Clipping de Notícias
-
- 27/06/2016 - Sabia que a banana é naturalmente radioativa?Mas, não se preocupe, pois para causar danos ao nosso organismo, teríamos de comer milhões desse fruto
Mas, não se preocupe, pois para causar danos ao nosso organismo, teríamos de comer milhões desse fruto
Fonte: Brasília Encontro
Você sabia que a radioatividade está presente em grande parte das suas refeições? Banana, castanha do pará, cenoura, batata inglesa, carne, feijão e cerveja são alguns exemplos de alimentos que carregam, de forma natural, elementos radioativos.
Não há como fugir, mas também não precisa se preocupar. "Seria necessário que uma pessoa comesse toneladas de bananas por ano para atingir níveis inseguros", afirma Márcio Tadeu Pereira, chefe do laboratório de Irradiação Gama do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), que fica na UFMG.
A banana é rica em potássio, um elemento químico importante para o bom funcionamento do corpo humano. É justamente desse mineral que provém o potássio-40, um isótopo natural que, por sua vez, é radioativo, assim como o carbono-14, rádio e urânio, outros exemplos de elementos naturalmente radioativos, que são encontrados até mesmo no corpo humano.
Para que o organismo comece a sentir os efeitos maléficos da radioatividade é necessária uma dose de 100 rems (unidade de medida que indica a quantidade de radiação). Considerando que o consumo de uma banana por dia totalizaria 3,6 milirems em um ano, seria preciso comer cerca de 10 milhões de bananas para sofrer algum prejuízo proveniente da radioatividade.
Entre os elementos mais radioativos está a castanha, porque apresenta maior quantidade de potássio-40. Mesmo assim, não existe risco para a saúde humana.
Radiografia
Os exames de raio-X também não costumam causar prejuízos à saúde, desde que sejam supervisionados por profissionais competentes e qualificados. "Os benefícios da prática médica com radiações são muito maiores que os possíveis riscos", destaca Márcio Pereira, do CDTN.
Para se ter uma ideia, um exame de raio-x do tórax emite uma carga de apenas 2 milirems. Isso é extremamente baixo se compararmos com a quantidade de radiação que recebemos do Sol em um período de um ano: 240 milirems. Ainda assim não é nada preocupante. -
- 27/06/2016 - Experimento monitorou a trajetória de átomos individuaisFonte: Agência FAPESPUm experimento, realizado no Departamento de Física da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, monitorou a trajetória de átomos individuais e registrou as imagens dos mesmos. O estudo foi realizado pelo doutorando brasileiro Luís Felipe Gonçalves, sua colega tailandesa Nithiwadee Thaicharoen e o supervisor de ambos, Georg Raithel. Artigo a respeito, assinado pelos três pesquisadores, foi publicado na revista Physical Review Letters: "Atom-Pair Kinetics with Strong Electric-Dipole Interactions”.
Gonçalves está concluindo seu doutorado no Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP) com bolsa da FAPESP. E estagiou em Michigan também com bolsa da Fundação.
Um resultado notável do estudo foi a obtenção experimental do valor numérico do parâmetro da interação dipolar entre dois átomos, utilizando imagens da distribuição atômica. Esse parâmetro descreve o quanto a energia de um átomo varia em função da distância em relação a outro átomo próximo. Para o material considerado, o rubídio (Rb), no estado excitado escolhido, o valor teórico, medido em joules vezes metros cúbicos (J.m3), é de 3,72 x 10-42. O experimento permitiu chegar ao número (3,3 ± 1,8) x 10-42.
"Foi uma medida direta do parâmetro. E também a primeira visualização, por meio de imagem, desta interação entre dois átomos. Observamos, experimentalmente, que essa interação é de fato anisotrópica, isto é, depende da posição relativa dos átomos”, disse Gonçalves à Agência FAPESP.
O experimento foi realizado com átomos de rubídio no interior de uma câmara de ultra-alto vácuo. Aprisionados por uma armadilha magneto-óptica, constituída por três feixes de laser ortogonais e um campo magnético externo, dezenas de milhões de átomos, em seu estado fundamental, foram aprisionados em uma região esférica, com aproximadamente um centímetro de diâmetro, na intersecção das três linhas de luz.
Nesse conjunto, de dezenas de milhões, um pulso de laser excitou um número muito menor de átomos, levando-os do estado fundamental a um chamado estado de Rydberg. Assim denominado em homenagem ao físico sueco Janne Rydberg (1854 –1919), esse estado fortemente excitado corresponde a uma situação na qual, devido ao aporte de energia externa, os elétrons são deslocados para as camadas mais externas do átomo, mas ainda não se desprendem dele. Até este ponto, não houve ionização, portanto.
"Nos estados excitados, esses átomos se tornam muito interagentes. E, neste estado especifico, chamado de ‘50S’, a interação é isotrópica e repulsiva. Uma explicação bastante simplificada é dizer que isso acontece porque os elétrons mais externos se distribuem com igual probabilidade em todas as direções. Devido à repulsão eletromagnética das cargas negativas dos elétrons, os átomos se repelem, mas o fazem de forma isotrópica, isto é, independentemente da direção espacial. Para levar o experimento adiante, o próximo passo foi aplicar um campo elétrico sobre o conjunto”, afirmou o pesquisador.
O campo elétrico externo polarizou cada átomo excitado, fazendo com que os elétrons mais externos se concentrassem, com maior probabilidade, em uma certa região da camada externa. Assim, embora em seu conjunto o átomo seja eletricamente neutro, uma vez que as cargas positivas do núcleo contrabalançam as cargas negativas dos elétrons, ele passa a se comportar em seu interior como um dipolo elétrico. Algo parecido como um pequeno ímã, com um polo positivo, formado pelo núcleo, e um polo negativo, formado pela região de concentração da nuvem eletrônica.
"Tomamos o cuidado de aumentar a intensidade do campo elétrico muito gradativamente, de modo a produzir uma transformação adiabática, isto é, sem mudança de estado atômico”, acrescentou Gonçalves.
Uma vez polarizados, os átomos passaram a interagir de forma anisotrópica, atraindo-se ou repelindo-se de acordo com sua posição relativa – mais precisamente, de acordo com o ângulo formado pela direção do campo elétrico externo e o eixo internuclear. "Quando o eixo de polarização dos átomos, que tem a mesma direção e sentido do campo elétrico, se alinha ao eixo internuclear, eles passam a se atrair uns com os outros. E se repelem quando o campo é aplicado na direção ortogonal”, descreveu o pesquisador.
Propelidos pela atração ou repulsão elétricas, os átomos puderam evoluir ao longo do tempo no interior da armadilha. Até o instante em que um pulso elétrico muito forte, projetado pela ponta de uma agulha, localizada cerca de 400 micra abaixo da amostra, ionizou os átomos, arrancando os elétrons mais externos e arremessando os íons ao encontro de um detector. "Esse detector possui uma tela de fósforo que apresenta fluorescência a cada vez que é percutida. Assim uma série de imagens, mostrando a posição de cada átomo, foi gerada”, explicou Gonçalves.
Ao ser lançado, o feixe de íons se espalha, de modo que a distância entre dois átomos aumenta. Na armadilha, ela é da ordem de poucos micra. Ao incidir no detector, já é da ordem de milímetros. Essa divergência é controlada e pode ser medida. "Medindo as distâncias de todos os íons, dois a dois, obtivemos, para cada disparo, um conjunto de valores para as coordenadas x e y. E convertemos cada par de valores em um ponto de uma matriz bidimensional de correlação. Cada quadro da matriz corresponde a cerca de 5 mil imagens registradas pelo detector. Quadros sucessivos, gerados a intervalos de tempo de 2 microssegundos, permitiram observar a evolução das interações ao longo do tempo”, continuou.
A diferença de padrão dos quadros gerados quando os íons se atraem ou repelem mostrou que a interação é de fato anisotrópica. Foi a primeira vez que se obteve uma imagem, a nível atômico, deste efeito. E a medição da evolução das distâncias possibilitou calcular numericamente o valor do parâmetro de interação, confirmando o valor teórico. Analogamente ao que acontece quando se espalha limalha de ferro sobre uma folha de papel e se coloca por baixo da folha uma barra imantada, possibilitando a visualização das linhas de força do campo magnético, este experimento, com procedimentos muito mais sofisticados, permitiu, de certa forma, visualizar o ordenamento espacial de partículas devido à aplicação de um campo elétrico externo.
Nesta animação produzida pelo pesquisador, apenas o caráter repulsivo da interação é observado. O aumento da distância interatômica média reflete-se no aumento do diâmetro do disco. A sequência permite extrair o parâmetro de interação.
