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                                O  US  Department  of  Health  and  Human  Services  (2004),  em  alguns
                     estudos  encontraram  uma  associação  entre  o  hábito  de  fumar  e  a  mortalidade

                     relacionada  ao  câncer de  próstata, porém  não foi encontrada nenhuma  relação
                     com o aumento da incidência de CaP.

                                Zu e Giovannucci (2009) acordam que em fumantes são encontrados

                     tumores em estágios mais avançados com maior risco de doença severa e que o
                     uso do tabaco poderia ser um indicador de um mal prognóstico, mas também não

                     relacionam o cigarro com o aumento da incidência de CaP.
                                Segundo  Fernandes  et  al.  (2014),  em  um  total  de  54  pacientes  com

                     câncer de próstata analisados 28% relataram histórico de tabagismo.
                                Ho et al. (2014) pesquisaram se o hábito de fumar tinha relação com o

                     CaP, sugeriram que o mesmo não estava relacionado com diagnóstico global do

                     câncer  de  próstata,  mas  foi  associado  com  um  risco  aumentado  de  CaP  mais
                     agressivos.

                                Islami et al. (2014) em uma meta-análise, avaliaram 50.349 pacientes

                     com CaP e observaram uma modesta relação do tabagismo com a incidência do
                     CaP,  e  foi  identificada  uma  forte  associação  com  a  presença  de  tumores  mais

                     agressivos. Huncharek et al. (2010) em outra meta-análise, encontraram um risco
                     de morte entre 24 a 30% maior entre fumantes com CaP, mas não encontraram

                     aumento na incidência.
                                Ainda, na TAB. 5, pode-se observar que a maioria dos pacientes com

                     câncer de próstata não eram etilista (503) de um total de 635 que corresponde a

                     79,2% dos pacientes.
                                Esses dados corroboram com a literatura que sugere, na maioria dos

                     trabalhos, não existir relação entre o aumento da incidência de câncer de próstata
                     e  o  consumo  de  álcool  (Breslow;  Weed,  1998).  Barba  et  al.  (2004)  em  seus

                     estudos  não  encontraram  relação  do  consumo  de  álcool  e  o  CaP.  Gong  et  al.
                     (2009) sugeriram que o consumo elevado de álcool diariamente aumenta o risco

                     de câncer de próstata em grau mais avançado, no entanto não relaciona com o

                     aumento da incidência.
                                Sesso et al. (2001) acompanharam prospectivamente 7.612 ex-alunos

                     da escola de Havard entre 1988 e 1993, e contrariando a maioria dos estudos,

                     encontrou uma associação positiva entre o consumo moderado de álcool e o CaP.
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