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- 27/11/2016 - Representante da ONU elogia projeto brasileiro de produção de radiofármacosFonte: Isto ÉEm visita à sede da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) na última semana, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, elogiou o projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), desenvolvido pela comissão com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e que será instalado em Iperó, no interior de São Paulo. A AIEA é ligada à Organização das Nações Unidas (ONU).Segundo Amano, o reator representará avanços na área da medicina nuclear do Brasil, que vão beneficiar a população com a produção de radioisótopos utilizados em radiofármacos aplicados em tratamentos de câncer e em diagnósticos de doenças do coração e do cérebro, entre outras. "Vai beneficiar milhões de pessoas em seu país”, disse.
O presidente da CNEN, Renato Cotta, admitiu que há um atraso no desenvolvimento do projeto do RMB, mas disse que há expectativa de liberação de recursos do governo ainda este ano para a contratação do projeto executivo de engenharia, que deve levar dois anos. Depois disso, são necessários mais dois anos para construção do reator. "Nossa perspectiva é essa. Se continuar o nosso cronograma de assinatura do projeto executivo agora e construção logo a seguir, a gente está com isso concluído em 2020”, disse.
Segundo Cotta, o Brasil produz atualmente uma série de radiofármacos de meia-vida curta, com efetiva aplicação por um período de duas horas, mas o radioisótopo de vida-longa, que pode durar até 60 horas, ainda precisa ser importado, o que deixa o país dependente do mercado internacional. Com o RMD, essa dependência e a demanda reprimida pelos medicamentos serão reduzidas. Hoje, a medicina nuclear no Brasil é responsável por dois milhões de procedimentos médicos, um terço da demanda real por tratamentos desse tipo, segundo o presidente da CNEN.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Cláudio Tinoco Mesquita, com a produção a partir da entrada em funcionamento do reator, o Brasil se tornará autossuficiente em radiofármacos. "Não vai mais precisar importar nada. É um projeto para a autossuficiência total. O Brasil tem toda a capacidade para produzir aqui. Só precisa que haja o investimento.”
Prêmio
Yukiya Amano recebeu da CNEN o Prêmio Octacílio Cunha, concedido desde 1981 a entidades que contribuem para o desenvolvimento do setor nuclear brasileiro. Entre os premiados deste ano também estão a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear e a Amazônia Azul Tecnologia de Defesa (Amazul).
A premiação encerrou a agenda de Amano no Brasil, que incluiu uma reunião com o ministro Gilberto Kassab e visitas ao Centro Experimental de Aramar, em Iperó, no interior de São Paulo, e à Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis (RJ), onde estão instaladas as usinas nucleares Angra 1, Angra 2 e o canteiro de obras de Angra 3.
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- 25/11/2016 - Mundo MCTIC leva pesquisas e atividades científicas ao Parque da Cidade em BrasíliaExposição organizada pelo MCTIC apresenta a ciência e a tecnologia produzidas nos institutos de pesquisa. Evento será realizado de 28 de novembro a 4 de dezembro e tem a participação das escolas públicas do Distrito Federal.
Exposição organizada pelo MCTIC apresenta a ciência e a tecnologia produzidas nos institutos de pesquisa. Evento será realizado de 28 de novembro a 4 de dezembro e tem a participação das escolas públicas do Distrito Federal.
Fonte: CNPqO Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) apresenta o trabalho de seus institutos à população de Brasília na mostra Mundo MCTIC - Pesquisa e Desenvolvimento de Ponta no Brasil, de segunda-feira (28) a domingo (4), das 9h às 18h, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade.
A mostra possui 25 estandes de agências, empresas estatais, organizações sociais e unidades de pesquisa do MCTIC, com atividades lúdicas, experimentos científicos, exibições de vídeos em terceira dimensão (3D), exposições tecnológicas e visitas virtuais.
Na quinta (1º) e sexta-feira (2), essa grande exposição científica ficará ainda mais interessante com o4º Circuito de Ciênciasdas escolas da rede pública, que a Secretaria de Educação do Distrito Federal promove das 9h às 17h. Na etapa final do circuito, serão apresentados 197 trabalhos classificados em fases locais das 14 coordenações regionais de ensino, com alunos da Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Educação Profissional.
Estandes
A Agência Espacial Brasileira (AEB) leva ao Mundo MCTIC oVeículo de Sondagem Booster 30 (VSB-30), foguete de 12 metros e mais de duas toneladas doado ao Planetário de Brasília. A AEB desenvolveu a tecnologia em cooperação com o Centro Aeroespacial Alemão (DLR). O estande inclui maquetes de satélites, um planetário inflável, trajes de astronauta para fotografias e o boneco Cosminho, mascote do Programa Espacial Brasileiro.
O Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) apresenta parte do material planejado para o Biênio da Matemática no Brasil,aprovado pelo Congresso Nacionalpela realização da Olimpíada Internacional de Matemática (IMO), em 2017, e do Congresso Internacional de Matemáticos (ICM), em 2018. Dentre as atividades, estão parábolas que mostram relações da natureza com a disciplina, indicação de páginas eletrônicas a estudantes interessados em se aprofundar, brincadeiras de lógica e quebra-cabeças.
Já o Instituto Nacional de Tecnologia (INT) oferece ao público experimentos de realidade virtual desenvolvidos com laboratórios da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio). As simulações compreendem navegação dentro do útero durante a gravidez; visualização de robô da Petrobras em águas profundas; volta aérea pelo Cristo Redentor, escaneado em 3D pordrones; e passeios de barco e bicicleta pelas praias cariocas, em dia de sol.
O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) reedita uma exposição fotográfica sobre a biodiversidade de polinizadores, uma das atividades da mostraCiência amigas das abelhas, presente na 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), no Jardim Botânico de Brasília.
A exposição Banco de Abrolhos: Maior Complexo Coralíneo do Atlântico Sul, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), remete ao documentário homônimo,lançado durante a 68ª Reunião Anualda Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Porto Seguro (BA). O pesquisador Fernando Moraes, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), aborda a área marinha entre o sul da Bahia e o norte do Espírito Santo.
Haverá um estande institucional do MCTIC e espaços das secretarias de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec), de Política de Informática (Sepin), de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped), de Radiodifusão (SRAD) e de Telecomunicações (Setel).
Completam a mostra Mundo MCTIC trabalhos de divulgação científica do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), do Laboratório Nacional de Computação Cientifica (LNCC), do Museu de Astronomia e Ciência Afins (Mast), da Nuclebrás Equipamentos Pesados S/A (Nuclep), do Observatório Nacional (ON) e da Telecomunicações Brasileiras S/A (Telebras).
Serviço
Evento:Mundo MCTIC -Pesquisa e Desenvolvimento de Ponta no Brasil
Data:28 de novembro a 4 de dezembro
Horário:9h às 18h
Local:Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade
Cidade:Brasília (DF) -
- 25/11/2016 - Galhos e raízes da árvore da ciênciaProjetos começam a reconstituir a genealogia acadêmica de pesquisadores brasileiros
Projetos começam a reconstituir a genealogia acadêmica de pesquisadores brasileiros
Fonte: Revista FAPESPEm 2017, cerca de 4,5 milhões de pessoas, como estudantes, professores e pesquisadores com currículos registrados na Plataforma Lattes, poderão identificar por meio de uma busca na internet as árvores genealógicas acadêmicas às quais pertencem, reconstituindo laços entre orientadores e seus pupilos construídos nos últimos 75 anos. Uma versão piloto de um sistema web está sendo criada por pesquisadores das universidades Federal do ABC (UFABC) e de São Paulo (USP), com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Além do Lattes, o sistema será abastecido por outras duas fontes: o banco de teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), com mais de 600 mil documentos, e uma lista de membros da Academia Brasileira de Ciências (ABC). "Estamos fazendo o cruzamento de dados de pesquisadores para complementar informações e evitar possíveis registros duplicados”, explica Jesús Pascual Mena-Chalco, professor do Centro de Matemática, Computação e Cognição da UFABC e coordenador do projeto.
A genealogia acadêmica organiza os vínculos entre gerações de pesquisadores. O orientador é considerado o "pai” dos mestres e doutores que ajudou a formar. Esses, por sua vez, poderão gerar "netos” acadêmicos e assim por diante. A abordagem ganhou expressão com o lançamento de plataformas internacionais disponíveis na internet, como o Mathematics Genealogy Project e o Neurotree Project, que permitem mapear ancestrais acadêmicos em matemática e neurociência. O projeto brasileiro tem a ambição de ser mais amplo e abranger pesquisadores do país em todas as áreas do conhecimento. Segundo Mena-Chalco, isso é possível graças à Plataforma Lattes, que se tornou fonte de informações para pesquisadores que buscam dados sobre a ciência brasileira a fim de estudar seus fenômenos e tendências (ver Pesquisa FAPESP nº 233). "O Brasil é o único país com uma plataforma que registra as atividades de toda a sua comunidade científica”, diz.
