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Pesquisadora do CQMA/IPEN é contemplada com R$ 6,1 mi da Aneel para projeto em termelétrica do Paraná

Usina Termelétrica de Figueira está sendo modernizada e o projeto a ser desenvolvido pelo IPEN visa a redução de impactos ambientais

A pesquisadora Denise Alves Fungaro, Centro de Química e Meio Ambiente (CQMA), foi contemplada com R$ 6.142.523,61 para executar o projeto de pesquisa e desenvolvimento "Sustentabilidade da Usina Termelétrica: Tratamento Integrado de Efluentes Líquido, Sólido e Gasoso”, na Usina Termelétrica de Figueira, no Paraná. A planta pertence à Copel Geração e Transmissão S/A - Copel-GeT, que participa e financia o projeto no âmbito do programa de P&D regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

De acordo com Fungaro, a Copel está modernizando a planta da Usina envolvendo a troca das atuais caldeiras de carvão pulverizado por uma caldeira de leito fluidizado borbulhante. Essa modificação resultará na produção de cinzas sulfatadas com características diferentes das cinzas silico-aluminosas geradas anteriormente na combustão de carvão pulverizado.

"Uma das maneiras de reduzir os impactos ambientais decorrentes da sua disposição consiste na ampliação das potencialidades de utilização com agregação de valor. Assim, a motivação desta pesquisa será buscar a possibilidade de obtenção de produtos de valor agregado usando as cinzas sulfatadas”, explica a pesquisadora.

As cinzas sulfatadas, segundo Fungaro, serão a matéria-prima na produção de material adsorvente, o qual será utilizado no tratamento dos efluentes líquidos gerados pelas pilhas de rejeito presentes nos aterros da usina, bem como na captura do gás carbônico, o principal gás do efeito estufa. "É um processo integrado de reciclagem das cinzas e tratamento dos principais efluentes da própria usina”, diz.

Com previsão para quatro anos, mas podendo ser prorrogado, o projeto será executado em etapas: caracterização de matéria-prima, avaliação de pozolanicidade, síntese e aplicação de material adsorvente a partir das cinzas sulfatadas. O Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) é a unidade do IPEN responsável pela formalização do acordo interinstitucional.

O projeto foi submetido em 2016, e o resultado, divulgado em 20 de novembro, com um parecer de avaliação "muito positivo”. "O projeto tem excelente qualidade e mérito científico, o que pode ser demonstrado pela nota calculada da avaliação”, diz o parecer.

Para Fungaro, o resultado já era esperado. "Eu coordeno Projetos de P&D&I sobre esse assunto há 20 anos, tenho mais de 50 artigos publicados, seis capítulos de livro, depósito de oito patentes. Orientei três doutorados e oito mestrados. Atualmente, oriento dois doutorados, cinco mestrados e um pós-doutorado. A pesquisa foi premiada muitas vezes, inclusive em um Congresso sobre água, na França. Então, nós esperávamos uma avaliação positiva”, afirmou a pesquisadora.

Outro aspecto importante do projeto diz respeito à capacitação de recursos humanos, conforme destaca Fungaro: "Possibilitará a formação de mestres e doutores, a participação de pós-doutores, a participação em congressos, a publicação de artigos internacionais, o depósito de patentes e a modernização de equipamentos de laboratório com treinamento incluso”.

A pesquisadora se diz satisfeita com o fato de seu trabalho ser valorizado por outras instituições. "É uma satisfação ter o reconhecimento externo da qualidade da pesquisa que eu desenvolvo há 20 anos no IPEN, principalmente envolvendo um recurso financeiro de tal montante com possibilidade de renovação após os quatro anos. O legado a ser deixado para os futuros pesquisadores será considerável em todos os sentidos”, conclui.

Do IPEN, além de Fungaro, fazem parte os servidores Anderson Andrade, Sandra Maria Cunha, Sabine Neusatz Guilhen e Iara Maria Carneiro Bignardi, e os alunos Felipe Campelo, Davi Homem de Melo Castanho, Juliana Izidoro, Lucas Grosche, Tharcila Bertolini, Suzimara Rovani, Caio Miranda, carlos Eduardo de Souza e Thiago Luis Zanin, último aluno de doutorado da pesquisadora. Da Copel, Eliseu Esmanhoto.

Prêmios – A pesquisadora Denise Alves Fungaro tem um histórico de premiações pessoais e para seus alunos. Entre eles, o 1o Prêmio Enfil de Inovação em Tecnologia Ambiental, Enfil S/ASoluções Ambientais (2013), o Prêmio FIEMA, Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente (2008), o Prêmio Internacional da Água e da Ciência do Simpósio de Água de Cannes (França), UNESCO; Cidade de Cannes; Universidade das Nações Unidas e Universidade de Nice Sophia Antipolis (2006), o Prêmio Fernando Cervino Lopes- Novas Técnicas de Reciclagem (2005) e Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia 2016, dentre outros.

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Ana Paula Freire, jornalista MTb 172/Am
Assessoria de Comunicação Institucional

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