização do funcionalismo público. A proposta é identificar e dar visibilidade a talentos do quadro de servidores estatutários, por meio de processos seletivos internos. O projeto foi publicado ontem no Diário Oficial. O edital sai em 20 dias.
ABONO DE GREVE
O governador Luiz Fernando Pezão autorizou ontem abono funcional de todas greves e paralisações (código 61) dos servidores da Educação desde 1993. A decisão foi anunciada na reunião com o Sepe. De acordo com o governo, a iniciativa é importante para não afetar a contagem de tempo para aposentadoria e de triênios.METAS — A Prefeitura de Nova Iguaçu definiu o Plano Municipal de Educação para próximos dez anos (2015 a 2025). O documento estabelece diretrizes e metas para os ensinos Médios e Superior na cidade, além da valorização do professor e de plano de carreira dos docentes.
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- 25/06/2015 - Dispersos pelo campus, institutos não vinculados à USP são parte da vida acadêmicaInstituições como o Paço das Artes, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, Núcleo de Consciência Negra e Centro Tecnológico da Marinha também promovem ações com a universidade
Instituições como o Paço das Artes, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, Núcleo de Consciência Negra e Centro Tecnológico da Marinha também promovem ações com a universidade
Fonte: Jornal do Campus
Redação JCQuando um calouro entra pela primeira vez na cidade universitária se depara com um mundo completamente novo. Diversas faculdades, institutos, bibliotecas, bandejões e museus estão inseridos dentro dos 7,5km² que compõem o campus da capital. Contudo, se engana aquele que acredita que todas as instituições dentro da USP fazem parte dela e, por isso, estão sobre o controle da reitoria.
Entrando pelo P1, logo em frente à Faculdade de Educação, encontra-se o Paço das Artes. Já seguindo pela Av. Prof. Lineu Prestes, é possível ver o IPEN e a ETEC CEPAM, um em frente ao outro. Ainda na mesma avenida, a sede do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo chama a atenção. Um pouco escondido, perto do restaurante Sweden e atrás dos antigos barracões, está o Núcleo de Consciência Negra.Paço das Artes
O prédio de arquitetura modernista, ainda inacabado, projetado na década de 1970 pelo arquiteto Jorge Wilheim é o lar do Paço das Artes desde 1994. A primeira exposição na nova sede foi a retrospectiva de Nelson Leirner, com curadoria de Agnaldo Farias. "A instituição veio para o ambiente universitário da USP por ser um espaço experimental e inovador focado não somente na produção da jovem arte contemporânea, mas também na atualidade das produções contemporâneas”, conta Priscila Arantes, diretora artística e curadora do Paço das Artes.
O Paço não faz parte da USP e é um órgão da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo. Por isso, pode promover ações separadamente à universidade. A maioria é de cunho cultural, no sentido de fomentar e difundir a produção de arte contemporânea e organizadas pela própria instituição. As locações, quando realizadas, são feitas no Espaço Subsolo da instituição, apenas se a área não estiver sendo utilizada por ações organizadas pelo próprio Paço. Nesse espaço, já ocorreram festas como a House of Alice, um open bar realizado pela Agência Scheeeins!!.
Por estar dentro da USP, procura desenvolver uma relação de parceria com a universidade para promover atividades integradas. "O Paço das Artes realiza inúmeras cessões de espaço para eventos da USP tais como a que fazemos desde 2007 para os formandos da ECA-USP, a Oficina de Teatro gratuita voltada ao público da 3ª Idade, realizado em parceria com o Laboratório de Neurociências do ICB –USP, o Seminário Internacional Diálogos Transdisciplinares: Arte e Pesquisa (ECA-USP), entre outros”, explica Priscila. O acesso ao Paço das Artes é livre e gratuito ao público em geral.
Além disso, também desenvolve o projeto Paço Comunidade, uma ação que visa criar um diálogo entre a instituição e seu entorno, em especial o bairro Jardim São Remo. "Trata-se de um projeto de formação em arte, ministrada por um artista contemporâneo convidado, que culmina em intervenções na comunidade ou no Paço das Artes. O projeto é realizado em parceria com o programa Aproxima-AÇÃO (da Pró-reitoria da USP) e Associação Metodista Livre Agente – Girassol, ONG localizada na comunidade São Remo, no entorno da Cidade Universitária”, completa a curadora.IPEN
Ocupando 0,5km² do campus está o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo do Estado de São Paulo. Fundado em 1956 por professores da USP e com financiamento do CNPQ, ganhou o nome de Instituto de Energia Atômica (IEA) e foi construído dentro da Cidade Universitária. Posteriormente, o IEA, atual IPEN, se tornou uma Autarquia Estadual e por meio de convênio é gerido técnica e administrativamente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN.
Apesar de não haver nenhuma contrapartida contratual obrigatória, existem diversas atividades que são realizadas em conjunto entre o instituto e a universidade, formais ou não. "Formalmente, somos uma entidade associada à Universidade de São Paulo. O IPEN é responsável pelo Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear da USP e somos, IPEN e USP, responsáveis pela Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo, que é a maior do Brasil e está situada no IPEN”, relata José Carlos Bressiani, superintendente do instituto.
Muitos trabalhos de pesquisas são realizados entre pesquisadores do IPEN e da USP, assim como o compartilhamento de laboratórios e outras facilidades. Além disso, muitos alunos da USP realizam atividades de pesquisas no instituto e vários cursos de graduação optativos são oferecidos semestralmente por pesquisadores do IPEN.