-
- 24/06/2016 - SBPC e ABC enviam carta contra a proibição de transporte de animais de pesquisaDocumento foi enviado ao secretário de Aviação Civil da Presidência da República e à presidente da Latam Airlines Brasil
Documento foi enviado ao secretário de Aviação Civil da Presidência da República e à presidente da Latam Airlines Brasil
Fonte: Jornal da CiênciaA Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e Academia Brasileira de Ciências (ABC) enviaram uma carta ao secretário de Aviação Civil da presidência da República, Guilherme Walder Mora Ramalho, e à presidente da Latam Airlines Brasil, Claudia Sender, solicitando que seja revertido o Boletim de Embargo para Aceitação e Transporte de Animais de Laboratório da Latam Airlines (ref.: BOL-CGO-CE-043, de 07 de junho de 2016), que impede a aceitação e transporte de animais vivos destinados a experimentos laboratoriais.
Segundo o texto, o "uso de animais de experimentação é de vital importância nas pesquisas das áreas biológicas e da saúde”. O documento lembra ainda "que sem esses animais serão interrompidas as pesquisas já em andamento dos vírus da chikungunya, zika e dengue, que assolam o País e toda a América Latina”.
Veja a carta na íntegra aqui.
-
- 23/06/2016 - Diretor da Eletronuclear assume presidência da LAS/ANSFonte: ABENNesta quarta-feira (22), no Rio, durante o simpósio de 2016 da Seção Latino-Americana da Sociedade Nuclear Americana (LAS/ANS, na sigla em inglês), o diretor de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, assumiu a presidência da entidade substituindo Julio Vergara, professor da Universidade Católica do Chile. Em seu discurso de posse, Leonam destacou a necessidade de renovação dos quadros profissionais da área nuclear. Ele ressaltou ainda que a LAS continuará a estimular a adesão de estudantes dos países da América Latina à sua divisão estudantil, visando à participação das novas gerações de jovens profissionais nos programas nucleares das diversas nações da região.
O novo presidente disse ainda que a organização continuará prestando seu apoio ao Conselho Internacional das Sociedades Nucleares (INSC, em inglês), participando das atividades da entidade e dos seus grupos de trabalho. Além disso, intensificará sua colaboração com a Academia Internacional de Energia Nuclear (Inea, em inglês).
Anualmente, a LAS reúne especialistas de diferentes países para discutir a situação da energia nuclear no mundo. Em 2016, o simpósio da entidade foi realizado em Furnas, entre segunda (20) e hoje (23). Paralelamente às discussões, foi realizada a Nuclear Technology Expo, exposição de produtos, equipamentos e serviços direcionados à geração de energia. Nesta quinta-feira, os participantes fizeram uma visita à central nuclear de Angra. O mandato é de um ano.
-
- 23/06/2016 - Pesquisadores da Unifesp usam laser contra câncer de cabeça e pescoçoFonte: Agência FAPESPCom o objetivo de oferecer um tratamento menos agressivo a pacientes com câncer avançado, pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) aplicam de forma experimental em um ambulatório da instituição uma técnica inovadora que utiliza luz infravermelha para remover tumores sólidos em cabeça e pescoço.
Introduzida e aprimorada pelo Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Unifesp no âmbito do projeto temático Combinação de cisplatina e laser no tratamento de câncer de cabeça e pescoço, realizado com o apoio da FAPESP, a técnica consiste na termoablação do tumor – a evaporação da água no compartimento celular de lesões sólidas e consequente eliminação do tecido tumoral – aplicada em paralelo a injeções intratumorais do medicamento quimioterápico cisplatina.
"Com essa prática ambulatorial conseguimos melhorar certas condições mórbidas do paciente, como sangramento, dor por compressão tumoral, infecção local e odor, que impactam a qualidade de vida em uma doença avançada”, diz Marcos Bandiera Paiva, que trouxe a técnica para o Brasil após 20 anos de pesquisa na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), onde mais de 500 pacientes já foram submetidos ao procedimento com sucesso.
Conhecida como laser-indução de terapia térmica (LITT), a técnica é utilizada na UCLA para termoablação de tumores de cérebro, mama, pulmão e próstata. Com o apoio da FAPESP, o tratamento foi aprimorado por meio da aplicação de injeções locais de quimioterapia, utilizando-se o quimioterápico cisplatina em combinação com a LITT, uma inovação em comparação ao tratamento administrado nos pacientes nos Estados Unidos, feito apenas com o laser.
A vantagem da combinação de cisplatina com LITT está na abrangência do procedimento. Durante a desobstrução tumoral, observam-se níveis máximos de energia na área central do tumor, submetida a temperaturas acima de 100° C, ao passo que as margens são tratadas em níveis subterapêuticos, com a temperatura do laser entre 40°C e 60°C, o que propicia a recidiva do crescimento tumoral. As injeções localizadas de cisplatina na periferia do tumor potencializam a erradicação tumoral localizada – isso porque, explica Paiva, aquecida nas regiões periféricas do tumor durante a aplicação do laser, a cisplatina tem sua toxicidade aumentada.
"O calor faz com que o quimioterápico tenha sua capacidade de penetrar nas membranas celulares exacerbadas. A célula tumoral fica mais facilmente permeável à cisplatina, potencializando assim a toxicidade da quimioterapia local e levando a uma erradicação mais eficaz do tumor.”
Ao contrário da radioterapia, cuja radiação possui energia suficiente para ionizar átomos e moléculas, danificando as células saudáveis e afetando o material genético, o procedimento adotado no ambulatório da Unifesp pode ser repetido após um intervalo de três semanas, garantindo melhores resultados e até a remoção completa do tumor.
Atendimento
Os pacientes atendidos passam por uma triagem antes de serem submetidos ao tratamento. Entre os elegíveis estão aqueles que não respondem a terapias convencionais, como quimioterapia sistêmica ou radioterapia, e que não podem ser submetidos a cirurgia. É preciso estar em condições clínicas adequadas à administração de anestesia geral.
"A técnica introduz o conceito inovador de um procedimento minimamente invasivo por meio de injeções intratumorais de altas doses de quimioterapia combinada com hipertermia local. Trata-se de um tratamento experimental paliativo para controle local da doença em alguns pacientes selecionados, não havendo garantias de cura, mas considerável melhora de alguns sintomas específicos”, diz Paiva.
De acordo com o pesquisador, "o tratamento traz ainda alguma esperança aos pacientes para que a técnica, localizada, possa ser associada a tratamentos sistêmicos inovadores em cabeça e pescoço, como a administração de Cetuximab”.
Aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2010, o Cetuximab é um anticorpo monoclonal, que age de forma mais direcionada – no caso, tendo como alvo o receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR), inibindo sua ativação e a consequente transmissão de sinal, o que resulta na redução da invasão dos tecidos normais pelas células malignas e da disseminação de tumores em novas áreas. O medicamento também inibe a capacidade de células malignas repararem o dano causado por quimioterapia ou radioterapia.
Os pesquisadores seguem buscando aprimorar a técnica de laser-indução de terapia térmica no ambulatório, inclusive para aplicação em tratamentos de outras doenças.
"Já demonstramos que o tratamento nas margens tumorais em pacientes com câncer avançado de cabeça e pescoço combinado com injeções locais de cisplatina e seguido de termoablação tumoral por LITT não é tóxico, melhora a qualidade de vida dos pacientes e é eficaz. A técnica pode ser aprimorada e beneficiar ainda mais pessoas. Por meio de uma fibra óptica conectada ao laser, por exemplo, poderemos ter acesso cirúrgico a qualquer lesão no corpo humano e, assim, aplicar um procedimento ambulatorial minimamente invasivo que diminui os custos no Sistema Único de Saúde (SUS)”, diz Paiva.
-
- 22/06/2016 - Sem dinheiro para conta de luz, supercomputador é desligadoEquipamento de R$ 60 milhões foi inaugurado em janeiro e está parado. O gasto mensal de energia é de R$ 500 mil. Pesquisas sobre zika, mal de Alzheimer e pré-sal estão congeladas.
Equipamento de R$ 60 milhões foi inaugurado em janeiro e está parado. O gasto mensal de energia é de R$ 500 mil. Pesquisas sobre zika, mal de Alzheimer e pré-sal estão congeladas.
Fonte: CBN
Por Gabriel Sabóia
O supercomputador Santos Dumont, o maior da América Latina, que foi inaugurado em janeiro deste ano e custou R$ 60 milhões, já precisou ser desligado. O motivo é a falta de dinheiro para pagamento das contas de luz do Laboratório Nacional de Computação Científica, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio.
Os valores gastos com energia chegam a R$ 500 mil por mês, mas o governo não reajustou o orçamento da unidade. Com isso, o valor das contas passou a consumir 80% dos recursos do laboratório, o que torna inviável o funcionamento integral do supercomputador.
Apesar de ocupar apenas 380 metros quadrados, o equipamento consome energia suficiente para abastecer um bairro com três mil famílias. Segundo o diretor do LNCC, Augusto Gadelha, seis pesquisas estão atrasadas e outras 75 estão na fila para serem iniciadas.
