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Outra mostra da dificuldade de caracterização da população brasileira
devido às características de cada região do país foi o estudo de Souza, Almeida e
Oliveira (2013) realizado no Estado do Pará, com 82% da cor parda, 10% negra e
8% branca. Diferentemente desses dados, Migowski e Silva (2010) num estudo
do tipo coorte, composto por 258 pacientes do Instituto Nacional do Câncer na
cidade do Rio de Janeiro entre os anos de 1990 a 1999, na variável cor da pele
tiveram uma amostra que se declarou branca em 75,2%, parda em 18,6% e negra
em 6,2%.
Segundo dados do censo (IBGE, 2010b), no Brasil, a raça negra
quando comparada às demais raças possui renda familiar inferior, menor
escolaridade e menos acesso aos serviços de saúde. Conforme Nardi et al.
(2012) esses fatores provavelmente contribuem com uma apresentação mais
desfavorável da doença nesta população.
Na TAB. 4 foi analisado a relação da história familiar com o câncer de
próstata e foi encontrado 17,2% de parentes de primeiro grau com câncer da
próstata; sendo o pai em 37,3%, o irmão em 60,8% e filho em 1,9%.
TABELA 4 - Histórico familiar relacionado ao diagnóstico de câncer de próstata
História Familiar N %
Sim 108 17,2
Não 520 82,8
Total 628 100
Parentesco N %
Pai 38 37,3
Irmão 62 60,8
Filho 2 1,9
Total 102 100
No que diz respeito ao histórico familiar e a incidência de CaP,
Madersbacher et al. (2010), em seus estudos, mostrou uma correlação importante
entre a ocorrência do câncer de próstata ao histórico familiar. Abouassaly et al.
(2007) demonstraram que de 30% a 40% dos casos, de CaP diagnosticados em
pacientes com menos de 55 anos foram de origem hereditária e que 5% a 10%
apresentaram suscetibilidade genética. Gomes et al. (2008) em seus estudos