Por ser um Instituto que trabalha com materiais nucleares, o acesso às suas dependências é controlado. Apesar disso, a relação entre as comunidades IPEN e USP sempre foi respeitosa e harmoniosa com inúmeras vantagens para ambas, segundo o superintendente. "Só há vantagens em estarmos localizados na Cidade Universitária, pois além das facilidades já descritas, convivemos com o ambiente acadêmico e de pesquisa da melhor Universidade brasileira, o que nos serve de parâmetro”, conta.
ETEC Cepam
Próximo ao IPEN, também está localizada a ETEC CEPAM, entre a Universidade de São Paulo e o Instituto Butantã. O Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (Cepam) é uma fundação do governo do estado de São Paulo, vinculada à Secretaria de Planejamento e Gestão, que apoia os municípios no aprimoramento da gestão e no desenvolvimento de políticas públicas. "O Cepam orienta as prefeituras e câmaras, por meio de assessoria técnica e pareceres jurídicos. Produz conhecimento e oferece cursos de qualificação profissional e aperfeiçoamento aos servidores públicos e agentes políticos”, conta a assessoria.
Em parceria com o Centro Paula Souza, responsável pelas Etecs e Fatecs do Estado de São Paulo, conta com a Escola Técnica Estadual de Gestão Pública (ETEC CEPAM). A escola visa a formação de técnicos de nível médio, oferecendo cursos de Gestão de Políticas Públicas, Orientação Comunitária e Legislativo. O prédio é acessível e aberto a todos os interessados.
Em 1967, mesmo ano em que o CEPAM foi instituído e regulamentando, foi criada também a Biblioteca Ivan Fleury Meirelles, no mesmo local. Especializada em Administração Municipal, a biblioteca atende o público interno e externo e "elabora estudos, pesquisas, manuais e guias de gestão pública, que divulgam o conhecimento produzido e sistematizado pelo Cepam, editando publicações, também em formato digital”, diz a assessoria.Núcleo de Consciência Negra
Fundado em 1987, o Núcleo de Consciência Negra localiza-se próximo ao restaurante Sweden e à FEA. Funcionários técnicos-administrativos, estudantes e docentes foram os criadores e visaram, desde o princípio, denunciar a exclusão racial da USP e pensar políticas de inclusão.
O Núcleo é responsável por um cursinho pré-vestibular comunitário, que tem como intuito preparar jovens negros e de baixa renda para a prova. Além disso, pensa e materializa formas de inclusão, através de políticas de cotas raciais e organização de cursos, palestras e seminários sobre diversos tipos de opressão, seja racismo, machismo ou homofobia. "Nossa luta é para que a sociedade tenha sua representatividade dentro deste espaço, trazendo seus saberes e tendo acesso ao conhecimento que ela ajuda a construir”, diz Maria José Menezes, colaboradora do NCN.
Segundo ela, o Núcleo é um espaço de resistência dentro da USP e que sempre busca o diálogo com a universidade, mas o compromisso principal é com a sociedade e com o direito ao conhecimento. "Ao longo de nossa história, através de seminários, cursos, palestras, reuniões recebemos uma parcela considerável da população que de outra forma jamais adentraria a este espaço. Com isso, quebramos o paradigma de espaço de elite. Este papel deveria ser feito pela USP, através das atividades de Cultura e Extensão, um dos tripés da univevrsidade, porém este tipo de iniciativa é incipiente partindo da USP”, conta Maria.
Até agora o NCN não recebeu nenhuma contra-partida por parte da USP e está negociando a sua permanência. "Para nós é importante estarmos neste espaço, pois assim conseguimos dialogar com mais facilidade com os diferentes seguimentos da instituição: trabalhadores, estudantes, docentes e administração. Além disso, ter este espaço de questionamento dentro de seus muros, faz com que a USP se dê conta de seu nível de exclusão”, diz Maria.Marinha
Criado em 1986, o Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) é uma organização militar e sua sede está localizada dentro do campus da capital. Nela é desenvolvido o Programa Nuclear da Marinha do Brasil, que visa à capacitação no domínio dos processos tecnológicos, industriais e operacionais de instalações nucleares aplicáveis à propulsão naval. Lá trabalham servidores militares e civis, que exercem atividades técnicas de engenharia, pesquisa e desenvolvimento, gerenciamento de projetos e atividades administrativas.
O Jornal do Campus tentou entrar em contato com o CTMSP para saber como ocorre sua relação com a USP, porém não obteve resposta via e-mail e não foi autorizado a entrar nas dependências dela, já que se trata de uma área militar e necessita de autorização prévia. A CTMSP também não forneceu telefone para contato.
Por Mariana Miranda
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- 24/06/2015 - Governo de São Paulo lança Movimento pela InovaçãoFonte: Agência Fapesp
O Governo de São Paulo lançou, em 22 de junho, o "Movimento pela Inovação”. Conduzida pela Desenvolve SP – Agência de Desenvolvimento Paulista, o objetivo é aproximar pesquisadores, startups e empresas das instituições de fomento com o objetivo de impulsionar os investimentos em inovação no Estado.
A iniciativa conta com o apoio da FAPESP, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), do Centro Paula Souza, do Sebrae-SP, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e também de fundos de investimento e parques tecnológicos.
O Movimento reunirá periodicamente as instituições apoiadoras e organismos multilaterais do campo da inovação e da pesquisa para orientar e atender individualmente – dentro de incubadoras, aceleradoras e universidades e parques tecnológicos – os interessados desenvolver projetos inovadores.
