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- 06/08/2015 - Institutos e unidades de pesquisa do MCTI planejam ação nacional em CT&IAs reuniões de planejamento e prospecção em CT&I são consequência das discussões iniciadas durante a 67ª Reunião Anual da SBPC, em julho deste ano
As reuniões de planejamento e prospecção em CT&I são consequência das discussões iniciadas durante a 67ª Reunião Anual da SBPC, em julho deste ano
A Subsecretaria de Coordenação das Unidades de Pesquisa (Scup/MCTI) deu início, nesta quarta-feira (5), a uma série de reuniões de articulação entre os institutos de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O objetivo é definir as diretrizes para o fortalecimento e a ampliação das unidades de pesquisa para os próximos quatro anos (2016-2019), contribuindo para o desenvolvimento científico e tecnológico com foco na promoção da inovação na indústria brasileira.
Durante sete dias, diretores e representantes dos institutos e unidades de pesquisa do MCTI irão se reunir em Brasília para debater os temas vinculados a cada instituto. Chamados de temas integradores são eles: nanotecnologia, instrumentação, computação científica, terras raras, biomas, difusão e fármacos. A reunião do dia 5 teve como tema integrador a nanotecnologia.
Ao longo dos encontros, cada instituto e unidade de pesquisa dialogará sobre o andamento das ações que vem executando, metas, e a infraestrutura e orçamento necessários, a fim de projetar uma ação nacional de ciência, tecnologia e inovação (CT&I).
"Há uma necessidade de uma articulação, de uma sinergia e uma interação entre as unidades de pesquisa e, certamente, com outros ministérios, e nós vamos buscar isso a partir da discussão com vocês”, afirmou o subsecretário da Scup, Adalberto Fazzio.
Ação
As reuniões de planejamento e prospecção em CT&I são consequência das discussões iniciadas durante a 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que aconteceu na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em julho deste ano. O ministro da Pasta, Aldo Rebelo, participou do encontro com os representantes das entidades vinculadas ao MCTI.
Na ocasião, Aldo Rebelo declarou que pretende, institucionalmente, ter uma vivência muito próxima com cada uma das entidades que compõe as ações do Ministério. "Transformar os convênios e acordos de cooperação feitos pelo MCTI em pesquisas, produtos e serviços é responsabilidade das instituições, são elas que constituem o núcleo do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia”, disse o ministro.
"É natural que, no âmbito da minha responsabilidade, eu deseje acompanhar de perto os desafios enfrentados para poder ajudar e apoiar os institutos a se desvencilharem das adversidades e problemas de qualquer ordem”, disse, citando como exemplo a recomposição do quadro de profissionais e o plano de carreira dos pesquisadores.
Participaram da reunião sobre nanotecnologia os diretores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Carlos Américo Pacheco, e do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), André Galembeck. Além de representantes do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), do Instituto Brasileiro de Informação, Ciência e Tecnologia (Ibict) e do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNANO). -
- 06/08/2015 - Hiroshima faz minuto de silêncio no 70º aniversário de ataque atômicoRepresentantes de mais de 100 países participaram de cerimônia. Prefeito pediu que líderes mundiais lutem por mundo sem armas nucleares.
Representantes de mais de 100 países participaram de cerimônia. Prefeito pediu que líderes mundiais lutem por mundo sem armas nucleares.
Fonte: Portal de Notícias G1
Hiroshimalembrou nesta quinta-feira (6, horário local), com um minuto de silêncio, o 70º aniversário do lançamento da bomba atômica americana contra a cidade japonesa, em uma cerimônia que contou com a presença de representantes de mais de 100 países, um novo recorde.Milhares de pessoas ficaram em completo silêncio no Parque Memorial da Paz às 8h15 locais (20h15 de quarta-feira em Brasília), a hora exata na qual um avião americano disparou a primeira bomba nuclear da história a poucos metros de onde o ato era realizado, há 70 anos.
Entre os presentes estavam a embaixadora americana noJapão, Caroline Kennedy, a subsecretária de Estado dos EUA para o Controle de Armas e a Segurança Internacional, Rose Gottemoeller, assim como representantes de outras potências nucleares, como Reino Unido, França e Rússia.
Após o minuto de silêncio, o prefeito de Hiroshima, Kazumi Matsuiu, pediu ao primeiro-ministro do Japão, Shizo Abe, e a outros líderes mundiais como o presidente dos EUA, Barack Obama, que trabalhem "incansavelmente" para conseguir um mundo livre de armas nucleares.
Em seu discurso, Matsui afirmou que a cúpula de líderes do G7 que será realizada no próximo ano em Shima, na região central do Japão, representará "a oportunidade perfeita para divulgar uma mensagem conjunta sobre a abolição do armamento nuclear".
Além disso, convidou Obama a visitar as cidades bombardeadas pelos americanos, a conversar com os 'hibakusha' (nome que recebem no Japão os sobreviventes dos ataques nucleares) e "contemplar a realidade provocada pelo armamento atômico".
Ainda existem no mundo cerca de 15 mil bombas nucleares, completou o prefeito, pedindo à comunidade internacional para erradicar até 2020 esse tipo de arma "desumana e de maldade máxima".
O prefeito de Hiroshima também defendeu o caráter pacifista da Constituição japonesa, depois de o governo federal ter defendido uma polêmica mudança na legislação para permitir que o Exército do país tenha um papel mais ativo em nível global.
"O Japão deve promover o caminho rumo a uma paz verdadeira no mundo todo, através do exemplo representado pela constituição", ressaltou Matsui, filho de um "hibakusha".
Entre os milhares de presentes, havia 100 delegações de países ou organismos internacionais, o que representa a maior participação no evento, superando os 74 representantes que estiveram no 65º aniversário da tragédia, em 2010.
Em março, o número total de "hibakushas" que viviam no Japão ou residiam em outros países era de 183.519, praticamente a metade dos 372.246 que estavam vivos em 1980.
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- 06/08/2015 - Feira Tecnológica Ipen-Cnen/SPFonte: Agência Fapesp
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) realizará, no dia 11 de agosto de 2015, a Feira Tecnológica Ipen-Cnen/SP. O evento faz parte da programação do 3º Workshop de Inovação Tecnológica, que será realizado de 10 a 12 de agosto.
Os objetivos da feira são apresentar tecnologias com lasers e suas aplicações e estabelecer novas parcerias entre o Ipen e o setor produtivo industrial por meio da transferência de tecnologia. Cinco apresentações e uma rodada de negociações estão programadas para o evento.
O pesquisador Wagner de Rossi apresentará o processo de "Funcionalização de superfícies com laser”, que poderá gerar parcerias para o desenvolvimento de aplicativos específicos. "Lasers de estado sólido” é o tema que será abordado por Niklaus Ursus Wetter.
A organização do evento é do Núcleo de Inovação Tecnológica do Ipen (NIT-Ipen). Treze empresas já confirmaram presença.
As atividades ocorrerão no Auditório Rômulo Ribeiro Pieroni, bloco A, no Ipen, localizado na Av. Prof. Lineu Prestes, 2242, Cidade Universitária, em São Paulo.
Inscrições e mais informações: https://sites.google.com/site/nitipensp/home e nit@ipen.br.
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- 05/08/2015 - Pesquisadores compartilham estudos de materiais vítreos e vitrocerâmicosObjetivo é proporcionar o acesso dos participantes às principais ferramentas e técnicas utilizadas pelos pesquisadores do CEPID
Objetivo é proporcionar o acesso dos participantes às principais ferramentas e técnicas utilizadas pelos pesquisadores do CEPID
Fonte:Farol Comunitário
Os mais de 100 participantes brasileiros e estrangeiros da Advanced School on Glasses and Glass-Ceramics (G&GC), que ocorre de 1o a 9 de agosto, em São Carlos (SP), têm a oportunidade de acessar o maior banco de dados de propriedades de materiais vítreos do mundo, o SciGlass, com aulas teóricas e práticas para manuseio do software, além de conhecer as estratégias de pesquisa utilizadas peloCentro de Pesquisa, Educação e Inovação em Vidros(CeRTEV, na sigla em inglês), um dosCentros de Pesquisa, Inovação e Difusão(CEPIDs) da FAPESP.
O evento é realizado pelo CEPID no âmbito daEscola São Paulo de Ciência Avançada(ESPCA), modalidade de apoio da FAPESP, em parceria com o Departamento de Engenharia de Materiais, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
De acordo com Edgar Dutra Zanotto, coordenador do CeRTEV e da G&GC, o objetivo é proporcionar o acesso dos participantes às principais ferramentas e técnicas utilizadas pelos pesquisadores do CEPID nos estudos de materiais vítreos e vitrocerâmicos.
"Trata-se de um software muito poderoso com um banco de dados com 400 mil composições de vidros e informações sobre propriedades como densidade, expansão térmica, viscosidade e velocidade de cristalização, entre outras. Com o mecanismo de metabusca e interações múltiplas, é possível ainda inferir propriedades que não foram determinadas a partir daquelas já medidas”, explicou.