- No mês de maio, vimos que não havia a possibilidade de manter o computador ligado e tivemos a decisão de desligá-lo, diante da imprevisibilidade de chegada dos recursos para a energia elétrica, confessa.
O supercomputador Santos Dumont era um sonho antigo da comunidade científica brasileira. Ele é até um milhão de vezes mais rápido do que um notebook comum. Numa das poucas tarefas concluídas, o aparelho levou três dias para identificar cadeias de proteínas que podem ser usadas em tratamentos contra o Mal de Alzheimer. Pesquisas similares, feitas em laboratórios comuns há mais de três anos, não alcançaram este resultado.
O chefe do Sistema Nacional de Processamento de Alto Desempenho, Antônio Tadeu, lamenta que uma das pesquisas que esteja parada seja justamente a que tenta fazer o mapeamento genético do vírus da zika.
- A paralisação dessa máquina traz prejuízos incalculáveis para a comunidade científica. São projetos voltados para doenças como a zika e a dengue, para modelagem do sistema vascular (que é importante para profissionais de cardiologia) e projetos na área de energia, petróleo e gás. São projetos que teriam impactos positivos sociais e econômicos, mas estão parados por causa da indefinição quanto ao uso do supercomputador, lamenta.
Além do prejuízo às pesquisas, a paralisação do supercomputador também pode causar danos irreversíveis ao equipamento, como explica o coordenador de tecnologia do laboratório, Wagner Leo.
- Não só a máquina, em si, mas toda a infraestrutura de suporte ao equipamento pode sofrer danos pela paralisação. A máquina é toda refrigerada à água. Ela é como se fosse um carro, com óleo e refrigerada a líquidos, em seu interior. Então todas essas peças podem sofrer danos se ficarem sem uso. Um equipamento eletrônico não pode ficar parado, explica.
O presidente da academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich, teme por ainda mais cortes de dinheiro. Isto poderia implicar em outros avanços da tecnologia encerrando as suas atividades.
- É o reflexo e um exemplo gritante do que está acontecendo com a ciência e tecnologia no Brasil. É um descaso total. Foram investimentos vultosos que ocorreram e formação de pessoal de que demoraram muitos anos para se completar, mas que correm o risco de serem desperdiçados. O que acontece com o supercomputador é emblemático, sentencia.
Nos últimos dias, o supercomputador passou a ser ligado por algumas horas, fora do horário de pico, para evitar os danos em sua estrutura.
O Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações disse saber da situação e informou que está em busca de uma suplementação orçamentária para o LNCC junto ao Ministério do Planejamento. Não há previsão de anúncio.
-
- 22/06/2016 - Parlamentares reforçam importância das obras do Projeto SiriusDeputados farão visita às obras em construção no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, em Campinas, para reforçar a importância da manutenção do projeto para o País, diante das incertezas políticas
Deputados farão visita às obras em construção no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, em Campinas, para reforçar a importância da manutenção do projeto para o País, diante das incertezas políticas
Fonte: Jornal da CiênciaEm um momento de mudanças de governo e de incerteza sobre os investimentos públicos, deputados engajados na área de ciência, tecnologia e inovação se prepararam para realizar visitas técnicas ao Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), do Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas, onde estão em andamento as obras do Projeto Sirius, projetado para ser um dos quatro maiores aceleradores de partículas do mundo e considerado um dos maiores ganhos da ciência brasileira.
A visita de deputados ao projeto científico foi aprovada nesta terça-feira, 21, na reunião da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI), da Câmara dos Deputados, a pedido do deputado Sibá Machado (PT/AC), autor do requerimento nº 161/16.
Ainda sem data prevista, os deputados da Comissão farão visita técnica para reforçar a importância da manutenção das obras do novo laboratório científico, na região do Polo de Alta Tecnologia, em Campinas, que contam com recursos da ordem de R$ 1,2 bilhão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A previsão é de que esse projeto seja concluído em 2018.
Como justificativa, o deputado Sibá lembrou que essa é uma obra iniciada no governo Dilma Rousseff e que pretende colocar o Brasil na fronteira do conhecimento, à frente mesmo dos Estados Unidos, nessa área.
"Acho prudente a Comissão acompanhar essa obra, uma vez que já debatemos também o programa nuclear nessa Comissão. Não podemos deixar haver marcha à ré nesses programas. Haja o que houver, na conjuntura política, mas isso é Brasil. Não dá para discutirmos isso do ponto de vista partidário. Precisamos estar atentos a esses ganhos científicos”, reforçou Sibá.
O deputado Celso Pansera (PMDB/RJ), ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, subscreveu o requerimento de Sibá e reforçou a pertinência de acompanhar essas obras, em um momento de mudança de governo. Segundo ele, o laboratório é um dos maiores investimentos públicos em CT&I do País. "O cronograma está em dia, mas é preciso do nosso acompanhamento”, destacou.
Risco ao RMB
Pansera mencionou ainda o projeto Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que também conta com recursos do PAC e que pretende dar ao Brasil "autonomia” na produção de radiofármacos, por volta de 2022, abrindo espaço para o País entrar em um novo patamar de produção de conhecimento e também de ser exportador de medicamentos.
"Fiquei sabendo recentemente que, esse também, tem o risco de ser tirado de pauta do governo brasileiro, até pela incompreensão do processo”, disse o deputado na reunião da CCT.
A pretensão é de que o RMB ocupe uma área de 2 milhões de metros quadrados do complexo tecnológico Aramar, da Marinha do Brasil, em Iperó-SP, localizada a 125 km da capital paulista.
Pansera propôs ainda apresentar requerimento para convidar a Marinha e a CNEN, por exemplo, para falarem sobre a importância do RMB.
Regulamentação do Marco Legal de CT&I
A criação de uma subcomissão para acompanhar a regulamentação do Marco Legal de CT&I, sancionado pelo Palácio do Planalto em janeiro com oitos vetos, também entrou nas discussões da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI), nesta terça-feira. Por falta de acordo, o presidente da Comissão Alexandre Leite da Silva (DEM/SP) decidiu adiar para próxima reunião da Comissão todos os requerimentos que tratam de criação de subcomissões.
O alvo das divergências foram os requerimentos que solicitam a criação da Subcomissão Especial dos Crimes Cibernéticos para acompanhamento das evoluções sociais, tecnológicas e legislativas sobre a questão, de autoria do próprio presidente da Comissão, Alexandre Leite. O mesmo deputado solicitou o pedido para criação da Subcomissão Permanente do Marco Civil da Internet. Ele também solicita a constituição de Subcomissão Permanente para fiscalizar a atuação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no seu papel de órgão regulador dos serviços de telecomunicações.
Alguns deputados alegaram que a pauta da comissão havia sido "decidida” em café da manhã, sem a participação de todos os deputados da comissão.
Dessa forma, o presidente da CCTCI adiou a análise desses requerimentos e propôs colocar na pauta, da próxima semana, todos os requerimentos que solicitam a criação de subcomissões, entre os quais o requerimento do deputado Celso Pansera nº 152, de maio, solicitando a criação da subcomissão para discussão da regulamentação do Marco Legal de CT&I.
No Senado Federal, o senador Cristovam Buarque também apresentou proposta semelhante na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática, da Casa, na tentativa de contribuir e dar agilidade ao processo de regulamentação da nova legislação da área de CT&I. Há também proposta nas duas comissões para realização de seminário no início de agosto, com as principais entidades representantes da área de CT&I, para discussão da regulamentação da lei.
-
- 21/06/2016 - PET/CT em Linfomas: SBMN abre consulta pública para estabelecer critérios na emissão de laudosEm parceria com a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), SBMN busca aperfeiçoar o conteúdo apresentado no laudo dos exames de medicina nuclear aplicados em pacientes onco-hematológicos
Em parceria com a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), SBMN busca aperfeiçoar o conteúdo apresentado no laudo dos exames de medicina nuclear aplicados em pacientes onco-hematológicos
Fonte: SBMNA Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) anuncia a abertura da consulta pública "Elementos importantesdolaudo de PET/CT na avaliação de linfoma”, documento constituído em parceria com a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH).
De acordo com Juliano Cerci, vice-presidente da SBMN, pesquisador e coordenador da consulta, o objetivo da iniciativa é aperfeiçoar e, sobretudo, padronizar os resultados expressos nos laudos de "PET/CT” em pacientes onco-hematológicos, com recorte os dois grupos de linfomas: o de Hodgkin e os Não-Hodgkin.
O documento ficará ativo para análise, emissão de opiniões, sugestões e/ou críticas por 30 dias, a contar da data de sua emissão – sendo o período pra interações de 21 de junho a 20 de julho de 2016. Os pareceres devem ser enviados para o endereço de e-mail: julianocerci@sbmn.org.br – sendo inserido no assunto da mensagem: "Retorno Consulta Pública: laudo de PET/CT na avaliação de linfoma”
A consulta pública traz proposições que possam ser aplicadas como uma referência para os diversos serviços de medicina nuclear no país e tem sua base no estudo – "Recomendações para a avaliação inicial, estadiamento e análise de resposta de Hodgkin e linfoma não-Hodgkin: a classificação Lugano” – publicado em 2014 e consolidado como referência mundial neste campo.