Nesses encontros, a expectativa é apoiar empreendedores na definição de ação, com orientação sobre como obter crédito sustentável para investimentos, indicação para uma eventual subvenção ou buscar aportes diretos por meio de fundos de investimento, entre outras opções disponíveis.
"Queremos mostrar que a inovação está ao alcance de todos. Além disso, ao encurtar a distância entre os centros de pesquisa, empresas e instituições de fomento, o conhecimento científico produzido pode ser transformado mais rapidamente em produtos e negócios de sucesso, gerando riqueza para a sociedade e o desenvolvimento do país”, disse Milton Luiz de Melo Santos, presidente da Desenvolve SP.
A Desenvolve SP é responsável por oferecer linhas de crédito exclusivas para projetos inovadores com condições especiais e também por repassar recursos da Finep e do BNDES. A instituição trabalha também com cinco Fundos de Investimentos em Participações (FIP) para investimento direto, entre eles, o Fundo de Inovação Paulista, criado pela própria Desenvolve SP, e que tem o Sebrae-SP, a FAPESP e a Finep como investidores.
O primeiro evento do "Movimento pela Inovação” será nos dias 29/6 e 3/7, no Parque Tecnológico de São Carlos (ParqTec), quando a equipe da Desenvolve SP realizará atendimento individual aos empresários, para tirar dúvidas e dar encaminhamento aos de projeto inovação. Para participar desse encontro é preciso fazer um pré-agendamento pelo e-mail jrosa@parqtec.com.br ou telefone (16) 3362 6262.
Mais informações:www.desenvolvesp.com.br/movimento-pela-inovacao
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- 23/06/2015 - Brasil está entre 25 países mais bem colocados em ranking de artigos científicosPaís está na 23ª posição – primeira na América Latina – no ranking global de qualidade científica na edição de 2015 do Nature Index, do grupo Nature. Lista se baseia em periódicos de impacto
País está na 23ª posição – primeira na América Latina – no ranking global de qualidade científica na edição de 2015 do Nature Index, do grupo Nature. Lista se baseia em periódicos de impacto
Fonte: Site MCTIA edição do Nature Index 2015, suplemento do grupo Nature, aponta o Brasil como o 23º país no rankingglobal de qualidade científica.
Na América Latina, o País ocupa a melhor posição, seguido de Argentina (30º lugar), Chile (32º) e México (34º).
O relatório, lançado na quarta-feira (17), avalia artigos científicos originais em quatro áreas – Química; Ciências da Vida; Terra e Ambiente; e Ciências Físicas –, publicados em 68 periódicos escolhidos entre os de maior impacto científico.
Em levantamento realizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), por meio da base de dados Web of Science, englobando todos os artigos com participação de pesquisadores filiados a instituições brasileiras publicados em 2014 nos mesmos 68 periódicos utilizados no Nature Index, foram identificadas 1.193 publicações listadas. Dessas, 565 apontam como agência financiadora o CNPq, resultado que a coloca como a principal instituição de fomento desse seleto grupo de publicações.
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- 23/06/2015 - Abastecimento de insumos radioativos é regularizadoFonte: Agência Brasil
Por Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil Edição:Beto Coura
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, responsável pela produção da maioria dos radiofármacos utilizada no país, regularizou hoje (23) o fornecimento de radioisótopos usados como matéria-prima na medicina nuclear. No início do mês, pacientes não puderam fazer diagnóstico de doenças nem continuar o tratamento por causa da falta de radiofármacos nos hospitais.
A Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear acha que, apesar da regularização da remessa de radiofármacos, a situação é frágil e requer atenção. Em nota, a associação alertou que a dependência do Brasil por insumos radioativos importados é um problema que precisa ser solucionado, visto que há número limitado de fornecedores de radioisótopos dos quais o país pode comprar.
A associação cita a alta do dólar, o aumento dos custos dos insumos importados, bem como o corte do orçamento para a produção de radiofármacos como obstáculos para a aquisição de insumos e a manutenção da produção, de maneira regular a distribuição, como tem ocorrido nos últimos 30 anos.
O governo brasileiro tem como meta de longo prazo, para a autonomia de produção de radiofármacos, a criação do Reator Multipropósito Brasileiro. Além de ampliar a produção de material e técnicas nucleares, gerando benefício na área da saúde, o reator vai produzir isótopos radioativos que servirão de insumo para produtos com aplicação na indústria.
Serão usados também na proteção do meio ambiente, na agricultura e no desenvolvido da capacidade técnica e continuada na formação de pessoal especializado.
Em maio, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis emitiu licença prévia para a construção do reator. O empreendimento foi integrado ao Plano de Aceleração do Crescimento e tem previsão para começar a operar em aproximadamente quatro anos.
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- 23/06/2015 - Primeiro radiofármaco é registrado no Brasil pela ANVISAMarco histórico na medicina nuclear, medida publicada no D.O.U. – em 22/6 - revoluciona o cenário da especialidade no País
Marco histórico na medicina nuclear, medida publicada no D.O.U. – em 22/6 - revoluciona o cenário da especialidade no País
Fonte: Site da SBMN
Foi concedido o primeiro registro a um medicamento na categoria "radiofármaco” pronto para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O registro foi publicado no Diário Oficial da União (D.O.U.) desta segunda-feira (22/06).
