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hematúria macroscópica, geralmente quando apresenta infiltração do trígono pelo
tumor. Na hiperplasia benigna, os sintomas obstrutivos apresentam evolução mais
lenta (Srougi et al., 2008).
De acordo com o Ministério da Saúde a história natural do CaP é
incompreensível, variando desde tumores bastante agressivos até aqueles de
evolução lenta, que podem não despertar sintomas ou levar a morte. Muitos
homens acometidos com o câncer de próstata morrem com a doença sem saber
do diagnóstico vitimado por outras patologias. Percebe-se que não é uma doença
única, mas um conjunto de evoluções clínico-patológicas (Brasil, 2010).
O câncer de próstata possui três formas distintas de apresentação,
sendo estas: tumor latente, tumor metastático e tumor indolente. O tumor latente
costuma ser encontrado nas necropsias, em uma incidência de 80% dos casos
em homens com mais de 80 anos. O tipo metastático, que representa 5% da
totalidade dos pacientes com CA prostático, constitui o tumor que não se restringe
apenas ao sítio primário (próstata) e apresenta invasão a tecidos adjacentes ou
mesmo à distância. A terceira classificação, denominada indolente, refere-se ao
tumor que embora diagnosticado clinicamente, não representa perigo ou
letalidade, podendo também ser chamado de “mínimo” ou “insignificante” (Ortiz,
2013).
3.4 Fatores de risco
Principal fator de risco associado ao câncer de próstata é a idade igual
ou superior a 50 anos. Por volta de 62% dos casos ocorrem em homens maiores
de 65 anos e com a crescente expectativa de vida espera-se ampliação do
número de novos casos (Damião et al., 2015).
De acordo com alguns estudos, fatores como etnia/raça foram
considerados fatores de risco para câncer de próstata, pois é duas vezes mais
prevalente em negros em comparação com brancos e é mais incidente em
homens naturais dos Estados Unidos, Jamaica e Caribe, que possuem linhagem
africana, valores que correspondem a 10 a 40 vezes mais incidentes em afro-
americanos que em asiáticos (Damião et al., 2015; Jurado et al., 2013).
Outro fator de risco relevante é o histórico familiar, pois, verificou-se um
risco relativo elevado de CaP em parentes de primeiro grau de pacientes que
desenvolveram CaP antes dos 50 anos (Walsh; Retik; Stamey, 1997).