Zanotto disse ainda que alguns pesquisadores do CeRTEV utilizam o banco de dados desde sua primeira versão, há mais de 20 anos, em estudos de propriedades específicas dos materiais e na concepção de vidros com combinações desejáveis de várias propriedades.
As aulas são ministradas por um dos desenvolvedores do software, Alexander Priven, da Corning Korea Glass Technologies, que liberou o acesso dos participantes ao banco de dados durante o evento.
Priven explicou que com o software é possível ter acesso a praticamente todas as propriedades físicas e químicas de vidros disponíveis internacionalmente, com descrições sobre sínteses e procedimentos de medição.
"Por meio das aulas os participantes poderão compreender as bases dos mais de 100 métodos computacionais disponíveis para calcular essas propriedades, podendo definir aqueles que melhor se adequam às necessidades do estudo e à composição de vidro estudada”, afirmou.
Além do treinamento com o banco de dados, são realizadas tutorias com pesquisadores do CeRTEV ao longo da semana. Em encontros diários os estudantes interagem entre si, com a supervisão dos pesquisadores, para idealizarem um projeto de pesquisa que será apresentado ao final do evento.
Em nível molecular
Os participantes também assistiram a apresentações sobre as bases científicas de técnicas utilizadas no CeRTEV como a ressonância magnética nuclear e a espectroscopia Raman aplicada a materiais vítreos, para obtenção de informações em nível molecular dos vidros.
"Parte da programação da G&GC tem o objetivo de desvendar os detalhes da estrutura desses materiais, tratando do entendimento das correlações entre estrutura molecular, processos dinâmicos e as propriedades dos vidros. Essas estruturas controlam os processos dinâmicos – difusão, fluxo viscoso, relaxação e cristalização – e as propriedades ópticas, elétricas, térmicas, bioquímicas etc.”, contou Zanotto.
Entre as ferramentas com esse fim, o CEPID conta com três espectrômetros financiados pela FAPESP, sendo o mais recente um do tipo Raman, que, combinado com a microscopia de força atômica, possibilita fazer análises de materiais em escala nanométrica.
"É um efeito de para-raios. A ponta que faz a análise no microscópio de força atômica é nanométrica e condutora – quando incide luz sobre ela, o campo elétrico da luz laser que vai interagir com o material em estudo fica intensificado, amplificando o sinal Raman na região e possibilitando a análise de nanopartículas”, explicou Paulo Sergio Pizani, professor do Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia (CCET) da UFSCar e pesquisador do CeRTEV.
Pizani apresentou os fundamentos físicos da técnica, explicando como a luz interage com a matéria e por que ocorre o chamado espalhamento Raman, efeito descoberto pelo físico indiano Chandrasekhar Raman e que ocorre quando radiações luminosas interagem com as vibrações dos átomos que formam o material estudado.
"A luz que é espalhada no material em estudo sai com uma cor diferente, e a diferença entre ela e a luz incidente traz informações importantes do que acontece dentro do material, como a cristalização em vidros, um dos alvos de pesquisa do CeRTEV”, explicou.
O conhecimento sobre quão cristalizada está uma matriz vítrea é importante para definir as propriedades térmicas e mecânicas de um material vitrocerâmico, um vidro dentro do qual foram cristalizadas pequenas regiões. Dependendo do tamanho e da distribuição – se na superfície ou no volume, por exemplo – é possível definir as propriedades do material.
De posse dessas informações, os pesquisadores investigam o desenvolvimento de novos materiais com diversas aplicações, desde dispositivos para armazenamento de energia a materiais médicos e odontológicos, como o biosilicato, vitrocerâmico desenvolvido pelo CeRTEV com acapacidade de aderir a ossos, dentes e cartilagens.
Pizani também falou das pesquisas com cerâmicas ferroelétricas, materiais utilizados como transdutores, que transformam uma forma de energia em outra, e estão presentes em aparelhos celulares, memórias não voláteis, sensores de temperatura e radiação e diversas outras aplicações.
Um dos objetivos, de acordo com o pesquisador, é atribuir propriedades ópticas a esses materiais.
"Materiais ferroelétricos à base de titanato de chumbo, titanato de bário, titanato de estrôncio e cálcio são muito importantes e já muito usados comercialmente. A ideia é tornar esses materiais opticamente ativos adicionando elementos de transição da tabela periódica, como níquel, magnésio, manganês, cromo, conferindo luminescência a eles”, contou.
A programação da G&GC segue até o domingo, quando os participantes apresentarão propostas de pesquisas em materiais vítreos e vitrocerâmicos utilizando os conhecimentos e técnicas transmitidos ao longo do evento.
Mais informações emwww.certev.ufscar.br/slideshow/g-cc-brasil.
Diego Freire | Agência FAPESP
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- 05/08/2015 - Eletronuclear recebe pedido de demissão de presisenteFonte: Exame
A Eletrobras informou nesta quarta-feira, 5, que a controlada Eletronuclear recebeu do vice-almirante Othon Luiz Ribeiro da Silva o pedido de demissão do cargo de diretor presidente da empresa. Até então, ele estava licenciado.
Silva foi preso temporariamente, depois que foi deflagrada a 16ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Radioatividade, que apura irregularidades em contratos da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras que opera as usinas termonucleares Angra 1 e Angra 2 e constrói Angra 3.
Desde abril, quando surgiram as primeiras evidências de irregularidades, o executivo não recebia rendimentos.
O ex-dirigente justificou o pedido de demissão como sendo a melhor forma para buscar a defesa de seus direitos sem causar prejuízos aos interesses da Eletronuclear, bem como buscando preservar a independência dos procedimentos da investigação em curso.
De acordo com comunicado da Eletrobras, o atual diretor de Operações da Eletronuclear, Pedro José Diniz de Figueiredo, permanecerá interinamente como diretor presidente da Eletronuclear.
Ontem, o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, noticiou que, segundo fonte, o conselho de administração da Eletronuclear decidiu, em reunião na última sexta-feira, solicitar mais informações ao departamento jurídico a respeito das denúncias na companhia, antes de tomar medidas mais contundentes.
O colegiado também solicitou atualizações ao escritório anglo-americano Hogan Lovells, que foi contratado em junho para fazer uma investigação interna.
Segundo a fonte, o resultado da auditoria é esperado para ser entregue em setembro.
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- 04/08/2015 - Sobreviventes da bomba atômica no Japão criticam retomada de energia nuclear
Fonte: Jornal Extra
Quando Atsushi Hoshino buscou reavivar há 30 anos um grupo que representava sobreviventes da bomba atômica na área rural japonesa de Fukushima, no nordeste do Japão, um tópico ainda era tabu: criticar a indústria de energia nuclear que empregava muitas pessoas.
Isso mudou dramaticamente após 11 de março de 2011, quando um grande tsunami devastou a usina nuclear de Fukushima Daiichi, ocasionando derretimento de núcleos, espalhando radiação e forçando dezenas de milhares de residentes a deixar suas casas.
"Até então... eu me sentia de alguma forma desconfortável sobre energia nuclear, mas não o suficiente para me opor a ela. Na verdade, eu estava em uma situação onde não era possível me opor a ela", disse Hoshino, de 87 anos, à Reuters, em sua casa na Cidade de Fukushima, a cerca de 60 quilômetros de Fukushima Daiichi, a primeira usina nuclear comercial do país quando tornou-se operacional em 1971.
Agora, Hoshino, um sobrevivente da tragédia de 6 de agosto de 1945, dia do ataque nuclear dos Estados Unidos contra Hiroshima, está entre a maioria dos japoneses que se opõe ao plano do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, de reativar os reatores desligados após o desastre de 2011.
A usina de Sendai, da Kyushu Electric Power, no sudoeste do Japão, deve voltar a operar em 10 de agosto pela primeira vez em quase dois anos.
"Acredito que por conta do risco da energia nuclear e o fato de que seres humanos não podem controlá-la ter se tornado claro, nenhum dos reatores deveria ser religado", afirmou Hoshino.
O presidente do grupo de sobreviventes da bomba atômica em Fukushima, Akira Yamada, disse ter chegado a uma conclusão semelhante. Mesmo assim, ambos estão receosos de comparar os riscos da energia nuclear com o horror de armas atômicas.
"Há uma diferença entre o uso militar e o uso pacífico", disse Yamada, que, assim como Hoshino, tornou-se professor na universidade de Fukushima após a guerra.
Setenta anos após os bombardeios de Hiroshima e Nagasaki, as experiências dos sobreviventes idosos permanecem cauterizadas em suas memórias.
Hoshino eram um estudante do ensino médio quando um avião norte-americano lançou uma bomba atômica sobre Hiroshima, matando cerca de 140.000 pessoas até o fim do ano. Três dias depois, uma segunda bomba nuclear foi lançada sobre Nagasaki.
