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                                Em relação à raça, são apresentados faixas de risco classificados em

                     alto, intermediário e baixo, situando-se os negros norte-americanos na primeira,
                     os brancos na segunda e os japoneses que vivem no Japão na terceira. Há um

                     aumento  na  incidência  entre  os  Japoneses  que  migraram  para  os  Estados

                     Unidos,  esse  aumento  poderia  estar  relacionado  com  fatores  ambientais  e
                     alimentares desse grupo (Barrios, 1996; Dini; Koff, 2006).

                                Antonopoulos et al. (2002) em um estudo que avaliou a diferença racial
                     na prevalência do CaP, demostrando que a prevalência em negros foi maior que

                     em brancos.
                                Outros  estudos  relacionados  à  questão  da  etnia,  mostraram  que  a

                     incidência de CaP entre os negros é maior que entre os brancos; sendo a raça, o

                     segundo  fator  de  risco  mais  importante  na  gênese  da  doença  (Siddiqui  et  al.,
                     2006), estes autores relataram também uma mortalidade relacionada ao câncer

                     2,4  vezes  maior  na  população  afro-americana  se  comparado  à  raça  branca

                     (Siddiqui et al., 2006).
                                No presente estudo, encontra-se uma frequência alta de CaP entre a

                     raça  parda  (TAB.  3),  podendo  ser  justificado  por  um  erro  no  momento  de  auto
                     declarar a  raça,  confundindo  negro  com pardo e  a  incidência no negro foi bem

                     menor  quando  comparada  com  o  pardo  e  branco.  Estes  achados  não  vão  de
                     encontro com a maioria dos trabalhos da literatura que abordam este tema.

                                Neste  mesmo  contexto,  Martins  et  al.  (2000)  e  Romero  (2012)

                     avaliando  essa  relação,  encontraram  resultados  semelhantes  ao  do  presente
                     estudo, não encontrando diferenças na prevalência de câncer de próstata entre

                     negros e brancos no Brasil, estes dados corroboram, porém também não foram
                     justificados.

                                Jemal  et  al.  (2010)  afirmam  que  as  taxas  de  incidência  e  de
                     mortalidade por câncer de próstata são maiores em negros e afro-americanos do

                     que em outros grupos étnicos. Contrariando os dados observados nesse estudo,

                     em que o grupo mais acometido foi dos que se autodeclararam pardos.
                                Piantino et al. (2014), num levantamento clínico-epidemiológico em um

                     hospital  de  referência  na  cidade  de  Passos,  MG,  encontrou  os  seguintes

                     resultados: 77,7% da amostra eram brancos, 19,6% negros, 4,3% pardos e 2,1%
                     não possuíam informações quanto à cor.
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