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                     3.6 Rastreamento e diagnóstico
                                O Ministério da Saúde, baseado em evidências científicas disponíveis

                     atualmente e em recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), opta
                     por  não  recomendar  ações  de  rastreio  para  o  CaP.  Os  riscos  e  benefícios  do

                     rastreio  devem  ser  discutidos  pelos  médicos  com  os  pacientes  que

                     espontaneamente procurarem o serviço de saúde (Brasil, 2010).
                                A propedêutica para investigação do CaP inclui a dosagem do PSA e a

                     biópsia guiada por ultrassonografia transretal (USTR) (Jurado et al., 2013).
                                Sabe-se  que  o  câncer  da  próstata  possui  natureza  silenciosa,  e  que

                     muitas vezes o perfil histológico da doença impera em detrimento aos sintomas.
                     Ainda assim, a sintomatologia mais comum nos indivíduos engloba jato urinário

                     fraco,  disúria,  noctúria,  dor  à  micção,  polaciúria,  ardência  miccional,  retenção

                     urinária, dificuldade para iniciar a micção, hematúria, perda de peso, adinamia, e
                     dor óssea em casos mais avançados da doença (Ribeiro et al., 2013).

                                O toque retal faz parte do exame físico do paciente e também é uma

                     medida  empregada  no  rastreio  da  neoplasia,  no  entanto,  não  é  uma  medida
                     plenamente  eficaz,  uma  vez  que  é  difícil  palpar  alterações  na  próstata  nos

                     estádios iniciais da doença, e mesmo que sejam percebidas alterações mediante
                     a palpação, não é possível afirmar se trata de uma alteração benigna ou maligna

                     (Castro et al., 2011).
                                O  PSA  é  o  marcador  tumoral  mais  utilizado  no  rastreio  da  neoplasia

                     prostática, e possui impacto significativo nos quesitos morbidade e mortalidade.

                     Atualmente, são considerados alterados os valores de PSA que estão acima de
                     2,5  ng/ml.  É  válido  ressaltar  que  o  exame  possui  alta  sensibilidade  e  baixa

                     especificidade, sendo assim, outras causas podem elevar os valores do antígeno,
                     como  prostatite  e  hiperplasia  prostática  benigna,  além  da  neoplasia  prostática

                     (Castro et al., 2011).
                                O uso da dosagem de PSA para diagnóstico de câncer de próstata não

                     é recomendado isoladamente. Na literatura, a associação do PSA com o Toque

                     Retal  mostra-se  promissora,  já  que  correspondem  a  80%  dos  casos
                     diagnosticados confirmados posteriormente pelo anatomopatológico em casos de

                     prostatectomia radical (Nardi et al., 2014).

                                O estudo realizado por Castro et al. (2011) evidenciou que o aumento
                     dos  valores  de  PSA  e  a  correlação  com  a  neoplasia  instalada  era  maior  nos
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