Os usuários poderão colaborar, fornecendo dados que estejam faltando. "A ideia é que o sistema seja permanentemente atualizado. Quanto mais antigo o vínculo, menor a chance de encontrarmos referências sobre ele na Plataforma Lattes. E há casos de pesquisadores que se esquecem de informar o nome de seus orientadores”, explica Mena-Chalco. Além de fomentar estudos em história e sociologia da ciência, a genealogia acadêmica tem aplicações potenciais no campo da avaliação, medindo a influência que um cientista teve nas gerações seguintes. Em 2015, Mena-Chalco e colaboradores propuseram em um artigo científico um novo indicador, o índice-h genealógico, para avaliar o êxito de um cientista na tarefa de formar sucessores. Um pesquisador com índice-h genealógico 5 é aquele que teve ao menos cinco "filhos” acadêmicos (orientandos), sendo que cada um deles orientou pelo menos cinco pesquisadores. "Trata-se de uma proposta de indicador para avaliar a fecundidade acadêmica de um pesquisador”, diz.
A equipe de Mena-Chalco tem realizado projetos pontuais para testar a proposta. No início do ano, ele publicou um artigo na revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, em colaboração com as biólogas Maria Carolina Elias, pesquisadora do Instituto Butantan, e Lucile Floeter Winter, professora da USP, que identifica as raízes históricas da protozoologia no Brasil, área que investiga os protozoários, alguns deles causadores de doenças como leishmaniose, malária e Chagas. A partir de análises do Currículo Lattes e do banco de dados da Capes, foi possível reconstituir a árvore genealógica da área, tendo como base um conjunto de 248 cientistas que contribuíram de maneira relevante na formação de pesquisadores em protozoologia, ao orientarem, cada um, pelo menos 10 teses de doutorado. No final, a árvore reuniu 1.997 pesquisadores, dos quais 20 destacaram-se como pioneiros (ver ilustração). O médico Carlos Chagas (1879-1934) aparece como fundador da linhagem, depois de ter elucidado o mecanismo da doença que leva seu nome, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. O levantamento também apontou pioneiros mais recentes, como o bioquímico Walter Colli, professor da USP, e o microbiologista Isaac Roitman, da Universidade de Brasília.
Segundo Maria Carolina Elias, o objetivo do trabalho era mensurar a contribuição dos pioneiros, mas também foi possível avaliar outras características na protozoologia no Brasil. "Ao rastrear as relações entre orientadores e orientandos, conseguimos observar como a área evoluiu e qual é o cenário atual”, diz ela. Observou-se, por exemplo, que 68,4% dos pesquisadores que obtiveram o título de doutor em protozoologia continuam atuando na área, enquanto 16,7% migraram para outros campos. O estudo também mostra uma relação entre o aumento do contingente de pesquisadores e a expansão de políticas de apoio à pesquisa nessa área. Entre o final dos anos 1970 e o início dos anos 1990, houve um crescimento da comunidade científica em protozoologia em consequência da criação do Programa Integrado de Doenças Endêmicas, o Pide, financiado pelo CNPq, que investiu US$ 12 milhões em cerca de 200 projetos de pesquisa sobre doenças endêmicas entre 1976 e 1986. "O programa teve um impacto enorme. Nesse período, vemos mais pesquisadores sendo orientados na área”, diz Maria Carolina.
O grupo de Mena-Chalco também está mapeando árvores genealógicas individuais. A primeira foi a de Etelvino José Henriques Bechara, professor do Instituto de Química da USP (ver entrevista em Pesquisa FAPESP nº 229), apresentada em novembro de 2015 em uma homenagem feita na USP para comemorar os 70 anos do pesquisador. O levantamento mostra que Bechara tem 34 filhos acadêmicos, ou seja, pessoas orientadas por ele no mestrado e/ou doutorado ou supervisionadas no pós-doutorado, além de 582 descendentes. "Já tenho tataranetos acadêmicos e nem os conheço”, diz Bechara. "É gratificante saber que meus alunos seguiram adiante orientando outras pessoas, que por sua vez já estão formando outra geração”, afirma o químico, que trabalha com radicais livres desde o doutorado, conduzido sob a orientação do italiano Giuseppe Cilento, professor da USP nos anos 1950 e 1960 e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) entre os anos 1960 e 1970. Para Bechara, árvores genealógicas acadêmicas mostram dimensões do trabalho dos pesquisadores que os indicadores tradicionais não registram. "Tenho 48 anos de vida universitária e a qualidade do meu trabalho sempre foi medida pelos artigos que publiquei. A genealogia mostra se fui capaz de formar pesquisadores qualificados e de passar adiante meus valores científicos”, afirma.
A busca por ancestrais acadêmicos às vezes traz boas surpresas. Foi o que aconteceu com o matemático francês naturalizado brasileiro Jean-Yves Béziau, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que há 10 anos começou a investigar suas raízes. "Fiquei surpreso ao ver que sou descendente acadêmico do matemático e filósofo alemão Gottfried Leibniz (1646-1716)”, diz. A descoberta ocorreu depois que Béziau foi convidado a participar do Mathematics Genealogy Project, um dos repositórios de genealogia acadêmica mais antigos. Criado em 1997 pelo Departamento de Matemática da Universidade de Dakota do Norte, nos Estados Unidos, mantém registros que remontam ao século XIV. No total, são mais de 200 mil doutores em matemática e áreas correlatas, como engenharia. Para chegar até Leibniz, Béziau partiu de seu orientador, o matemático Daniel Andler, professor da Universidade Sorbonne, em Paris, e viu que mais 11 pessoas o separavam de Leibniz.
O Mathematics Genealogy Project é um exemplo de projeto que conseguiu ir longe no tempo. Um dos desafios para quem faz pesquisa nessa área é identificar os orientadores mais antigos. O sistema de currículo Lattes foi lançado em 1999 e contém poucas menções a pioneiros da ciência brasileira. Com frequência, é preciso recorrer a registros históricos para reconstituir a árvore. "Parte de nosso trabalho com a genealogia acadêmica na área de protozoologia foi manual”, ressalta Maria Carolina. Jesús Mena-Chalco destaca outra dificuldade. "No passado, não existia a figura do orientador como a conhecemos hoje. Por isso, tivemos de recorrer a outras fontes para identificar ancestrais acadêmicos”, explica.
Desafios desse tipo são também enfrentados por Alberto Laender, professor titular do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ele iniciou no ano passado, juntamente com o seu colega Fabrício Benevenuto, um projeto em genealogia acadêmica denominado The Science Tree, que pretende reunir dados genealógicos de pesquisadores dos mais diversos países. O objetivo é estudar a formação, a evolução e a disseminação de grupos de pesquisa ao redor do mundo. Os dados estão sendo coletados de diversas fontes, entre elas a Networked Digital Library of Theses and Dissertations (NDLTD), que possui registradas mais de 4,5 milhões de teses e dissertações do mundo todo, e também da Plataforma Lattes, o que permitirá integrar as árvores dos pesquisadores brasileiros que se formaram em instituições do exterior com as de seus orientadores.
De acordo com Laender, sua equipe trabalhou inicialmente com dados de apenas 638 mil pesquisadores, com os quais gerou uma floresta de cerca de 98 mil árvores. "Os dados da NDLTD são registrados por instituições acadêmicas de diversos países e muitas vezes não são preenchidos de forma apropriada. Muitos trabalhos não contêm, por exemplo, o nome do orientador”, explica. Uma das principais dificuldades, ele diz, é obter dados que possam ser identificados e processados automaticamente. "Ainda que a disponibilidade de dados sobre pesquisadores seja muito maior do que no passado, estudos de genealogia acadêmica ainda exigem um trabalho de limpeza, mas que no fim vale a pena”, diz Laender. Os primeiros resultados da pesquisa foram apresentados em uma conferência internacional sobre bibliotecas digitais realizada em Newark, Estados Unidos.
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- 24/11/2016 - Diretor da Agência de Energia Atômica destaca importância do Reator MultipropósitoO diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, foi recebido em audiência pelo ministro Gilberto Kassab, que considerou a reunião uma oportunidade para consolidar a cooperação com a agência
O diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, foi recebido em audiência pelo ministro Gilberto Kassab, que considerou a reunião uma oportunidade para consolidar a cooperação com a agência
Fonte: MCTICO diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, ressaltou a importância do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) para dar autonomia ao país na produção de radioisótopos. Durante encontro com o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, nesta quinta-feira (24), Amano disse que o RMB é essencial em um país de grande dimensão e população.
Para o ministro, a visita do diretor-geral da AIEA ao Brasil possibilitará a avaliação das ações desenvolvidas no país na área de energia nuclear e também para consolidar a cooperação com a agência.
