Clipping de Notícias
-
- 04/09/2015 - Robô é testado para descontaminar reatores de FukushimaTEPCO diz que teste foi um sucesso. Robô é capaz de alcançar até 8 m de altura graças a corpo desdobrável.
TEPCO diz que teste foi um sucesso. Robô é capaz de alcançar até 8 m de altura graças a corpo desdobrável.
Fonte: G1A operadora da usina nuclear de Fukushima, no Japão, testou com sucesso um novo robô teleguiado para retirar as substâncias radioativas dos edifícios dos reatores danificados, confirmou nesta sexta-feira (4) a Tokyo Electric Power (TEPCO).
Seu objetivo é facilitar o processo de desmantelamento da usina, já que permitirá limpar áreas de difícil acesso dos locais aonde não podem chegar outros dispositivos, e nas quais os níveis de radioatividade são altos demais para os operários humanos.
O robô é capaz de alcançar até oito metros de altura graças a seu corpo desdobrável, com o que poderia limpar grande parte do interior dos edifícios, inclusive o teto, onde se acumulam resíduos altamente radioativos emanados dos reatores após a catástrofe nuclear de 2011.
O dispositivo conta com uma cabeça pela qual expele jatos de gelo seco granulado (nome que se dá ao dióxido de carbono em estado sólido), o que lhe permite polir a superfície das paredes e retirar as substâncias radioativas.
Projetado pela companhia tecnológica japonesa Toshiba, o robô também está dotado de 22 câmeras que permitem a seus operários conduzi-lo à distância.
O dispositivo foi testado esta semana com sucesso por engenheiros da companhia em um cenário que simula as instalações nucleares de Fukushima, segundo explicou um porta-voz da TEPCO.
A companhia planeja começar a usar o robô no início de outubro no reator número 3 de Fukushima Daiichi, segundo informou a emissora estatal japonesa "NHK".
A Tokyo Electric Power já empregou anteriormente outros modelos de robôs teleguiados para explorar o interior da área de contenção dos reatores danificados.
A TEPCO também planeja ter pronta para 2016 outra versão do robô resistente à água que possa explorar a parte inferior da área de contenção, onde se acumula a água filtrada dos sistemas de refrigeração e também o combustível fundido.
A retirada do combustível é a operação mais complexa e delicada dentro do longo processo para desmantelar a central nuclear, cuja duração estimada é de quatro décadas.
-
- 01/09/2015 - CNEN defende criação de agência reguladora para o setor nuclearFonte: PetronotíciasA separação das atividades de regulação e promoção do setor nuclear parece estar mais perto de virar realidade, depois de muitos anos sendo defendida pela indústria, liderada pela Associação Brasileira de Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN). Agora a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), presidida por Ângelo Padilha (foto), que concentra as duas prerrogativas atualmente, finalmente reconheceu que a ideia da criação de uma agência reguladora para o setor precisa ser levada adiante.
De acordo com a CNEN, "a criação de uma agência reguladora nuclear seria importante, pois a complexidade atingida pelas atividades nucleares e com fontes de radiação no Brasil já demanda um órgão totalmente dedicado à regulação e ao controle deste setor. Além disso, essa já é uma tendência mundial”. A resposta da Comissão foi enviada ao Jornal Estado de S. Paulo.
O tema já era alvo de críticas por parte da indústria há muito tempo, mas a CNEN vinha se mantendo de fora das discussões até poucos anos atrás. No entanto, em 2012, a Abdan e a Comissão se reuniram para realizar um evento sobre licenciamento nuclear, em que o assunto acabou entrando na pauta.
Os exemplos de países como Estados Unidos, França e Coreia, onde a regulação e a promoção são separadas, influenciaram no entendimento mais claro dessa distinção entre os órgãos que devem exercer cada atividade.
Hoje, além de ser responsável por regular o setor, a CNEN é quem comanda as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e a Nuclep, que também são passíveis de regulação pela própria Comissão. Na visão do mercado, esta situação não poderia acontecer por trazer em si um claro conflito de interesses.
Apesar de reconhecer finalmente a importância da criação de uma agência separada para a regulação, a Comissão ainda nega o conflito de interesses, afirmando que "exerce plenamente seu papel de órgão regulador”.
-
- 28/08/2015 - São Paulo contará com cientistas-chefe nas secretarias de governoO anúncio foi feito pelo vice-governador do Estado de São Paulo, Márcio França, na cerimônia de abertura do Fórum Nacional do Confap, na quinta-feira (27/08), e que encerra hoje (28/08) em São Paulo
O anúncio foi feito pelo vice-governador do Estado de São Paulo, Márcio França, na cerimônia de abertura do Fórum Nacional do Confap, na quinta-feira (27/08), e que encerra hoje (28/08) em São Paulo
Fonte: Jornal da CiênciaO Estado de São Paulo vai adotar iniciativa inovadora para conectar a ciência e a pesquisa com as necessidades de governo. Secretarias de Estado deverão contar com um cientista que assumirá a tarefa de buscar a melhor resposta que a ciência possa oferecer à atividade daquele órgão.
O anúncio foi feito pelo vice-governador do Estado de São Paulo, Márcio França, na cerimônia de abertura do Fórum Nacional do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), na quinta-feira (27/08), e que encerra hoje (28/08) em São Paulo.
A proposta resultou de análise feita durante visita do secretário à FAPESP em 25 de março. Na ocasião o presidente da Fundação, Celso Lafer, lembrou a experiência de outros países, como Reino Unido e Israel, que têm em seu organograma de governo essa função. Lafer lembrou ainda que o Departamento de Estado americano tem também um cientista incumbido de avaliar o impacto e a utilidade da pesquisa e do conhecimento para a ação diplomática.
O vice-governador levou a ideia ao governador Geraldo Alckmin, que viu nela um caminho para tornar o Estado de São Paulo ainda mais eficiente. A figura do cientista-chefe, em São Paulo, será responsável pela interlocução entre administradores públicos, universidades e agências de fomento.
A proposta está agora em fase de detalhamento "A Fundação vai trabalhar com esses cientistas-chefe e apoiar projetos de pesquisa que colaborem com soluções para o governo de São Paulo”, adiantou Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.
"Queremos aproximar o governo da FAPESP”, afirmou Márcio França, enfatizando que a aproximação da academia e a política é crucial para o desenvolvimento da ciência articulada com o desenvolvimento econômico e social do estado e do país.
Os cientistas-chefe, de acordo com Brito Cruz, poderão tornar mais efetivo o uso de resultados de pesquisa, propor a articulação de projetos já existentes e sugerir novos projetos e programas de pesquisa que enderecem questões afeitas à sua secretaria. "Devem também ouvir a comunidade de pesquisa por meio de workshops e simpósios, além de articular a apresentação de projetos de pesquisa da FAPESP na linha de Apoio à Pesquisa sobre Políticas Públicas”, enfatizou Brito Cruz.
"A intenção é levar a ciência a contribuir para o governo. Durante tanto tempo se falou em interação entre a universidade e a empresa. A interação da universidade com o governo é igualmente meritória. A ciência e os cientistas podem ajudar a empresa e o governo a serem melhores.”
O Fórum Confap reúne na FAPESP lideranças de 26 Fundações de Amparo à Pesquisa de todo o país e a cerimônia de abertura contou com a presença do ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo; do vice-governador de São Paulo e Secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Márcio França; do presidente da FAPESP, Celso Lafer, e do futuro presidente da Fundação - já designado - José Goldemberg; do presidente do Confap, Sérgio Gargioni; do presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis, entre outros.
Internacionalização da pesquisa
Em sua fala, o presidente da FAPESP, Celso Lafer, destacou a participação da FAPESP no processo de fortalecimento e consolidação dos sistemas estaduais de pesquisa. "Para a FAPESP, sempre foi claro que o fortalecimento da pesquisa paulista e brasileira passa pelo fortalecimento dos sistemas estaduais e nacional de ciência e tecnologia e da articulação entre eles.”
