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Presidente da Nuclep nega processo de militarização da empresa

Fonte: Agência Brasil

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil

O presidente da Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), Jaime Wallwitz Cardoso, negou hoje (29), em entrevista à Agência Brasil, que esteja em curso um processo de militarização na empresa, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e subordinada à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Denúncia nesse sentido foi feita ontem (28), durante manifestação em frente à companhia, organizada pela Associação dos Empregados da Nuclep (AEP).

Cardoso assegurou que a paralisação de 24 horas, convocada pela AEP, não ocorreu de fato. "Grande número de funcionários parou durante o dia, mas ninguém parou no segundo turno, à noite”, informou, acrescentando que, no período diurno, entre 30% e 50% dos empregados trabalharam.

Segundo o presidente da Nuclep, a manifestação de ontem foi utilizada com fins eleitorais por pré-candidatos a vereador na cidade de Itaguaí, região metropolitana do Rio de Janeiro, onde fica a fábrica da companhia. Cardoso acrescentou que uma manifestação desse tipo não tem representatividade porque, para isso, teria de ser convocada pelo Sindicato dos Metalúrgicos, "que é quem tem prerrogativa legal para fazer uma paralisação”.

Conforme o presidente da companhia, o sindicato foi contra o ato. Esse fato, de acordo com o presidente, diminui ainda mais a importância desse movimento, que teria sido "superdimensionado". Sobre aacusação de militarização da Nuclep, Jaime Cardoso esclareceu que, desde a fundação da empresa, em 1975, a Marinha tem representação no Conselho de Administração e ,desde 2008, ela ocupa a Diretoria Industrial da companhia.

"Nasceu com a Nuclep uma representação da Marinha”. Admitiu que um almirante da reserva cuida atualmente da segurança patrimonial, mas não foi indicado pela Marinha. "Foi nomeado porque tem um currículo de segurança excepcional”. Para Jaime Cardoso, não procede a denúncia de que haveria um esforço para transferir a Nuclep do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para o Ministério da Defesa. "Não tenho esse poder todo.”

À frente da empresa desde a primeira gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Jaime Cardoso assegurou que a Nuclep é uma empresa estratégica para o país, que trabalha em regime concorrencial, "como qualquer empresa privada, sem nenhum privilégio”. Defendeu que a discussão a respeito da Nuclep é no sentido de como a empresa, que tem a seu cargo obras estratégicas, poderia ter o melhor apoio possível.

Obras em curso

As obras mais importantes da Nuclep incluem a construção de quatro submarinos convencionais e o casco do submarinho nuclear, que integram o projeto do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), do qual a Nuclep vai participar até o fim. "Não dá para ninguém concorrer com a gente em matéria de importância de obra, porque o submarino nuclear só os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) fabricam. Diria que é a obra estratégica mais importante do país e do século.”

O diretor da Área Industrial da Nuclep, almirante Liberal Zanelatto, esclareceu que a companhia já entregou o primeiro dos quatro cascos dos submarinos convencionais. O segundo será entregue até o fim deste ano. Os demais serão concluídos, respectivamente, até dezembro de 2017 e de 2018. Para a planta do projeto de propulsão do submarinho nuclear, a Nuclep já tem 80% da engenharia concluídos. A fabricação dos componentes deve começar ainda em 2016, com término previsto até 2018.

O contrato para o casco do submarino nuclear é continuidade do contrato para construção dos submarinos convencionais e ainda não foi assinado. Como a Nuclep detém a tecnologia para fabricação de casco resistente, não terá dificuldade para construir o casco do submarino nuclear, devendo somente mudar algumas dimensões do convencional, afirmou o diretor.

Edição: Armando Cardoso


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