Durante a reunião, Yukiya Amano lembrou a atuação da agência na aplicação pacífica da energia nuclear em vários setores. Na área da saúde, citou o trabalho no combate ao vírus zika e ao ebola. Ele ressaltou que, atualmente, uma das grandes preocupações da AIEA é com a segurança físico-nuclear e convidou o Brasil para participar de uma conferência internacional sobre o tema, que está sendo organizada para o período de 5 a 9 de dezembro, em Viena, na Áustria. O MCTIC, de acordo com Kassab, enviará uma delegação de técnicos, além de representantes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).
Na audiência, o presidente da Cnen, Renato Cotta, revelou que a próxima etapa do RMB (reator nuclear de pesquisa e produção de radioisótopos - elementos ativos dos radiofármacos, que são empregados como agentes no diagnóstico e no tratamento de câncer e de outras doenças, construído no Centro Experimental de Aramar, em Iperó-SP), será a assinatura de um contrato de colaboração com a Argentina. O objetivo, frisou, é que o reator brasileiro ofereça a base da radiofarmácia para toda a América Latina. Segundo Cotta, o fundo de cooperação técnica da AIEA é o grande motor das relações multilaterais na área de energia nuclear. "É o que faz os países se falarem numa área tão sensível. É o que faz nós avançarmos de uma maneira mais uniforme, independente de situação política e econômica."
O presidente da Cnen lembrou que a atual gestão do MCTIC conseguiu normalizar a situação do Brasil junto à Agência Internacional de Energia Atômica, tanto no fundo de cooperação técnica quanto na dotação anual. Yukiya Amano agradeceu a contribuição financeira à agência, mesmo com a atual conjuntura econômica do país, destacando que a iniciativa brasileira serve de incentivo para outros países.
Desafio
O secretário-executivo do MCTIC, Elton Zacarias, ressaltou que o grande desafio do Brasil é o financiamento para a pesquisa e o desenvolvimento na área nuclear, que é extremamente importante. "Nós saímos de um momento difícil, estamos caminhando para a recuperação econômica e o próximo desafio é trazer recursos para sustentar as pesquisas em energia nuclear."
De acordo com o diretor da AIEA, na área nuclear, o apoio político é importante e precisa ser sustentado ao longo do tempo. Ele anunciou que o lema da agência, que comemora 60 anos em 2017, será ampliado do atual "átomos para paz" e passará a ser "átomos para a paz e o desenvolvimento". O ministro Gilberto Kassab reforçou que "a presença do Brasil será sempre solidária e cooperativa para um mundo cada vez mais pacífico, com mais saúde e sustentabilidade."
A Agência Internacional de Energia Atômica é um organismo intergovernamental dedicado às questões de governança global da energia atômica. Ela promove a cooperação técnica internacional no uso pacífico da energia nuclear em diferentes áreas como saúde, agricultura, indústria e energia.
A reunião na sede do MCTIC contou também com a participação da diretora do Departamento de Organismos Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, Maria Luisa Ecorel de Moraes, e do diretor de Políticas e Programa de Apoio à Inovação, Jorge Campagnolo.
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- 24/11/2016 - Cintra defende mais recursos para CT&I no Senado FederalO presidente da Finep disse que é indispensável priorizar a área de ciência, tecnologia e inovação porque “o sistema está no caminho da insustentabilidade”
O presidente da Finep disse que é indispensável priorizar a área de ciência, tecnologia e inovação porque “o sistema está no caminho da insustentabilidade”
Fonte: Jornal da CiênciaO presidente da Finep, Marcos Cintra, disse na quinta audiência Pública sobre Fundos de Incentivo ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico, na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação Comunicação e Informática, no Senado, que é indispensável priorizar a área de ciência, tecnologia e inovação porque "o sistema está no caminho da insustentabilidade”. A afirmação se deu durante os debates sobre a PEC 55. Caso seja aprovada pelo Senado, a proposta congelará o que tem sido considerado o pior orçamento público federal dos últimos sete anos. Ou seja, R$ 4,6 bilhões, aproximadamente 40% menor do investimento de 2013. Cintra já havia falado sobre este assunto em debate ocorrido na própria sede da Finep.
Cintra alertou que o Brasil possui um dos mais complexos sistemas de C&T do mundo, comparável ao Canadá, Itália e aos países que compõem os BRICs. No entanto, os esforços dispendidos nos últimos 30 anos de produção científica começam a ficar comprometidos. Há um gap imenso entre produção e aplicação, o que inviabiliza a inovação. "Não adianta a pesquisa pura e simples se ela não chega à prateleira, ao mercado de trabalho”, assegura.
Além disso, o presidente salientou que a Finep é responsável pela execução dos recursos do FNDCT, principal fonte de apoio ao fortalecimento da base científica e tecnológica do País (infraestrutura, recursos humanos e pesquisa) e à atividade de inovação nas empresas. Alertou que o fundo está sobrecarregado e caminha "rapidamente” para a insustentabilidade do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia. Dados apresentados mostram que de 2001 a 2016 o FNDCT arrecadou R$ 44,5 bilhões. No entanto, apenas R$ 20,4 bilhões foram executados neste período. "A maior parte dos recursos foi contingenciada ou não executada para ajudar na formação de superávit primário do governo”.
O executivo disse, ainda, que o primeiro corte na arrecadação do FNDCT se deu no final de 2013, com a perda do CT-Petro (Fundo Setorial do Petróleo). A partir da PLOA (Lei Orçamentária Anual) de 2014, não foi mais possível contar com os recursos dessa fonte. O segundo corte se dá com a PEC 275, que aumentou a DRU incidente nas receitas vinculadas ao FNDCT de 20% a 30%.
"Enfim, é preciso sensibilizar o Congresso Nacional no sentido de garantir os recursos necessários à manutenção do sistema, de tal forma que se possa alavancar a geração de renda, emprego e qualidade de vida”, complementou.
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- 23/11/2016 - Diretor da AIEA chega ao Brasil para conhecer avanços em medicina nuclearFonte: UOLO diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, iniciou nesta quarta-feira uma viagem pelo Brasil que se prolongará até a sexta-feira para conhecer de primeira mão os avanços do país em matéria de medicina nuclear e explorar possibilidades na luta contra a zika.
Amano visitou o Centro Experimental de Aramar, no município de Iperó (SP), onde se interessou pelo projeto do Reator Multipropósito Brasileiro, o que permitirá ao país conseguir a autonomia na produção de radioisótopos, usados para diagnóstico e tratamento de algumas doenças.
O representante da agência nuclear da ONU viajará na quinta-feira para Brasília, onde será recebido pelo Ministro de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Gilberto Kassab, entre outras autoridades institucionais, segundo um comunicado do governo.
Amano chegará na sexta-feira ao estado do Rio de Janeiro para inspecionar a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto e se reunir com membros da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (Abacc) e com funcionários da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
O diplomata japonês de 69 anos de idade, que vem de uma visita a Cuba, também está interessado em explorar novas possibilidades para impulsionar o uso e o desenvolvimento de técnicas nucleares que combatam pragas como o vírus da zika, transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti.
A AIEA desenvolve no Brasil um projeto piloto que permite a criação em grandes quantidades de mosquitos estéreis com objetivo de reduzir gradualmente a população desse inseto.
"Vou ao Brasil para ver o status atual, para saber quais serão as futuras necessidades e ter uma visão do futuro rumo e as ações. Se o projeto for bem-sucedido será uma ótima notícia para outros países", comentou o diretor-geral da AIEA em declarações à Agência Efe em Viena, antes de iniciar a viagem internacional.
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- 23/11/2016 - Diretor-geral da AIEA visitará central nuclear de AngraFonte: ABENNesta sexta-feira (25), o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, fará uma visita a Angra para conhecer a central nuclear. Lá, ele será recepcionado pelo presidente da Eletronuclear, Bruno Barretto, e diretores da empresa.
Amano chegou ao país na terça-feira (22) para ver como anda a crise da zika e qual vem sendo o impacto do auxílio prestado pela AIEA. No início do ano, a agência - braço das Nações Unidas para a energia nuclear - anunciou que ajudaria países da América Latina e Caribe, incluindo o Brasil, no combate ao vírus. Nesta iniciativa, figuram a cessão de tecnologia nuclear capaz de detectá-lo e diferenciá-lo de outros, como os da dengue e chikungunya, e treinamento. A entidade promoveu ações semelhantes durante o surto de ebola, na África, em 2014.
Na quarta-feira (23), Amano visitou o Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), em Iperó, responsável pelo projeto do submarino nuclear nacional. Em seguida, conheceu o local adjacente ao CTMSP onde será construído o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). A cargo da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), o RMB produzirá radioisótopos com aplicações na saúde, indústria, meio ambiente e agricultura.