Esse fortalecimento, acrescentou, se traduz também na colaboração entre as FAPs. "As FAPs contribuem para a institucionalização do que qualificaria de federalismo cooperativo em matéria de ciência, tecnologia, pesquisa e inovação. Elas, por meio do Confap, vêm estimulando a coordenação de esforços para o desenvolvimento de formas pelas quais, por meio do conhecimento, nosso país seja capaz de lidar com seus desafios”, afirmou Lafer.
Um dos temas centrais da agenda do Fórum Nacional do Confap são os programas de parcerias internacionais. Ao todo, as 26 FAPs têm acordos de parceria com Reino Unido, França, Irlanda, Estados Unidos, Rússia e União Europeia. O maior parceiro é o Reino Unido e o Fundo Newton é a parceria internacional mais importante. O programa foi lançado em 2014 com o objetivo de promover o desenvolvimento social e econômico por meio da inovação e prevê aportes de até £ 27 milhões entre 2014 e 2017, em pessoas (mobilidade e intercâmbio de pesquisadores), pesquisa e inovação. O primeiro acordo para uma chamada relacionada ao quesito inovação será em setembro, tendo como parceiro o Senai e o objetivo de capacitar agentes.
Até agora, o Fundo Newton já apoiou – por intermédio do Confap e da FAPESP - 1.200 pesquisadores brasileiros, promoveu a realização de 15 workshops e resultou em investimentos totais em pesquisa de £ 6 milhões. O Fundo tem presença em 15 países, entre eles o Brasil, que recebe um volume de recursos só inferior à China e Índia. Sérgio Luiz Gargioni, presidente do Confap e da Fundação de Amparo à Pesquisa de Santa Catarina (FAPESC), anunciou, durante o Fórum, a reativação da FAP de Tocantins.
Editais FAPESP e Finep
O ministro Aldo Rebelo sugeriu que a FAPESP, Finep e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) deveriam adotar "ações de cooperação mais profundas e douradoras” entre si e com as demais FAPs. "Com o apoio da FAPESP queremos apoiar o espírito inovador em todo o país e fortalecer o Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia que deve ter uma base forte nos Estados”, afirmou o ministro.
Algumas parcerias com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) já estão em curso. No Fórum do Confap, Brito Cruz anunciou três novas chamadas de propostas da FAPESP em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), num total de R$ 80 milhões, para a pesquisa na área de manufatura avançada, inovação tecnológica e qualificação de fornecedores para o projeto Sirius.Brito Cruz também anunciou um quarto edital, em parceria com Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e Comitê Gestor da Internet (CGI), por meio do qual os recursos arrecadados com o registro de domínio feito pela FAPESP entre 1998 e 2005 serão destinados ao financiamento de pesquisas relacionadas à internet propostas por pesquisadores de qualquer lugar do país.
-
- 28/08/2015 - PF indicia ex-presidente da Eletronuclear por corrupção, lavagem e organização criminosaOthon Luiz, apontado como o pai do programa nuclear, foi preso em 28 de julho pela Operação Lava Jato sob suspeita de receber R$ 4,5 milhões de propinas do consórcio de Angra 3
Othon Luiz, apontado como o pai do programa nuclear, foi preso em 28 de julho pela Operação Lava Jato sob suspeita de receber R$ 4,5 milhões de propinas do consórcio de Angra 3
Fonte: Agência Estado
Por Ricardo Brandt, Mateus Coutinho e Fausto Macedo
A Polícia Federal indiciou o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e organização criminosa. Preso desde 28 de julho na Operação Radiotividade, desdobramento da Lava Jato, Othon Luiz, apontado como pai do programa nuclear, é suspeito de ter recebido propinas nas obras da usina de Angra3.
Pelo menos R$ 4,5 milhões foram rastreados em uma conta da Aratec Engenharia, controlada por ele, mas os investigadores suspeitam que o almirante possa ter recebido R$ 30 milhões no total.
VEJA A ÍNTEGRA DO RELATÓRIO DA PF INDICIANDO O ALMIRANTEE OUTROS SETE INVESTIGADOS
Em relatório de 30 páginas, a PF indiciou oito investigados – além de Othon Luiz, uma filha dele, Ana Cristina Toniolo, o executivo Flávio David Barra, presidente da Andrade Gutierrez Energia, e cinco supostos intermediários do dinheiro ilícito.
"Há evidências de que as empresas que compõem o consórcio Angramon, vencedor da licitação para a montagem eletromecânica da usina nuclear de Angra 3, fizeram um ajuste para que houvesse a divisão das partes que seriam licitadas na obra, de sorte que o procedimento licitatório ocorresse apenas para chancelar algo que já havia sido adrede combinado entre as mesmas”, afirma a delegada da PF Erika Mialik Marena, do Grupo de Trabalho da Lava Jato.
A PF destaca que , antes mesmo da divisão, existem indícios de que o edital de pré-qualificação de 2011 já teria sido direcionado "para aquelas empresas que vieram efetivamente a assinar o contrato em 2014″.
O nome do almirante Othon surgiu na Lava Jato a partir da delação premiada de um ex-executivo da Camargo Corrêa, Dalton dos Santos Avancini. À força-tarefa da Lava Jato, Avancini relatou que um outro executivo da empreiteira sabia detalhes de valores que teriam sido repassados ao ex-presidente da Eletronuclear nas obras de Angra3.
No relatório, a PF transcreve o depoimento de um executivo da Engevix, José Antunes Sobrinho, que contou ter recebido pedido de ‘apoio’ do almirante para um ‘projeto’.
Com os alvos da Radioatividade, a PF confiscou 68 HDs/computadores/notebooks, 29 celulares/tablets, 71 dispositivos USB/pendrives, 24 CDs/DVDs, 34 dispositivos diversos (como disquetes/fitas).
A PF apreendeu um e-mail de Antunes para o executivo Samuel Fayad. Na mensagem, enviada em 21 de agosto de 2014, às 18h40, Fayad diz a Antunes. "Estive hoje com Othon. Ele estará convocando o Roberto e o Lima para fechar de vez o assunto aditivo. É certo que Othon vai te chamar para participar. Percebi que há um movimento da AF para afastar a Engevix. Colntunio segurando. Abs e bons negócios.”
Outro e-mail, este de Antunes para executivos da Engevix, foi enviado dia 18 de outubro de 2014, às 12h31. Nele, Antunes observa. "Se precisarem de alguma ação minha com o Othon ou com AF/Lima, por motivos óbvios de minha relação, conhecimento do setor e histórico, podem contar comigo.”
Antunes diz que sua ‘inserção será pontual e específica’. "Já com aditivos resolvidos os temas devem ser tratados diretamente entre vocês.”
A PF informa o juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato, que é importante "aprofundar a pesquisa a respeito da autoria, isto é, dos executivos de cada empresa que efetivamente tomaram parte nos ajustes,tanto aquele que possivelmente direcionou o edital da pré-qualificação, quanto aquele feito internamente entre os participantes dos consórcios Una 3 e Angra 3 quanto à divisão dos pacotes licitados”.O relatório da Polícia Federal sugere aprofundar a investigação sobre ‘quais servidores’ da Eletronuclear tiveram participação na definição dos critérios da pré-qualificação do EditalGAC.T/CN-005/11 da Gerência de Administração Contratual da estatal e em atos posteriores ‘que vieram a beneficiar as empresas investigadas’.
A delegada Erika Mialik Marena pede também ao juiz Moro autorização para compartilhar todos os documentos da Radioatividade com o Tribunal de Contas da União (TCU), que pediu acesso aos dados relativos a Angra3 a fim de que possa subsidiar as ações de controle externo.
Todos os indiciados pela PF negam a prática de ilícitos. Em depoimento à PF, o almirante Othon Luiz afirma que não recebeu propinas e que se sente ofendido diante das acusações. Ana Cristina Toniolo, sua filha, disse que os R$ 4,5 milhões para a Aratec eram relativos a trabalhos de tradução. O executivo da Andrade Gutierrez Energia e os outros cinco indiciados também rechaçaram suspeita de repasse de propinas para o pai do programa nuclear brasileiro.