A partir do desfecho da análise do material a SBMN planeja escrever um guideline com um modelo de laudo que contemplea interpretação destes exames (já bem estabelecido na literatura), mas mais importante ainda, com as informações relevantes que devem constar no laudo. "A ideia é tentar obter laudos mais padronizados esistematizados, evitando tanta heterogeneidade. Acreditamos que por meio do consenso de especialistas será possível alcançar este propósito”, esclarece Cerci.
Além de Cerci, a consulta pública foi elaborada por meio da colaboração dos pesquisadores e membros da SBMN e ABHH, os médicos nucleares Celso Darío Ramos, José Cláudio Meneghetti, Jose Flavio Marins, George Coura Filho, Marcelo Tatit Sapienza, Barbara Juarez e Claudio Tinoco Mesquita; e dos hematologistas Nelson Spector, Valeria Buccheri, Irene Biaoli, Carmino Antonio de Souza, Carlos Chiattone e Otavio Baiocchi.
Confira o documento da consulta pública "Elementos importantes do laudo de PET/CT na avaliação de linfoma” – documento_consulta publica_laudo PET em linfomas
-
- 20/06/2016 - Brasil vai fazer primeira exportação de urânio enriquecido para ArgentinaContrato, assinado há 15 dias, aguarda autorização do Ministério das Relações Exteriores
Contrato, assinado há 15 dias, aguarda autorização do Ministério das Relações Exteriores
Fonte: O Globopor Ramona Ordoñez
O Brasil vai fazer a primeira exportação de urânio enriquecido, destinado para reator nuclear, para a Argentina. A informação foi dada nesta segunda-feira, pelo presidente das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), João Carlos Tupinambá, durante evento na Sociedade Nuclear Americana (NSA), no Rio.
Segundo o executivo, foi fechado acordo para a exportação de quatro toneladas de urânio enriquecido na forma de pó de UO2 (dióxido de urânio).
Do total, 1.430 quilos foram enriquecidos a 1,9%; 670 quilos, a 2,6%; e dois mil quilos, a 3,1%. Segundo o executivo, a INB já tinha em estoque cerca da metade do volume que será exportado, e o restante foi enriquecido na fábrica de Resende, no Rio.
— Todo o processo foi genuinamente brasileiro, metade foi enriquecido aqui e metade havia em estoque — destacou Tupinambá.
Segundo o executivo, o contrato foi assinado há 15 dias e agora está aguardando a autorização do Ministério das Relações Exteriores para sua efetivação.
O negócio foi fechado com a empresa estatal argentina Conuar, que cuida da parte de combustível. O produto será destinado para um reator de teste de pequeno porte chamado Carem.
O executivo explicou que as unidades de enriquecimento instaladas na INB (seis cascatas) permitem o enriquecimento de cerca de 40% das necessidades da usina nuclear de Angra 1. Se o projeto for concluído com a construção de mais três cascatas, o país passaria a ter condições de atender a toda demanda por combustível enriquecido de Angra 1 e a cerca de 20% da necessidade de Angra 2.
Todas as etapas do enriquecimento de urânio já são produzidas no Brasil, com exceção da conversão em gás chamada de UF6. Apesar de já se ter tecnologia dominada, não é feito ainda no país por questões de escala.
— Estamos buscando uma parceria mais efetiva com a Argentina. Estamos em negociações para a recarga desse reator do Carem e também verificando possibilidades para fornecimento para a usina nuclear de Atucha 1 — disse o executivo.
Tupinambá explicou que o objetivo com a exportação é aumentar a atuação da companhia no mercado e buscar o desenvolvimento da companhia.
Falta definir com o governo federal a continuidade da construção das quatro últimas cascatas do processo de enriquecimento, que exigirá investimentos adicionais da ordem de R$ 100 milhões.
O presidente da INB garantiu que a primeira exportação de urânio enriquecido para a Argentina não vai afetar o atendimento das cargas para as usinas de Angra 1 e Angra 2. Ele explicou que os dois primeiros lotes são de material em estoque que estava disponível, e o terceiro lote foi enriquecido. O executivo destacou que na realidade a empresa está otimizando os seus estoques.
— Em momento algum nossas ações colocam em risco o fornecimento nacional. Estamos otimizando nossas operações — destacou Tupinambá.
Como o carregamento vai ser feito por rodovias até Uruguaiana, e precisa ser escoltado pela Polícia Rodoviária, a expectativa é conseguir enviar o produto até o fim deste mês. Caso não seja possível, segundo ele, o carregamento só será feito após as Olimpíadas.
Apesar dos recursos escassos, a INB continua executando o projeto da segunda mina de exploração de urânio em Caitité, na Bahia. O executivo disse que já espera conseguir produzir cerca de 60 toneladas na nova mina ainda este ano. A mina deverá produzir 250 toneladas anuais de urânio. A INB está investindo R$ 32 milhões no projeto, mas ainda faltam R$ 150 milhões para concluir o projeto, dos quais 100 milhões viriam do governo federal. Para este ano, a INB deverá contar com um orçamento total da ordem de R$ 800 milhões, contra R$ 1 bilhão que seria necessário.
O executivo participou nesta manhã da abertura do simpósio anual da Seção Latino-Americana da Sociedade Nuclear Americana (LAS/ANS). Segundo seus organizadores, o evento pretende discutir a combinação de energias limpas (nuclear e renováveis).
-
- 17/06/2016 - Presidente da Cnen discute na Finep a concepção inicial e próximas etapas do Projeto DES-SALFonte: ABENNa última sexta-feira (10), o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Renato Cotta, reuniu-se com o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Wanderley de Souza, na sede da instituição, no Rio, para apresentar as linhas gerais do DES-SAL, projeto recém-proposto pela Cnen de utilização de tecnologia nuclear para dessalinização de água.
Estiveram presentes ao encontro cerca de 40 representantes das duas instituições, dentre os quais, pela Finep, o assessor da Diretoria de Inovação e ex-presidente da Cnen, Rex Nazaré Alves, Ricardo Gattass, diretor de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Pedricto Rocha Filho e Victor Hugo Odorcyk, diretores de Inovação, e Carlos Augusto de Azevedo, assessor da Presidência. Também participaram da reunião pesquisadores e técnicos da Marinha do Brasil, da Coppe/UFRJ e da Cnen.
Na ocasião, Renato Cotta defendeu o caráter inovador da proposta, que pode garantir, simultaneamente e a custo competitivo, eletricidade, água e alimento a populações afetadas pela seca ou pelo abastecimento hídrico insuficiente e de baixa qualidade.
Cotta salientou que a primeira etapa do projeto, já em andamento, incluirá uma análise de estruturação de custos. Essa fase envolve, além do detalhamento técnico-conceitual do DES-SAL, a montagem de um laboratório de estudos de dessalinização por diferentes processos, previsto para funcionar nas instalações do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), unidade de pesquisas da Cnen.
Ressaltando o alinhamento da proposta com os objetivos institucionais de fomentar projetos de grande porte e de impacto nacional, a diretoria da Finep propôs que se estabelecesse uma agenda de trabalho entre a Cnen e diferentes grupos técnicos da Financiadora, que, nos próximos meses, irão avaliar detalhes conceituais, bem como a viabilidade técnica e econômica do DES-SAL.
Um dos pontos importantes levantados na ocasião foi a do contingente com formação especializada para o setor nuclear, requerido pelo empreendimento. O presidente da Cnen observou que o projeto poderia se beneficiar de um programa de incentivo à formação de quadros para o setor nuclear, tal como o Pronuclear, que, de 1976 a 1986, fomentou, em escala nacional, a criação de programas de especialização em tecnologia nuclear e o aprimoramento e a reorientação dos currículos dos cursos na área, incrementando a formação de técnicos, mestres e doutores.
Durante a reunião, outra sugestão para o fortalecimento do projeto envolveu a agregação de novas parcerias, no sentido de viabilizar soluções interinstitucionais para a formulação de políticas sustentáveis para a região eventualmente a ser beneficiada pelo empreendimento, e a formulação de programas de esclarecimento e aceitação pública da energia nuclear.
O projeto
O DES-SAL, que envolve parceria da Cnen e seus institutos com o Centro de Tecnologia da Marinha em São Paulo (CTMSP), laboratórios das universidades UFRJ, UFPB, UFF, UFBA e UFPE, e redes de colaboração de pesquisa já existentes, como os INCTs relacionados, propõe a utilização de um reator de pequeno porte da geração GIII+ (a partir do modelo desenvolvido pelo Laboratório de Geração Nucleoelétrica - Labgene, da Marinha), combinado a diferentes sistemas de dessalinização para obtenção de água para amplo consumo.
