IPEN mantém excelência no Programa de Tecnologia Nuclear, segundo a Capes
Nota 6 foi considerada "10" pela direção do Instituto, considerando que, apesar de dificuldades pontuais, o Programa conseguiu manter seu alto padrão. A meta, para o próximo quadriênio, é chegar a 7, conceito máximo.
O Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP confirma a sua excelência, segundo a recente avaliação quadrienal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação do Ministério da Educação (MEC) responsável pela expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em todos os estados brasileiros. Vinculado à área de Engenharias II, o Programa recebeu a nota 6, considerada um "10” para a Diretoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino (DPDE) do Instituto.
"[A nota 6] É motivo para comemorar. É muito difícil, para um programa grande, como o nosso, ter nota 7, com os critérios atuais de avaliação. Portanto, nota 6, para o IPEN, é 10!”, afirmou Marcelo Linardi, diretor da DPDE. Segundo ele, o IPEN foi novamente muito bem conceituado por seu desempenho como um todo. Mas o diferencial mesmo, para Linardi, foram projetos de grande porte, de caráter nacional, com mais de R$ 5 milhões cada um. "Neste item fomos muito bem”, disse.
Delvonei Andrade, presidente da Comissão de Pós-Graduação (CPG), ressalta que considerar o 6 "como um 10” não significa "acomodação”. "Evidentemente, estamos perseguindo a nota 7, porém, há que se lembrar que todos estão trabalhando nesse sentido. Temos alguns pontos fortes e também alguns pontos fracos. Entre os fortes podemos apontar a interdisciplinaridade do IPEN e a presença de dois reatores no Campus. Poucas universidades/centros de pesquisa têm isso no mundo. Por outro, não somos uma Universidade, onde 100% das atividades estão ligadas ao Ensino e Pesquisa”, lembrou Delvonei.
Os índices do IPEN têm melhorado ano a ano, com medidas consideradas "austeras” da CPG, de acordo com Linardi. Ele cita, como exemplo, a redução do número de docentes com produção incompatível com a nota 6. "Entretanto, outros programas têm feito o mesmo. Logo, é uma competição. Mas mantivemos a nota, o é muito bom pra casa. A queda desta nota (para 5) traria muitas desvantagens, tais como perda de verbas, bolsas etc., além de diminuir o prestígio, que atrai alunos, pois 6 e 7 significam padrão de excelência internacional”, salientou.
Outra medida que ajudou muito, fruto de ação conjunta entre a Comissão de Pós-Graduação (CPG) e a DPDE, foram os Acordos Acadêmicos, que trouxe um aporte de aproximadamente 300 alunos ao programa além do rotineiro, incrementando este índice dos docentes, segundo Linardi. "Havia, antes, reclamações para conseguir alunos e, agora, isso acabou. Os nossos docentes têm, com os convênios, a possibilidade de ampliar o número de orientandos, critério importante para a Capes”.
MelhoriasO diretor da DPDE salientou que a CPG já tem atuado muito, mas a resposta é lenta. Além disso, como frisou, outros programas também o fazem, aumentando a competição pela excelência. "Programas menores são mais ágeis na resposta”, disse Linardi. O IPEN preocupa-se muito com a excelência e fará tudo para manter esse padrão. "É importante salientar que estamos criando um Programa novo, com governança IPEN, a ser submetido a CAPES em outubro, que pode abrigar docentes egressos do programa atual e novos. Este, sim, será pequeno, com infraestrutura sólida, e tem grandes potenciais de crescer rápido”.
Modelo esgotadoO presidente da CPG também aponta que há um excessivo número de docentes permanentes (DP), o que impacta diretamente (negativamente) na avaliação do PPG. "Certamente, há muito o que ser feito, e a coordenação do programa de Pós-Graduação vem fazendo isso progressivamente. Por exemplo, a diminuição do quadro de docentes permanentes (DP) menos produtivos. Nos últimos quatro anos, houve uma redução, em números aproximados, de 157 para algo em torno de 120 DPs. Contudo, nesse mesmo período houve uma mudança no sistema de coleta de dados, ficando mais difícil de apresentar os dados de maneira mais conveniente ao programa”, acrescentou Delvonei.
Um aspecto importante que ele menciona é a singularidade do Instituto: "O IPEN se destaca por suas características únicas: temos Pesquisa, Ensino, Desenvolvimento e Inovação como em nenhum outro instituto dessa natureza”, disse, acrescentando que "a coordenação do PPG está sempre à disposição para atender aos anseios da comunidade e determinada na busca da excelência para o programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear”.
InternacionalizaçãoPara Isolda Costa, a Internacionalização é uma das ações previstas em direção à nota 7. Esta ação deverá ser aprimorada até o final deste ano por meio de coleta de informações a ser realizada de forma sistemática e presencial entre a coordenadora e os envolvidos no programa de pós-graduação. Isolda explica que essa coleta deverá indicar o número de acordos de colaboração entre pesquisadores do IPEN e de instituições estrangeiras, os convênios firmados, os projetos de cooperação internacional e de parcerias entre o quadro de pesquisadores do IPEN e de instituições internacionais que caracterizam a internacionalização da Pós-Graduação.
"Estes novos dados devem ser substancialmente superiores ao que se encontra registrado atualmente. Além do mais, a divulgação das formas possíveis de acordos entre o IPEN e instituições internacionais deverá orientar os pesquisadores na busca por novas colaborações internacionais e estimulá-los no estabelecimento de novos acordos”, afirmou a coordenadora.
Delvonei fez questão de destacar "a excelente sintonia” entre a direção do IPEN, com o apoio do superintendente, Dr. Wilson Aparecido Parejo Calvo, de Marcelo Linardi (DPDE), e de Fernando Moreira, do Escritório de Gestão de Projetos (EGP). "Dentre as ações conjuntas mencionadas pode-se citar os convênios que têm atraído um significativo número de alunos para o programa e ações de esclarecimento e convencimento da importância da excelência do programa para o IPEN”, concluiu.
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Ana Paula Freire (MTb 172-AM),