-
- 28/08/2015 - PF indicia ex-presidente da Eletronuclear e mais sete na Operação Lava JatoFonte: Portal UOL de Notícias
A Polícia Federal indiciou o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e organização criminosa. Preso desde 28 de julho na Operação Radiotividade, desdobramento da Lava Jato, Othon Luiz, apontado como pai do programa nuclear, é suspeito de ter recebido propinas nas obras da usina de Angra 3.
Pelo menos R$ 4,5 milhões foram rastreados em uma conta da Aratec Engenharia, controlada por ele, mas os investigadores suspeitam que o almirante possa ter recebido R$ 30 milhões no total.
Em relatório de 30 páginas, a PF indiciou oito investigados - além de Othon Luiz, uma filha dele, Ana Cristina Toniolo, o executivo Flávio David Barra, presidente da Andrade Gutierrez Energia, e cinco supostos intermediários do dinheiro ilícito.
"Há evidências de que as empresas que compõem o consórcio Angramon, vencedor da licitação para a montagem eletromecânica da usina nuclear de Angra 3, fizeram um ajuste para que houvesse a divisão das partes que seriam licitadas na obra, de sorte que o procedimento licitatório ocorresse apenas para chancelar algo que já havia sido adrede combinado entre as mesmas", afirma a delegada da PF Erika Mialik Marena, do Grupo de Trabalho da Lava Jato.
A PF destaca que, antes mesmo da divisão, existem indícios de que o edital de pré-qualificação de 2011 já teria sido direcionado "para aquelas empresas que vieram efetivamente a assinar o contrato em 2014".
O nome do almirante Othon surgiu na Lava Jato a partir da delação premiada de um ex-executivo da Camargo Corrêa, Dalton dos Santos Avancini. À força-tarefa da Lava Jato, Avancini relatou que um outro executivo da empreiteira sabia detalhes de valores que teriam sido repassados ao ex-presidente da Eletronuclear nas obras de Angra 3.
No relatório, a PF transcreve o depoimento de um executivo da Engevix, José Antunes Sobrinho, que contou ter recebido pedido de 'apoio' do almirante para um 'projeto'.
Com os alvos da Operação Radiotividade, a PF confiscou 68 HDs/computadores/notebooks, 29 celulares/tablets, 71 dispositivos USB/pendrives, 24 CDs/DVDs, 34 dispositivos diversos (como disquetes/fitas).
Todos os indiciados pela PF negam a prática de ilícitos. Em depoimento à PF, o almirante Othon Luiz afirma que não recebeu propinas e que se sente ofendido diante das acusações. Ana Cristina Toniolo, sua filha, disse que os R$ 4,5 milhões para a Aratec eram relativos a trabalhos de tradução. O executivo da Andrade Gutierrez Energia e os outros cinco indiciados também rechaçaram suspeita de repasse de propinas para o pai do programa nuclear brasileiro.
-
- 25/08/2015 - José Goldemberg é nomeado presidente da FAPESPFonte: Agência FAPESPO governador Geraldo Alckmin nomeou José Goldemberg presidente da FAPESP. O decreto de nomeação foi publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo do dia 22 de agosto de 2015.
Doutor em Ciências Físicas pela Universidade de São Paulo (USP), Goldemberg encabeçou a lista tríplice definida pelo Conselho Superior da Fundação e encaminhada para a escolha do governador em 12 de agosto, da qual também fizeram parte os conselheiros José de Souza Martins e Eduardo Moacyr Krieger, este, vice-presidente da Fundação.
Goldemberg foi presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e reitor da USP. Ocupou os cargos de secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo e de secretário de Ciência e Tecnologia e secretário de Meio Ambiente no Governo Federal, tendo sido também ministro da Educação. Em 2008 foi agraciado com o prêmio Planeta Azul, concedido pela fundação japonesa Asahi Glass a personalidades que se destacam em pesquisa e formulação de políticas públicas na área ambiental.
Goldemberg substitui Celso Lafer, que presidiu a FAPESP por um período de oito anos, desde agosto de 2007, e cujo mandato no Conselho Superior da Fundação encerra em 7 de setembro. Professor emérito da USP, Lafer foi professor titular do Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito da Faculdade de Direito da USP, ministro das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
-
- 24/08/2015 - INB: Nota de EsclarecimentoFonte: ABENSobre a matéria "Urânio contamina água na Bahia” publicada no jornal O Estado de S. Paulo, no dia 22/08/2015, as Indústrias Nucleares do Brasil esclarecem que:
1. Dentro do seu programa "Conversa com a Vizinhança”, que visa manter um bom relacionamento e proximidade com a população local, a INB atendeu ao pedido de análise de água do poço localizado na propriedade do Sr. Osvaldo Antônio de Jesus, na comunidade de Varginha no município de Lagoa Real/BA, feito pelo morador e pelo secretário de Infraestrutura de Lagoa Real, Rosalvo Alves de Oliveira. Não é de responsabilidade da INB determinar padrão de potabilidade da água, abertura ou fechamento de poços. O poço foi aberto pela Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (Cerb).
2. A comunidade de Varginha, situada a 16 km em linha reta da unidade da INB em Caetité, está localizada numa sub-bacia hidrográfica (Sub-Bacia do Rio São Pedro) diferente daquela onde se situa a unidade da empresa (a Sub-Bacia do Riacho das Vacas). Por este motivo, o poço do Sr. Osvaldo não está sujeito à influência de suas atividades e não está contemplado no Programa de Monitoração Ambiental da INB, aprovado e fiscalizado pelo Ibama e pela Cnen. No link "Perguntas e Respostas” encontrado na sua página da internet, a INB lista todas as comunidades que fazem parte do programa de monitoramento da empresa, entre elas uma comunidade que também se chama Varginha, mas que pertence ao município de Caetité, diferente da localidade onde reside o Sr. Osvaldo.
3. A primeira coleta de água, feita no final do período de seca, ocorreu em outubro de 2014 e a INB aguardou o término do período chuvoso para realizar a segunda coleta de águas para análise, que ocorreu em março de 2015, como uma maneira de verificar a influência da sazonalidade nos resultados. Mesmo antes de fazer a segunda coleta de água para confirmar o resultado, a INB informou pessoalmente ao Sr. Osvaldo e, por telefone, ao secretário de Infraestrutura de Lagoa Real, Rosalvo Alves de Oliveira, o resultado preliminar. Após a obtenção do resultado da segunda coleta, este foi imediatamente informado, sendo o boletim de análise entregue formalmente em maio de 2015. Na ocasião, por não fazer parte do Programa de Monitoração Ambiental, os resultados da análise não foram comunicados ao Ibama.
4. A quantidade de urânio encontrada no poço situado na propriedade do Sr. Osvaldo deve-se a características naturais da região formada pelos municípios de Caetité, Lagoa Real e Livramento de Nossa Senhora, que é considerada uma província uranífera devido à abundância do minério que se concentra naturalmente em alguns locais. É por esta razão que as águas dessa região podem apresentar concentrações de urânio mais elevadas. Deve-se esclarecer que essas medidas não possuem relação com quaisquer atividades da unidade da INB em Caetité.
5. A monitoração ambiental da INB em Caetité começou a ser feita antes do início das atividades de mineração. O Programa de Monitoração Ambiental Pré-Operacional, estabelecido junto à Cnen e ao Ibama, foi executado de 1989 a 1999 e é através dele que existem registros da radiação encontrada naturalmente na região. Quando a instalação começou a operar, em 2000, as análises continuaram sendo feitas. Os resultados obtidos neste período demonstram que as oscilações encontradas na concentração de urânio se mantêm dentro dos valores obtidos na fase pré-operacional.
A INB reafirma o seu compromisso com o meio ambiente e com a população que vive no seu entorno.
