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secundária. Além dos agravos decorrentes da busca tardia da assistência médica,
essa atitude ocasiona onerosos gastos ao sistema de saúde (Brasil, 2009a).
O modelo patriarcal e profundo valor sócio cultural ainda arraigado
contribuem para a manutenção na sociedade de pensamentos errôneos a
respeito da doença e do padecimento por parte do sexo masculino. O homem,
tido como a figura principal do seio familiar e provedor maior, relega ao segundo
plano, cuidados básicos referentes à sua saúde. Devido a isso, há uma baixa
demanda na atenção primária pelas medidas de promoção e prevenção na saúde
dessa população (Brasil, 2009b).
A desinformação da população, crenças e valores arraigados sobre a
patologia e seu prognóstico, bem como preconceito em relação ao toque retal,
associados à falta de um exame específico e sensível que detecte na fase
microscópica e a ausência de rotinas estratégicas na atenção primária pública e
privada voltada para esses pacientes dificultam a detecção precoce da doença. O
homem, apesar do maior acesso à informação, enxerga o exame de forma
constrangedora, mesmo entre grupos mais esclarecidos (Silva et al., 2015).
Como consequência, observa-se um grande número de diagnósticos
tardios, com pior prognóstico e possibilidades reduzidas de intervenção
terapêutica curativa. Sendo necessário assim, lançar mão de medidas paliativas
que nem sempre atendem às expectativas do doente e de sua família.