Nesta quinta-feira (24), o diretor-geral da AIEA se encontra em Brasília com os ministros da Saúde; Relações Exteriores; e Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, além do comandante da Marinha. Ele também faz reunião de trabalho com dirigentes do setor nuclear brasileiro, incluindo o presidente da Eletronuclear.
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- 23/11/2016 - Ministro receberá diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica em BrasíliaNo encontro, será repassado o programa nuclear brasileiro, de responsabilidade do MCTIC, por meio da Comissão Nacional de Energia Nuclear. Também será debatida a ampliação das atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação no setor, com a exploração segura e econômica do potencial científico, tecnológico e industrial. A reunião está marcada para 9h desta quinta-feira (24), em Brasília (DF)
No encontro, será repassado o programa nuclear brasileiro, de responsabilidade do MCTIC, por meio da Comissão Nacional de Energia Nuclear. Também será debatida a ampliação das atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação no setor, com a exploração segura e econômica do potencial científico, tecnológico e industrial. A reunião está marcada para 9h desta quinta-feira (24), em Brasília (DF)
Fonte: MCTICO ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, recebe nesta quinta-feira (24), em Brasília (DF), o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano. O objetivo do encontro é discutir o programa nuclear brasileiro, que é de responsabilidade do MCTIC, por meio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) cujo presidente, Renato Cotta, também participará da audiência.
Na reunião, também será debatida a ampliação das atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação no setor nuclear brasileiro, com a exploração segura e econômica do potencial científico, tecnológico e industrial do país.
A cooperação técnica da AIEA tem sido fundamental para fortalecer a preparação e resposta do país a emergências radiológicas e nucleares, a segurança física nuclear, a regulação do transporte de material radioativo e a segurança de rejeitos radioativos.
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- 22/11/2016 - Enquanto ciência for vista como despesa, país não vai avançar, diz secretário do MCTICEm audiência no Senado, Jailson de Andrade defendeu a "qualificação" dos gastos públicos. Já os presidentes do CNPq e da Finep pediram a preservação dos recursos do FNDCT, considerados a "gasolina" da ciência brasileira.
Em audiência no Senado, Jailson de Andrade defendeu a "qualificação" dos gastos públicos. Já os presidentes do CNPq e da Finep pediram a preservação dos recursos do FNDCT, considerados a "gasolina" da ciência brasileira.
Fonte: MCTICCiência, tecnologia e inovação precisam ser reconhecidas pelo Congresso Nacional como investimento para o desenvolvimento do país e não como despesa. A declaração foi feita pelo secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Jailson de Andrade, durante audiência pública nesta terça-feira (22) no Senado Federal.
"Enquanto ciência e tecnologia forem vistas como despesa, certamente, o país não vai avançar. Ciência, tecnologia e inovação precisam ser vistas como investimento, e o Senado Federal e a Câmara dos Deputados têm um papel extremamente importante para afirmar isso. O Congresso Nacional pode dar visibilidade ao tema e ajudar a reordenar o sistema de ciência e tecnologia e o financiamento dessa área no país", disse.
Na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado, o secretário mencionou o momento crítico de ajuste fiscal que o país atravessa, mas defendeu o que chamou de "qualificação" de investimentos. "Precisamos qualificar o gasto público, garantir o que for aprovado chegue, de fato, na ponta, seja em educação, saúde ou ciência e tecnologia. No momento em que tivermos foco e qualificação nos gastos públicos, certamente, será possível fazer reajustes dentro do sistema sem grandes traumas."
FNDCT
No debate, o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Mário Borges, afirmou que os recursos do Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia (FNDCT) alimentam ações e programas de pesquisa, como a Chamada Universal, que ele considera a "gasolina" da ciência brasileira. O edital tem por objetivo democratizar o fomento à pesquisa cientifica e tecnológica no país, contemplando todas as áreas do conhecimento. Segundo Borges, o Fundo tem impacto positivo na "ponta da ciência" nacional.
"As redes de pesquisa estão em todo o Brasil. O CNPq está em todos os cantos do país, o que mostra a sua capilaridade. Com a Chamada Universal, atendemos cerca de 5 mil pesquisadores e laboratórios no território nacional e uma série de atividades passam a funcionar envolvendo, por exemplo, as bolsas de iniciação científica", explicou.
Outro ponto importante destacado por ele é a inserção de pesquisadores em empresas nacionais. De acordo com o presidente do CNPq, a maior parte dos pesquisadores está, hoje, nas universidades, mas com o auxílio de bolsas e os recursos do FNDCT, aumentou o contingente desses profissionais nas empresas do país.
"Por meio do programa de Formação de Recursos Humanos em Áreas Estratégicas (RHAE), o CNPq alcançou 2.172 pesquisadores, sendo que 767 tornaram-se colaboradores diretos de empresas. São mestres qualificados se encaixando no mercado de trabalho. Esse é um programa que pode ser totalmente ampliado, desde que não tenhamos contingenciamento do FNDCT e mantenhamos a regularidade nos recursos", avaliou.
Criado em 1987, o RHAE é uma parceria do MCTIC e do CNPq. Desde 2007, é destinado à inserção de mestres e doutores em empresas privadas, preferencialmente de micro, pequeno e médio porte.
Diminuição
Ao longo da história, a arrecadação do FNDCT sofreu "vários golpes", nas palavras do presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Marcos Cintra. "Estamos em 2016 com um valor de pagamentos e desembolsos próximos ao da década de 70 e semelhante ao de 80. Apesar disso, construímos uma estrutura de ciência e tecnologia que nos colocou como o 14º país produtor mundial de conhecimento científico e o 76º em inovação. Imaginem o que não seria esse país se tivéssemos conseguido manter uma trajetória ascendente, se o FNDCT tivesse cumprido o papel para o qual foi criado", ressaltou.
Ele criticou o sistema de governança do fundo setorial, que, na sua avaliação, deve ter a estrutura repensada para desburocratizar e acelerar processos. "A ciência caminha mais rápido que o crescimento econômico, que é onde se reproduz o capital. Na ciência, a gente produz capital econômico e humano", disse.
Para o presidente da Finep, o sistema de ciência e tecnologia nacional se equipara ao de países desenvolvidos, mas precisa ser olhado com atenção para contribuir para o desenvolvimento. "Nosso sistema se assemelha ao de países razoavelmente desenvolvidos como Canadá, Espanha e Itália, e superamos a todos os do Brics. Mas somos obrigados a concluir que estamos caminhando para sua insustentabilidade, caso a política adotada perdure como nos últimos anos", alertou.
Debate público
Esta foi a quinta e última audiência sobre a aplicação do FNDCT, eleito pela comissão do Senado como política pública prioritária para 2016. O debate envolve, também, o Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel), tema abordado pelo diretor-presidente da Embrapii, Jorge Guimarães, em junho. Os requerimentos para o debate foram apresentados pelos senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e pelo senador Lasier Martins (PDT-RS), presidente da CCT.
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- 22/11/2016 - Resolução estabelece regras de bem-estar animal em ações de ensino e pesquisaOs profissionais que não seguirem os procedimentos recomendados pelo Concea estão sujeitos a sanções que vão desde multas até a proibição da realização da pesquisa. A resolução foi publicada no Diário Oficial da União ontem
Os profissionais que não seguirem os procedimentos recomendados pelo Concea estão sujeitos a sanções que vão desde multas até a proibição da realização da pesquisa. A resolução foi publicada no Diário Oficial da União ontem
Fonte: Jornal da CiênciaO Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) publicou ontem (21), no Diário Oficial da União, resolução com os novos procedimentos que devem ser seguidos por instituições que usam roedores em atividades de ensino e pesquisa. As normas entram automaticamente em vigor e valem para pesquisadores que trabalham com espécies de camundongo, cobaia, coelho, hamster e rato.
A resolução descreve as principais características dos roedores e orienta que se deve considerar as diferenças físicas, emocionais e comportamentais apresentadas por cada animal, inclusive se ele for geneticamente modificado. No documento, também há a recomendação para evitar o isolamento dos animais, a não ser em casos justificados cientificamente. E ainda estabelece a definição dos ambientes onde os animais são mantidos durante a pesquisa.
As normas fazem parte do Guia Brasileiro de Produção, Manutenção ou Utilização de Animais em Atividades de Ensino ou Pesquisa Científica, editado pelo Concea, órgão brasileiro responsável pela formulação de regras de garantia do bem-estar dos animais e pelo cadastro dos centros e laboratórios autorizados a desenvolverem no país trabalhos com experimentação animal.
Novos capítulos do manual devem ser publicados em breve, normatizando o uso de outros animais, como cães e gatos, em atividades de ensino e pesquisa. Os profissionais que não seguirem os procedimentos recomendados estão sujeitos a sanções que vão desde multas até a proibição da realização da pesquisa.