Fabricado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear/CDTN, o Radioglic® - Fludesoxiglicose (18F), passa a ser considerado o pioneiro a obter a regulamentação da Agência no País, desde publicação da RDC 64/2009, norma que dispõe sobre o registro desses produtos. Indicado para uso exclusivo no campo diagnóstico aplicados nos serviços de medicina nuclear em exames de tomografia por emissão de pósitrons (PET e PET/CT), o radiofármaco irá beneficiar pacientes nas áreas de Oncologia, Cardiologia e Neurologia.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Claudio Tinoco, trata-se de "um marco histórico na medicina nuclear nacional e revoluciona o cenário da especialidade no País”. Com isso, Tinoco explica que a Anvisa passou a aceitar como um dos critérios para registro a utilização de estudos clínicos publicados na literatura para validar a utilização e a eficácia clínica dos radiofármacos, sendo dispensadas para as substâncias com amplo histórico de uso clínico, as pesquisas de efetividade e não-inferioridade. "O registro simboliza a regulamentação de uma prática que tem mais de 50 anos de uso no Brasil, considerada consagrada no campo da medicina diagnóstica e, também, terapêutica". Ao todo a SBMN estima que mais de 50 radiofármacos venham a ter o seu registro sanitário publicado.
Este critério está em conformidade com a matéria preconizado pela Resolução de Diretoria Colegiada - RDC nº. 70, de 22 de dezembro de 2014, uma normativa complementar à RDC 64/2009. Em fevereiro deste ano, em reunião junto à SBMN para trarar do registro de radiofármacos, Marcelo Moreira, da Gerência-Geral de Produtos Biológicos, Sangue, Tecidos, Células e Órgãos (GGPBS) da Anvisa, havia informado que a RDC 70/2014 foi elaborada após criteriosa avaliação e com o objetivo de normatizar os produtos já comercializados e utilizados no País antes de 23 de dezembro de 2014, equiparados como radiofármacos consagrados quanto aos requisitos para Registro no Brasil.
Vale ressaltar que todos os radiofármacos que já estavam em comercialização no Brasil na data de publicação da RDC 70/2014 devem que ter o seu registro peticionado em até 180 dias da publicação da referida RDC. Aqueles que não o fizerem não poderão mais ser comercializados. Para a obtenção do registro, todos os radiofármacos deverão seguir os requisitos técnicos, conforme determinado na normativa vigente, a RDC 64/2009.
O registro de radiofármacos faz parte do Plano Estratégico de Expansão da Medicina Nuclear - que teve início neste ano de 2015 - durante Workshop realizado no IPEN, com a criação Comissão Permanente de Desenvolvimento e Expansão da Medicina Nuclear”. O grupo tem como um dos principais objetivos a ampliação dos benefícios da medicina nuclear para a população usuária do Sistema Único de Saúde (SUS).
Sobre os radiofármacos
Diferentemente da farmacologia, a radiofarmacologia requer uma pequena quantidade molecular na composição dos medicamentos, o que os caracteriza como produtos mais seguros, em geral. "Como as parcelas de radiação utilizadas em medicina nuclear são mínimas, e em geral não causam efeitos adversos quando utilizadas apropriadamente, nem para o paciente e nem para o ambiente, sendo já controlados pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)”, ressalta o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear - SBMN - Claudio Tinoco.Também conhecidos como radiotraçadores, os radiofármacos são utilizados em diagnósticos, como ferramenta para acessar e analisar o funcionamento dos órgãos e tecidos vivos. Além disso, são empregados em tratamentos de doenças como hipertioridismo, câncer da tireoide e outros tumores, além do tratamento de dores ósseas.
Veja nota completa da Anvisa:
Anvisa aprova primeiro medicamento radiofármaco pronto para uso
A Anvisa concedeu o registro para o medicamento Radioglic® - Fludesoxiglicose (18F), fabricado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear/CDTN. Este é o primeiro medicamento da categoria de radiofármacos pronto para o uso registrado pela Anvisa desde a publicação da RDC n° 64/2009, norma que dispõe sobre o registro desses produtos. O registro foi publicado no Diário Oficial da União desta segunda-feira (22/06).O medicamento foi aprovado pela Anvisa na forma farmacêutica de solução injetável para administração intravenosa de fludesoxiglicose (18F), disponível em dez apresentações comerciais: frascos-ampola de até 15 mL, contendo atividades de 0,4 GBq ; 1 GBq; 2 GBq; 3 GBq; 5 GBq; 8 GBq; 13 GBq; 16 GBq; 19 GBq; 29 GBq, na data e hora da calibração.
Radioglic® está indicado para uso exclusivo em radiodiagnóstico nos serviços de medicina nuclear e destinado a exames de tomografia por emissão de pósitrons (PET e PET/CT), nas áreas de Oncologia, Cardiologia e Neurologia.
Fludesoxiglicose (18F) é um análogo radioativo da glicose, que se acumula em todas as células que utilizam glicose como fonte primária de energia. É o radiofármaco mais comumente utilizado para obtenção de imagens em PET.
A expectativa é de que sejam solicitados registros para todos os radiofármacos que estejam em comercialização no país. Assim, a Agência dará continuidade ao processo de regulamentação desta categoria de medicamentos, criando um cenário positivo para a entrada de novos produtos.
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- 23/06/2015 - Valdir Raupp cobra do governo a contratação de 100 aprovados em concurso para o Instituto Nacional de Propriedade IndustrialHoje, o Inpi conta com 192 examinadores e 184 mil pedidos de patente protocolados, o que dá uma média de 958 pedidos por servidor. Nos EUA, essa relação é de 77 pedidos de patente por examinador
Hoje, o Inpi conta com 192 examinadores e 184 mil pedidos de patente protocolados, o que dá uma média de 958 pedidos por servidor. Nos EUA, essa relação é de 77 pedidos de patente por examinador
Fonte: Jornal da Ciência
O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) cobrou do governo a contratação de 100 aprovados em concurso público do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), órgão responsável pela análise de pedidos de patente.