-
- 22/08/2015 - Urânio contamina água na BahiaHá 15 anos extração em única mina explorada na América Latina é feita pela Indústrias Nucleares do Brasil, estatal federal que sempre negava problema
Há 15 anos extração em única mina explorada na América Latina é feita pela Indústrias Nucleares do Brasil, estatal federal que sempre negava problema
Fonte: Jornal da CiênciaUma tampa de ferro cobre a boca do poço, no sítio de Osvaldo Antônio de Jesus. A proteção enferrujada tem um furo no meio. Abaixo dela, um reservatório com 90 metros de profundidade está cheio d’água. Osvaldo ergue a tampa e aponta o líquido, um bem precioso para quem vive por esses cantos de Lagoa Real, no sertão da Bahia. Por cerca de um ano, foi esse o poço que garantiu boa parte do consumo diário de sua família. Há poucas semanas, porém, nenhuma gota pôde mais ser retirada dali. Sua água está contaminada por urânio.
Veja o texto na íntegra: http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,uranio-contamina-agua-na-bahia,1748686
-
- 20/08/2015 - Ministro do MDIC defende fortalecimento do INPI para alavancar a inovação brasileiraDurante posse do novo presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial, Luiz Otávio Pimentel, o ministro Armando Monteiro afirmou que acredita que o Instituto poderá contribuir para o avanço da política nacional de inovação. Atualmente, a concessão de patentes demora mais de 10 anos.
Durante posse do novo presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial, Luiz Otávio Pimentel, o ministro Armando Monteiro afirmou que acredita que o Instituto poderá contribuir para o avanço da política nacional de inovação. Atualmente, a concessão de patentes demora mais de 10 anos.
Fonte: Jornal da CiênciaA propriedade industrial no Brasil é um dos principais gargalos da inovação. A demora para a concessão de patentes, atualmente, é estimada em 11 anos. Assim, as novidades desenvolvidas no País perdem competitividade. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro, porém, acredita em uma reviravolta na área. Durante a posse do novo presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Luiz Otávio Pimentel, o representante do Executivo afirmou acreditar que o instituto vai contribuir para que a política nacional de inovação não tenha gargalos e possa avançar.
"Um INPI eficiente é um dos pilares para estabelecer um ambiente de propriedade intelectual adequado para os desafios do Brasil no mercado global, cada vez mais competitivo”, afirmou Monteiro. "Vamos rever processos, fazer melhor uso da tecnologia da informação e ampliar a cooperação internacional”, prometeu.
O titular do MDIC disse ser necessário buscar novos conceitos para a política industrial brasileira e que, para isso, o papel do INPI é fundamental. Armando Monteiro defendeu ainda o fomento da inovação como chave para o ganho de produtividade do setor industrial.
Novo presidente
Luiz Otávio Pimentel é doutor em Ciências Jurídicas, especializado na área de propriedade intelectual. As principais bandeiras defendidas por ele no INPI são atender à demanda para reduzir os prazos de análise em áreas como patentes e marcas e ampliar o conhecimento sobre a importância dos ativos intangíveis para o desenvolvimento econômico brasileiro.
Para alcançar essas metas, o INPI vai investir em parcerias, como a feita com o Escritório de Patentes e Marcas dos Estados Unidos, desenvolver projetos estratégicos e aprimorar a estrutura e os sistemas eletrônicos do instituto.
-
- 19/08/2015 - Greve no IPEN busca não prejudicar atividades ligadas à sociedadeParalisação teve início no segundo semestre e faz parte do movimento nacional de servidores federais contra o ajuste salarial
Paralisação teve início no segundo semestre e faz parte do movimento nacional de servidores federais contra o ajuste salarial
Fonte: Jornal do Campus
Em greve desde o dia 4 de agosto, os trabalhadores do Instituto de de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) estão mantendo suas principais atividades, apesar da situação atípica causada pela paralisação de parte da categoria. Pontos críticos, como a produção de radiofármacos, e outros que são relacionados à universidade, como as aulas para pós-graduação, não sofreram paralisações por decisão dos funcionários, acordada em assembleia.
Apesar de ocupar meio quilômetro quadrado dentro da Cidade Universitária, o Instituto éuma autarquia gerida pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), o que significa na prática uma independência em relação à Universidade e ao governo estadual. Além disso, o local não é aberto à comunidade uspiana por conta do manuseio de materiais nucleares, fazendo com que o potencial de integração entre os locais seja diminuído pelo acesso controlado. Contudo, existe uma relação entre o IPEN e a USP que se dá, em sua maior parte, através da pesquisa e das aulas de pós-graduação ministrada pelos pesquisadores do Instituto.
Essas aulas estão acontecendo normalmente e, até o momento, não houve queixa por parte dos alunos sobre paralisações, segundo a representante discente Juliana Pereira de Souza: "Até agora nenhum aluno veio me procurar para reclamar, mas imagino que se a greve persistir comecem a acontecer alguns problemas”. A questão da manutenção das aulas é explicada por Luis Genova, funcionário atuante no movimento grevista e secretário-geral da Associação dos servidores do IPEN (ASSIPEN): "Em relação a universidade é diferente. Nossa atividade fim aqui é a pesquisa, mas muita gente dá aula também. Foi decidido em assembleia que não valia a pena prejudicar os alunos”.
Genova ressalta que a categoria dos pesquisadores é a menos presente no movimento ainda que alguns tenham aderido à greve. A maioria dos paralisados são, em sua maioria, técnicos dos diversos laboratórios e funcionários administrativos. "Os laboratórios não ficam fechados, mas o complicado é que muitas vezes o pesquisador não sabe manusear o equipamento. A pesquisa não está totalmente parada, mas a situação também não está normal, caso contrário não haveria sentido em fazer greve”, aponta o secretário.
A paralisação faz parte do movimento de servidores federais contra o ajuste salarial de 21,3% parcelado em quatro anos, que foi proposto pelo governo. De acordo com a categoria, a medida é extremamente prejudicial para os trabalhadores, pois dilui o ajuste em um longo período de tempo e em porcentagem menor do que a inflação anual. A proposta da greve é pressionar o governo a oferecer um acordo que seja mais proveitoso para os servidores federais até o fim do mês, quando a proposta de reajuste será apresentada. "Nós somos parte do ajuste fiscal. A política do governo é jogar a crise em cima dos trabalhadores. Não existe nenhuma medida do governo que tenha repassado a crise pra quem tem dinheiro de fato”, completa Genova.
Mesmo com cerca de 37% dos trabalhadores aderentes ao movimento grevista, o Diretor de Planejamento e Gestão do IPEN, Dr. Willy Hope de Sousa, afirma que nenhuma atividade do Instituto está sendo comprometida com a paralisação. Para Genova, essa avaliação da diretoria se refere majoritariamente à fabricação de radiofármacos, uma vez que a produção do material foi mantida mesmo com a redução da mão de obra. Contudo, até mesmo operações mais emergenciais como essa podem ser afetadas caso a greve persista.
Por Beatriz Quesada
-
- 19/08/2015 - Greenpeace exige parada de reator nuclear próximo a vulcão no JapãoVulcão teve pequena erupção na madrugada desta quarta-feira (19). Sendai 1 é o único dos 48 reatores nucleares do país em funcionamento.
Vulcão teve pequena erupção na madrugada desta quarta-feira (19). Sendai 1 é o único dos 48 reatores nucleares do país em funcionamento.
Fonte: G1Uma pequena erupção foi registrada na madrugada desta quarta-feira (19) na região sudoeste do Japão, anunciou a agência nacional de meteorologia e a organização ecológica Greenpeace exigiu que interrompam imediatamente as atividades de um reator nuclear próximo do local, que foi reativado na última sexta-feira.
Em 15 de agosto, o nível de alerta do vulcão Sakurajima, na prefeitura de Kagoshima, foi elevado a 4 (em uma escala de 1 a 5), por causa de um repentino aumento dos movimentos vulcânicos (1.023 no dia 15).
