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Entidade nega doação pastilha de cobalto à Santa Casa

A doação apontada pela Prefeitura de Sorocaba como a solução para a crise da radioterapia na cidade não acontecerá. A Sociedade Portuguesa de Beneficência (SPB) afirmou, em nota oficial (veja ao lado a íntegra da nota), que não cederá a pastilha de cobalto para o aparelho de radioterapia da Santa Casa de Sorocaba porque já havia prometido o dispositivo ao Ministério da Defesa. E era justamente com base na ajuda santista que o município estimava retomar o atendimento de radioterapia entre 60 e 90 dias.

A SPB disse que "em momento algum informou que faria doação da pastilha de cobalto existente na Instituição à Santa Casa de Sorocaba". O hospital admite que recebeu a visita do médico Max Strasser, que seria coordenador do Serviço de Radioterapia da entidade sorocabana e que ele apresentou interesse na doação da fonte de cobalto.

Contudo, o centro hospitalar santista ressaltou que, em função do interesse do Ministério da Defesa, a diretoria do local já havia decidido doar a pastilha e o equipamento de teleterapia Theratron 780 ao órgão -- procedimento que estaria em fase de finalização. O processo foi confirmado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

Por esta razão, a nota afirma que "mesmo lamentando profundamente a situação difícil da Santa Casa de Sorocaba, principalmente dos pacientes por ela assistidos, a Sociedade Portuguesa de Beneficência, em momento algum poderia, assim como não o fez, informar que faria tal doação".

O que aconteceu?

Em nota do Serviço de Comunicação do Paço (Secom), a Secretaria da Saúde de Sorocaba informou que "irá avaliar o que aconteceu, tendo em vista que as tratativas já haviam sido iniciadas". Na quarta-feira (16), o secretário da Saúde, Ailton Ribeiro, disse que as tratativas para efetivar a doação estariam avançadas, mas não formalizadas, sendo que representantes da Santa Casa estariam programando uma visita ao hospital.

"É oficial no sentido de que o Hospital Beneficência Portuguesa de Santos já manifestou seu interesse em doar a pastilha para a Santa Casa", afirmou na ocasião o secretário. O prefeito de Sorocaba, Antonio Carlos Pannunzio, e o gestor administrativo da Santa Casa, Ramiro Wey, também confirmaram a informação no mesmo dia.

A máquina utilizada nas sessões de radioterapia em Sorocaba foi desligada porque o prazo de validade da pastilha de cobalto-60 do equipamento venceu e há a necessidade de substituição. De acordo com Wey, uma pastilha nova custa aproximadamente R$ 1,5 milhão, mas atualmente o hospital não teria como adquiri-la por falta de recursos. Enquanto isso, o serviço de radioterapia da entidade está suspenso e os pacientes serão encaminhados, em sua maioria, para unidades da Grande São Paulo.

O gestor da Santa Casa já havia apontado a intenção inicial do hospital santista de ceder o dispositivo para o Instituto de Estudos Avançados (IEA), em São José dos Campos, mas afirmou na quarta-feira que "entramos em contato com o hospital e pedimos que ela fosse doada para a Santa Casa de Sorocaba, e a daqui iria para o IEA, pois o Instituto iria utilizá-la para pesquisas e não para tratamentos médicos, o que é a nossa necessidade". O instituto é uma organização militar, subordinada à Força Aérea Brasileira.

CNEN também se posiciona

A Coordenação-Geral de Instalações Médicas e Industriais (CGIM) da CNEN informou que só tem requisição para o transporte de uma pastilha de cobalto do hospital santista para o Instituto de Estudos Avançados (IEA) e não para a Santa Casa de Sorocaba. O órgão esclarece ainda que o transporte "desse tipo de fonte é uma atividade rotineira, que não envolve maiores riscos para a população, meio ambiente e as pessoas envolvidas na operação", desde que cumpridos os requisitos das normas exigidas, além de ser autorizado pela CNEN.

O órgão explica ainda que a transferência da pastilha de Santos para São José dos Campos foi autorizada e aprovada pela CNEN em 14 de dezembro de 2015 e ainda não ocorreu em razão da instalação ainda não possuir autorização do Ibama. E em relação à Santa Casa de Sorocaba, o CNEN informa que a atual pastilha de cobalto da unidade "encontra-se com atividade abaixo do requerido pela Vigilância Sanitária para o uso em pacientes".

"Em razão disso, a unidade hospitalar é obrigada a adquirir uma nova no mercado". Neste caso, a autarquia explica que o hospital deve comprar uma nova direto com o fabricante, com a garantia de que a antiga seja recolhida pela mesma, ou que a antiga seja doada a outra instituição que possua autorização para operação emitida pela CGIM ou ainda o seu recolhimento em um dos institutos do CNEN.

Plano B

Na quarta-feira (14), o secretário Ailton Ribeiro afirmou que se a doação santista não se confirmasse havia a possibilidade de um plano B. Esta alternativa seria uma empresa de Bauru que também possui um equipamento do mesmo modelo utilizado em Sorocaba. Nesse caso, as possibilidades seriam de ocorrer uma compra da pastilha ou que a empresa tenha interesse de fazer o serviço em conjunto com a que já opera a radioterapia na cidade.

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