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MP questiona nomeação de presidente de estatal que constrói submarino nuclear brasileiro

Comissão da Nuclep diz que indicado contraria Lei das Estatais

Fonte: O Globo

RIO — A indicação do presidente e de um diretor da Nuclep, estatal sediada em Itaguaí envolvida na construção do submarino nuclear brasileiro, está sendo questionada pelo Ministério Público (MP-RJ) e por funcionários e órgãos internos da empresa. Os cargos são de livre nomeação pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação (MCTIC), e foram preenchidos por indicação política em troca do apoio de dois deputados da bancada federal do Rio.

No último dia 16, o Conselho de Administração da Nuclep nomeou Siciliano Francisco, ex-funcionário da Eletrobras, para o cargo de presidente, com posse marcada para esta quarta-feira. Segundo funcionários da Nuclep, ele é apadrinhado pelo deputado federal Alexandre Valle (PR). Seu nome, porém, recebeu veto da Comissão de Elegibilidade da Nuclep — o parecer do órgão interno afirma que ele não tem "reputação ilibada”, como exige a Lei das Estatais, por ser réu em mais de 40 ações na Justiça, boa parte delas ações trabalhistas já transitadas em julgado, com condenação.

Com base nisso, o MP entrou com ação na Justiça e espera a decisão da 2ª Vara Cível de Itaguaí, que já deferiu liminar, mantida em segunda instância, obrigando a Nuclep a seguir os critérios descritos na Lei das Estatais para escolha do pr

A reunião do Conselho de Administração que indicou o novo presidente, a despeito do parecer da comissão de elegibilidade, também nomeou Luzenildes Almeida como novo diretor administrativo, área que comanda as finanças da empresa. Ele é uma indicação do deputado Júlio Lopes (PP). A reunião é questionada pelo MP e por funcionários da Nuclep por só ter atingido o quorum mínimo (quatro dos seis conselheiros) porque um deles votou por procuração, o que não seria permitido pelas normas internas da estatal.

Outra ilegalidade reclamada pela comunidade nuclear é a duplicidade de funções, com conflito de interesses, na área de regulação do setor. Nomeado presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, órgão federal regulador do setor, Paulo Roberto Pertusi é membro, simultaneamente, do Conselho de Administração da Nuclep, estatal da área, o que fere a Lei das Estatais.

"ÓRGÃO OPINATIVO”

O MCTIC afirmou que o comitê de elegibilidade, uma exigência da Lei das Estatais, é apenas "um órgão auxiliar opinativo” e que considera Siciliano Francisco apto para a função. Perguntado sobre o fato de as nomeações terem sido frutos de indicações políticas, o ministério respondeu apenas que, pela lei, tem a prerrogativa de indicar os administradores das empresas sob sua supervisão. A pasta nega ainda a falta de quorum na reunião do conselho. Sobre o fato de ter indicado para presidir o órgão regulador do setor um integrante do Conselho da Nuclep, o ministério afirma que Paulo Pertusi será retirado do Conselho de Administração da Nuclep, ainda que o órgão considere que as funções "não são incompatíveis”.

O deputado Alexandre Valle disse que "não comenta” indicações do Executivo, enquanto Júlio Lopes não respondeu. A reportagem não conseguiu contato com Siciliano Francisco.

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