Em 15 de agosto, o Japão se rendeu.
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- 04/08/2015 - Startups de não alunos faturam até R$ 9 milhões em incubadoras de universidades públicasAcesso a laboratórios, consultorias e proximidade com grandes empresas são algumas das vantagens desses centros de desenvolvimento empresarial
Acesso a laboratórios, consultorias e proximidade com grandes empresas são algumas das vantagens desses centros de desenvolvimento empresarial
Fonte: DCI
SÃO PAULO - Muitas instituições de ensino superior públicas mantêm incubadoras de negócios que aceitam projetos de quem não é aluno. O caminho para ingressar nesses centros de desenvolvimento empresarial normalmente é por meio de edital. Mas há universidades que têm processos seletivos contínuos. Projetos de base tecnológica e inovadores são prioridades nas escolhas.
Esses espaços são oportunidades para os empreendedores que não contam com muitos recursos para desenvolverem suas startups. Mensalidades que vão desde R$ 80 para a pré-incubação a até pouco mais de R$ 2 mil, em pós-incubação, são os custos para aproximar as empresas do conhecimento acadêmico e também do mercado e investidores.
"O empreendedor passa a conviver em um ambiente rico em oportunidades", garante o coordenador da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Universidade Estadual de Campinas (Incamp) em São Paulo, Walter Wascheck Neto. Ele se refere à estrutura oferecida pelas instituições, como laboratórios completos e dedicados, acesso às pesquisas e pesquisadores e baixo custo de manutenção das empresas em relação à instalação fora das incubadoras.
Há outras vantagens que contribuem muito para a evolução dos projetos. A gerente do Centro de Empreendedorismo e Incubação do Programa de Incubação de Empresas (CEI-Proine) da Universidade Federal de Goiás, Emília Rosângela Pires da Silva, destaca os serviços estratégicos de consultorias, capacitações, a rede de contatos e a participação em eventos.
"É vital para alavancagem da empresa nos dois primeiros anos", diz o diretor-executivo do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), Sérgio Risola. O especialista acrescenta que gigantes da tecnologia, como Google e Facebook, sempre ficam de olho nos projetos das incubadoras.
Na mira das grandes
Outra vantagem, pontua Risola, é a busca que as grandes corporações têm feito nas incubadoras de instituições públicas. Isso porque o custo para essas companhias em troca do benefício, muitas vezes, é bem menor ao criar parcerias comerciais com startups do que ao investir em pesquisa e desenvolvimento. Companhias como a General Motors e Mercedes-Benz são exemplos de empresas que têm procurado parceiros dentro do Cietec, revela o especialista.
William Carnicelli é um exemplo de empreendedor que não pertencia ao mundo acadêmico e atingiu resultado relevante dentro de uma incubadora de instituição pública de ensino. Sua empresa, Alpha Br, foi incubada no Cietec. "Ele veio de fora, usou um bocado do conhecimento daqui dentro e, com a Alpha Br, chegou a faturar R$ 9 milhões no ano passado", conta Risola.
A proposta da Alpha Br é desenvolver tecnologia para a produção de fármacos de alto valor agregado. "Com 12 ou 13 pessoas, eles desenvolveram um princípio ativo para um tipo de remédio ansiolítico aqui dentro", resume Risola. A ideia inovadora inicial se transformou em uma solução para que a indústria farmacêutica substitua os gastos e a burocracia da importação.
Custos
Como a Alpha Br, todas as instaladas no Cietec, atualmente 120 empresas, desembolsam, por mês, R$ 600 para pré-incubação. Para a incubação, são no mínimo R$ 2 mil mensais. Quando as companhias são graduadas, ou seja, atingem estágio suficiente para caminhar sem o amparo da incubadora, contribuem com 2% do faturamento pelo mesmo período em que usufruíram dos recursos do centro de fomento.
Risola destaca que há ainda a possibilidade de pós-incubação, para as empresas que já estão graduadas e ainda dependem, de alguma maneira, da estrutura do Cietec. Neste caso, as mensalidades ficam pouco maiores e também há uma alíquota de 2% sobre o faturamento. Ao todo, é possível ficar instalado nas dependências do centro por sete anos.
Na Proine, da UFG, as três fases da incubação custam entre R$ 80 e R$ 561 mensais inicialmente. A incubadora acolhe as startups por até sete anos. Segundo Emília, o processo seletivo também é regido por editais e os projetos devem "estar relacionados com as áreas de atuação da UFG". A instituição de ensino registra 54 empresas incubadas, 24 delas de não alunos.
Na Incamp, 20 projetos foram aprovados para incubação, 15 estão instalados e os demais em fase de formalização. Cinco dessas empresas são de empreendedores de fora da Unicamp, explica Wascheck Neto. Entre elas estão a AiderNano, na área de nanotecnologia, a InovaFI, de tratamento de efluentes gasosos industriais, e a Processium, de processos químicos. O preço para ser incubado varia entre R$ 350 a R$ 750 por mês, diz o coordenador.
O custo é pouco menor para a incubação na Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais. A Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (Inbatec) cobra mensalidades desde R$ 80, para empresas incubadas em espaços compartilhados,a R$ 200, para locações individuais, tanto para alunos quanto empreendedores de fora.
Há quatro áreas de atuação pré-definidas para as startups, explica a gerente operacional e administrativa da Inbatec, Raphaela Silva Ribeiro: agronegócio, biotecnologia, gestão ambiental e tecnologia de informação. A seleção é realizada mediante edital.
Seleção e áreas de atuação
Na Incubadora de Empresas do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), não há vagas neste momento, mas há previsão para novo edital ainda neste mês de agosto, diz a coordenadora, Regina Faria. Ela conta que, normalmente, não há temas definidos, mas a locação "é voltada para empresas inovadoras, de base tecnológica e que tenham potencial de interação com a universidade".
A instituição fluminense acolhe 31 startups. Entre as empresas incubadas na Coppe estão a GT2 Energia, que desenvolve solução robótica para inspeção visual de caldeiras de indústrias, e a Petcell, com o objetivo de ser o primeiro laboratório de células-tronco para uso veterinário no estado.
Na Incubadora de Empresas da Universidade Estadual do Ceará (IncubaUECE), há limites para a participação de projetos inovadores que não sejam de estudantes, destaca a coordenadora executiva, Maria José Barbosa Gomes. As startups ou empresas também podem pertencer a idealizadores não alunos, porém é necessário ter vínculos com as áreas de biotecnologia ou energias renováveis.
A Universidade de Brasília (UnB), com a Multincubadora do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico, e a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), com a Pantanal Incubadora Mista de Empresas (Pime), também aceitam projetos de empreendedores de fora das instituições. Ambas dão prioridade para projetos de base tecnológica.
Pedro Souza
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- 04/08/2015 - Novo corte por conta do ajuste fiscal retira R$ 350 milhões do MCTIO corte ao Orçamento da União também afetou substancialmente o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que inclui dois programas considerados estratégicos para a ciência nacional: o Projeto Sirius e o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB)
O corte ao Orçamento da União também afetou substancialmente o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que inclui dois programas considerados estratégicos para a ciência nacional: o Projeto Sirius e o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB)
Fonte: Jornal da CiênciaA data limite imposta pelo governo para a divulgação do novo corte ao Orçamento da União foi respeitada. Na noite de quinta-feira, 30 de julho, foi publicada uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU) com o demonstrativo do contingenciamento. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) perdeu outros R$ 350 milhões para serem executados neste ano.
Em maio de 2015, a pasta perdeu R$ 1,844 bilhão dos R$ 7,311 previstos. Dos R$ 5,467 sobressalentes é que foram retirados os R$ 350 milhões. Assim, sobram R$ 5, 104 bilhões para o MCTI executar. Com o novo contingenciamento, se confirma a previsão feita antes do primeiro corte, de que a pasta perderia 30% do executável previsto para este ano.
O principal atingido pela nova demanda foi o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que perdeu R$ 2,055 bilhões. Nele estão inseridos dois programas considerados estratégicos para a ciência nacional: o Projeto Sirius e o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), cada um tendo acesso a R$ 1,5 bilhão. Não foram explicitados, porém, quais planos serão contingenciados.
Outras pastas
O Ministério da Defesa perdeu mais R$ 300 milhões, mas ainda terá acesso a R$ 16, 627 bilhões para utilizar neste ano. Os custos da pasta reduziram nesta semana, após o ministro Jaques Wagner renegociar os juros com o governo sueco para a aquisição dos caças Gripen NG.
Já o Ministério das Comunicações (MiniCom) teve retidos R$ 276 milhões. Assim, ele terá direito a utilizar menos de R$ 1 bilhão. A conta final fechou em R$ 778,2 milhões a serem executados em 2015.
Não atingiu todos
Entretanto, ao contrário do que havia afirmado o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, a tesoura não afetou todos os ministérios. Alguns passaram incólumes, como o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC); o Ministério do Meio Ambiente (MMA); e o Ministério de Relações Exteriores (MRE).