O vulcão fica próximo da cidade costeira de Kagoshima, de mais de 600 mil habitantes, e a mil quilômetros a sudoeste de Tóquio. A central nuclear de Sendai, cujo reator número 1 foi religado em 11 de agosto, também está próxima.
Sendai 1 é atualmente o único dos 48 reatores nucleares do Japão em funcionamento, depois de obter todas as autorizações técnica e políticas.
Mas o Greenpeace insiste há tempos no risco vulcânico da região, perigoso para uma instalação nuclear.
"Com este aumento da atividade vulcânica, o reator Sendai 1 deve ser desligado imediatamente", afirmou o Greenpeace, em e-mail enviado à agência France Presse.
"Como a central de Fukushima não foi protegida da catástrofe de 11 de março (de 2011), a de Sendai não está pronta para enfrentar um desastre vulcânico", acrescentou.
A companhia reguladora da central, a Kyushu Electric Power, afirmou que o funcionamento da usina não está ameaçado e que, em caso de erupção do Sakurajima, serão tomadas as medidas necessárias para proteger as instalações. -
- 17/08/2015 - Minas Gerais na rota de nova usina nuclearMinas Gerais é o Estado com melhores condições para receber pelo menos uma das quatro usinas nucleares que estão previstas para o Sudeste até 2030. A afirmação foi feita pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, ontem, durante o seminário “A Energia no Brasil e os desafios para o crescimento”, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), na sede da entidade. De acordo com declarações feitas pelo Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, na quinta-feira, o Brasil pode chegar a 2050 com 15 usinas nucleares.
Minas Gerais é o Estado com melhores condições para receber pelo menos uma das quatro usinas nucleares que estão previstas para o Sudeste até 2030. A afirmação foi feita pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, ontem, durante o seminário “A Energia no Brasil e os desafios para o crescimento”, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), na sede da entidade. De acordo com declarações feitas pelo Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, na quinta-feira, o Brasil pode chegar a 2050 com 15 usinas nucleares.
Fonte: Hoje em Dia
Minas Gerais é o Estado com melhores condições para receber pelo menos uma das quatro usinas nucleares que estão previstas para o Sudeste até 2030. A afirmação foi feita pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, ontem, durante o seminário "A Energia no Brasil e os desafios para o crescimento”, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), na sede da entidade. De acordo com declarações feitas pelo Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, na quinta-feira, o Brasil pode chegar a 2050 com 15 usinas nucleares.Segundo o presidente da EPE, duas regiões no Estado têm mais possibilidades de receber usinas. As localidades não foram informadas. "Uma usina desse tipo deve ficar próxima dos centros de consumo, ter disponibilidade de água e requer algumas normas de segurança”, afirma.Ele ressalta, ainda, que a construção de novas usinas nucleares está em análise. "É necessário conversar com a sociedade, com o governo”, explica.Na avaliação do coordenador-geral do Grupo de Estudos do Setor Energético (Gesel) da UFRJ, Nivalde de Castro, o único empecilho para a construção de uma usina nuclear em Minas é o licenciamento ambiental. "Esse tipo de empreendimento utiliza muita água. E há risco de contaminação”, diz.A localização geográfica do Estado, no entanto, conta a favor, conforme ressalta Tolmasquim. Como várias linhas de transmissão passam ou estão previstas para passar por Minas no médio prazo, ele ressalta que será fácil escoar a energia para as demais regiões do Brasil. "Temos excesso de oferta de eólicas no Nordeste. Então, não faz sentido construir uma nuclear no Nordeste e usar uma linha enorme para trazer a energia para cá. Seria dinheiro jogado fora. Tem que fazer a nuclear perto dos grandes centros de consumo”, explica.A robustez das linhas de transmissão que passam pelo Estado também aumenta a confiabilidade da energia em Minas Gerais.
Potencial para enriquecimento de urânio segue subaproveitado
Além de complementar a matriz energética brasileira, a construção das usinas nucleares vai impulsionar a cadeia de enriquecimento de urânio no Brasil, que possui a sétima maior reserva do mineral do mundo, com 5,9% da disponibilidade mundial."Mas beneficiamos algo entre 30% e 40% do potencial. É muito pouco”, afirma o coordenador-geral do Grupo de Estudos do Setor Energético (Gesel), Nivalde Castro. O urânio é o combustível utilizado nas nucleares.Segundo levantamento da Eletronuclear, apenas na região Norte do país há um potencial de 500 mil toneladas a serem exploradas.Ainda de acordo com a estatal, as jazidas de Lagoa Real (BA) e Santa Quitéria (CE) somadas correspondem ao dobro de todas as reservas de gás da Bolívia ou a 40 anos de operação do gasoduto Venezuela-Brasil.E não é só em quantidade que o Brasil se destaca. Conforme ressalta o coordenador-geral do Gesel, o país possui tecnologia própria para o enriquecimento do metal. "Falta a demanda. Se as usinas forem construídas, elas destravarão um potencial enorme”, afirma.
Constituição
Depois de o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, defender, na última quinta-feira, uma mudança na maneira de construir as nucleares, foi a vez de o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, levantar bandeira a favor de maior participação do setor privado. Para isso, no entanto, é necessária uma alteração na Constituição.Na avaliação de Tolmasquim, a Lei das Licitações (8.666) engessa as contratações. "O ideal é que fosse criada uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) para um investidor privado fazer as obras. Uma estatal poderia até operar as usinas, mas para construir é necessário a agilidade de um operador privado”, afirmou.
-
- 17/08/2015 - ABC e SBPC publicam manifesto sobre nanociências e nanoengenhariaA Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a SBPC publicaram manifesto em resposta aos relatos dos Projetos de Lei 5133/13 e 6741/13, ambos de autoria do deputado federal José Sarney Filho
A Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a SBPC publicaram manifesto em resposta aos relatos dos Projetos de Lei 5133/13 e 6741/13, ambos de autoria do deputado federal José Sarney Filho
Fonte: Jornal da CiênciaCarta da ABC em resposta aos relatos dos Projetos de Lei 5133/13 e 6741/13:
Todas as tentativas de regulação da nanotecnologia, nos diferentes países, têm sido prejudicadas pela confusão sobre a sua definição. Há muitas definições e várias se referem ao estudo e controle de fenômenos e materiais em escalas de comprimento inferior a 100 nm.
A definição utilizada pela National Nanotechnology Initiative (NNI) dos Estados Unidos estabelece que "nanotecnologia é a compreensão e o controle da matéria em dimensões na faixa 1-100 nm, onde fenômenos únicos levam a novas aplicações. Abrangendo ciência, engenharia e tecnologia na nanoescala (1-100nm), a nanotecnologia envolve imagear, mensurar, modelar e manipular a matéria nesta escala de tamanhos.” A faixa preconizada nesta definição abrange os tamanhos de moléculas e de pequenas partículas formadas por átomos e moléculas pequenas, tendo, portanto, uma enorme abrangência.
Nenhuma definição estabelece que um nanomaterial tenha uma composição específica. Por isso, todas elas abrigam uma variedade enorme de tipos de nanomateriais, incluindo as nanopartículas orgânicas e biodegradáveis utilizadas nas áreas da medicina, cosmética e indústria alimentícia, que são muitas vezes constituídas de óleo, água e alguns outros componentes igualmente inócuos. Por exemplo, o leite materno e a maionese.
Existem ainda as nanopartículas e nanoestruturas metálicas e de carbono, utilizadas nas indústrias de catalisadores, de tintas e no tratamento de água pelos municípios, produção de caixas de som, remediação ambiental, indústria aeroespacial e em centenas de outros exemplos. Um terceiro tipo são os nanotubos e outros materiais constituídos basicamente por átomos de carbono, com aplicações potenciais na fabricação de LEDs, células fotovoltaicas, circuitos eletrônicos, baterias e usadas industrialmente na fabricação de telas touchscreen. Os computadores atuais são alimentados por microprocessadores que usam chips com estruturas que medem de 14 a 22 nanometros, que são importantes resultados práticos da nanotecnologia. A indústria farmacêutica já produz medicamentos baseados em nanomateriais para o tratamento de câncer e outras doenças, com resultados dramaticamente positivos e poucos efeitos colaterais. Um exemplo notável é o medicamento Abraxane para tratamento de câncer de mama metastático, aprovado pela FDA e autorizado para uso em dezenas de países. Este produto incorpora nanopartículas de albumina. Há também um produto para o tratamento de anemia grave, utilizando nanopartículas de ferro. Estes e outros resultados já obtidos com os nanomateriais em medicina estimulam uma grande atividade de pesquisa.