Valdir Raupp também propôs que as taxas pagas ao Inpi sejam revertidas para o próprio órgão e não para o pagamento dos juros da dívida pública. Assim, será possível investir esses recursos da instituição.
Hoje, o Inpi conta com 192 examinadores e 184 mil pedidos de patente protocolados, o que dá uma média de 958 pedidos por servidor. Nos Estados Unidos, essa relação é de 77 pedidos de patente por examinador, disse o parlamentar.
Essa relação, explicou o senador, coloca o Brasil na 19ª posição em um ranking de tempo de análise que abrange 20 países da Organização Mundial de Propriedade Intelectual, órgão vinculado à Organização das Nações Unidas.
Nesse ranking, o tempo médio de concessão de uma patente nos Estados Unidos é de dois anos e meio; na Coréia, dois anos; Colômbia e Peru analisam os pedidos em três anos; e o Brasil, em 11 anos, lamentou Valdir Raupp.
E toda essa demora, alertou o senador, faz com que alguns pedidos de patente percam a sua necessidade, especialmente produtos de informática, que ficam desatualizados rapidamente.
– O resultado do descaso é sentido no número de patentes em vigor no país, que não passe de 42 mil, enquanto que nos estados unidos é superior a 2 milhões; na China, cerca de 875 mil e na Coréia do Sul, em torno de 738 mil. O prejuízo é imenso para a nossa indústria como um todo, pois inovação é a palavra de ordem no setor, hoje em dia. Hoje, a indústria que não inovar está fadada a posições secundárias no mercado global – afirmou o senador.
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- 23/06/2015 - BNDES quer usar R$ 10 bilhões do FGTS para financiar usinasFonte: Yahoo
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) quer usar os R$ 10 bilhões de reforço do fundo que conta com recursos da poupança forçada dos trabalhadores para financiar projetos de infraestrutura de energia e logística, como a Hidrelétrica de Santo Antônio e a usina nuclear Angra 3, os aeroportos de Galeão e de Guarulhos e até mesmo um terminal privado, localizado às margens da Rodovia Castelo Branco.
O jornal O Estado de S. Paulo obteve a relação dos empreendimentos que o BNDES apresentou ao fundo de investimento que usa os recursos do FGTS (FI-FGTS) para aplicar em projetos de infraestrutura. No total, as sugestões somam R$ 10,8 bilhões. A análise será feita na próxima reunião do comitê de investimento - que conta com representantes do governo, dos trabalhadores e dos patrões -, marcada para a quarta-feira, 24.
Depois que o conselho curador do FGTS autorizou o reforço do caixa do banco com os recursos do fundo, os desembolsos para esses projetos, que já estão em obras, dependem do aval do comitê do FI-FGTS e da aderência deles às regras do fundo de investimento. Se algum deles for recusado, o BNDES terá de trocá-lo por outro.
Na relação entregue pelo BNDES estão aportes de R$ 45 milhões na Usina Hidrelétrica de Santo Antônio. Os membros do comitê podem ponderar que essa usina em construção no Rio Madeira, em Porto Velho (RO) já recebeu R$ 2 bilhões em financiamentos do fundo, segundo o último balanço. O consórcio construtor da usina é formado pelas empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez, cujos presidentes foram presos na última sexta-feira, em mais uma fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga corrupção na Petrobras.
Mário Avelino, presidente do Instituto do Fundo Devido ao Trabalhador, acredita que as prisões dos chefes das empreiteiras não impedirão os desembolsos, já que as operações foram aprovadas pelo banco de fomento. "Pouca coisa deve mudar, a não ser que sejam forçadas pela opinião pública", afirma. No entanto, o Estado conversou com membros do comitê que decide os aportes, sob condição de anonimato, e eles disseram que muitos projetos da lista vão ser "contestados". Para o professor de Finanças do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) no Rio de Janeiro Gilberto Braga, o trabalhador brasileiro deveria poder escolher onde aplicar o dinheiro que é obrigado a poupar, assim como fez quem decidiu investir na Petrobrás e na Vale.
Energia
Pela lista, a maior parte dos recursos será investida em energia - 31,3% do total que está sendo pedido. Serão R$ 400 milhões à usina nuclear Angra 3, cujas obras foram reiniciadas em 2009 pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva, depois de 23 anos paradas. A usina também faz parte das investigações da Operação Lava Jato.
A maior parte dos aportes em energia deve ser feita à Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), empresa do grupo Eletrobrás. O BNDES quer colocar R$ 1,2 bilhão do FI-FGTS em dois projetos.
Rodovias devem receber 27,5% do total dos recursos. Entre as contempladas devem estar a BR-040 (R$ 331,7 milhões) e BR-050 (R$ 105 milhões). As concessionárias CCR, Transbrasiliana, Viapar e Via Bahia também serão contempladas.
Os projetos em ferrovias abocanharão 21,7% do total, sendo que a Vale deve receber aportes de R$ 1,7 bilhão, dos R$ 2,3 bilhões destinados ao setor, para a construção de um ramal ferroviário que viabilizará a implantação do maior projeto de minério de ferro da companhia. O ramal liga a mina de Serra Sul de Carajás à Estrada de Ferro Carajás, no Estado do Pará. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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- 23/06/2015 - Editora alemã lança livro de pesquisadores da UFSCar sobre materiais cerâmicosFonte: Agência Fapesp
A Editora Göller Verlag, da Alemanha, publicou em abril o livro Refractory Engineering Castable, de Victor Carlos Pandolfelli, professor titular do Departamento de Engenharia de Materiais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
O livro tem como coautoras Ana Paula da Luz e Mariana Braulio, também da UFSCar.
