Ministro defende que investimentos em ciência e tecnologia alcancem 2% do PIB
"Essa bandeira eu comprei e incorporei", disse o ministro no encontro com membros da Academia Brasileira de Ciências no Rio de Janeiro. Ele anunciou ainda a retomada do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia.
Fonte: MCTIC
"Eu tenho certeza absoluta, plena convicção, de que uma das principais atribuições e responsabilidades minhas será trabalhar para que a gente possa se aproximar, atingir ou estabelecer um cronograma, quem sabe até numa lei, para que os recursos possam se aproximar daqueles 2% do PIB colocado algum tempo atrás. Essa bandeira eu comprei e incorporei", disse o ministro.
Segundo os dados mais recentes da Assessoria de Acompanhamento e Avaliação das Atividades Finalísticas do MCTIC, os investimentos em ciência, tecnologia e inovação chegaram a 1,66% em 2013, 0,93% públicos e 0,73% empresariais.
"Efetivamente, nos últimos 60 anos, muito se avançou em termos de organização da comunidade e conquistas do mundo da ciência brasileira. Mas, apesar de tudo, recentemente, por conta de circunstâncias da nossa economia, nós tivemos uma sensível queda no volume de recursos disponibilizados para a ciência. E agora cabe a nós todos juntos, não somente ao ministro ou ao ministério, trabalhar para que possamos não apenas reverter, mas retomar a curva de crescimento desses investimentos."
Na opinião do ministro, o início da retomada deve ser a recomposição do orçamento de 2016. "E nós vamos nos empenhar muito porque, quanto mais nós recuperarmos nesse ano, mais fácil será começarmos a construir a curva de retomada do crescimento já no orçamento do ano que vem", disse Kassab, reforçando a proposta debatida com diretores de agências e institutos de pesquisa do MCTIC no Rio de Janeiro. "O governo está motivado, sensibilizado, convencido de que, nos últimos anos, a redução foi drástica. Então, a lição de casa número 1 é ir atrás desses recursos que perdemos."
CCT
Kassab recordou demanda ouvida em encontro na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em São Paulo, na semana passada, de retomar a regularidade das reuniões do CCT, instância composta por representantes do governo federal, do setor produtivo, da sociedade civil e das entidades de ensino, pesquisa, ciência e tecnologia.
"Quero dizer para vocês que nós temos um compromisso, que eu já levei pessoalmente ao presidente da República, da retomada e do reinício da operação do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia. Em breve, em poucas semanas, o CCT já irá ter a sua primeira reunião no Palácio do Planalto", anunciou. "A agenda está sendo construída com a Casa Civil, até porque é o presidente da República que preside o conselho. E nós esperamos nesse dia já apresentar projetos e ter da parte do presidente a condição de assumir alguns compromissos, quem sabe até do ponto de vista orçamentário."
O ministro reforçou que está em elaboração um plano diretor de ação, "para que a gente tenha e passe a ter compromissos, programas e projetos para curto, médio e longo prazo, especialmente em relação à formação dos nossos recursos humanos, que têm tido uma evolução extraordinária nas últimas décadas".
Participaram do encontro os presidentes da ABC, Luiz Davidovich; do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Hernan Chaimovich; e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Wanderley de Souza; o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher; o subsecretário de Coordenação das Unidades de Pesquisa do MCTIC, major-brigadeiro-do-ar Paulo Roberto Pertusi; o físico Luiz Pinguelli Rosa, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da UFRJ (Coppe), e os ex-presidentes da ABC Maurício Matos Peixoto e Jacob Palis.
Navio
Após reunião na ABC, o ministro visitou o Navio de Pesquisa Hidroceanográfico Vital de Oliveira que ampliou a infraestrutura de pesquisa científica marinha. A embarcação conta com equipamentos de ponta para experimentação e retirada de amostras do oceano como o Veículo de Operação Remota (ROV), que tem capacidade para operar em uma profundidade de até quatro mil metros. O Vital de Oliveira é resultado do acordo de cooperação firmado entre o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Ministério da Defesa, Petrobras e Vale. A embarcação foi entregue à Marinha do Brasil em março de 2015. O investimento foi de R$ 162 milhões.