"O bloqueio dos valores primou pela qualidade do gasto público, de modo que não houve um corte linear e alguns ministérios não foram contingenciados. Também foram consideradas as particularidades de cada política e de cada órgão, além do ritmo de execução das obras em andamento”, diz nota divulgada pelo Ministério do Planejamento.
Clique aqui para ler a carta enviada pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) oferecendo apoio ao MCTI na luta contra os cortes dos recursos para a ciência.
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- 04/08/2015 - IPEN obtém laser com eficiência inéditaNd:YLF - Eficiência de conversão da potência recebida é a maior já registrada para equipamentos do gênero e foi conseguida sem acréscimo de componentes caros ou de procedimentos complexos
Nd:YLF - Eficiência de conversão da potência recebida é a maior já registrada para equipamentos do gênero e foi conseguida sem acréscimo de componentes caros ou de procedimentos complexos
Fonte: Site Inovação Tecnológica
Um desenho inovador possibilitou aos físicos Niklaus Wetter (IPEN - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) e Alessandro Deana (Universidade Nove de Julho) obterem um laser com 60% de eficiência.
Esta é a maior eficiência já registrada no mundo para equipamentos do gênero.
O resultado foi obtido apenas reconfigurando a geometria de um laser de Nd:YLF (fluoreto de ítrio e lítio dopado com neodímio), sem acrescentar componentes caros e complexos ao equipamento original.
O resultado é um laser muito compacto, robusto e leve, adequado para aplicações em satélites e outros dispositivos móveis, como aqueles que empregam a tecnologia lidar (light detection and ranging), uma espécie de radar de luz.
"A eficiência que obtivemos, de 60%, foi a melhor já reportada para esse tipo de cristal. Significa que mais da metade da potência utilizada para fazer o equipamento funcionar se converte em luz laser, produzindo um feixe de altíssima qualidade", disse Wetter.
Lasers antigos
O pesquisador lembra que os lasers antigos, utilizados até o início dos anos 1990, eram equipamentos de grande porte e baixíssima eficiência. No caso dos lasers a gás, que emitiam na faixa da luz visível, menos de 1% da energia recebida era convertida em feixe laser, sendo mais de 99% transformados em calor.
"Isso exigia sistemas de refrigeração enormes e edificações anexas ao prédio onde estava o equipamento para acomodar o sistema de refrigeração. Para gerar 10 watts de luz era necessário remover milhares de watts de calor," disse Wetter.
Muitas melhorias foram feitas ao longo dos anos e os lasers de estado sólido dopados com neodímio tornaram-se as melhores opções quando o objetivo era conciliar alta potência com alta qualidade, mas a eficiência não passava de 10%. A eficiência melhorou muito, chegando a 50%, com o advento do laser de diodo de alta potência. A tradicional lâmpada de bombeamento, que era ineficiente, saiu de cena e foi trocada pelo diodo.
Cirurgia no laser
"A intensidade do feixe laser obedece radialmente a uma distribuição gaussiana. Isto é, a maior intensidade está na linha central, e seu valor decai do centro para a periferia do feixe. O que fizemos foi potencializar esse cerne mais intenso do feixe por meio de uma reconfiguração geométrica", disse Wetter.
A novidade introduzida foi fazer o polimento do cristal não apenas nas faces de entrada e saída do feixe, mas também em uma das laterais e direcionar o feixe para a superfície lateral polida, onde ele sofre reflexão interna total. Com essa reflexão, o cerne do feixe é exposto e então recebe o bombeamento pelo diodo.
"É como se abríssemos o feixe de laser com um bisturi e entregássemos nosso aporte de energia exatamente no meio, onde a intensidade é máxima", comparou o pesquisador.
Embora esse artifício propicie a alta eficiência do laser como um todo, ele não garante a qualidade do feixe. Para obter um feixe de excelente qualidade, a dupla recorreu a um procedimento adicional, que foi fazer o feixe incidir uma segunda vez na superfície de bombeamento, a uma distância muito bem calculada da incidência inicial. A vizinhança das duas linhas impede que o feixe laser se alargue, perdendo qualidade.
Prático e útil
O pesquisador ressaltou que a reconfiguração que fez teve em vista o mercado brasileiro, evitando a dependência de insumos caros, sistemas complexos de bombeamento ou cuidados especiais com o isolamento térmico em relação ao ambiente.
"Nosso equipamento é um laser pequeno e robusto, que pode ser operado em qualquer lugar, sem a necessidade de um ambiente com controle de temperatura ou vácuo. Existem até lasers mais eficientes, mas estes exigem materiais especiais, muito caros. O melhor da atualidade, um laser de itérbio, alcança em torno de 80% de eficiência, porém precisa ser refrigerado à temperatura de 78 Kelvin (menos 195 graus Celsius, aproximadamente), que, obviamente, não é uma coisa prática," disse Wetter.
Em vez de funcionar continuamente, o equipamento emite pulsos curtos muito intensos, de 7 a 8 nanossegundos de duração e mais de 1 milijoule de energia, em intervalos de 1 milissegundo. "A alta intensidade possibilita uma série de efeitos, como, por exemplo, a geração de segundo harmônico. Isso faz com que o laser, que normalmente opera no infravermelho próximo, passe a operar também na faixa da luz visível, na cor verde."
Uma das utilizações do laser verde é a remoção de tatuagens em dermatologia. Mas os usos são muitos e diversificados: desde a pesquisa ambiental, com a emissão de pulsos na atmosfera e o recolhimento da luz espalhada para o rastreamento de poluentes, à gravação de peças na indústria.
A técnica lidar, por exemplo, já vem sendo usada para estudar as mudanças climáticas e medir os níveis de poluição da indústria.
Bibliografia:
Influence of pump bandwidth on the efficiency of side-pumped, double-beam mode-controlled lasers: establishing a new record for Nd:YLiF4 lasers using VBG
Niklaus U. Wetter, Alessandro M. Deana
Optics Express
Vol.: 23, Issue 7, pp. 9379-9387
DOI: 10.1364/OE.23.009379
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- 03/08/2015 - Segunda edição da “Feira Tecnológica IPEN” apresenta tecnologias com lasers e aplicaçõesParte da programação do III Workshop de Inovação Tecnológica, a feira tem como objetivo consolidar novas parcerias entre o IPEN e o setor produtivo industrial
Parte da programação do III Workshop de Inovação Tecnológica, a feira tem como objetivo consolidar novas parcerias entre o IPEN e o setor produtivo industrial
Fonte: Jornal da Ciência
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) realiza nos dias 10, 11 e 12 de agosto o III Workshop de Inovação Tecnológica dirigido principalmente para a área acadêmica e para o setor empresarial, com foco em empreendedorismo, transferência de tecnologia e proteção da propriedade intelectual. Além de palestras, haverá a segunda edição da "Feira Tecnológica IPEN/CNEN”, com a oferta de produtos e processos oriundos de pesquisas do Centro de Lasers e Aplicações (CLA), e uma oficina ("hands-on”) sobre propriedade intelectual.
Com o objetivo de consolidar novas parcerias entre o IPEN e o setor produtivo industrial, por meio da transferência de tecnologia, a Feira, que será no segundo dia do Workshop (11), vai oferecer cinco produtos/processos. O primeiro, apresentado pelo pesquisador Wagner de Rossi, será "A funcionalização de superfícies com laser”. Trata-se de um processo de microusinagem com laser de pulsos ultracurtos para produção de estruturas micrométricas ou submicrométricas sobre superfícies de metais, polímeros ou cerâmicas de maneira a mudar suas propriedades físicas, químicas ou tribológicas.
Em seguida, Niklaus Ursus Wetter vai mostrar a importância de "Lasers de estado sólido” com potências de até 200w e alta qualidade de feixe, que podem operar em modo contínuo ou pulsado e são a base para uma enorme quantidade de processos à laser das áreas industrial, médica e científica. "Embora existam no mercado internacional produtos similares, a tecnologia desenvolvida no nosso centro é comprovadamente mais eficiente e mais em conta do que qualquer tecnologia similar”, afirma o pesquisador.
A terceira tecnologia, apresentada pela pesquisadora Denise Zezell, será "Formulação farmacêutica para tratamento de câncer de pele”. Trata-se de uma nova fórmula química e método de preparação de uma pomada fotossensibilizadora para usar na terapia fotodinâmica para tratamento de lesão de pele, em particular tumores espinocelulares (o carcinoma espinocelular é o segundo tipo mais comum de câncer de pele).
"Devido a sua formulação única, o presente fármaco apresenta maior penetração no tecido biológico e permite que o efeito fotodinâmico obtido com o tratamento seja mais eficiente em relação a outras formulações disponíveis comercialmente e/ou cientificamente”, explica Denise. Após ter sido testadoin vivo em dois tipos de animais (felinos e roedores), o produto está patenteado e entre as vantagens está a redução dos custos demandados com a radioterapia e/ou quimioterapia.
