Obras do Metrô são descontaminadas no Irradiador Multipropósito de Cobalto-60 do CTR/IPEN
IPEN tem realizado o trabalho de higienização e descontaminação de acervos culturais para diversos públicos, gratuitamente, quando se tratam de instituições governamentais
Onze obras artísticas do Metrô de São Paulo
estão sendo descontaminadas no Irradiador Multipropósito de Cobalto-60 do IPEN.
De acordo com Sandra Theodozio, coordenadora de Ação Cultural, após laudo
técnico realizado com o apoio do Palácio do Governo, foi constatada a
existência de cupins nessas obras. O Metrô de São Paulo possui um acervo de 91
obras de arte instaladas em estações das Linha 1-Azul, Linha 2-Verde, Linha
3-Vermelha, e Linha 5-Lilás. As 11 contaminadas estão originalmente instaladas na Linha 1-Azul, Estação Liberdade.
São elas: "Paralelepípedo”, de Mário Noboru Ishikawa; "Bad Moon”, de Lúcio Yutaka Kume; "O primeiro imigrante a desembarcar”, de Oscar Satio Oiwa; "Projeto de uma paixão sem fim”, de Milton Terumitsu Sogabe; "Momento – História”, de Laerte Yoshiro Orui; "Tempo I”, de Ayao Okamoto; "Pós-80”, de Hironobu Kai; além de quatro telas sem título, dos artistas Yae Takeda, Toshifumi Nakano, Carlos Alberto Yasoshima e Hisae Sugishita.
Theodozio tomou a iniciativa de procurar o IPEN a partir da indicação das restauradoras Fernanda Perroni e Vivian Freire, responsáveis técnicas da Conservare, atelier que desenvolve trabalhos de conservação e restauração de obras de arte, produções e projetos culturais relacionados à preservação de coleções particulares, museológicas e empresariais. Depois que conhecerm essa atividade do IPEN, vêm atuando como importantes divulgadoras do procedimento.
O IPEN tem realizado esse trabalho de higienização e descontaminação de acervos culturais para diversos públicos, gratuitamente, quando se tratam de instituições governamentais. A ideia, segundo o pesquisador Pablo Vásquez, coordenador do Irradiador Multipropósito de Cobalto-60, é transferir tecnologia e divulgar o procedimento. Ele destaca que esta iniciativa do IPEN vem sendo apoiada e incentivada pela gerente do Centro de Tecnologia das Radiações (CTR), Margarida Mizue Hamada.
Pablo salienta que a tecnologia de irradiação é rápida, eficiente e segura, ou seja, não sobra qualquer resíduo radioativo, e o material pode ser manuseado tranquilamente, sem risco para o usuário e sem a necessidade de "quarentena”. O Irradiador Multipropósito de Cobalto-60 do IPEN é uma tecnologia 100% nacional e está em operação há 12 anos.
Outras aplicações
A radiação ionizante também é utilizada na
redução da carga microbiana ou no combate a pragas em alimentos, na
esterilização de produtos médicos e farmacêuticos, como os geradores de
tecnécio-99m (99mTc) processados no Centro de Radiofarmácia do IPEN,
e na coloração de pedras e gemas preciosas.
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Ana Paula Freire