Os exemplos acima mostram que nanomateriais são estruturas fabricadas pelo homem, algumas delas há séculos, ao lado de outras produzidas pela natureza desde sempre, como o caso do leite materno, de bactérias sintetizadoras, de nanopartículas de óxidos de ferro e da ferritina, que armazena ferro no sangue de mamíferos. Em outras palavras, os nanomateriais não são uma invenção recente do homem e existem na natureza, desde há muito. Entretanto, os fabricantes de vitrais da Idade Média não sabiam que estavam produzindo nanomateriais, nem os formuladores de medicamentos no século 20.
A nanotecnologia tornou-se uma política prioritária do governo brasileiro no início da década de 2000, em função do seu enorme impacto na inovação. Foi tratada como área estratégica nos diversos programas estruturantes: o Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação (PACTI 2007-2010), a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), a Estratégia Nacional para Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI 2012-2015) e o Plano Brasil Maior. Essas políticas fomentaram investimentos governamentais significativos com a criação de 17 redes temáticas, 16 INCTs e mais de 50 laboratórios nacionais com atuação na área de Nanociências e Nanotecnologia. O programa de subvenção econômica para empresas na área de nanotecnologia beneficiou cerca de 50 empresas entre 2006 e 2010 em áreas diversas como energia, biotecnologia, defesa e segurança pública, saúde, bens de capital, TICS, sociais entre outras.
Embora ainda tímida em comparação com outros países, o fortalecimento da área veio com o lançamento da iniciativa brasileira de nanotecnologia (IBN) em 2013, que é um marco para a área em termos de política de Estado, pois tem sua governança envolvendo dez ministérios. A iniciativa estruturou o Programa SisNANO com a criação de uma rede de oito laboratórios estratégicos e 18 associados que, usando a nanotecnologia como plataforma para a inovação, se propõe a oferecer respostas para desafios econômicos e sociais do país, a fortalecer a indústria, a criar empregos e, a longo prazo, a melhorar a qualidade de vida da população.
O país já começa a colher os frutos das políticas e dos investimentos em nanotecnologia. Os indicadores de desempenho do Brasil na área de nanotecnologia melhoram continuamente. Crescem a formação de recursos humanos, a produção científica, a criação de empresas start-ups e o lançamento de produtos no mercado. Destacam-se os produtos lançados no mercado na área cosmecêutica e os nanomateriais funcionais usados para remediação ambiental, incorporados em tecidos, em tintas, em plásticos e em sensores. Já contamos com 160 empresas, cerca de 6.000 estudantes e mais de 2.000 cientistas atuando em nanotecnologia e nanociência.
Como qualquer nova ou velha tecnologia, esta também tem riscos. Os seus riscos à saúde humana têm sido amplamente estudados, e os resultados mostram a inexistência de quaisquer riscos "nano-específicos”, embora estes sejam frequentemente mencionados em publicações que não têm base científica.
O Brasil tem mostrado competência em nanotoxicologia com muita responsabilidade e participa de iniciativas internacionais de alto nível, que se apoiam na fronteira do conhecimento, como é o caso dos projetos Europeus Nanoreg, que é um consórcio que envolve não apenas a Europa, como também inúmeros outros países. Além disso, são seis Redes de Pesquisa em nanotoxicologia financiadas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e laboratórios do SisNANO que estão se capacitando para obterem certificação.
A comunidade científica brasileira está atenta aos possíveis riscos e tem produzido subsídios para a elaboração prudente de marcos regulatórios da nanotecnologia. Por isso mesmo a comunidade científica se opõe à criação precipitada de leis cujo resultado será o engessamento, injustificado e mal fundamentado, de uma área que é uma grande janela de oportunidades para o país.
Para que as políticas nacionais sejam responsáveis, protegendo a saúde da população brasileira e o meio ambiente e, ao mesmo tempo, estimulem as iniciativas de desenvolvimento econômico e estratégico do Brasil, a Academia Brasileira de Ciências propõe à consideração dos Senhores Deputados:
1. a retirada de pauta dos projetos de lei 741/13 e 5.133/13, de autoria do Deputado Sarney Filho, nas comissões em que está tramitando;2. a criação de um grupo de trabalho, no âmbito do Congresso, para o acompanhamento de iniciativas e políticas de regulação da nanotecnologia nos países desenvolvidos;3. a definição de uma instância envolvendo o Legislativo e o Executivo, e quanto a este notadamente o MCTI, para a atualização e consolidação das informações existentes, fornecendo aos poderes da República elementos para a tomada das medidas que garantam ao Brasil o máximo aproveitamento das oportunidades econômicas e estratégicas da nanotecnologia e a máxima proteção contra qualquer risco que ela possa criar.
Grupo de Estudos sobre Nanociências e Nanoengenharia Academia Brasileira de Ciências
Adley Forti RubiraAndre GalembeckAntonio Gomes de Souza FilhoFernando GalembeckHenrique Eisi TomaOswaldo Luiz AlvesPatricia Lustoza de SouzaRenato Machado CottaRicardo Bentes de Azevedo
-
- 17/08/2015 - Rebelo anuncia dinheiro do pré-sal para ciência e tecnologiaFonte: Jornal do BrasilO ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, esteve com o empresariado fluminense no Fórum de Defesa e Segurança da Firjan, no fim da semana passada, e fez um anúncio que deixou a todos mais animados em meio a um cenário de retração econômica do país. Rebelo disse ter obtido o compromisso da presidente Dilma Rousseff de destinar um percentual dos 50% restantes do fundo social do pré-sal para investimentos em pesquisa e desenvolvimento tecnológico, principalmente na área de defesa e segurança (os outros 50% do fundo já estão comprometidos com a educação). "Já entreguei à presidenta proposta que regulamenta esse repasse", contou.
Outro pedido feito por Rebelo a Dilma foi de incluir a área de Ciência e Tecnologia no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). E os três eixos centrais de investimento, nesse caso, são na criação de um reator multipropósito, na segurança cibernética, e na área espacial.
Além disso, o ministro Rebelo se comprometeu com os empresários a lutar pelo descontingenciamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o que tem sido um dos entraves para a ampliação dos investimentos no fomento à pesquisa e à inovação tecnológica no Brasil.
Nos últimos anos houve uma queda drástica nesses investimentos em pesquisa no país: reduziu de R$ 7,7 milhões, em 2012, para R$ 3,6 milhões, em 2015; menos da metade.
-
- 14/08/2015 - Concurso Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN): Previsão de 495 vagas para níveis médio e superior!Fonte: Gran CursosO pedido de concurso da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) para abertura de 495 vagas continua em análise no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP). De acordo com o departamento de comunicação do CNEN, ainda não há nenhuma novidade sobre a solicitação, que aguarda uma resposta do Planejamento desde junho do ano passado.
O órgão também informou que ainda não há informações mais detalhadas sobre o pedido de concurso. Entretanto, assim como dito anteriormente, os cargos requeridos devem ser os mesmos apresentados no processo seletivo de 2010, pois a seleção que ocorreu neste ano teve menos oportunidades e o prazo de validade foi menor.
Portanto, é provável que o pedido seja para as colocações de assistente em ciência e tecnologia, técnico, analista em ciência e tecnologia júnior, tecnologista, assistente de pesquisa e pesquisador (adjunto e associado).