Na sequência, Martha Simões Ribeiro vai apresentar o produto "Colóide à base de azuleno para redução microbiana”, uma formulação farmacêutica para tratamento tópico de infecções. Trata-se de um colóide à base de um fotossensibilizador que provoca morte microbiana quando associado a uma fonte de luz de baixa potência de emissão vermelha. Com importante ação contra micro-organismos resistentes a antibióticos, é atóxico e não mancha o tecido biológico (tecido mole, como a pele e mucosa, ou tecido duro, como dente e osso).
"Essa tecnologia pode ser utilizada nas diversas áreas da saúde onde há necessidade da redução tópica de micro-organismos. Na odontologia, pode ser utilizada na desinfecção intracanal, doença periodontal, tratamento de candidíase e prevenção ou tratamento de cárie. Na dermatologia, pode ser utilizada no tratamento de micoses. Na ginecologia, no tratamento de vulvovaginite. Na clínica médica, no tratamento de feridas infectadas”, salienta Martha.
Encerrando as apresentações, Anderson Zanardi de Freitas vai mostrar a "Utilização da tomografia por coerência óptica na avaliação de rugosidade de superfícies e desmineralização em esmalte dental” como metodologia para determinação de rugosidade de superfícies frágeis em tempo real e para determinação do grau de desmineralização de esmalte dental.
"A tecnologia de tomografia por coerência óptica permite a avaliação da rugosidade de superfícies frágeis, como, por exemplo, pele humana, géis, e todo tipo de superfície onde o contato mecânico não é possível”, diz Anderson, acrescentando que, para a desmineralização de esmalte dental, a tecnologia permite avaliação da variação do conteúdo mineral em tempo real de forma não invasiva.
Após as apresentações dos pesquisadores, haverá uma rodada de negociações entre o representante da empresa e o IPEN para tratar dos aspectos formais que envolvem a parceria e a transferência de tecnologia. O evento é organizado pelo Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT).
Mais informações no linkhttps://sites.google.com/site/nitipensp/home.
SERVIÇO
O quê:Feira Tecnológica IPEN/CNEN (Segunda edição)
Quando:Dia 11 de agosto (no âmbito do III Workshop de Inovação Tecnológica IPEN)
Horário:Das 14h30 às 17h
Onde:Auditório"Rômulo Ribeiro Pieroni”, bloco A do IPEN (Av. Prof. Lineu Prestes, 2242, Cidade Universitária,São Paulo).
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- 03/08/2015 - Consultoria PSR estima que Angra 3 só ficará pronta em 2020Fonte: Exame.com
Da Reuters
São Paulo - A consultoria PSR, especializada no setor elétrico, estimou em relatório a clientes que a usina nuclear de Angra 3 iniciará operação apenas em janeiro de 2020, contra uma previsão divulgada pela Eletrobras Eletronuclear de que o empreendimento poderia gerar energia comercialmente em dezembro de 2018.
A PSR ressaltou à Reuters, no entanto, que o cronograma projetado para a usina nuclear não leva em conta eventuais efeitos sobre as obras que possam ser causados pela citação de Angra 3 na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que passou a investigar o pagamento de propinas e a formação de cartel na licitação do projeto.
Depois de ter as obras paralisadas em 1986, a usina nuclear de Angra 3 teve a retomada aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em 2007. Em 2010 as obras iniciaram, e no ano seguinte foi assinado contrato para a venda da energia da usina, com previsão de entrega a partir de janeiro de 2016.
ADVERTISEMENTSegundo informações do site da Eletronuclear, o empreendimento recebeu 4,6 bilhões de reais até março deste ano, de um orçamento estimado em 14,8 bilhões de reais em custos diretos.
O relatório da PSR, que traz um "atrasômetro" das obras do setor, prevê também que as máquinas da principal casa de força da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, devem operar a partir de abril de 2017, contra uma expectativa da Norte Energia, responsável pela usina, de geração em março de 2016.
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- 03/08/2015 - Funcionários da Eletronuclear sabiam de cartel em Angra 3, sugere e-mailFonte: Portal UOL
RAQUEL LANDIM
Um e-mail obtido pelas autoridades indica que funcionários da Eletronuclear sabiam da existência de um cartel organizado para fraudar a licitação das obras da usina nuclear de Angra 3.
O documento foi entregue pela construtora Camargo Correa aos investigadores do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). A construtorafechou um acordode leniência com o órgão na sexta-feira (31) para delatar o cartel. Também participam do acordo os procuradores daOperação Lava Jato.
Na mensagem, os executivos das empreiteiras envolvidas no cartel –Andrade Gutierrez, Odebrecht, Queiroz Galvão, EBE, Techint, UTC, além da própria Camargo– relatam uma conversa que tiveram com funcionários da Eletronuclear, na qual combinaram fundir os consórcios que ficassem com os dois pacotes de obras de Angra 3.
"A conversa foi muito boa, esclarecemos que toda a execução se dará através da figura da fusão dos 2!", diz o e-mail. Segundo o Cade, a conversa a que essa mensagem se refere teria ocorrido na Eletronuclear um dia antes da troca de e-mails.
O Cade não revela quem são os funcionários da estatal envolvidos no cartel, porque não tem competência para investigar corrupção. Na terça-feira (29), a Polícia Federal prendeu o almirante da reservaOthon Luiz Pinheiro da Silva, presidente licenciado da Eletronuclear, acusado de ter recebido R$ 4,5 milhões em propina.
Os investigadores do Cade chamam a atenção para a data do e-mail: 12 de novembro de 2013, cerca de um mês antes da apresentação das propostas para a licitação.
"Note-se que há conversa sobre a junção dos dois consórcios decorrentes antes mesmo da apresentação das propostas, o que evidencia a certeza de que venceriam o certame por meio do ajuste anticompetitivo", diz o relatório sobre o caso produzido pelo Cade.
Os indícios reunidos pela autarquia revelam que as empreiteiras se organizaram em dois consórcios para obter o maior valor possível na licitação.
Um dos consórcios ofereceu um preço 4,98% acima da referência estabelecida pela Eletronuclear, muito próximo da variação máxima de 5% permitida no edital, e ganhou os dois pacotes.
No entanto, o consórcio abriu mão de parte das obras em favor das outras empreiteiras, que apresentaram uma proposta de "cobertura", com um preço apenas 0,01% acima da oferta vencedora.
Posteriormente, os dois consórcios se uniram, uma possibilidade que estava prevista no edital. O que contraria as regras é que isso tenha sido decidido antes da licitação, quando os dois consórcios não deveriam ter qualquer tipo de comunicação.
CARDEAL
Outros e-mails também mostram que as construtoras se coordenaram para resistir aos pedidos de descontos feitos pela Eletrobras, controladora da Eletronuclear.
Segundo relataram ao Cade os funcionários da Camargo Correa, o diretor geral da Eletrobras, Valter Luiz Cardeal, teria questionado o almirante Othon sobre o resultado da licitação, que obteve "preços acima do esperado".
Cardeal é próximo da presidente Dilma Rousseff e era considerado um de seus principais auxiliares quando ela ocupava o cargo de ministra de Minas e Energia.
Os executivos da Camargo Correa disseram que Cardeal passou a pleitear um desconto de 20% no valor da obra, mas que logo foi reduzido para 10%. O edital previa um desconto de 6% caso os dois consórcios se unissem.
Na comunicação entre os executivos, Cardeal é chamado também de "sua santidade" e "o eclesiástico".
"O eclesiástico está irredutível no espírito de querer desconto", diz um dos executivos num e-mail. "Não podemos demonstrar fraqueza. Ele vai tentar nos dividir. O governo precisa urgentemente de Angra 3, nós enquanto empresários, não", relata outro.
No fim, as empreiteiras acabaram oferecendo apenas o desconto de 6% previsto no edital. O resumo do caso feito pelo Cade não explica porque Cardeal desistiu de conseguir um desconto maior.