Voltado ao público acadêmico e de profissionais que trabalham em empresas dos setores de ferro, aço, alumínio, metais não ferrosos, entre outros, o livro aborda temas relacionados à área de materiais cerâmicos para alta temperatura.
Organizado em dez capítulos distribuídos em 754 páginas, o livro trata desde questões relacionadas aos diversos estágios de processamento de refratários até a otimização de formulações e aplicações do produto. Cada um dos capítulos foi revisto por especialistas da área.
O livro é o primeiro volume de uma série publicada pela Federation for International Refractory Research and Education, que tem como objetivo estimular a formação de especialistas e a implementação de programas de pesquisa para a indústria de refratários.
O livro está sendo vendido por US$ 135. Os interessados devem entrar em contato com Petra Blank no telefone +49(0)7221 502210 ou pelo e-mail p.blank@goeller-verlag.de.
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- 23/06/2015 - Helena Nader é reeleita presidente da SBPCFonte: Agência Fapesp
Helena Nader, biomédica e professora titular da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), foi reeleita presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) para um novo mandato de dois anos, de julho de 2015 a julho de 2017. Helena Nader também é membro da coordenação da área de Biologia da FAPESP.
Para os dois cargos de vice-presidente, foram eleitos o físico Ildeu de Castro Moreira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Vanderlan da Silva Bolzani, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e membro da coordenação do Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Recuperação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo (BIOTA) da FAPESP. Para o cargo de secretário-geral, foi eleita Claudia Mansini d’Avila Levy, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
As três vagas de secretários serão ocupadas por Ana Maria Bonetti, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Maíra Baumgarten, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Adalberto Luís Val, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Para o cargo de primeiro tesoureiro foi eleito Walter Colli, da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador adjunto da área de Ciências da Vida da FAPESP. O segundo tesoureiro será José Antonio Aleixo da Silva, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Os eleitos serão empossados no dia 16 de julho, durante a 67ª Reunião Anual da SBPC, em São Carlos, entre os dias 12 e 18.
Conselheiros eleitos
As eleições na SBPC, cujos resultados foram anunciados no dia 15 de junho, também indicaram 13 nomes para o Conselho da instituição, com mandato para o quadriênio 2015 a 2019.
Conforme previsto no estatuto, as candidaturas são regionais. Para os estados que compreendem a Área A (Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) foi eleito Hiroshi Noda (Inpa).
Nos estados da Área B (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe), com duas vagas, foram eleitos Nelson de Luca Pretto, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e Maria do Carmo Figueiredo Soares, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
Na Área C (Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Distrito Federal), as três vagas foram preenchidas por Eduardo Mortimer, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fernanda Sobral e Laila Espindola Darvenne, ambas da Universidade de Brasília (UnB).
Na região da Área D (Espírito Santo e Rio de Janeiro) foram eleitos Ana Tereza Ribeiro de Vasconcelos (LNCC), Adalberto Moreira Cardoso, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e João Ramos Torres de Mello Neto, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Na Área E (São Paulo), foram eleitos Regina Pekelmann Markus, da USP, Glaucius Oliva, do Instituto de Física de São Carlos (USP) – pesquisador responsável pelo Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP –, e Rubens Belfort Mattos Junior, da Unifesp.
Para a Área F (Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), eleita foi Zelinda Maria Hirano, da Universidade Regional de Blumenau (FURB).
Secretários Regionais
Nas eleições foram escolhidos também os secretários regionais da SBPC para um mandato de dois anos (2015-2017). Veja abaixo a representação por estado.
Amazonas
Secretário regional: José Wilson do Nascimento Corrêa (Ufam)
Secretária adjunta: Rosany Piccolotto de Carvalho (Ufam)
Bahia
Secretário regional: Jaime Santos Filho (UFBA)
Secretário adjunto: Alberto Brum Novaes (UFBA)
Ceará
Secretário regional: Lindberg Lima Gonçalves (UFC)
Secretária adjunta: Claudia Linhares Sales (UFC)
Distrito Federal
Secretária regional: Ligia Pavan Baptista (UnB)
Goiás
Secretário regional: Reginaldo Nassar Ferreira (UFG)
Secretário adjunto: Romão da Cunha Nunes (UFG)
Maranhão
Secretária regional: Eloisa da Graça do Rosario Gonçalves (UFMA)
Secretário adjunto: Auro Atsushi Tanaka (UFMA)
Pará
Secretária regional: Maria Elvira Rocha de Sá (UFPA)
Secretária adjunta: Marlucia Bonifácio (MPEG)
Paraná
Secretária regional: Araci Asinelli da Luz (UFPR)
Secretária adjunta: Elizabeth de Araujo Schwarz (UFPR)
Pernambuco
Secretário regional: Marcos Antonio Ramos Pereira de Lucena (Fundaj)
Secretária adjunta: Rejane Jurema Mansur Custódio Nogueira (UFRPE)
Piauí
Secretário regional: Willame Carvalho e Silva (TJPI)
Secretário adjunto: Joaquim Campelo Filho
Rio de Janeiro
Secretário regional: Marco Moriconi (UFF)
Secretária adjunta: Luana Bonone (Ancine)
Rio Grande do Norte
Secretária regional: Maria Bernardete Cordeiro de Sousa (UFRN)
Secretário adjunto: John Fontenele Araujo (UFRN)
Rio Grande do Sul
Secretário regional: José Vicente Tavares dos Santos (UFRGS)
Secretário adjunto Sergio Bampi (UFRGS)
São Paulo
Subárea I - Roseli de Deus Lopes (USP)
Subárea III - Francis de Morais Franco Nunes (UFSCar)
Mais informações sobre o processo eleitoral 2015 estão disponíveis no site da SBPC, em: www.sbpcnet.org.br/site/eleicoes2015.