Os cargos de assistente em ciência e tecnologia e de técnico requerem nível médio e/ou técnico. De acordo com a tabela de remuneração dos servidores federais de 2015, o salário inicial para o cargo de assistente é de R$ 3.410,57 e para o posto de técnico é de R$ 3.725,48, além das gratificações por qualificação, que podem chegar a R$ 1.762 no caso de assistente e a R$ 1.971 no caso de técnico.
Já as funções de analista e tecnologista necessitam de formação superior e pagam iniciais de R$ 5.890,71, podendo chegar a R$ 9.336,99 com o título de Doutor.
As carreiras de assistente de pesquisa isa e pesquisador também exigem nível superior. Os vencimentos da ocupação de assistente de pesquisa estão em R$ 6.578,58, podendo chegar a R$ 10.509,65 com o título de Doutor. Já os salários para pesquisador adjunto e associado são, respectivamente, R$ 7.356,02 e R$ 8.235,48 sem retribuição por titulação, podendo chegar a R$ 11.838,67 e R$ 13.347,27 com o título de Doutor. Todas as remunerações já incluem o auxílio alimentação no valor de R$ 373.
O órgão
Vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a autarquia foi criada pela lei n° 4.118, de 27 de agosto de 1962. Dentre suas atribuições, estão: colaborar na formulação da Política Nacional de Energia Nuclear; executar ações de pesquisa, desenvolvimento, promoção e prestação de serviços na área de tecnologia nuclear e suas aplicações para fins pacíficos conforme disposto na lei nº 7.781, de 27 de junho de 1989; e regular, licenciar, autorizar, controlar e fiscalizar essa utilização.
O órgão possui unidades em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Abadia de Goiás (GO), Recife (PE), Caetité (BA), Fortaleza (CE), Brasília (DF), Angra dos Reis (RJ), Porto Alegre (RS), Resende (RJ) e Poços de Caldas (MG).
Detalhes:
Concurso: Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)Banca organizadora: A definirCargos: DiversosNúmero de vagas: 495Remuneração: Até R$ 13 milEscolaridade: Nível médio e superiorSituação: Previsto
-
- 14/08/2015 - Japão retoma fornecimento de energia atômica após 2 anos de blecaute nuclearFonte: UOLO Japão retomou nesta sexta-feira (14) a provisão de eletricidade gerada a partir de energia atômica depois que esta semana entrou em funcionamento a primeira central após dois anos de blecaute nuclear motivado pelo acidente de Fukushima.
A usina atômica de Sendai, ao sudoeste do país, começou hoje a gerar e fornecer eletricidade à proprietária da central, Kyushu Electric Power, embora suas operações comerciais só devam começar em setembro, informou a agência "Kyodo".
O reator número 1 da central foi reativado na terça-feira após superar os novos padrões de segurança mais estritos exigidos desde o ano passado pela Autoridade de Regulação Nuclear (NRA) por causa do desastre provocado pelo terremoto e tsunami de 2011 em Fukushima.
O acidente nuclear de Fukushima, o pior desde o de Chernobyl (Ucrânia) em 1986, motivou o blecaute dos 43 reatores em condições operativas do Japão.
A retomada de Sendai representa a primeira vez que o Japão conta com energia atômica desde setembro de 2013, depois que dois reatores da usina de Oi (oeste) foram reativados por um período de 13 meses perante a escassez de abastecimento elétrico na região de Kansai, a segunda mais povoada do país.
O governo japonês e as centrais elétricas do país impulsionaram a reativação das usinas que cumpram os novos padrões de segurança apesar da rejeição popular, perante o aumento de custos para produzir eletricidade por meio de fontes fósseis (as quais Japão deve importar em quase sua totalidade).
A Kyushu Electric Power espera que o reator 1 de Sendai esteja plenamente operacional no final de agosto e deve realizar a reativação do segundo reator da mesma usina em outubro.
-
- 13/08/2015 - Nota de Repúdio ao artigo “Is SciELO a Publication Favela?” de autoria de Jeffrey BeallBiblioteca eletrônica de periódicos científicos brasileiros, SciELO, manifesta-se contra blog do bibliotecário norte-americano que publicou texto acusando o portal de ser uma “favela de publicações”. Plataforma solicita aos editores de revistas brasileiras que expressem seu apoio e assinem o documento de repúdio.
Biblioteca eletrônica de periódicos científicos brasileiros, SciELO, manifesta-se contra blog do bibliotecário norte-americano que publicou texto acusando o portal de ser uma “favela de publicações”. Plataforma solicita aos editores de revistas brasileiras que expressem seu apoio e assinem o documento de repúdio.
Fonte: Jornal da Ciência"Nós, abaixo-assinados, editores de revistas científicas brasileiras, indexadas e publicadas pelo SciELO, repudiamos veementemente a tentativa de desqualificação do SciELO feita por Jeffrey Beall, publicada no artigo preconceituoso "Is SciELO a Publication Favela?” ao defender a ação dos grandes publishers comerciais. Embora seja compreensível a competição agressiva dos publishers internacionais com o SciELO buscando cooptar periódicos de qualidade para seus pacotes de serviços, a comunicação do sr. Beall tergiversa, ignora fatos e menospreza os avanços extraordinários do modelo exitoso de publicação em acesso aberto do SciELO.
O SciELO é o mais importante e inovador programa político, gerencial, técnico e acadêmico na evolução da editoração e da visibilidade nacional e internacional dos periódicos do Brasil e certamente para a maioria dos 15 países-membros da Rede SciELO.
Seu financiamento é liderado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), que se projeta internacionalmente como uma das mais avançadas e inovadoras agências governamentais de financiamento da pesquisa, e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), principal órgão de fomento à pesquisa do governo brasileiro. De forma idêntica, o SciELO recebe apoio de instituições públicas nos demais países da América Latina, na Espanha, em Portugal e na África do Sul.
O sr. Beall ultrapassou os limites da ética ao tentar depreciar gratuitamente a imagem exitosa do programa SciELO, razão pela qual merece nosso repúdio.”
Os editores interessados em expressar sua adesão, podem indicar seu nome e título do periódico no link: -
- 13/08/2015 - Atitude realista da Capes sobre a qualidade da pesquisa brasileiraFonte: Scientific American BrasilLigada ao Ministério da Educação, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) tem se mostrado mais realista em relação a muitos dos problemas da pós-graduação e da pesquisa do Brasil desde que teve início a gestão do climatologista Carlos Nobre, que assumiu a presidência da agência federal em maio.
Nesta semana, o novo dirigente da Capes contrastou de forma inequívoca com o discurso ufanista de todo o governo federal nos últimos anos, que vinha destacando o aumento do número de publicações de trabalhos científicos do Brasil, mas deixava completamente de lado a estagnação dos indicadores de qualidade dessa produção.
O presidente da agência foi categórico ao pôr o dedo nessa ferida na segunda-feira (10/8). Em reunião na sede do órgão em Brasília com coordenadores dos comitês assessores do órgão nas áreas de Ciências Biológicas III, Educação Física, Engenharias III, Geociências, História, Odontologia e Zootecnia, ele afirmou:
"A qualidade da produção no país tem crescido acima da média mundial, mas ainda é relativamente baixa. Temos áreas com qualidade na média ou acima da média mundial e outras áreas com um índice de impacto abaixo desta média. Não existem receitas prontas ou explicações fáceis para isso, temos que fazer considerações área por área. É preciso ouvir de vocês onde estão os obstáculos. Temos uma história de sucesso na pós-graduação, mas temos que qualificar a produção. Temos que tornar a produção científica e tecnológica mais relevante, com maior impacto para desenvolvimento social, atingindo os grandes desafios do século 21, como a sustentabilidade.”
O que surpreende também nessa declaração é ela ter sido divulgada por meio de nota oficial da própria Capes. O comunicado, destacou também a seguinte fala do engenheiro Arlindo Philippi Jr., diretor de Avaliação de agência, sobre os chamados indicadores de impacto do conjunto das publicações científicas, que medem aspectos importantes de qualidade.