Como resultado direto do projeto estão previstos o abastecimento elétrico e hídrico da região beneficiada, bem como o fortalecimento das atividades agrárias, viabilizado pela construção de um parque agroindustrial abastecido pela eletricidade gerada.
Atualmente cerca de 150 países utilizam processos de dessalinização de seus recursos hídricos. Entre esses, um conjunto deles - Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kwait, Catar, Barein e Omã - obtém cerca de 90% de sua água potável através de processos de dessalinização. No Brasil, em Fernando de Noronha, opera nossa única usina de dessalinização.
-
- 17/06/2016 - Minas Gerais terá a primeira fábrica de grafeno do BrasilEstado, que já concentra pesquisadores na área, vai atrair cadeia de alto valor agregado
Estado, que já concentra pesquisadores na área, vai atrair cadeia de alto valor agregado
Fonte: O TempoQueila Ariadne
Um alótropo de carbono pode fazer do mundo um lugar muito mais simples e transformar Minas Gerais em referência na cadeia de produção de um novo material com múltiplas aplicações: o grafeno. Em três anos, o Estado terá a primeira planta do Brasil, para produção em escala comercial. Gerado a partir de combinações de átomos de carbono, ele é capaz de acelerar a velocidade da internet, filtrar o sal da água do mar, carregar uma bateria de celular em segundos e até ajudar no sequenciamento genético. O investimento será de R$ 21,3 milhões para desenvolver a tecnologia e implantar a produção em escala piloto. Os recursos são da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig).
Com tantas utilidades, a substância vale ouro. Aliás, vale cerca de duas vezes e meia mais. Enquanto cada grama de ouro custa R$ 143, a do grafeno é comercializada em torno de US$ 100 no mercado internacional, ou seja, R$ 346. Hoje, a tonelada métrica de grafeno custa US$ 1.000, cerca de 500 vezes mais do que a de grafite. "O desafio da planta piloto é produzir em escala maior, com qualidade e preço mais competitivo”, explica a coordenadora do projeto na Codemig, Valdirene Peressinotto.
Segundo a pesquisadora Adelina Pinheiro, do laboratório de química de nanoestruturas de carbono do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear/Comissão Nacional de Energia Nuclear (CDTN/CNEN), o ideal é que grafeno chegue a custar apenas dez vezes mais do que o grafite. "As vantagens são mais da eficiência do que financeiras. Ele tem propriedades muito específicas, como isolar bem a umidade e o oxigênio, facilitando a conservação de alimentos, por exemplo, podendo ser usado em embalagens e revestimentos. Pode ser usado em sensores que ajudarão a detectar doenças por meio do sangue ou saliva”, ressalta.
O professor do departamento de física da UFMG, Daniel Cunha Elias, participa de pesquisas do grafeno desde 2006, quando se obteve a primeira mostra no Brasil. "Não existe nenhum material conhecido no mundo que ofereça tamanha impermeabilidade e resistência. Os elétrons se movem com uma velocidade muito maior do que no silício, o que vai permitir uma eletrônica muito mais rápida”, afirma.Elias destaca que Minas já é referência em grafeno, o que será ampliado com a instalação da planta. "O Estado possui minas de grafite, de onde pode ser obtido o grafeno. No entanto, mais importante do que isso é o know-how, pois aqui está uma grande concentração de pesquisadores na área”, destaca.
Unidade vai gerar 28 empregos diretos
A planta piloto de grafeno em Belo Horizonte só deve entrar em funcionamento daqui a um ano e meio, mas o processo de contratações de pesquisadores já começou. "Vamos contratar 28 profissionais, das áreas de física, química e engenheiros como de áreas química e de materiais”, afirma a coordenadora do projeto na Codemig, Valdirene Perissotto.
Em julho, a companhia vai promover um encontro para lançar o projeto à comunidade acadêmica e empresarial. Diante da versatilidade do grafeno, a lista de possíveis clientes também é abrangente. "Podem ser indústria automotiva, onde ele tem uma infinidade de utilidade, além de metal-mecânica, microeletrônica, celulose, têxtil, baterias e aeroespacial”, afirma Valdirene.
Dos R$ 21,3 milhões de investimento, 45% serão alocados em laboratórios e equipamentos e o resto em recursos humanos e ações complementares. (QA) -
- 17/06/2016 - Usina nuclear Angra 1 ficará 37 dias desligada para reabastecimentoFonte: EBC Agência Brasil
Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil
A usina nuclear Angra 1 será desconectada do Sistema Interligado Nacional (SIN) à 0h deste sábado (18), para ser reabastecida. O procedimento, considerado uma parada programada, deve interromper a produção da unidade por 37 dias.Esse tipo de parada para reabastecimento ocorre anualmente e, neste ano, foi programado levando em conta os Jogos Olímpicos e Paralímpícos do Rio. As competições acontecem entre agosto e setembro, quando Angra 1 já terá retomado a produção de energia elétrica.
Com o desligamento da usina, trabalhos de manutenção, inspeções e modificações de projeto poderão ser executados. Segundo a Eletronuclear, estatal que opera Angra 1, estão planejadas 3,9 mil tarefas para os dias de desligamento, e 1,2 mil profissionais devem trabalhar para cumpri-las. Entre eles, estão 87 estrangeiros.
Nesse período, cerca de um terço do combustível será recarregado. O reator será reabastecido com 40 novos elementos combustíveis.
Angra 1 é a mais antiga usina nuclear brasileira e está em operação desde 1985. Sua potência é de 640 megawatts, o suficiente para abastecer uma cidade com 1 milhão de habitantes.
-
- 17/06/2016 - Eletronuclear participa do simpósio anual da Seção Latino-Americana da Sociedade Nuclear Americana (LAS/ANS)Fonte: Maxpress
Do dia 20 a 23 de junho, a Eletronuclear participará do simpósio anual da Seção Latino Americana da Sociedade Nuclear Americana (LAS/ANS). O evento acontecerá no auditório de Furnas (R. Real Grandeza, 219, Botafogo - RJ).
Neste ano, o tema do encontro é "Combinando tecnologias nucleares e renováveis para a produção de energia sem carbono". A temática foi escolhida em função do reconhecimento global sobre a necessidade da utilização de energia renovável e nuclear para atender às resoluções da Conferência Mundial sobre as Mudanças Climáticas (COP-21), realizada recentemente em Paris.
Pedro Figueiredo, presidente da Eletronuclear participará da cerimônia de abertura do evento, no dia 20, às 9h45. Neste mesmo dia, às 15h, o diretor de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente da empresa e vice-presidente do LAS, Leonam Guimarães, falará em um painel sobre políticas energéticas e a estrutura de programas nucleares na América Latina.
No dia 21, às 9h40, o assessor de Desenvolvimento de Novas Centrais Nucleares, Marcelo Gomes, participa do painel que discutirá a integração da energia nuclear e das fontes renováveis na matriz elétrica. Já no dia 22, às 14h30, Ilson Soares, chefe da Divisão de Treinamento da Eletronuclear, integrará uma mesa-redonda que irá discutir sobre incentivos para qualificação profissional na área nuclear.
No encerramento do simpósio, no dia 22, às 17h, Leonam tomará posse como novo presidente da LAS-ANS. No dia 23, ainda como parte da programação, acontecerá uma visita técnica à central nuclear de Angra dos Reis.
Paralelamente ao evento principal, acontecerá, ainda, a Nuclear Technology Expo 2016, que é uma exposição de produtos, equipamentos e serviços direcionados à geração de energia.
Sobre o simpósio
O evento, que é patrocinado pela Eletronuclear e voltado para o público em geral e profissionais de comunicação, tem como objetivo apresentar os benefícios da utilização de fontes nucleares na produção de energia. Também é um fórum que possibilita troca de informações entre representantes de empresas geradoras, autoridades reguladoras e instituições de pesquisa.
Para saber mais, acesse http://las-ans.org.br.
-
- 16/06/2016 - Ministro defende que investimentos em ciência e tecnologia alcancem 2% do PIB"Essa bandeira eu comprei e incorporei", disse o ministro no encontro com membros da Academia Brasileira de Ciências no Rio de Janeiro. Ele anunciou ainda a retomada do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia.
"Essa bandeira eu comprei e incorporei", disse o ministro no encontro com membros da Academia Brasileira de Ciências no Rio de Janeiro. Ele anunciou ainda a retomada do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia.
Fonte: MCTICO ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, defendeu nesta quinta-feira (16) que os investimentos públicos e privados em ciência e tecnologia se aproximem de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Em encontro com membros da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e reitores de universidades públicas do Rio de Janeiro, ele anunciou ainda que o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) será reativado. A primeira reunião, segundo o ministro, deve ocorrer nas próximas semanas no Palácio do Planalto.
"Eu tenho certeza absoluta, plena convicção, de que uma das principais atribuições e responsabilidades minhas será trabalhar para que a gente possa se aproximar, atingir ou estabelecer um cronograma, quem sabe até numa lei, para que os recursos possam se aproximar daqueles 2% do PIB colocado algum tempo atrás. Essa bandeira eu comprei e incorporei", disse o ministro.