De acordo com reportagem publicada pela revista Veja em julho, o empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, que fez acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, disse que Cardeal pediu às empreiteiras que repassassem adiferença para o PT, na forma de doações eleitorais. Na ocasião, Cardeal se disse "indignado" com a acusação e afirmou que processaria o dono
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- 02/08/2015 - O que é feito do lixo nuclear?Questão de segurança, o armazenamento dos resíduos dura até milhares de anos, podendo ser usados para fins bélicos. Reciclagem é alternativa
Questão de segurança, o armazenamento dos resíduos dura até milhares de anos, podendo ser usados para fins bélicos. Reciclagem é alternativa
Fonte: O Povo On Line - Fortaleza
"Sociedade sem energia normalmente não é uma sociedade bem desenvolvida”. A afirmação é do doutor em Engenharia Nuclear e professor do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da Universidade de São Paulo (IPEN/USP), João Manoel Losada Moreira. Conforme ele, a energia nuclear como fonte de energia elétrica começou a ser utilizada de forma mais efetiva na década de 1960. Hoje, um dos seus maiores destaques é a não emissão de CO2 na atmosfera. Mas podem ser incluídas ainda, entre as vantagens, a grande disponibilidade de combustível (elementos radioativos), não depender de fatores climáticos e gerar pequena quantidade de resíduo."O volume de resíduos radioativos é pequeno em relação a uma fonte fóssil, como carvão ou gás natural, onde tudo que entra como matéria-prima é emitida para a atmosfera. Na nuclear, como é muita energia por unidade de massa, a quantidade emitida é pequena”, detalha o professor. Conforme ele, existem três tipos de rejeitos radioativos, de baixo, médio e alto níveis. O tempo de duração, que varia entre dezenas e milhares de anos, e o tipo de armazenagem os diferenciam e definirão quantidade e qualidade de barreiras de contatos. Os de alto nível podem durar entre 500 e até milhares de anos, enquanto os de médio têm duração de 300 anos e, os de baixo nível, cerca de 30 anos.
Para armazenar o lixo radiativo, o caminho é separá-lo ao máximo dos humanos. De acordo com João Manoel, o material é desidratado, misturado em uma matriz (cimento, por exemplo) que impeça qualquer reação química. Depois, há uma blindagem e ele é colocado em um tambor de ferro ou aço fundido.
A instalação, na maioria das vezes debaixo da terra, é uma das últimas barreiras. "Os de alto nível são colocados geralmente em uma área de montanha, que não tenha corpos aquáticos, com algumas galerias de rocha. Precisa monitorar, ver se não tem nenhum tipo de deterioração ou algum tipo de reação”. Resíduo, matriz, tambor, instalação, caverna, geosfera, biosfera, ser humano. Essa é a sequência de barreiras que, a depender do nível de resíduo, devem separar o lixo do contato com pessoas.
Reciclagem
O Brasil ainda não realiza, mas França, Japão e China já reciclam os rejeitos das usinas. "O combustível opera por um ano ou um ano e meio. A reciclagem poderia aproveitar 97,6% do material e armazenar apenas 2,4% (se for de nível médio)”, acrescenta. O fato de as usinas brasileiras ainda não reciclarem, diz ele, deve-se a uma "falta de decisão”. "Só temos dois reatores, então talvez, por enquanto, seja mais fácil guardar”.
De acordo com João, os Estados Unidos não reciclam, com a intenção de guardar o material e usá-lo para fins bélicos. "Toda a questão de salvaguarda internacional são sobre estas matérias”, avalia. Os franceses possuem 58 reatores, os americanos têm cerca de 100 e estão construindo mais cinco. "Cerca de 70 reatores estão sendo construídos atualmente no mundo”.
"O volume de resíduos radioativos é pequeno em relação a uma fonte fóssil, como carvão ou gás natural, onde tudo que entra como matéria-prima é emitida para a atmosfera. Na nuclear, como é muita energia por unidade de massa, a quantidade emitida é pequena”
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- 02/08/2015 - As várias aplicações da energia nuclearNosso cotidiano já está repleto de radiatividade que trazem benefícios. A tendência é que as técnicas aumentem o campo de exploração
Nosso cotidiano já está repleto de radiatividade que trazem benefícios. A tendência é que as técnicas aumentem o campo de exploração
Fonte: O PovoVocê já imaginou comer uma fruta esterilizada por irradiação? Parou para pensar nos exames rotineiros do check-up, que também fazem uso de produtos radioativos? Dificilmente você acharia que a energia nuclear pode ser uma aliada no meio ambiente. Os elementos nucleares utilizados na área da indústria, agricultura e medicina são os radioisótopos, ou seja, isótopos (variantes dos elementos químicos), que emitem três tipos de radiação: partículas alfa e beta, e onda eletromagnética gama. Elas podem até atravessar a matéria ou serem absorvidas por ela, o que possibilita múltiplas aplicações.
Dependendo da energia que possuam, as radiações emitidas podem ser detectadas onde estiverem, através de aparelhos apropriados, denominados detectores de radiação. Dessa forma, o deslocamento de um radioisótopo pode ser acompanhado e seu percurso ou "caminho” ser "traçado” em um mapa local, que são os traçadores radioativos. "Ser radioativo não significa necessariamente que você tenha uma reação em cadeia (como acontece nos reatores nucleares). São processos que, em princípio, não estão ligados ao núcleo do átomo”, explica o coordenador do curso de Física da UFC, Carlos Alberto Santos.
Medicina
Na medicina, a radiação pode ser usada na forma diagnóstica ou de tratamento. As radiografias (Raio X), mamografias e tomografias, por exemplo, utilizam material radioativo no equipamento. "São geradas ondas eletromagnéticas e cada onda tem uma velocidade, que é gerada pelo equipamento para fins específicos. Na tomografia, por exemplo, o paciente deita e a energia elétrica passa e joga raio no paciente. A máquina faz a imagem de como as estruturas do corpo absorvem mais aquela substância”, explica o presidente da Sociedade Cearense de Radiologia, Pablo Picasso. Mas há ainda exames onde o material radioativo (chamado de radiofármaco) é ingerido pelo paciente. "Nesse caso, a gente faz a imagem com o que esse material emite de radiação para a máquina”, destaca o especialista em Medicina Nuclear, Régis Nogueira. A diferença é que nesses tipos de exames (os mais comuns são as cintilografias óssea e do miocárdio) são estudadas as funções do corpo, quando na tomografia, por exemplo, o foco é a anatomia do corpo. O radiofármaco é dado por via oral ou venosa ao paciente, se distribui pelo corpo e a imagem é feita. Conforme Régis, a eliminação desse material se dá através da urina ou fezes. A energia gama é usada neste tipo de diagnóstico.
No tratamento de radioterapia, o princípio de utilização do radiofármaco é o mesmo da imagem, mas muda o radioisótopo. "As partículas têm mais poder de ionização. Na radioterapia, procura-se minimizar a radiação, usando-a apenas na área onde precisa atuar”, explica o especialista. Para que os efeitos sejam centralizados, cada paciente passa por um planejamento radioterápico, que evita a emissão de radiação para outros órgãos. O tratamento é possível através de aceleradores lineares, equipamentos que fornecem energia a feixes de partículas e possibilitam a concentração de energia em pequeno volume e em posições controladas da forma que precisa.
Saiba mais
Meia vida é o tempo que uma fonte radioativa leva para se apagar, que pode variar entre segundos ou bilhões de anos.
Em 1987, dois jovens catadores de materiais recicláveis abriram um aparelho de radioterapia em um prédio público abandonado no centro de Goiânia. A intenção era vender o chumbo e o metal, mas eles ignoravam que dentro do equipamento havia uma cápsula contendo césio-137, um metal radioativo. Em um ferro velho, a cápsula foi aberta e o material azul intenso que surgiu contaminou quem ia ver o aparelho. A Cnen monitorou níveis de radioatividade em 112 mil pessoas.
Braquiterapia é um tipo de radioterapia que consiste na colocação de uma fonte de radiação dentro da área que necessita de tratamento.
Um terremoto de 8,9 pontos da escala Richter, em março de 2011, abalou a região de Tohoku, no Japão, e provocou uma tsunami. Os fenômenos danificaram a estrutura da Central Nuclear de Fukushima I, na cidade de Okuma, e provocaram o derretimento de três reatores nucleares. Foi o maior desastre nuclear desde o acidente de Chernobil, em 1986, na Ucrânia, quando uma explosão e um incêndio lançaram grande quantidade de partículas radiativas na atmosfera, provocando a morte de 31 pessoas e outros efeitos, como câncer e deformidades.
Frases
"Na tomografia, o paciente deita e a energia elétrica passa e joga raio no paciente. A máquina faz a imagem de como as estruturas do corpo absorvem mais aquela substância.”
"Os alimentos passam em uma esteira que recebe radiação, isso mata as pragas, bactérias, fungos e micróbios, e aumentam a longevidade.”
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- 01/08/2015 - Pesquisador do Ipen produz laser compacto com alta eficiênciaDesenho inovador permitiu obter a maior eficiência registrada no mundo para equipamentos do gênero
Desenho inovador permitiu obter a maior eficiência registrada no mundo para equipamentos do gênero
Fonte: Jornal do Brasil
Um desenho inovador possibilitou ao físico Niklaus Ursus Wetter, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), obter um laser com 60% de eficiência – a maior registrada no mundo para equipamentos do gênero.
O resultado foi alcançado no âmbito do projeto de pesquisa "Desenvolvimento de lasers compactos e de alta eficiência para aplicações em lidar móvel e satélite”, apoiado pela FAPESP , e comunicado no artigo "Influence of pump bandwidth on the efficiency of side-pumped, double-beam mode-controlled lasers: establishing a new record for Nd:YLiF4 lasers using VBG”, publicado na revista Optics Express.