"O Brasil está em 13º lugar no ranking da produção científica. Em termos de impacto, está em 18º. Enquanto economia mundial, estamos em 7º ou 8º. Temos que nos esforçar para que o impacto da produção seja compatível com relação ao crescimento numérico e à posição do país na economia.”
Impacto
Os índices de qualidade mencionados por Nobre e Filippi se referem diretamente ao impacto ou repercussão dos artigos científicos na comunidade científica internacional. Existem métricas para avaliar esse impacto, como a média de citações por artigo e também o impacto relativo, que é essa média em proporção à média mundial.
Em 1981, o Brasil havia publicado 2.100 artigos científicos em periódicos de padrão internacional. A repercussão desses trabalhos foi quantificada por meio do indicador de impacto relativo à média mundial de 0,55, como mostrado em reportagem em outubro do ano passado para a Folha de S. Paulo.
Fundamentada em dados da base Web of Science compilados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), essa mesma reportagem mostrou também que a produção científica do Brasil conseguiu alcançar no final do século 20 um patamar muito maior na quantidade, mas com um aumento muito discreto na qualidade. Em 2000, o país produziu 11.033 papers - o que corresponde a um aumento de 425%, ou seja, mais de quatro vezes maior -, com o indicador de impacto relativo à média mundial de 0,69 - um crescimento de 25,5%.
Desde o início deste século a quantidade da produção científica continuou crescendo, mas repercussão na comunidade científica internacional estagnou. A publicação de artigos em periódicos indexados chegou a 38.523 papers em 2013, mas seu impacto relativo à média mundial permaneceu na média de 0,69.
Esse índice brasileiro de 2013 está muito abaixo não só dos indicadores de países como o Reino Unido (1,88), Canadá (1,81) e Estados Unidos (1,80), mas também de emergentes asiáticos como China (1,36) e Coreia do Sul (1,31) e latino-americanos como Argentina (1,40) e México (1,39).
Mudança
Nos últimos anos, quase sempre que indicadores como esses apareciam na imprensa, a resposta do governo sempre foi evasiva, preferindo destacar programas e projetos em andamento. Desta vez, por conta própria, a atitude foi outra.
Há também informações ainda não oficiais de uma mudança positiva de atitude da Capes em relação à classificação de revistas científicas na sua plataforma Qualis Periódicos. A agência parece estar disposta a enfrentar o problema da presença nessa base dos chamados periódicos predatórios nessa base de dados que é consultada por professores universitários, pesquisadores e pós-graduandos brasileiros na escolha de revistas científicas para publicar seus artigos e também tem sido usada para instituições acadêmicas avaliarem o desempenho de seus docentes.
Resta saber como essas mudanças positivas acontecerão em face do cenário de contenção de investimentos do governo federal. Sejam como forem ou vierem a ser, elas são mais que bem-vindas.
-
- 12/08/2015 - Odebrecht, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão desistem de Angra 3Motivo seria inadimplência da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras. As empresas estão entre as investigadas pela operação Lava Jato.
Motivo seria inadimplência da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras. As empresas estão entre as investigadas pela operação Lava Jato.
Fonte: G1As construtoras Odebrecht, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa informaram nesta quarta-feira (12) que desistiram de participar do consórcio contratado para a construção da usina nuclear de Angra 3, devido à inadimplência da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras responsável pelo empreendimento, segundo a Reuters.
O G1 procurou a Eletrobras e a Eletronuclear, e aguarda retorno.
A construtora Camargo Corrêa informou que "formalizou para o Consórcio Angramon a solicitação de rescisão do contrato de participação nas obras de montagem industrial da usina Angra 3 em face do não pagamento pelo contratante dos serviços já executados."
A Odebrecht não quis se pronunciar. A assessoria de imprensa da Queiroz Galvão não pôde ser imediatamente localizada.
A Eletronuclear, a Queiroz Galvão, a Odebrecht e a Camargo Corrêa estão entre as empresas investigadas pela operação Lava Jato, que apura um escândalo de corrupção no país.
Odebrecht, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa faziam parte do consórcio Angramon, contratado para a montagem da usina nuclear e composto também por Andrade Gutierrez, UTC Engenharia, EBE e Techint.
Procuradas, a Andrade Gutierrez e a UTC Engenharia informaram que não irão se manifestar. O G1 procurou também a Techint, e aguarda retorno. A assessoria de imprensa da EBE não pode ser imediatamente localizada.
O consórcio Angramon disse, por meio da assessoria de imprensa, que não se manifestará em nome das consorciadas e nem sobre atrasos de pagamentos da Eletronuclear, informou a Reuters.
O contrato
O contrato de Angra 3 com o consórcio era de R$ 2,9 bilhões, em valores de fevereiro de 2013, e envolvia a montagem eletromecânica de sistemas da usina nuclear, com execução prevista em um prazo total de 58 meses, de acordo com a Reuters.
O negócio, porém, encontra-se sob ampla investigação. Em 31 de julho, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) informou que a Camargo Corrêa fechou um acordo de leniência para confessar "acordos de fixação de preços, condições e divisão de mercado para frustrar o caráter competitivo do edital" de licitação de Angra 3.
Segundo o Ministério Público Federal, todas empresas do consórcio Angramon estão atualmente no alvo da Operação Lava Jato.
Em despacho que justificou pedido de prisão preventiva de executivos da Odebrecht pela Polícia Federal, o juiz Sérgio Moro disse que há indícios de que houve discussões referentes a propinas em Angra 3 quando as investigações já apareciam na imprensa.
De acordo com o juiz, a revelação foi feita por Dalton Avancini, ex-presidente da Camargo Corrêa. A empresa teria formado "cartel" junto às demais componentes do consórcio e "ajustado duas licitações... com pagamento de propinas a empregados da Eletronuclear", que teriam colocado na licitação cláusulas para restringir a concorrência e favorecer o grupo.
A usina nuclear de Angra 3, que havia sido paralisada em 1986, teve as obras retomadas em 2010, com previsão de entrega de energia em janeiro de 2016.
Segundo informações do site da Eletronuclear, a usina recebeu investimentos de R$ 4,6 bilhões até março deste ano, de um orçamento de R$ 14,8 bilhões. A estatal trabalha com a expectativa de que a planta inicie a geração de energia em dezembro de 2018.
-
- 11/08/2015 - Japão reativa a primeira usina nuclear após FukushimaReator obedece aos novos padrões de segurança estabelecidos depois de desastre em 2011
Reator obedece aos novos padrões de segurança estabelecidos depois de desastre em 2011
Fonte: VejaA usina nuclear de Sendai entrou em processo de reativação nesta terça-feira, mais de quatro anos depois do desastre em Fukushima. A central é a primeira a funcionar no Japão com os novos padrões de segurança estabelecidos após o acidente provocado pelo terremoto que atingiu o país em 2011. Na época, uma série de vazamentos na central de Fukushima colocou em xeque a segurança das usinas japonesas e provocou o desligamento gradual de todas as plantas nucleares do país.
Na manhã desta terça, funcionários da usina de Sendai retiraram as barras de controle que interrompiam o processo de fissão no reator 1 e reativaram a central atômica. O reator deve começar a gerar energia elétrica na sexta, com a retomada da exploração comercial no início de setembro, informou a companhia.
A reativação de Sendai conta com o apoio do governo do Japão, que defende a necessidade da retomada da energia nuclear para estimular o crescimento. O primeiro-ministro Shinzo Abe declarou na noite de segunda que a reativação é acompanhada de todas as medidas de segurança, que "devem ser a principal prioridade".
Mesmo assim, boa parte da população ainda se posiciona contra a energia nuclear, temendo novos desastres. Nesta terça, cerca de 200 pessoas protestaram em frente à usina de Sendai contra a reativação. Em Tóquio, também houve manifestação em frente ao parlamento do país.
Apesar dos protestos, outros quatro reatores já receberam o sinal verde da agência de regulação nuclear do Japão para serem reativados - incluindo um segundo reator em Sendai.