Segundo os dados mais recentes da Assessoria de Acompanhamento e Avaliação das Atividades Finalísticas do MCTIC, os investimentos em ciência, tecnologia e inovação chegaram a 1,66% em 2013, 0,93% públicos e 0,73% empresariais.
"Efetivamente, nos últimos 60 anos, muito se avançou em termos de organização da comunidade e conquistas do mundo da ciência brasileira. Mas, apesar de tudo, recentemente, por conta de circunstâncias da nossa economia, nós tivemos uma sensível queda no volume de recursos disponibilizados para a ciência. E agora cabe a nós todos juntos, não somente ao ministro ou ao ministério, trabalhar para que possamos não apenas reverter, mas retomar a curva de crescimento desses investimentos."
Na opinião do ministro, o início da retomada deve ser a recomposição do orçamento de 2016. "E nós vamos nos empenhar muito porque, quanto mais nós recuperarmos nesse ano, mais fácil será começarmos a construir a curva de retomada do crescimento já no orçamento do ano que vem", disse Kassab, reforçando a proposta debatida com diretores de agências e institutos de pesquisa do MCTIC no Rio de Janeiro. "O governo está motivado, sensibilizado, convencido de que, nos últimos anos, a redução foi drástica. Então, a lição de casa número 1 é ir atrás desses recursos que perdemos."
CCT
Kassab recordou demanda ouvida em encontro na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em São Paulo, na semana passada, de retomar a regularidade das reuniões do CCT, instância composta por representantes do governo federal, do setor produtivo, da sociedade civil e das entidades de ensino, pesquisa, ciência e tecnologia.
"Quero dizer para vocês que nós temos um compromisso, que eu já levei pessoalmente ao presidente da República, da retomada e do reinício da operação do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia. Em breve, em poucas semanas, o CCT já irá ter a sua primeira reunião no Palácio do Planalto", anunciou. "A agenda está sendo construída com a Casa Civil, até porque é o presidente da República que preside o conselho. E nós esperamos nesse dia já apresentar projetos e ter da parte do presidente a condição de assumir alguns compromissos, quem sabe até do ponto de vista orçamentário."
O ministro reforçou que está em elaboração um plano diretor de ação, "para que a gente tenha e passe a ter compromissos, programas e projetos para curto, médio e longo prazo, especialmente em relação à formação dos nossos recursos humanos, que têm tido uma evolução extraordinária nas últimas décadas".
Participaram do encontro os presidentes da ABC, Luiz Davidovich; do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Hernan Chaimovich; e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Wanderley de Souza; o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher; o subsecretário de Coordenação das Unidades de Pesquisa do MCTIC, major-brigadeiro-do-ar Paulo Roberto Pertusi; o físico Luiz Pinguelli Rosa, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da UFRJ (Coppe), e os ex-presidentes da ABC Maurício Matos Peixoto e Jacob Palis.
Navio
Após reunião na ABC, o ministro visitou o Navio de Pesquisa Hidroceanográfico Vital de Oliveira que ampliou a infraestrutura de pesquisa científica marinha. A embarcação conta com equipamentos de ponta para experimentação e retirada de amostras do oceano como o Veículo de Operação Remota (ROV), que tem capacidade para operar em uma profundidade de até quatro mil metros. O Vital de Oliveira é resultado do acordo de cooperação firmado entre o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Ministério da Defesa, Petrobras e Vale. A embarcação foi entregue à Marinha do Brasil em março de 2015. O investimento foi de R$ 162 milhões.
-
- 15/06/2016 - Laboratório brasileiro é aceito em teste internacionalFonte: Portal BrasilAgência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aprovou o Laboratório de Especiação de Mercúrio Ambiental (Lema), do Centro Nacional de Tecnologia Mineral (Cetem), em relação à certificação de teores de elementos-traço em tecido biológico de molusco (Gafrarium tumidum). A unidade trabalhou para quantificar metilmercúrio e mercúrio total em uma amostra de referência certificada.
O Lema/Cetem foi um de 12 laboratórios internacionais convidados pela AIEA. Destes, nove foram validados. Os resultados obtidos pelo laboratório da entidade vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) encontram-se dentro da faixa de aceitação, o que indica um desempenho satisfatório. A equipe é formada pelas pesquisadoras Patrícia Araújo e Lilian Maria Domingos, além das alunas de iniciação científica Julia Souza e Ana Maria Garcia Lima.
O critério de seleção dos participantes foi baseado na aplicação de sistemas de qualidade, utilização de métodos validados, aplicação de conceitos de incerteza e traceabilidade. O projeto brasileiro obteve bom desempenho em exercícios interlaboratoriais anteriores em biota – conjunto de seres vivos de uma região – marinha.
Na unidade Lema, as análises de metilmercúrio são feitas por cromatografia gasosa após extração seletiva com solvente orgânico. As análises de mercúrio total são feitas por espectrofotometria de absorção atômica.
-
- 15/06/2016 - Plataforma reúne informações do meio acadêmicoFonte: Agência FAPESPA plataforma Orion Academics reúne atividades de interesse para o meio acadêmico, como abertura de editais, eventos, cursos, congressos e chamadas para publicações de artigos científicos.
A iniciativa é de ex-alunos recém-formados da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e está aberta a qualquer interessado, que pode acessar as informações ou divulgar eventos acadêmicos de forma gratuita.
A plataforma foi uma das 200 startups selecionadas para participar do Startups & Makers Camp na Campus Party Brasil, em janeiro de 2016, e conta com apoio da Embrapa Instrumentação, do Departamento de Artes e Comunicação da UFSCar e do Laboratório de Informática, Aprendizado e Gestão da Unicamp.
Mais informações: www.orionacademics.com
-
- 15/06/2016 - FAPESP lança boletim eletrônico "Pesquisa para Inovação"Fonte: Agência FAPESPA FAPESP lançou ontem o boletim eletrônico Pesquisa para Inovação com notícias sobre resultados de pesquisas realizadas por empresas inovadoras apoiadas pela Fundação, depoimentos de empresários sobre os desafios de empreender, chamadas de propostas para financiamento a projetos de inovação, além de agenda de eventos de interesse do setor.
O objetivo da publicação é estimular a inovação empresarial no Estado de São Paulo e no Brasil e promover a colaboração entre universidades e empresas, bem como o intercâmbio de informações entre parceiros potenciais.
O boletim, que circula às terças-feiras, tem como público-alvo dirigentes e gestores de startups, pequenas, médias e grandes empresas de diversos setores; pesquisadores vinculados a universidades e institutos de pesquisas; incubadoras de empresas, associações de classe e fundos de investimentos, entre outros.
As informações veiculadas no boletim Pesquisa para Inovação estão disponíveis no site http://agencia.fapesp.br/inovacao
Para assinar o boletim acesse http://agencia.fapesp.br/inovacao/assine
-
- 15/06/2016 - Contingenciamento de recursos compromete pesquisas e desenvolvimentoDirigentes de centros de P&D falam sobre a dificuldade de reter pesquisadores diante da insegurança no andamento dos projetos de pesquisas
Dirigentes de centros de P&D falam sobre a dificuldade de reter pesquisadores diante da insegurança no andamento dos projetos de pesquisas
Fonte: Jornal da CiênciaO contingenciamento consecutivo dos recursos dos fundos setoriais tem prejudicado a manutenção das atividades de pesquisas dos principais centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) do País e estimula a saída de pesquisadores em busca de oportunidades no exterior. Esse foi um dos principais pontos que nortearam a audiência publica, realizada ontem, 14, na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), do Senado Federal.
O objetivo do evento foi ouvir dirigentes de fundos e de institutos que recebem recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel). Essa é a segunda audiência pública realizada para discutir o destino dos recursos desses dois fundos que, apesar de a receita anual superar R$ 5 bilhões, os valores não são destinados à pesquisa e desenvolvimento científico do País.
Segundo o presidente do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), em Campinas, Sebastião Sahão Júnior, os recursos que o órgão tem recebido estão aquém dos valores previstos em lei. Por lei, o CPqD teria que receber 15% da arrecadação do Funttel, que seriam hoje na ordem de R$ 100 milhões. Entretanto, recebe em torno de R$ 25 milhões anuais.
Com um quadro de funcionários de 1,143 mil colaboradores, o desafio do Centro é reter os pesquisadores que hoje vivem em um ambiente inseguro diante da instabilidade sobre a continuidade dos projetos de pesquisa.
"A inovação precisa de pessoas, de pesquisadores. Portanto, precisamos de visibilidade desses recursos para dar continuidade aos projetos. Não é fácil formar pesquisadores em nosso país, demoramos anos para formá-los e precisamos retê-los”, disse e acrescentou.