Sem acrescentar componentes caros e complexos ao equipamento original, Wetter conseguiu o resultado apenas reconfigurando a geometria de um laser de Nd:YLF (fluoreto de ítrio e lítio dopado com neodímio).
O resultado foi um laser muito compacto, robusto e leve, como deve ser para aplicações em satélites e outros dispositivos móveis, como aqueles que empregam a tecnologia lidar (light detection and ranging).
"A eficiência que obtivemos, de 60%, foi a melhor já reportada para esse tipo de cristal. Significa que mais da metade da potência utilizada para fazer o equipamento funcionar se converte em luz laser, produzindo um feixe de altíssima qualidade”, disse o pesquisador à Agência FAPESP.
Wetter bacharelou-se em Física no ETHZ, o Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, Suíça, e finalizou seu doutorado no Ipen. Ocupa, desde 2013, o cargo de gerente do Centro de Lasers e Aplicações (CLA) do instituto.
O pesquisador lembrou que os lasers antigos, utilizados até o início dos anos 1990, eram equipamentos de grande porte e baixíssima eficiência. No caso dos lasers a gás, que emitiam na faixa da luz visível, menos de 1% da energia recebida era convertida em feixe laser, sendo mais de 99% transformados em calor.
"Isso exigia sistemas de refrigeração enormes e edificações anexas ao prédio onde estava o equipamento para acomodar o sistema de refrigeração. Para gerar 10 watts de luz era necessário remover milhares de watts de calor”, disse Wetter.
Muitas melhorias foram feitas ao longo dos anos e os lasers de estado sólido dopados com neodímio tornaram-se as melhores opções quando o objetivo era conciliar alta potência com alta qualidade, mas a eficiência não passava de 10%. A eficiência melhorou muito, chegando a 50%, com o advento do laser de diodo de alta potência. A tradicional lâmpada de bombeamento, que era ineficiente, saiu de cena e foi trocada pelo diodo.
"Nosso equipamento é um laser pequeno e robusto, que pode ser operado em qualquer lugar, sem a necessidade de um ambiente com controle de temperatura ou vácuo. Existem até lasers mais eficientes, mas estes exigem materiais especiais, muito caros. O melhor da atualidade, um laser de itérbio, alcança em torno de 80% de eficiência, porém precisa ser refrigerado à temperatura de 78 Kelvin (menos 195 graus Celsius, aproximadamente), que, obviamente, não é uma coisa prática”, disse Wetter.
O pesquisador ressaltou que a reconfiguração que fez teve em vista o mercado brasileiro, evitando a dependência de insumos caros, sistemas complexos de bombeamento ou cuidados especiais com o isolamento térmico em relação ao ambiente.
Em vez de funcionar continuamente, o equipamento emite pulsos curtos muito intensos, de 7 a 8 nanossegundos de duração e mais de 1 milijoule de energia, em intervalos de 1 milissegundo. "A alta intensidade possibilita uma série de efeitos, como, por exemplo, a geração de segundo harmônico. Isso faz com que o laser, que normalmente opera no infravermelho próximo, passe a operar também na faixa da luz visível, na cor verde.”
Como se sabe, uma das utilizações do laser verde é a remoção de tatuagens em dermatologia. Mas os usos são muitos e diversificados: desde a pesquisa ambiental, com a emissão de pulsos na atmosfera e o recolhimento da luz espalhada para o rastreamento de poluentes, à gravação de peças na indústria.
Monocromia, coerência e colimação
O termo "laser” é composto pelas iniciais das palavras inglesas light amplification by stimulated emission of radiation ("amplificação da luz por emissão estimulada de radiação”). Trata-se de um processo que produz radiação eletromagnética monocromática (com somente um comprimento de onda), coerente (com todas as ondas em concordância de fase) e colimada (com os raios praticamente paralelos). Todas as virtudes do laser vêm da combinação dessas três características.
Para isso, um determinado material, chamado de "meio ativo”, é bombeado por uma fonte de energia (por exemplo, uma lâmpada ou um diodo). Devido ao aporte de energia, os átomos do material ficam excitados, com seus elétrons migrando para as órbitas mais energéticas.
Espontaneamente, cada elétron tende a retornar ao estado fundamental (de mínima energia), emitindo a energia excedente na forma de fóton (quantum de luz). Mas, em vez de deixar que o decaimento ocorra ao acaso, o dispositivo o induz por meio de outro fóton da mesma energia.
Cada fóton liberado por um elétron estimula, então, o elétron seguinte a emitir outro fóton, com o mesmo comprimento de onda. Desencadeia-se, assim, um efeito cascata. E um componente chamado "ressonador” faz os fótons produzidos retornarem ao meio ativo, induzindo mais emissão estimulada.
Desse modo, é gerada uma emissão de grande intensidade, com as três características mencionadas: monocromia, coerência e colimação.
Reconfiguração geométrica
"A intensidade do feixe laser obedece radialmente a uma distribuição gaussiana. Isto é, a maior intensidade está na linha central, e seu valor decai do centro para a periferia do feixe. O que fizemos foi potencializar esse cerne mais intenso do feixe por meio de uma reconfiguração geométrica”, disse Wetter.
A novidade introduzida foi fazer o polimento do cristal não apenas nas faces de entrada e saída do feixe, mas também em uma das laterais e direcionar o feixe para a superfície lateral polida, onde ele sofre reflexão interna total. Com essa reflexão, o cerne do feixe é exposto e então recebe o bombeamento pelo diodo.
"É como se abríssemos o feixe de laser com um bisturi e entregássemos nosso aporte de energia exatamente no meio, onde a intensidade é máxima”, comparou o pesquisador.
Embora esse artifício propicie a alta eficiência do laser como um todo, ele não garante a qualidade do feixe. Para obter um feixe de excelente qualidade, Wetter recorreu a um procedimento adicional, que foi fazer o feixe incidir uma segunda vez na superfície de bombeamento, a uma distância muito bem calculada da incidência inicial. A vizinhança das duas linhas impede que o feixe laser se alargue, perdendo qualidade.
"Os dois passos, que fazem parte do mesmo feixe laser, brigam por energia de bombeamento. Como estão muito perto um do outro, não conseguem aumentar de calibre sem roubar energia deles mesmos. Como consequência, o feixe permanece com o menor tamanho transversal possível”, disse Wetter.
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- 31/07/2015 - Oficina de Teatro de Bonecos ocorrerá às sextas-feiras de agosto na BrasitalFonte: Portal Guia São Roque
da assessoria de imprensa da Prefeitura de São Roque
O artista plástico Darcy Penteado, nascido em São Roque em abril de 1926 é bastante conhecido e referenciado por suas pinturas, desenhos, gravuras, literatura, cenários, figurinos e desenhos, tendo atuado em várias áreas e merecedor de inúmeros prêmios.
O que poucas pessoas sabem é que no inicio de sua carreira, desenvolveu um projeto de "Teatro de Bonecos” com fins educativos e, nos anos 70, retoma este projeto com seu irmão Dirceu, a partir da idéia de marionetes como um produto para divulgação do nome de São Roque.
As "Oficinas de Teatro de Bonecos Darcy Penteado”, que serão realizadas todas as sextas-feiras de agosto na Brasital, das 16 às 18h, sob orientação, de Clarissa Moser, tiveram como inspiração, este lado lúdico do Artista e é produto cultural do Projeto "Irradiação do acervo em Papel do Artista Darcy Penteado” que, em parceria com o IPEN/USP, irradiou todo o acervo com raios gama para protegê-lo da proliferação de fungos visível em vários de seus exemplares.
Nas oficinas, em teatrinho que reproduz o modelo criado por Darcy Penteado, as crianças de 8 a 12 anos, poderão criar bonecos e textos e os apresentarem para seus companheiros, como terão também, a oportunidade de verem reproduções de cenários e figurinos do artista.
As inscrições ocorrem de forma gratuita na secretaria do departamento de Cultura na Brasital. Vale lembrar, que o projeto, é beneficiado pela Lei Municipal 4084, de autoria da Prefeitura, que subsidia importantes projetos para o município, por meio do Fundo Municipal de Cultura.
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- 31/07/2015 - Anvisa limita uso de animal em pesquisaFonte: YahooA Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na quinta-feira, 30, uma resolução que abre caminho para a restrição ao uso de animais em procedimentos de pesquisa no Brasil.
A nova regra reconhece como válidos 17 procedimentos alternativos que haviam sido liberados pelo Conselho Nacional de Experimentação Animal (Concea), colegiado ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Esses métodos determinam a substituição de técnicas que até agora se valem de animais para testar o efeito e a segurança de determinados produtos pelo uso, por exemplo, de tecidos cultivados em laboratório.