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- 22/06/2015 - Pesquisadores brasileiros desenvolvem microchip para o LHCFonte: Jornal da Ciência
O chip, batizado como Sampa, será usado no ALICE (sigla de A Large Ion Collider Experiment) – um dos quatro grandes experimentos do LHC, que envolve cerca de 1,3 mil cientistas de mais de 30 instituições de pesquisas ao redor do mundo, incluindo o IF-USP
Pesquisadores do Instituto de Física (IF) e da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP), em colaboração com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), estão desenvolvendo um microchip para ser usado em um dos experimentos do maior acelerador de partículas do mundo: o Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), da Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (CERN), na Suíça.
A segunda versão do protótipo do chip, desenvolvido no âmbito do "Projeto de um Asic de aquisição e processamento digital de sinais para o Time Projection Chamber do Experimento ALICE”, apoiado pela FAPESP, deverá ser concluída no próximo mês de julho.
"A ideia é que essa segunda versão do protótipo do chip seja testada em setembro e, se tudo der certo, a produção seja iniciada em 2016”, disse Marcelo Gameiro Munhoz, professor do IF-USP e participante do projeto, à Agência FAPESP.
De acordo com o professor, o chip, batizado como Sampa, será usado no ALICE (sigla de A Large Ion Collider Experiment) – um dos quatro grandes experimentos do LHC, que envolve cerca de 1,3 mil cientistas de mais de 30 instituições de pesquisas ao redor do mundo, incluindo o IF-USP.
O experimento deverá passar nos próximos anos por um processo de atualização com o objetivo de estudar fenômenos mais raros a partir de partículas produzidas em colisões de íons pesados a partir de 2020, quando será aumentada a taxa de produção de colisões no LHC de 500 hertz (Hz) para cerca de 50 quilohertz (kHz).
"O LHC interrompeu as atividades em 2013 e está retomando-as agora para aumentar a energia no centro de massa do colisor (de entre 7 e 8 teraelétrons-volts (TeV) para 13 TeV)”, explicou Munhoz.
"Entre 2018 e 2019 está prevista uma nova paralisação para aumentar a taxa de colisão do acelerador. Para isso, o ALICE também precisa passar por um processo de atualização porque o atual sistema de detecção do experimento não conseguirá funcionar com o aumento da taxa de colisões”, afirmou.
Segundo o professor, uma das mudanças que deverão ser feitas no ALICE nos próximos anos é nos dispositivos microeletrônicos – os chips – integrados a dois dos detectores usados pelo experimento: o TPC (sigla de Time Projection Chamber) – o principal sistema de reconstrução de trajetórias das partículas do experimento – e o Muon Chamber – um detector frontal de múons (partículas parecidas com elétrons, mas 200 vezes mais pesadas).
A fim de conseguir detectar o alto número de colisões de íons pesados que serão geradas no LHC a partir de 2020, os chips conectados ao TPC e ao Muon Chamber precisarão funcionar continuamente, sem usar o chamado trigger ou gatilho, em português – sistema utilizado para identificar os eventos em um detector de partículas que devem ser gravados para análise posterior.
"O trigger dispara um sinal de que houve uma colisão de partículas no detector e, normalmente, os chips conectados ao TPC e ao Muon Chamber só começam a processar e armazenar dados quando chega esse sinal”, explicou Munhoz.
"Com o aumento da taxa de colisões, os chips precisarão passar a adquirir dados de forma contínua, sem precisar de um gatilho que indique quando devem começar a operar”, afirmou.
Múltiplas funções
De acordo com Munhoz, o chip Sampa foi projetado para fazer a leitura de dados de detectores a gás, como o TPC e o Muon Chamber.
Os dois detectores possuem uma câmera com gás que, ao ser atravessado por uma partícula, é ionizado – tem os elétrons arrancados pela partícula.
Um sensor, situado na extremidade dos detectores, multiplica o número de elétrons arrancados do gás e gera um pulso de carga que é captado por um conjunto de chips conectados hoje ao TPC e ao Muon Chamber, que amplifica e dá forma a esse sinal.
Em seguida, outro grupo de chips transforma esse sinal em um conjunto de bits e faz um pré-processamento digital desses dados, a fim de diminuir a quantidade de informação a ser armazenada e analisada posteriormente pelos pesquisadores participantes do experimento, explicou Munhoz.
"O grande desafio do Sampa será integrar em um único circuito eletrônico esse conjunto de funções que hoje são desempenhadas por vários chips”, afirmou.
Serão produzidos 80 mil chips para instrumentalizar os detectores TPC e Muon Chamber, com custo estimado de US$ 1 milhão.
Feito em silício e medindo 9 milímetros (mm) de comprimento por 9 mm de largura, o chip será fabricado por uma empresa em Taiwan, uma vez que não há uma indústria no Brasil com capacidade de produzir chips com as especificações do Sampa.