Esforço para reter pesquisadores
O órgão tem conseguido manter o número de pesquisadores. Sahão Júnior reconhece, porém, a necessidade de aumentar os esforços. "Temos conseguido retê-los, mas precisamos aumentar, porque muitos ainda sentem insegurança para dar continuidade às suas pesquisas aqui. Estamos perdendo muito para outros países”, alertou.
Segundo Sahão Júnior, o órgão tem buscado outras alternativas a fim de reter os colaboradores, por intermédio do setor privado, além do Funtec, do BNDES, e da Embrapii. Embora seja positiva, essa iniciativa surte impacto negativo, porque o lado estratégico de estar do lado da fronteira da tecnologia no setor acaba se perdendo, avalia Sahão Júnior.
"Quando perdemos recursos do Funttel, em função das dificuldades financeiras da União, passamos a ter mais dificuldade para buscar inovação dentro da fronteira tecnológica de nosso país”.
Com opinião semelhante, o brigadeiro Fernando Cesar Pereira Santos, vice-diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), situado em São José dos Campos, também reclama do contingenciamento dos recursos da União, não especificamente dos recursos do FNDCT. O órgão é responsável pela área de ciência, tecnologia e inovação da Aeronáutica e vinculado ao Ministério da Defesa, uma das pastas que mais perdem recursos a cada ano, em razão do ajuste fiscal.
Atraso nas entregas
Com uma estrutura considerável para administrar, o DCTA possui 159 laboratórios sob o seu guarda-chuva. Os fundos setoriais vinculados ao FNDCT respondem por 13% da receita do DCTA, valores que chegaram a R$ 112 milhões nos últimos cinco anos.
De acordo com Pereira Santos, um dos impactos do contingenciamento dos recursos é no atraso das entregas. Um exemplo é o desenvolvimento do avião de transporte militar KC-390, fabricado pela Embraer, com a participação de Argentina, Portugal e República Tcheca, cuja entrega deve acontecer somente em 2018.
Pereira Santos sugeriu a criação de uma linha especifica de fomento no âmbito do Ministério da Defesa. "Os fundos setoriais são instrumentos estratégicos importantes para o setor aeroespacial de defesa. Deslumbramos no DCTA a possibilidade de a criação de uma linha de financiamento específica para a área espacial, no âmbito do MD, para que seja desenvolvido um projeto de Estado para assegurar os recursos por um longo prazo. Esse é o ponto mais urgente”, concluiu.
Mediando a cerimônia, o senador Lazier Martins (PDT-RS), destacou o projeto de lei, em tramitação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), que proíbe o contingenciamento de verbas destinadas à área de ciência, tecnologia e inovação.
Ainda participaram da audiência Jorge Almeida Guimarães, diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), e o vice-diretor do Instituto Evandro Chagas (IEC), que também reforçaram a importância da continuidade dos recursos para CT&I.
-
- 15/06/2016 - “Não vamos desistir do MCTI”, diz presidente da SBPC em audiência pública na CâmaraHelena Nader foi convidada para falar em reunião realizada nesta manhã pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados. A audiência foi solicitada pelo deputado Sibá Machado para discutir a fusão do MCTI com as Comunicações
Helena Nader foi convidada para falar em reunião realizada nesta manhã pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados. A audiência foi solicitada pelo deputado Sibá Machado para discutir a fusão do MCTI com as Comunicações
Fonte: Jornal da CiênciaA presidente da SBPC, Helena Nader, participou nesta manhã de quarta-feira, 15 de junho, de uma audiência pública para discutir a fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação com o das Comunicações, medida provisória (726/16) anunciada no dia 12 de maio, pelo presidente interino, Michel Temer. O encontro foi realizado pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara dos Deputados a pedido do deputado Sibá Machado (PT-AC) e teve participação do ministro interino da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab.
A CCTCI também convidou para a audiência o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich, o presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Sergio Luiz Gargioni, a presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti), Francilene Garcia, e a presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Maria Lucia Cavalli Neder, que foi representada pelo secretário executivo, Gustavo Balduíno.
"Temos dialogado com o ministro Kassab, mas este diálogo não significa que vamos desistir do MCTI”, ressaltou a presidente da SBPC. "Concordo que é preciso enxugar a máquina, mas há outras maneiras de fazer isso que não seja sobre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Em todos os lugares do mundo, a ciência e tecnologia são consideradas o motor da economia. Quando o governo federal faz isso, os estados podem começar a fazer também”, disse.
Firme contra a fusão, Nader falou da luta da comunidade científica pela edificação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que teve início há 60 anos, com a criação da Capes e o CNPq. "O MCTI completou 30 anos em 2015 e o impacto que ele trouxe para a CT&I do País é inestimável”, disse.
Segundo ela, a história das conquistas do MCTI para o desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil ao longo dessas três décadas torna ainda mais difícil assimilar a decisão do governo interino. "Para nós é complicado entender porque essa fusão foi decidida tão rápida e sem diálogo”, protestou.
O repúdio à fusão, conforme destacou Nader, não vem apenas da comunidade científica, mas do setor empresarial. Eles estão entre os signatários do manifesto contra a fusão que a SBPC, a ABC e outras 12 entidades assinaram um dia antes de o presidente interino, Michel Temer, anunciar a criação do MCTIC. "Não é uma demanda exclusiva do mundo acadêmico, temos também o empresariado assinando o pedido”, destacou.
O presidente da ABC, Luiz Davidovich alertou que é o futuro do País que está em jogo nesta fusão. Ele criticou a falta de visão política para o desenvolvimento da CT&I no País, ressaltando a baixa aplicação do PIB nacional para o setor (1,2%), em relação aos países desenvolvidos, como a Coreia que chega a investir 4% de seu produto interno bruto em ciência e tecnologia.
Davidovich observou ainda que o MCTI e o Ministério das Comunicações são instituições de práxis e etos muito diferentes. "Queremos um MCTI íntegro e individualizado”, disse, reiterando que o MCTI resulta de uma longa batalha científica e empresarial.
O cientista concluiu dizendo que a luta pelo fim da fusão e a manutenção do MCTI é porque todos querem levar o País a novos patamares. "A fusão não favorece isso. A ciência brasileira já fez muito, mas queremos mais. E essa fusão pode prejudicar o futuro”, afirmou.
Esclarecimentos
De acordo com a Agência Câmara de Notícias, Sibá convidou o ministro interino do MCTIC, Gilberto Kassab, para prestar esclarecimentos sobre os projetos do governo interino para a implantação das políticas públicas e o funcionamento do novo Ministério em relação às responsabilidades dos anteriores. A audiência acontece em meio a uma série de manifestos da comunidade científica, acadêmica e empresarial, contrários à fusão dos ministérios. "A proposta de reorganização do governo federal interino nos moldes propostos pela MP 726/16 não consegue consenso entre governo e sociedade”, disse o deputado à Agência.
Na audiência de hoje, Sibá afirmou que a fusão é um retrocesso. Para ele, todos os ganhos que a comunidade científica teve para o desenvolvimento do Brasil serão perdidos com a fusão. "Eu não acredito que o PMDB de Sarney (José) criou o MCTI, há 30 anos. E é esse PMDB atual vai encerrar o MCTI. Não podemos ter um retrocesso como esse”, disse. Sibá também lembrou com preocupação os oito vetos que o Marco Legal da CT&I, quando foi sancionado.
Kassab manteve o discurso contemporizador, elogiou o posicionamento firme dos cientistas e empresários que se mantêm contra a fusão dos ministérios, mas repetiu o argumento de que a redução de ministérios, de 39 para 23, é o primeiro passo para uma reforma administrativa e que isso trará mais eficiência à máquina pública. "Eu entendo, justifico e apoio essas manifestações. Mas a fusão veio para ficar”, afirmou o ministro interino, voltando a garantir, ainda, que, apesar de a Ciência e Tecnologia ter absorvido atribuições das Comunicações, ela será preservada nesse processo.
Apelo ao governo interino
O secretário executivo da Andifes, Gustavo Balduíno, ressaltou a importância do MCTI e disse que a comunidade científica trabalha com dados, argumentos. Por isso, ressaltou que é preciso discutir a importância dos Ministérios. "Estamos discutindo um modelo de governo. Qualquer país que leva o setor de Ciência, Tecnologia e Inovação à sério tem um órgão que organiza a política do setor. Fizemos aqui um apelo, em nome do desenvolvimento do País, do desenvolvimento sustentável. É preciso encontrarmos uma forma de auxiliar o presidente interino a rever essa posição. É preciso que tenha estudos, precisamos de argumento”.
A deputada Luciana Santos (PCdoB-PE) também concorda que a fusão poder retroceder ganhos aos longos dos 30 anos da criação do MCTI. "Os crescimentos colhidos até agora foram graças às decisões políticas. E não é possível que um governo irresponsável coloque isso na lata do lixo”, lamentou.