"Com a aprovação, somente serão registrados no País produtos que tenham obedecido as regras do Concea", afirmou o diretor da Anvisa, Ivo Bucaresky. A regra, porém, não é de aplicação imediata. Ela seguirá o prazo que já havia sido estipulado pelo Concea: setembro de 2019.
A polêmica em torno do uso de animais em pesquisas científicas, antes restrita a organizações defensoras de animais, ganhou grandes proporções em 2013. Em outubro daquele ano, ativistas invadiram o Instituto Royal na cidade paulista de São Roque e roubaram 178 cães da raça beagle usados em testes.
Após um mês, o instituto, que fazia testes pré-clínicos para o desenvolvimento de medicamentos indicados para tratar câncer, diabete e hipertensão, foi fechado. Com o episódio, ganhou força no governo o esforço para tentar restringir o uso de animais nas pesquisas.
Entre as técnicas aprovadas pelo Consea e validadas pela Anvisa está a que dispensa, por exemplo, o uso de animais para avaliar a capacidade de corrosão e irritação de produtos na pele. Antes da resolução do Consea, o teste era feito na pele de animais - agora, é realizado com outros tecidos cultivados em laboratório. Métodos alternativos também dispensam o uso de coelhos em testes para aferir a segurança de colírios.
A medida ainda não é suficiente para acabar de vez com o uso de animais em testes. O coordenador do Concea, José Mauro Granjeiro, explica que, embora os testes alternativos sejam promissores, há áreas em que o uso de animais não pode ser substituído. Como exemplo, ele cita pesquisa relacionadas à resposta sistêmica do organismo, como processos alérgicos. Também não é possível dispensar o uso de cobaias em testes para avaliar o potencial carcinogênico de produtos. "A dispensa do uso de cobaias pode ser feita somente quando não há risco para seres humanos."
O Concea havia dado prazo de cinco anos para que o setor se adaptasse às regras do colegiado. A partir de 2019, serão permitidos testes apenas que se encaixarem nas regras. "E a observância dessas normas será analisada no momento do registro", disse Bucaresky.
A resolução da Anvisa não está limitada aos 17 procedimentos já aprovados. A regra permite que métodos alternativos aprovados no futuro pelo conselho sejam automaticamente validados - e, consequentemente, exigidos - pela Anvisa.
Vitória
Granjeiro comemorou a resolução da Anvisa. "É um passo importante. Valida as decisões que o conselho havia dado e tira eventuais dúvidas de pesquisadores e produtores."
Testes alternativos podem ser usados para análise da segurança de vários produtos, sejam eles agrotóxicos, cosméticos ou medicamentos. De acordo com Granjeiro, a intenção é reduzir e substituir ao máximo o uso de animais. Além da garantia do teste, é preciso que os laboratórios encarregados da análise obedeçam todas as normas de boas práticas de laboratórios. Hoje no País, diz Granjeiro, 32 laboratórios têm o certificado e, desse total, apenas 5 fazem testes toxicológicos.
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- 30/07/2015 - Servidores da Saúde trabalham sem aparelho que mede níveis de radiação no DFCerca de 2 mil técnicos em radiologia estão sem o medidor obrigatório há uma semana
Cerca de 2 mil técnicos em radiologia estão sem o medidor obrigatório há uma semana
Fonte: Portal R7
O Sintar-DF (Sindicato dos Técnicos e Auxiliares em Radiologia do Distrito Federal) denuncia que cerca de 2 mil servidores da rede pública de Saúde trabalham sem aparelhos que medem os níveis de radiação aos quais são expostos durante exames com raio-X. Os dosímetros foram retirados de hospitais e UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) na semana passada, depois que se encerrou o contrato da empresa fornecedora com o governo.
Uma portaria de 1998 do Ministério da Saúde obriga os técnicos em radiologia a sempre utilizar o dosímetro durante a jornada de trabalho nas áreas controladas, e determina que os aparelhos sejam trocados mensalmente. O servidor Adriano Levay, que trabalha na UPA de São Sebastião, diz que está com medo dos efeitos que a exposição desmedida pode ter na própria saúde no futuro.
— Estamos entre a cruz e a espada, porque a sociedade vai fazer exame, e a gente fica com receio de tomar dose excessiva e não ser monitorada, como fica nossa situação? A radiação não te dá um efeito imediato. Ela pode, daqui a 4 ou 5 anos, te dar efeito genético, de câncer, de mutação.
O vice-presidente do Sintar-DF, Ubiratan Gonçalves, afirma que o sindicato recebeu várias denúncias dos técnicos em radiologia durante o período sem os aparelhos, e diz que o órgão vai acionar o MPDFT (Ministério Público do DF e Territórios) sobre o caso.
— Nesse período sem dosímetro, profissionais não estão sendo monitorados. Informamos ao MP da situação da falta dos dosímetros, e que os profissionais estavam sendo expostos. Se levarmos ao pé da letra, pode ser feito até ocorrência policial nessa situação.
Em nota, a Secretaria de Saúde do DF confirma que o antigo contrato com a empresa dos dosímetros foi finalizado. No momento, tramita na pasta um novo processo de aquisição do serviço, há em fase final. Ainda segundo a secretaria, os profissionais da radiologia devem receber os novos equipamentos assim que o processo seja finalizado e a empresa entregue os novos dispositivos.
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- 30/07/2015 - Polícia investiga irregularidades no programa de submarinosFonte: site Portos e Navios
Em sua busca e a apreensão da última terça-feira (28), a Polícia Federal procurou documentos para embasar suspeitas de que houve irregularidades na execução do programa de submarinos da Marinha, que visa colocar no mar um modelo de propulsão nuclear por volta de 2025.
As suspeitas surgiram em etapas anteriores da Lava Jato, segundo a Folha apurou, em que a Odebrecht foi alvo de investigações.
A empreiteira é a maior parceira nacional do projeto, sendo responsável pelas obras do estaleiro e da base naval em Itaguaí (RJ).
Assinado em 2009 como parte do acordo militar Brasil-França, o maior da história do país, o contrato dos submarinos é um negócio gigantesco: € 6,7 bilhões (algo como R$ 18 bi quando foi assinado; hoje, R$ 25 bi).
O acordo foi uma das estrelas do segundo mandato de Lula. Seus termos preveem que os franceses fornecerão tecnologia para a construção de quatro submarinos convencionais, movidos por motores diesel-elétricos, e um nuclear –a menina dos olhos dos almirantes, já que apenas seis países operam esse tipo de armamento hoje.
A fabricação já está em curso, com seções do primeiro modelo convencional sendo integradas no Rio.
A Odebrecht foi subcontratada pelo estaleiro DCNS francês para assumir as obras da nova base por € 1,7 bilhão. Não houve licitação, o que provocou críticas veladas de suas concorrentes à época.
Como se trata de um negócio envolvendo a segurança nacional, tudo é sigiloso e fora das regras da Lei de Licitações. Isso é praxe em praticamente todo o mundo e deverá dificultar apurações da PF.
O acordo sofreu críticas por ter feito o Brasil adquirir uma família diferente de submarinos, a classe Scorpène francesa, vista por especialistas como inferior aos novos modelos alemães –o Brasil já utilizava submarinos de desenho germânico, numa parceria que remonta a 1983.
A DCNS tem longo currículo de acusações de pagamentos de propina e outras suspeitas em negócios com os mesmos submarinos na Índia e na Malásia.
Os franceses sempre negaram irregularidades. A Odebrecht nega as acusações no âmbito da Lava Jato.
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- 30/07/2015 - Wagner: No programa nuclear ninguém entraFonte: A Tarde, Salvador
A prisão de Othon Luiz Pinheiro, presidente licenciado da Eletronuclear, acendeu a luz amarela no Ministério da Defesa.A preocupação do ministro Jaques Wagner é com o programa nuclear brasileiro, formulado e desenvolvido há 35 anos com a participação ativa de Othon.
- Se CGU, TCU ou qualquer órgão devidamente credenciado quiser investigar, terá acesso aos contratos comerciais. Agora, no programa nuclear brasileiro (a parte técnica) ninguém entra. Nunca.
Curioso: Lava Jato à parte, o programa nuclear brasileiro foi concebido em parceria com a Alemanha, que esta semana começou a desativar suas usinas, prometendo parar todas as 17 até 2022.
Radioatividade baiana
Já que depois da chegada da Lava Jato na Eletronuclear a radioatividade entrou na ordem do dia, Salvador também ganhou a sua bombinha radioativa.
A Câmara aprovou ontem projeto do vereador Henrique Carballal (sem partido) que proíbe o trânsito de material radioativo pelas ruas da capital baiana.
Se ACM Neto sancionar, vai criar um problema nacional: o yellow cake, urânio extraído das minas da Nucleobrás em Caetité, que uma vez por ano embarca em Salvador, estará proibido de circular por aqui.
Aratu —Carballal justifica dizendo não ser correto expor os moradores de Salvador ao perigo. E cita que há soluções sem precisar expor a população:
- É só levar para o Porto de Aratu.