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Deputados saem em defesa de unidade de pesquisa federal

Fonte: Imprensa Oficial do Estado de Minas


Pouca gente sabe, mas Minas Gerais abriga uma unidade pioneira e ainda hoje referência em pesquisa e uso da tecnologia nuclear. Trata-se do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), órgão federal subordinado à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), vinculada ao Ministério da Ciência e da Tecnologia. Na última quinta-feira (5), o CDTN recebeu a visita dos deputados da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assemblei Legislativa (ALMG). O objetivo foi conhecer as instalações, divulgar o trabalho realizado pela instituição e apoiar a luta por novos investimentos, já que o centro sofre com a falta de pessoal e de recursos. Os deputados Paulo Lamac (PT), presidente da comissão, e Celinho do Sinttrocel (PCdoB) foram recebidos pelo diretor do CDTN, Waldemar Augusto de Almeida Macedo. A unidade fica instalada em uma área de 240 mil m² dentro do campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O espaço reúne 50 laboratórios em 42 mil m² de área construída, que abriga o primeiro reator nuclear brasileiro, instalado ali desde a década de 1960 e, após algumas modernizações, ainda hoje em pleno funcionamento. O patrimônio total do CDTN é hoje avaliado em mais de US$ 1 bilhão. Os parlamentares receberam informações sobre a instituição e conheceram o Reator Triga, equipamento pioneiro que ainda hoje representa o maior investimento em ciência e tecnologia já realizado no País. Foram gastos US$ 100 mil na sua construção, em 1960, oito anos após a criação do Instituto de Pesquisas Radioativas da Escola de Engenharia da UFMG, que deu origem ao CDTN. Utilizado somente para pesquisas, foi nas instalações desse reator que foram treinados os primeiros técnicos que trabalham na Usina Nuclear de Angra 1, no litoral do Rio de Janeiro.

Laboratórios

Os deputados também conheceram o Setor de Tecnologia Mineral, a Unidade de Pesquisa e Produção de Radiofármacos (UPPR) e o Laboratório de Irradiação Gama. O primeiro, que possui o Laboratório de Minérios e o Laboratório de Extração de Solventes, reproduz em escala menor o processo de beneficiamento de minerais comum no setor produtivo que representa a base da economia mineira. Com isso, é capaz de aperfeiçoar as técnicas empregadas atualmente ou desenvolver novas tecnologias, prestando inclusive serviços para grandes empresas que operam no Estado. Já na Unidade de Radiofármacos, os deputados puderam conhecer o acelerador de partículas ciclotron, ponto de partida da linha de produção desse tipo de droga, usada em inúmeros exames de medicina nuclear, com aplicações sobretudo no diagnóstico de doenças como o câncer. O CDTN é hoje o único fornecedor desse tipo de insumo para os principais laboratórios de diagnóstico mineiros. Os parlamentares visitaram também o Laboratório de Irradiação Gama, responsável por pesquisas destinadas ao tratamento de alimentos e à desinfestação de frutos e grãos, tratamento de sangue e hemoderivados e ainda a modificação ou indução de cores em gemas, muito rentável para as empresas que lidam com pedras preciosas, que estão entre os clientes do CDTN.

 

Cientista pede apoio da Assembleia Legislativa

Apesar de ser um centro de excelência em tecnologia nuclear, o CDTN vive um período de indefini- ções, com redução do seu quadro de pessoal em 38% nos últimos 30 anos e o envelhecimento dos seus quadros – 56% dos seus 330 servidores, quase um terço deles doutores, já poderiam se aposentar. O diretor da unidade defende que o CDTN se torne, com o apoio da Assembleia de Minas, o braço forte do Ministério da Ciência e Tecnologia em várias ações estratégicas no Estado, em áreas como meio ambiente, metalurgia e nanotecnologia, por exemplo. "Defendo uma atuação mais contundente do CDTN em áreas de interesse local e regionais nas quais o centro tenha reconhecida competência, mas para isso precisamos de apoio político”, afirmou Waldemar Macedo. O centro pode contribuir, por exemplo, com o setor de hidrologia, tendo em vista a recente crise hídrica que assola o País, já que é possível aplicar metodologias e técnicas nucleares para quantificar os fenômenos do ciclo hidrológico. O diretor pede a intervenção urgente dos deputados para que o CDTN receba novos profissionais por meio de concurso e mais investimentos. Segundo ele, uma alternativa para reforçar o caixa seria a permissão de utilização dos recursos que já são rotineiramente obtidos com a prestação de serviços para a iniciativa privada. O deputado Paulo Lamac prometeu que a Comissão de Educa- ção vai se mobilizar para dar o apoio que o CDTN precisa. "É uma instituição histórica e pouco conhecida dos mineiros, que reúne conhecimento único. Mas sua interação com a indústria e com o Governo do Estado é muito pequena. Temos que defender o CDTN e seus cientistas altamente especializados”, afirmou. O deputado Celinho do Sinttrocel acenou com a possibilidade de agendar uma visita ao CDTN do ministro da Ciência e da Tecnologia, Aldo Rebelo, seu colega de partido, e mobilizar a bancada mineira no Congresso para viabilizar novos recursos por meio de emendas parlamentares. "É um centro de excelência em tecnologia nuclear, conhecimento de ponta muito valioso para Minas e para todo o Brasil”, finalizou

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