Contra a fusão
Helena Nader, nas suas considerações finais, contestou o argumento de Kassab de que o MCTI teria sido preservado na fusão. "Com a fusão, o MCTI, que tinha quatro secretarias, agora tem três. E o de Comunicações continua com as suas três secretarias”, observou.
Ela também lembrou a reunião com o ministro interino do MCTIC, promovida pela SBPC na última quarta-feira, 8 de junho, que reuniu em São Paulo mais de 100 pessoas, entre dirigentes de instituições científicas, presidentes de sociedades científicas, reitores e demais representantes do setor empresarial de todo o País. Para a presidente da SBPC, a fusão do MCTI pode prejudicar a sinergia do órgão, que, mesmo com poucos recursos, possui uma estrutura complexa, com muitos institutos vinculados que fazem a ponte com a área de inovação.
Nader destacou que a ciência brasileira cresceu muito rápido, se pensarmos que os recursos sempre foram escassos e que as primeiras universidades brasileiras surgiram há menos de um século. "Foi essa ciência, jovem, mal financiada, que conseguiu dar a resposta ao mundo e associar ao vírus zika a microcefalia. É essa ciência que descobriu o pré-sal. Que criou a Embraer. É essa ciência pequena que tem mais números de artigos, em relação à Argentina e ao Chile. Por isso que estamos lutando. A gente está aqui defendendo um País que queremos”, disse.
A firme posição de continuar lutando pelo retorno do MCTI, que tem sido defendida pela SBPC e pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), deve se manter. "Eu tenho uma história de vida dedicada à educação e à ciência. E não vou desistir!”, finalizou.
-
- 13/06/2016 - "Brasil vai perder muitos cérebros com fim do Ministério da Ciência"Em entrevista à Deutsche Welle, astrofísica brasileira Duília de Mello, que trabalha na Nasa, critica fusão das pastas de Ciência e Comunicações pelo governo interino: "É um retrocesso de décadas" que prejudica imagem do país, diz.
Em entrevista à Deutsche Welle, astrofísica brasileira Duília de Mello, que trabalha na Nasa, critica fusão das pastas de Ciência e Comunicações pelo governo interino: "É um retrocesso de décadas" que prejudica imagem do país, diz.
Fonte: Portal TerraCientistas denunciam um retrocesso político e estratégico por trás da fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação com o das Comunicações no Brasil. A pasta, criada em 1985 como parte do processo de redemocratização, foi extinta num momento de crise política profunda, após o afastamento da presidente Dilma Rousseff. O movimento reabre o debate sobre o papel do conhecimento no desenvolvimento nacional.
As principais instituições científicas do país, como a Academia Brasileira de Ciências, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a Fiocruz e diversas universidades federais, já se pronunciaram contrárias à fusão. Cientistas foram às ruas em diversas manifestações pedindo a volta do MCTI.
Em entrevista à Deutsche Welle, a astrofísica brasileira Duília de Mello, que trabalha na Nasa e na Universidade Católica da América (CUA, na sigla em inglês), em Washington, frisa que investir em ciência é cuidar das "raízes do país". E considera preocupante os políticos brasileiros não compreenderem esse fato.
Deutsche Welle: Como você vê a extinção do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação?
Duília de Mello: É o fim da picada, fiquei deprimida. É um retrocesso de décadas.
DW: Por que é um retrocesso?
DM: Quando você acaba com um ministério dessa envergadura, você está também acabando com toda uma estrutura para a administração da ciência e tecnologia no país. Sob o ministério estão, por exemplo, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Agência Espacial Brasileira, o Laboratório de Luz Síncrotron, o Observatório Nacional. Não temos mais um guarda-chuva, é um problema complexo; a quem todas essas instituições se reportam? O orçamento de todos os laboratórios de pesquisa do país vem do ministério, é importante ter um órgão que administre tudo isso, que estabeleça as prioridades da ciência.
DW: A fusão foi um erro?
DM: Foi um gesto irresponsável, para dizer o mínimo, principalmente numa área tão importante para o Brasil. Poderiam ter enxugado o ministério, diminuído a estrutura, mas não acabar com ele assim, e ainda botar junto a outro ministério com o qual não tem nenhuma afinidade. Vejo com muita preocupação essa medida do governo, que, aliás, é um governo interino. Não conheço a lei, mas acho que um governo interino não poderia estar fazendo todas essas mudanças tão rapidamente.
DW: Como é a repercussão dessa medida no exterior?
DM: É terrível, passa uma visão muito ruim do Brasil. Até porque o país participa de vários projetos internacionais, como o do Laboratório LHC [o grande colisor de partículas, na Suíça], o Observatório Europeu. Enfim, são muitos projetos. Eu não queria estar na pele desses pesquisadores.
DW: Em relação aos pesquisadores mais jovens, que estão se formando agora, qual é o impacto dessa medida?
DM: Ciência tem que ser levada a sério. O Brasil vai perder muitos cérebros com essa medida e dá um sinal muito ruim para os jovens que investiram na carreira, que estão começando carreira. Eles têm possibilidade de sair do país e é possível que o façam. Realmente não vejo nada positivo nesta decisão. Fico muito preocupada.
DW: O ministério foi criado no governo de Tancredo Neves, em pleno processo de redemocratização do Brasil após mais de 20 de ditadura. De lá para cá, o que mudou na ciência brasileira?
DM: O ministério organizou a ciência brasileira, e isso é uma coisa muito importante. Os grandes laboratórios e os institutos passaram a ser todos ligados ao ministério e isso fez com que melhorassem muito. Muitos deles, por exemplo, eram improdutivos, não havia prioridades como tem hoje. Os recursos e as prioridades passaram a ser coordenados. As sociedades científicas têm contato direto com o ministério. E é por isso que a ciência brasileira está indo bem.
DW: Então por que tanta gente critica a ciência brasileira?
DM: Claro que a ciência brasileira poderia estar melhor, claro que precisa de mais recursos, mas está indo bem. A gente vê melhoras significativas nesses mais de 30 anos. O número de publicações de cientistas brasileiros aumentou exponencialmente [o Brasil é o 13º país no ranking mundial de produção científica], a participação do Brasil em projetos científicos internacionais de grande porte também aumentou.
Hoje há muitos cursos de doutorado no Brasil, bons cursos, ninguém mais precisa ir para o exterior para fazer um bom doutorado. E isso tudo é fruto do ministério. Ele também criou, há uns dez anos, toda uma área para divulgação da ciência, o que nunca existiu no Brasil, para popularizar a ciência, levá-la às regiões mais carentes. Não consigo entender como a ciência não é prioritária num país como o Brasil, acho preocupante ter que explicar a importância da ciência para os políticos.
DW: Um argumento usado para justificar o fim do MCT é o de que nos Estados Unidos não há um ministério da ciência e as coisas funcionam muito bem.
DM: Sim, claro. Mas aqui é diferente, porque todos esses órgãos estão diretamente ligados à presidência, à Casa Branca. É o caso da Nasa, do Instituto Nacional de Saúde. O sistema é diferente. Então, se a proposta fosse reformular o Brasil, fazer uma reforma política estrutural, aí tudo bem. Mas não foi isso que foi proposto.
DW: Em momentos de crise, alguns países optaram por um caminho inverso e aumentam o investimento em ciência. Como você avalia essa decisão?
DM: A Índia está fazendo isso. Já, já vamos começar a ver as consequências desse movimento. O país está investindo em ciência de ponta, criou um programa espacial, lançou um satélite, está fazendo testes com um ônibus espacial. Ou seja, decidiu que a espacial seria uma dessas áreas a receberem investimento para impulsionar as outras.
A Coreia do Sul é outro bom exemplo, apesar de ser bem menor que o Brasil. O país investe maciçamente em ciência e educação e conseguiu mudar completamente em algumas décadas. De um país desconhecido passou a ser hoje líder em diversas áreas.
Cada vez mais se vai ouvir falar da índia, que é parte do Brics. Há muita afinidade e acho que mais e mais vamos saber de histórias de sucesso, apesar de tantos problemas que o país tem, e ainda com uma população enorme.
DW: Como você explicaria a uma criança a importância da ciência no desenvolvimento de um país?
DM: Investir em ciência é investir nas raízes do país. Para as árvores darem frutos, têm que ter uma raiz forte. Ciência e educação são as raízes de um país. Formam a base do país. "Ah, mas e o transporte", alguém pode perguntar. Sim, o transporte é importante, mas é um ramo, não é a raiz. Primeiro a gente inventou a roda, depois fez o carro.
DW: Qual o papel da ciência no crescimento?
DM: Para um país ser líder, ocupar o ranking mundial com dignidade, tem que ter infraestrutura para ciência, tecnologia e inovação; ou será sempre uma árvore capenga, que qualquer ventinho derruba. E precisa de adubos, dos investimentos, da formação dos nossos doutores e professores para que passem esse conhecimento adiante. Não pode haver uma troca de presidente e tudo isso acabar. Falta essa visão de longo prazo, independente, que não seja vulnerável à política.