Polêmica
O uso de animais em diversas atividades ocorre sob a polêmica em torno do dilema ético se deve prevalecer a satisfação das necessidades dos seres humanos sobre as dos animais. Ativistas defendem a abolição do uso de animais, enquanto que pesquisadores avaliam que é possível utilizá-los de forma ética.
As espécies roedoras são utilizadas basicamente em três tipos de situações: 1 - no ensino acadêmico, como em aulas práticas dos cursos de biologia, psicologia, veterinária e outros; 2 - em atividades de pesquisa da área de saúde, como a análise da eficácia de medicamentos; e 3 - na indústria, onde os animais são usados para a realização de testes de cosméticos, produtos de limpeza e até agrotóxicos.
Os camundongos e coelhos são os mais utilizados por serem dóceis e pela grande capacidade de reprodução. Dependendo do tipo de pesquisa, também podem ser utilizados insetos, répteis, anfíbios e mamíferos. Muitos deles nascem no próprio laboratório e são descartados depois do uso.
A ONG Humane Society International (HSI), que atua na proteção animal, estima que, a cada ano, 100 milhões de animais morrem em todo o mundo em laboratórios de pesquisa para fins acadêmicos, médicos ou estéticos. Segundo Antoniana Ottoni, representante da HSI no Brasil, o número pode ser maior. No caso brasileiro, ela explica que não há nem estimativa devido à dificuldade de controle do número de animais que passam pelos laboratórios.
Em resposta às diretrizes internacionais que estabelecem os princípios de redução e substituição dos animais nas pesquisas o Brasil tem, desde 2008, uma legislação específica sobre o assunto. A Lei 11974/2008, conhecida como Lei Arouca, veda a submissão dos animais a qualquer tipo de sofrimento e recomenda também a adoção de métodos alternativos, quando possível.
A área do ensino é uma das que mais tem apresentado alternativas para substituir o uso de animais, como vídeos, bonecos e outras estratégias adotadas por professores em sala de aula. Contudo, há muitas atividades que ainda dependem da experimentação animal.
Em nota, o Concea afirma que tem recebido várias manifestações sobre a "Escusa de Consciência”, termo assinado por alunos que se recusam a participar de atividades que envolvem a utilização de animais. Nestes casos, o conselho lembra que as instituições devem disponibilizar metodologias alternativas de avaliação dos alunos.
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- 22/11/2016 - Pós-Doutorado em Corrosão em Ligas de Alumínio com Bolsa da FAPESP - Agência FAPESPBolsista integrará equipe de pesquisa de Projeto Temático desenvolvido no Ipen; prazo de inscrição encerra em 30 de novembro
Bolsista integrará equipe de pesquisa de Projeto Temático desenvolvido no Ipen; prazo de inscrição encerra em 30 de novembro
Fonte: Agência Fapesp
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) oferece uma oportunidade de Pós-Doutorado em Corrosão em Ligas de Alumínio com bolsa da FAPESP. O prazo de inscrição encerra em 30 de novembro.O bolsista integrará a equipe de pesquisa do Projeto Temático "Estudos da corrosão localizada e caracterização de resistência à corrosão associada à fadiga na região de solda em ligas de alumínio de elevada resistência soldadas por fricção (FSW)". A bolsa de PD destina-se a desenvolver projeto específico no tema: Investigação da resistência à corrosão localizada de juntas soldadas de ligas Al-Cu-Li por FSW.
O selecionado deverá conduzir pesquisa teórica e/ou empírica, além de outras atividades regulares, como a apresentação de seminários, a elaboração de papers e a disseminação dos resultados da pesquisa. Como resultado de sua pesquisa de pós-doutorado, deverá ainda produzir artigos a serem submetidos em revistas de alto impacto acadêmico, bem como apresentá-los em seminário de trabalho.
É recomendável que o candidato possua doutorado em Corrosão de Ligas de Alumínio e forte histórico de publicação. É igualmente desejável que o candidato tenha experiência comprovada nas técnicas SVET (Scanning Vibrating Electrode Technique) e TEM (Microscopia Eletrônica de Transmissão). O trabalho será desenvolvido no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, Centro de Ciência e Tecnologia dos Materiais.
Os interessados deverão enviar Currículo Lattes completo ou curriculum vitae, se estrangeiro, MyCitation (Google Scholar) e projeto de pesquisa relacionado com o tema deste projeto – com no máximo 15 páginas – para o endereço egp01@ipen.br, com o título "Bolsa - PD Temático – Corrosão - SVET". Do projeto de pesquisa deverão constar introdução, objetivos, metodologia, método de análise de resultados, conclusões e bibliografia.
A oportunidade está publicada em fapesp.br/oportunidades/1323/.
O selecionado receberá bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 6.819,30 mensais e Reserva Técnica. A Reserva Técnica da bolsa de PD equivale a 15% do valor anual da bolsa e tem o objetivo de atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.
Caso o bolsista resida em domicílio diferente e precise se mudar para a cidade onde se localiza a instituição-sede da pesquisa, poderá ter direito a um Auxílio-Instalação, composto por uma mensalidade adicional e despesas de transporte, quando houver deslocamento por distância superior a 350 quilômetros. Esse benefício precisa ser aprovado pela FAPESP.
Mais informações sobre a bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em fapesp.br/bolsas/pd.
Outras vagas de bolsas de Pós-Doutorado, em diversas áreas do conhecimento estão no site FAPESP-Oportunidades
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- 18/11/2016 - Jogos Olímpicos de Tóquio podem ser realizados em área nuclearFonte: Gazeta EsportivaOs torneios de softball e baseball das Olimpíadas de Tóquio, em 2020, poderão ser realizados em Fukushima, área afetada por um acidente nuclear causado emuma usina após um tsunami que assolou o país em 2011. Nesta sexta-feira o presidente da Confederação Mundial de Baseball e Softball (Wbsc), Riccardo Fraccari, confirmou a possibilidade da cidade se tornar sede das duas modalidades.
Fraccari se encontrou com o presidente da Tóquio 2020 Yoshiro Mori e revelou que neste sábado irá fazer algumas visitas para analisar potenciais sedes para o baseball e softball nas Olimpíadas. A Wbsc, inclusive, já está familiarizada com a região de Fukushima, já que o Mundial de baseball sub-15 aconteceu no local emjulho e agosto deste ano."Eu sei da importância do baseball e do softball no Japão, como isso pode facilitar a recuperação da área dos desastres. Então se os campos em Fukushima tiverem todos os requisitos, poderemos leva-los em consideração”, disse Yoshiro Moro.
O Comitê Organizador local irá esperar o aval da Wbsc antes de apresentar as sedes escolhidas para essas duas modalidades ao Comitê Olímpico Internacional (COI). Em um encontro de seu comitê executivo previsto para o mês que vem a entidade responsável pelos Jogos Olímpicos irá decidir se aprova ou não os locais das disputas.
As Olimpíadas de Tóquio irão acontecer nove anos após os desastres de Fukushima. Ainda que haja áreas inabitáveis que irão seguir assim por muitos anos, há outros locais com níveis de radiação suficientemente seguros para receber atletas, imprensa e torcedores durante os torneios de softball e baseball.
Pelos dados que recebi, a situação não é perigosa em Fukushima. Até no Mundial de baseball sub-15 apenas um país se recusou a competir, o resto veio. Penso que a principal questão são as facilidades e o cronograma. Fukushima é um lugar perfeitamente agradável onde você pode ir”, finalizou Riccardo Fraccari.
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- 18/11/2016 - Entidade nega doação pastilha de cobalto à Santa CasaA doação apontada pela Prefeitura de Sorocaba como a solução para a crise da radioterapia na cidade não acontecerá. A Sociedade Portuguesa de Beneficência (SPB) afirmou, em nota oficial (veja ao lado a íntegra da nota), que não cederá a pastilha de cobalto para o aparelho de radioterapia da Santa Casa de Sorocaba porque já havia prometido o dispositivo ao Ministério da Defesa. E era justamente com base na ajuda santista que o município estimava retomar o atendimento de radioterapia entre 60 e 90 dias.
A SPB disse que "em momento algum informou que faria doação da pastilha de cobalto existente na Instituição à Santa Casa de Sorocaba". O hospital admite que recebeu a visita do médico Max Strasser, que seria coordenador do Serviço de Radioterapia da entidade sorocabana e que ele apresentou interesse na doação da fonte de cobalto.
Contudo, o centro hospitalar santista ressaltou que, em função do interesse do Ministério da Defesa, a diretoria do local já havia decidido doar a pastilha e o equipamento de teleterapia Theratron 780 ao órgão -- procedimento que estaria em fase de finalização. O processo foi confirmado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
Por esta razão, a nota afirma que "mesmo lamentando profundamente a situação difícil da Santa Casa de Sorocaba, principalmente dos pacientes por ela assistidos, a Sociedade Portuguesa de Beneficência, em momento algum poderia, assim como não o fez, informar que faria tal doação".