"Como o desafio do Sampa é integrar várias funções em um único chip, é preciso tecnologia avançada para fazer com que caiba tudo em um único circuito eletrônico”, disse Munhoz.
De acordo com o professor, o investimento de US$ 1 milhão que será feito para produzir o chip representará 0,5% do custo total do ALICE, orçado em US$ 200 milhões, e será a primeira contribuição em instrumentação para o experimento do grupo de pesquisadores brasileiros no experimento.
"Nos integramos ao ALICE em 2006 e, desde então, temos acesso aos mesmos dados de qualquer outro colaborador do experimento e realizado pesquisas científicas em colaboração. Mas, até então, não tínhamos conseguido colaborar na construção dos detectores”, afirmou Munhoz.
O experimento ALICE é voltado a estudar o chamado plasma de quarks e glúons – um estado da matéria que se estima ter existido durante os primeiros microssegundos após o nascimento do Universo, no Big Bang.
Os quarks e glúons estão sempre confinados dentro de hádrons – como são chamadas partículas de grande massa, como prótons, nêutrons e o méson pi –, que nunca foram observados em estado livre, fora dessas partículas.
Ao formar um plasma de quarks e glúons em laboratório seria possível criar uma "sopa” dessas partículas não confinadas nos hádrons e estudar esse fenômeno do confinamento, que ainda é um mistério para a Física, afirmou Munhoz.
"Como o ALICE está mais interessado em medir a trajetória das partículas produzidas em colisões de núcleos, que são centenas de vezes mais numerosas do que em colisões de prótons, o experimento gera um conjunto maior de dados por colisão do que outros experimentos do LHC, como o ATLAS e o CMS [que comprovaram, em 2012, a existência do bóson de Higgs – partícula que explica a origem da massa das partículas elementares], afirmou.
"O chip Sampa terá que lidar com uma quantidade ainda maior de dados que deverão ser gerados pelo experimento a partir de 2020”, avaliou.
De acordo com ele, além do ALICE, há outros experimentos fora do LHC interessados no chip Sampa, como o Solenoidal Tracker At RHIC (Star) do acelerador Relativistic Heavy Ion Collider (RHIC), localizado nos Estados Unidos.
E, além do uso em detectores de partículas, o chip está sendo estudado em outras aplicações, como para produzir imagens de raios X "coloridos” – que registram a frequência dos raios X emitidos – e para medição de nêutrons emitidos em reatores nucleares.
"Como o chip Sampa é bastante compacto, o dispositivo é muito útil para instrumentalizar detectores grandes, como os do experimento ALICE, e também detectores de nêutrons voltados à realização de neutrongrafia [técnica de obtenção de imagem por nêutrons]”, afirmou Munhoz.
(Pesquisa Fapesp)
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- 22/06/2015 - Mudanças põem em xeque ofertas de concursosFonte: O Dia
A nova idade de aposentadoria compulsória de 70 para 75 anos, em tramitação no Senado Federal, afetará as ofertas de vagas na administração pública. Na avaliação de especialistas, a tendência é que o aproveitamento de servidores mais experientes reflita na abertura de oportunidades para a médio e longo prazos. De acordo com o projeto, o aumento valerá para todo o funcionalismo de todas as esferas e poderes.
Advogado especializado em concursos e servidores públicos, Sérgio Camargo explica que a permanência dos servidores em seus cargos por mais cinco anos reflete numa redução de oferta de vagas abertas por aposentadoria. Ele também cita que há casos na Magistratura e no Ministério Público, dentre outras carreiras, em que o servidor tem consigo um grande número de terceirizados, o que acaba freando a abertura de vagas enquanto o mesmo estiver atuante. "Ganham as administrações brasileiras e afilhados; perdem os concurseiros”, defende Camargo.
Quando o servidor completa todas as exigências para aposentadoria voluntária e opta por continuar em atividade, tem o direito de receber um abono permanência. A quantia é equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória.
No governo federal, em 2015, de 634.923 servidores ativos, 101.804 recebem abono permanência. Os dados são do Ministério do Planejamento. Em 2009, eram 67.020 servidores recebendo o bônus em um quadro de 569.343.
Segundo a Secretaria Estadual de Planejamento, na folha de pagamento de maio deste ano, 11.775 servidores das Administrações Direta e Indireta do estado receberam abono permanência, no valor total de R$ 9.129.909,09. De acordo com a Secretaria Municipal de Administração, 6.467 servidores receberam abono, de um total de 90 mil funcionários ativos da Prefeitura do Rio. O projeto tramita em regime de urgência e tem deve ser votado no Senado ainda este mês.
CONVENIÊNCIA
O advogado especialista em Administração Pública, André Viz defende a ampliação da idade para aposentadoria compulsória, sem alterações das idades para obtenção da aposentadoria voluntária, é um sintoma que denota "sua conveniência para a administração.”
PLENITUDE
Segundo Viz, o projeto de lei complementar em questão leva em consideração o aumento da expectativa de vida da população brasileira, "ao argumento que os servidores com mais de 60 anos de idade costumam gozar da plenitude de sua capacidade laborativa.”
SEM INCORPORAÇÃO
Viz lembra ainda que o abono permanência não é incorporado a aposentadoria do servidor por sua transitoriedade, mantendo a administração pública um funcionário qualificado no serviço e postergando a realização de concurso para preenchimento do cargo.
PRINCIPAIS REGRAS
Entre as exigências para receber o abono estão ter cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo em que se dará a aposentadoria. Também é necessário cumprir tempo de contribuição e idade de acordo com o sexo.