O que aconteceu?
Em nota do Serviço de Comunicação do Paço (Secom), a Secretaria da Saúde de Sorocaba informou que "irá avaliar o que aconteceu, tendo em vista que as tratativas já haviam sido iniciadas". Na quarta-feira (16), o secretário da Saúde, Ailton Ribeiro, disse que as tratativas para efetivar a doação estariam avançadas, mas não formalizadas, sendo que representantes da Santa Casa estariam programando uma visita ao hospital.
"É oficial no sentido de que o Hospital Beneficência Portuguesa de Santos já manifestou seu interesse em doar a pastilha para a Santa Casa", afirmou na ocasião o secretário. O prefeito de Sorocaba, Antonio Carlos Pannunzio, e o gestor administrativo da Santa Casa, Ramiro Wey, também confirmaram a informação no mesmo dia.
A máquina utilizada nas sessões de radioterapia em Sorocaba foi desligada porque o prazo de validade da pastilha de cobalto-60 do equipamento venceu e há a necessidade de substituição. De acordo com Wey, uma pastilha nova custa aproximadamente R$ 1,5 milhão, mas atualmente o hospital não teria como adquiri-la por falta de recursos. Enquanto isso, o serviço de radioterapia da entidade está suspenso e os pacientes serão encaminhados, em sua maioria, para unidades da Grande São Paulo.
O gestor da Santa Casa já havia apontado a intenção inicial do hospital santista de ceder o dispositivo para o Instituto de Estudos Avançados (IEA), em São José dos Campos, mas afirmou na quarta-feira que "entramos em contato com o hospital e pedimos que ela fosse doada para a Santa Casa de Sorocaba, e a daqui iria para o IEA, pois o Instituto iria utilizá-la para pesquisas e não para tratamentos médicos, o que é a nossa necessidade". O instituto é uma organização militar, subordinada à Força Aérea Brasileira.
CNEN também se posiciona
A Coordenação-Geral de Instalações Médicas e Industriais (CGIM) da CNEN informou que só tem requisição para o transporte de uma pastilha de cobalto do hospital santista para o Instituto de Estudos Avançados (IEA) e não para a Santa Casa de Sorocaba. O órgão esclarece ainda que o transporte "desse tipo de fonte é uma atividade rotineira, que não envolve maiores riscos para a população, meio ambiente e as pessoas envolvidas na operação", desde que cumpridos os requisitos das normas exigidas, além de ser autorizado pela CNEN.
O órgão explica ainda que a transferência da pastilha de Santos para São José dos Campos foi autorizada e aprovada pela CNEN em 14 de dezembro de 2015 e ainda não ocorreu em razão da instalação ainda não possuir autorização do Ibama. E em relação à Santa Casa de Sorocaba, o CNEN informa que a atual pastilha de cobalto da unidade "encontra-se com atividade abaixo do requerido pela Vigilância Sanitária para o uso em pacientes".
"Em razão disso, a unidade hospitalar é obrigada a adquirir uma nova no mercado". Neste caso, a autarquia explica que o hospital deve comprar uma nova direto com o fabricante, com a garantia de que a antiga seja recolhida pela mesma, ou que a antiga seja doada a outra instituição que possua autorização para operação emitida pela CGIM ou ainda o seu recolhimento em um dos institutos do CNEN.
Plano B
Na quarta-feira (14), o secretário Ailton Ribeiro afirmou que se a doação santista não se confirmasse havia a possibilidade de um plano B. Esta alternativa seria uma empresa de Bauru que também possui um equipamento do mesmo modelo utilizado em Sorocaba. Nesse caso, as possibilidades seriam de ocorrer uma compra da pastilha ou que a empresa tenha interesse de fazer o serviço em conjunto com a que já opera a radioterapia na cidade.
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- 16/11/2016 - Entidades pedem ao Senado que as áreas de educação e CT&I sejam excluídas da PEC 55/2016Em carta conjunta aos senadores, a SBPC e outras 18 instituições alertam para as implicações que a PEC que limita gastos públicos pelos próximos 20 anos pode ter sobre a economia do País
Em carta conjunta aos senadores, a SBPC e outras 18 instituições alertam para as implicações que a PEC que limita gastos públicos pelos próximos 20 anos pode ter sobre a economia do País
Fonte: Jornal da CiênciaA SBPC, juntamente com outras 18 instituições, enviaram uma carta a todos os senadores solicitando que as áreas da ciência, tecnologia e inovação (CT&I) e educação sejam excluídas da PEC 55/2016, que limita gastos públicos pelos próximos 20 anos. No documento, as signatárias discorrem sobre as implicações na área de CT&I e educação.
Na carta, as entidades lembram ainda que o orçamento da CT&I brasileira foi extremamente reduzido nos últimos três anos do governo anterior e que "congelar o orçamento dessa área para os próximos 10 anos significa sentenciar as chances de desenvolvimento da economia à estagnação”.
Além da SBPC, assinam o documento a Academia Brasileira de Ciências (ABC), Academia Nacional de Engenharia, (ANE), Academia Nacional de Medicina (ANM), Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (ABIPTI), Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Associação Brasileira das Universidades Comunitárias (Abruc), Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem), Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Associação Nacional das Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap), Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies), Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I (Consecti), Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub), Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (Foprop), Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec), Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
Veja a carta na íntegra aqui.
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- 14/11/2016 - Reator de Chernobyl recebe nova coberturaFonte: Portal TerraSistema hidráulico é usado para posicionar sarcófago de aço sobre reator da antiga usina, que explodiu há 30 anos. Estrutura deve impedir vazamento de material radioativo pelos próximos 100 anos.Um arco gigante de aço, construído para impedir vazamento de material radioativo, começou a ser colocado nesta segunda-feira (14/11) sobre o reator de Chernobyl, na Ucrânia. A instalação da proteção, chamada de sarcófago, deve ser concluída no fim deste mês.
A estrutura de 275 metros de largura, 165 metros de comprimento e 108 metros de altura, que pesa mais de 36 mil toneladas, está sendo posicionada sobre o reator da antiga usina nuclear com ajuda de um sistema hidráulico.
O novo sarcófago foi construído a cerca de 330 metros do reator. De acordo com o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento, o principal patrocinador do projeto, o arco custou 1,5 bilhão de euros.
"O início da colocação do arco sobre o reator 4 na usina nuclear de Chernobyl é o princípio do fim de uma luta de 30 anos com as consequências do desastre de 1986", disse o ministro do Ambiente ucraniano, Ostap Semerak.
O desastre
No dia 26 de abril de 1986, um teste malfeito na usina nuclear de Chernobyl desencadeou uma explosão que resultou num incêndio, numa série de explosões adicionais e num derretimento nuclear. As nuvens expelidas de material radioativo forçaram milhares de pessoas a abandonarem suas casas.
O desastre foi ocultado pelas autoridades do Kremlin durante semanas. Ao menos 30 pessoas morreram no local, mas o maior acidente causado pelo homem levou à morte a milhares de pessoas devido à radiação, que atingiu vastas áreas da zona ocidental da antiga União Soviética.
Na época, trabalhadores convocados em toda a ex-União Soviética para limpar e conter a disseminação de material radioativo construíram um bloco de cimento em volta do reator. Mas esta estrutura corre o risco de ruir.
A nova construção metálica deve impedir o vazamento de material radioativo pelos próximos 100 anos. Mais de 200 toneladas de urânio seguem no interior do reator destruído. Segundo o banco europeu, o arco é um dos projetos mais ambiciosos da história da engenharia.
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- 14/11/2016 - Reator Multipropósito só sai do papel com política de estado, diz técnicoFonte: Isto ÉFlávia Villela - Repórter da Agência Brasil
O dinheiro gasto com arenas de futebol para a Copa do Mundo poderia ter ajudado a concluir o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), um empreendimento ambicioso que pode tornar o Brasil autossuficiente na produção de substâncias utilizadas no tratamento e diagnóstico do câncer, na indústria, agricultura e no meio ambiente.
A afirmação é do coordenador técnico do empreendimento, José Augusto Perrotta, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do Ministério da Ciência e Tecnologia. Ele participou do 30º Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear, que termina hoje em São Paulo.
O projeto está parado esperando US$ 150 milhões. O preço total do programa é de US$ 500 milhões. Até agora foram gastos R$ 75 milhões.
"É uma estrutura fundamental para o desenvolvimento nacional nas atividades do setor nuclear, nas áreas de aplicações sociais, estratégicas, industriais e desenvolvimento científico e tecnológico. Além disso, é um investimento que se paga em 20 anos”, disse.
O técnico nuclear propõe que o projeto seja abraçado por mais ministérios porque vai beneficiar diferentes áreas, como saúde, defesa e pesquisa e exige alto investimento. "Precisa ser um programa de Estado. Sabemos que temos dificuldade financeira, mas precisamos definir quais são as prioridades do país,” declarou.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, Claudio Tinoco Mesquita, falta vontade política para concluir o empreendimento. "Estamos falando de uma especialidade médica que atende mais de 2 milhões de pessoas por ano. As chances de você ir a esses novos estádios de futebol são muito pequenas, mas as chances de, ao longo da minha vida, fazer procedimentos da medicina nuclear são muito reais”, disse.
"O problema do RMB é que ele não cabe em um mandato de presidente da República. As pessoas são muito imediatistas e não pensam que esse empreendimento pode sustentar a medicina nuclear brasileira nos próximos 20, 30 anos”. Hoje quase todos os radioisótopos utilizados na medicina nuclear são importados e os preços variam de acordo com a flutuação do dólar.
Projeto básico já está concluído
O empreendimento, que será construído em Iperó (SP), já tem projeto básico concluído e conta com licenças prévias junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN, além de outorga de água.
Já foram feitas três audiências públicas. No momento, está sendo desenvolvido o combustível nuclear para viabilizar a preparação do reator. Falta agora contratação do projeto detalhado do reator e dos sistemas nucleares. Perrota ressaltou que, caso sejam disponibilizados os recursos integrais para o projeto, ainda há chance de o empreendimento ficar pronto em 2022.
"Já são oito anos falando sobre o assunto, espero não passar mais oito anos falando a mesma coisa. Estou há 34 anos na CNEN, do Estado. O que temos visto ultimamente é que o governo não executa as ações do Estado. Estou há oito anos nesse projeto, já se passaram sete ministros, não sei quantas secretários-executivos e a cada recomeçar é preciso explicar o que existe e o problema não foi resolvido”, disse ele.
"É preciso mudar o modelo. Precisamos de um sistema que atenda ao estado e não para benefício de quem trabalha para o Estado”, salienta. Uma vez concluído, o empreendimento terá infraestrutura de pesquisa aberta à comunidade científica 24 horas por dia. Além de fornecer feixes de nêutrons para pesquisa científica, será usado em testes de irradiação de materiais e combustíveis utilizados em usinas nucleares geradoras de eletricidade e submarinos propulsados por reatores nucleares, por exemplo.
O reator também tem a missão de produzir radioisótopos e fontes radioativas para a saúde, indústria, agricultura e meio ambiente, substituindo importações e gerando exportações.
Reatores no Brasil
O reator nuclear do RMB terá 30 megawatts de potência. O Brasil possui quatro reatores nucleares de pesquisa em operação. O mais antigo, inaugurado em 1957, e de maior potência (5 megawatts) é do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), em São Paulo.
O Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN) em Belo Horizonte possui um reator de 100 kilowatts e o Instituto de Engenharia Nuclear (IEN) no Rio de Janeiro, um de 500 watts, ambos construídos na década de 60. O quarto reator nuclear de pesquisa também no IPEN é uma instalação do tipo unidade crítica (100 watts) e foi construído na década de 80, já com tecnologia nacional, visando o desenvolvimento autônomo da tecnologia para reatores nucleares de potência.
Perrota lembrou que os reatores existentes no país não têm capacidade para garantir operação comercial ou características adequadas para uma pesquisa de alto nível.
Faltam pesquisa e pessoal
O diretor de produção do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), Jair Mengatti, ressaltou que outro problema urgente que o país enfrenta é a falta de pessoal capacitado e de pesquisa no ramo da medicina nuclear.
"Não acredito em milagre, hoje o maior capital que o país tem é o conhecimento. Sem isso, seremos importadores a vida inteira. Países hoje ricos investiram em pessoas, em pesquisa e desenvolvimento”, declarou. "Ou pensamos grande ou continuaremos sendo colônia”, afirmou.
O Ipen é principal fornecedor de material radioativo médico do país. Os funcionários já fizeram duas greves nos últimos dois anos por melhores salários e condições de trabalho. A maioria dos servidores está próxima da aposentadoria e não há previsão de concursos para reposição desse pessoal.
* A repórter participou do congresso a convite da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear
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- 10/11/2016 - Só 6% dos serviços de medicina nuclear são públicos, segundo dados da SBMNFonte: EBC - Agência Brasil
Pouco conhecida pela maioria da população, a medicina nuclear é hoje fundamental para o diagnóstico de vários tipos de cânceres e doenças do coração. Entretanto, somente 6,3% dos serviços dessa tecnologia no Sistema Único de Saúde (SUS) são públicos. Os dados são da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) com base no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus). O tema foi abordado nesse sábado (12) durante o 2º Fórum dos Pacientes do 30º Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear.
Segundo o presidente da SBMN, Claudio Tinoco Mesquita, os demais serviços são privados e também contratados pelo SUS. "Como a tabela do reembolso desses serviços não é reajustada desde 2009, muitos estão parando de atender. Já ouvi diretor de hospital dizer que medicina nuclear dá prejuízo”, disse Tinoco. "É muito injusto, porque quem produz é o governo e essa produção feita com alta tecnologia acaba servindo, sobretudo, ao setor privado”, completou.
A medicina nuclear utiliza quantidades mínimas de substâncias radioativas - os chamados radiofármacos - para obter imagens e oferecer tratamentos precisos para diversas doenças e, em alguns casos, seu uso pode ser decisivo na cura do paciente. Márcio Salmázio, de 48 anos, foi diagnosticado com câncer de próstata no início do ano. "A doença já estava avançada, estava com metástase nos gânglios linfáticos. Meu primeiro médico falou que nem iria me operar, que meu caso era apenas tratamento paliativo”, afirmou. Após trocar de médico, ele fez um exame conhecido como PSMA, que identificou que a metástase poderia ser revertida. "Fiz um exame há 15 dias e estou zerado.”
O exame não está incluído nem no SUS nem na saúde complementar e custa cerca de R$ 4.500. "Infelizmente, é um exame caro e poucas pessoas têm acesso a ele. Fico pensando quantas pessoas acabam morrendo porque não podem fazer esse exame, não recebem devido tratamento”, destacou Salmázio.
O câncer de próstata é o segundo mais frequente entre homens. De acordo com médica nuclear do Hospital Israelita Albert Einstein, Akemi Osawa, a nova tecnologia está revolucionando os paradigmas do diagnóstico e do tratamento. "Em algumas situações, o paciente está há anos achando que tem metástase no osso e quando fazemos o PSMA, não estava no osso. É um impacto avassalador. Torço para que essa tecnologia seja difundida a galope”.
A grande assimetria entre o acesso no serviço público e no privado foi também discutida no fórum. "Dos 150 milhões de usuários do SUS, temos 228 cintilografias cardíacas. E dos cerca de 51 milhões de usuários da saúde suplementar, temos 800 mil cintilografias cardíacas”, disse Tinoco. Para quem tem plano de saúde, o uso de cintilografia cardíaca está na faixa de 1.683 procedimentos para cada 100 mil habitantes, e, no SUS, ela cai para 150 para cada 100 mil habitantes.
Mais de 430 clínicas oferecem exames traçadores no país, e o número vem crescendo cerca de 5% anualmente. A este ritmo, o SUS só alcançará mesma taxa de utilização da saúde suplementar daqui a 50 anos, destacou o Tinoco.
A representante de o Instituto Vencer o Câncer, Rita de Cassia Domingues, disse que, mesmo na saúde suplementar, os pacientes têm encontrado muita dificuldade para marcar exames. "Muitas vezes o médico não solicita exames importantes porque o plano de saúde não paga. O rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde deveria ser um direcionamento e não um teto. Esta é a grande preocupação da sociedade civil organizada”, destacou. Os serviços de medicina nuclear estão concentrados nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
A representante da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), Mariana Cavalcante, lembrou que o acesso a esse tipo de tecnologia é ainda pior nas regiões Norte e Nordeste. "Dos 40 centros que realizam PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons), 14 ficam na Região Sul e 17 na Região Sudeste. Na Norte não tem nenhum centro que realiza o exame, segundo dados do SUS de 2015,” disse.
PET
O PET é um dos principais avanços da medicina nuclear e vem contribuindo para diminuir o número de cirurgias desnecessárias para a remoção do tumor e diminuindo gastos no SUS.
De setembro do ano passado a agosto deste ano, segundo o Datasus, nenhum PET foi feito na Região Norte e em vários estados, inclusive no Rio de Janeiro. Ao todo foram feitos 12 mil exames nesse período, menos 0,1 para cada 100 mil habitantes, bem abaixo de países vizinhos como o Uruguai e a Argentina. Na saúde suplementar, essa taxa é de 16 por 100 mil habitantes.
A Agência Nacional de Saúde prevê o uso do exame na saúde suplementar para apenas oito indicações de câncer. Em alguns países da Europa e nos Estados Unidos, a indicação passa de 50. No SUS, o exame só está autorizado para três tipos de doenças: linfoma, câncer de pulmão e câncer de cólon com metástase hepática. Além do PET, mais 52 procedimentos ambulatoriais são oferecidos gratuitamente no sistema público de saúde, além de 20 radiofármacos. Existem hoje cerca de 150 equipamentos de PET no Brasil.
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- 10/11/2016 - Estratégias de Aceitação Pública da Geração Elétrica NuclearFonte: Jornal CEIRI
Os países que embarcam em programas nucleares, geralmente têm fortes razões para fazê-lo, incluindo a falta de boas alternativas para satisfazer suas necessidades de geração de energia elétrica. Essas razões também podem incluir a confiança na segurança das usinas nucleares existentes e, particularmente, a confiança em que tecnologias ainda mais seguras estarão em operação em breve. Na maioria dos casos, quando a opinião pública compreender as razões subjacentes para adotar a geração elétrica nuclear, haverá apoio às decisões dos formuladores de políticas. Por isso que é tão importante para o público entender os esforços em curso para a melhoria do desempenho dos reatores; os progressos alcançados na segurança desde os acidentes de Three Miles Island e Chernobyl; e as medidas tomadas desde Fukushima para evitar ocorrências semelhantes no futuro.
Entretanto, os países apresentam níveis muito divergentes quanto à educação e conhecimento tecnológico de suas populações. Dessa forma, as estratégias de comunicação com o público sobre a energia nuclear deverão ser diferentes de país para país. Nas nações com setores nucleares bem estabelecidos, por exemplo, a indústria nuclear fornece empregos que as pessoas estão ansiosas que sejam mantidos e ampliados. As pessoas profissionalmente ligadas à indústria nuclear podem explicar os benefícios da tecnologia para outros dentro de seus ambientes sociais e fazer uma grande diferença na aceitação do público. Nos países menos desenvolvidos, a situação pode ser bem diferente. É necessário certo nível de educação para entender as características da tecnologia e segurança nuclear. Dessa forma, a comunicação com o público nos países cujas populações têm menor nível de instrução deve se concentrar nos recursos energéticos locais e sua incapacidade de fornecer eletricidade suficiente para efetivas melhorias na qualidade de vida. Se o público percebe que a qualidade de vida não pode avançar sem a energia nuclear, as pessoas vão apoiá-la, mesmo que um acidente possa vir a acontecer, da mesma maneira que, apesar de quedas de aeronaves não sejam completamente evitáveis, as pessoas viajam por via aérea porque apenas aviões pode fornecer transporte rápido e confortável à longa distância.
Os países que buscam a energia nuclear como forma de atingir suas metas de desenvolvimento econômico e social devem partilhar seus processos de tomada de decisão com outros países em situações semelhantes. Enquanto isso, os órgãos reguladores nucleares devem ser transparentes em suas interações com o público. Estas agências são a interface entre a indústria nuclear e a população. Elas devem demonstrar de forma consistente a sua independência e sua capacidade de fiscalizar e controlar a energia nuclear de forma adequada.
Mesmo que alguns países estejam abandonando a geração elétrica nuclear, como a Alemanha está fazendo (sem, porém, abandonar as armas nucleares da OTAN que permanecem em seu território e estão sendo modernizadas), o número de nações que operam usinas é crescente (Belarus e Emirados Árabes Unidos são exemplos recentes), assim como o número total de reatores em funcionamento no mundo (436 ao fim de 2014, 439 ao fim dos 2015, mais 7 até agosto de 2016). Isto ocorre simplesmente porque muitos outros países visualizam a nucleoeletricidade como um componente necessário ao seu futuro mix de energia elétrica, garantindo geração de base com segurança de abastecimento sem emitir gases de efeito estufa, contribuindo simultaneamente para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, e com mínima "pegada ecológica” em termos de área ocupada e uso de recursos naturais, minimizando, assim, também os impactos ambientais.
Fonte Consultada:
Avaliação de Leonam dos Santos Guimarães: Doutor em Engenharia; Diretor de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente da Eletrobrás Eletronuclear; membro do Grupo Permanente de Assessoria do Diretor-Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
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- 10/11/2016 - Pós-doutorado em Eletrocerâmicas com Bolsa da FAPESPO candidato selecionado participará da pesquisa "Estudos de sinterização assistida por campo elétrico em eletrocerâmicas"; prazo de inscrição encerra em 15 de novembro
O candidato selecionado participará da pesquisa "Estudos de sinterização assistida por campo elétrico em eletrocerâmicas"; prazo de inscrição encerra em 15 de novembro
Fonte: Agência FAPESP
O Centro de Ciência e Tecnologia de Materiais do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) da Universidade de São Paulo (USP) oferece uma oportunidade de pós-doutorado em Engenharia de Materiais e Metalúrgica com Bolsa da FAPESP. As inscrições encerram-se em 15 de novembro.
Esse Centro do Ipen integra o Centro de Materiais Funcionais (CDMF), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela Fundação. O candidato selecionado participará da pesquisa "Estudos de sinterização assistida por campo elétrico em eletrocerâmicas".
Entre as atividades previstas para serem desenvolvidas pelo bolsista estão experimentos de sinterização por flash, análise de fases estruturais por difração de raios X, análise microestrutural por microscopia eletrônica de varredura e microscopia de varredura por sonda e análise de fenômenos de transporte por espectroscopia de impedância eletroquímica.
Os experimentos de sinterização por flash serão feitos em dispositivo montado nos laboratórios do Ipen. Os experimentos visam coletar dados para a modelagem e proposição de mecanismos para explicar o fenômeno de sinterização por flash, que possibilita obter corpos cerâmicos densos com tamanho de grão nanométrico, a temperaturas menores que as aplicadas em sinterização convencional.
A bolsa terá duração de 12 meses, podendo ser prorrogada.
Os candidatos devem enviar curriculum vitae destacando habilidades na operação e interpretação de resultados em espectroscopia de impedância eletroquímica de sólidos e sinterização, com no máximo cinco páginas, e duas cartas de recomendação de ex-supervisores, para o pesquisador principal do projeto, Reginaldo Muccillo (muccillo@usp.br). Mais informações podem ser solicitadas por meio desse endereço de e-mail.
A oportunidade está publicada no endereço www.fapesp.br/oportunidades/1276.
O selecionado receberá bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 6.819,30 mensais e Reserva Técnica. A Reserva Técnica da bolsa de PD equivale a 15% do valor anual da bolsa e tem o objetivo de atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.
Caso o bolsista resida em domicílio diferente e precise se mudar para a cidade onde se localiza a instituição-sede da pesquisa, poderá ter direito a um Auxílio-Instalação, composto por uma mensalidade adicional e despesas de transporte, quando houver deslocamento por distância superior a 350 quilômetros. Esse benefício precisa ser aprovado pela FAPESP.
Mais informações sobre a bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em fapesp.br/bolsas/pd.
Outras vagas de bolsas de Pós-Doutorado, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades.
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- 07/11/2016 - China começa a construir seu primeiro reator nuclear flutuanteFonte: UOLA China começou a construir seu primeiro reator nuclear flutuante e pretende lançá-lo de sua costa até o fim da década.
O reator, de 200 megawatts, vai ajudar a fornecer energia para instalações chinesas em mar aberto e em ilhas, disse a estatal China General Nuclear Power Group (CGN), acrescentando que o fornecimento de energia offshore é uma questão que a China tem de superar para se tornar uma potência naval.
A CGN afirmou que iniciou a construção do reator ACPR50S e que vai adquirir junto à da Dongfang Electric o reservatório de pressão da unidade, que cerca o núcleo do reator.
O projeto ACPR50S foi aprovado mais cedo neste ano pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, órgão estatal de planejamento econômico da China, junto com planos para o reator flutuante ACP100S, da China National Nuclear Corp, e uma proposta da China Shipbuilding Industry Corp para transformar uma unidade militar nuclear offshore em uma estação de energia flutuante para uso civil.
Em julho, a mídia estatal chinesa disse que o país pretende inaugurar uma série de plataformas offshore de energia nuclear para promover o desenvolvimento no Mar do Sul da China, logo após um tribunal internacional determinar que Pequim não tinha direito histórico sobre a maior parte das águas da região.
A soberania sobre o Mar do Sul da China é disputada pela China, pelas Filipinas, Vietnã, Malásia, Brunei e Taiwan, e qualquer manobra para construir reatores nucleares poderá aumentar a tensão na região.
Os reatores flutuantes foram primeiramente propostos nos Estados Unidos em 1970, mas a ideia foi abandonada. A primeira demonstração da tecnologia deve ser lançada no próximo ano na Rússia.